Acho engraçado (e ao mesmo tempo triste) quando saio de uma sessão sem saber qual era a proposta de um filme, pois "Duas de Mim" não diverte com sua proposta, não faz rir em quase nenhum momento, satiriza programas de culinária, porém de forma bem jogada e forçada, não impacta no âmbito familiar com a mensagem que aparentava ter, ou seja, tem um pouco de tudo e ao mesmo tempo não tem nada, criando um filme bem produzido e só. Ou seja, é daqueles filmes que ficamos na sessão esperando acontecer algo, ele passa inteiro, e quando vemos já está subindo os créditos sem ter causado nenhuma sensação no público (pelo menos em alguns sentimos raiva de ver algo tão ruim, o que nem isso ocorre aqui!), de modo que não digo em momento algum que a ideia foi ruim, pois quantas vezes já não desejamos ser dois para dar conta de tudo o que temos de fazer, quantos filmes já vimos de clones que acabam assumindo a personalidade do original, quantos programas ruins de culinária existem para serem satirizados, mas tudo de uma vez sem um cerne bem mais moldado, e principalmente, comicidade simplória em um filme que tenta apelar para rir e não consegue, acaba sendo algo que precisavam ter se preocupado na montagem ao menos. E para não ser injusto com a trama, sim, o público riu em umas duas ou três cenas, mas para algo de 82 minutos, necessitava mais.
O longa nos conta que Suryellen é uma cozinheira que trabalha duro para manter sozinha o filho pequeno, a irmã mais nova e a mãe. Um dia, após encontrar uma doceira mágica, seu pedido vira realidade e ela se divide em duas. Só que sua cópia, idêntica fisicamente, tem claras diferenças de personalidade, sendo muito mais extrovertida e corajosa. A ideia seria dividir as tarefas com a comparsa, mas logo Suryellen percebe que sua sósia tem planos próprios.
Em seu primeiro rasante fora das novelas e séries, a diretora Cininha de Paula (que desde os anos 90 faz muitos brasileiros rirem com ótimos programas humorísticos na TV como "Escolinha do Professor Raimundo", "Sai De Baixo", "Toma Lá, Dá Cá", entre outros) até trabalhou um contexto cômico determinado a seguir uma linha, porém diferente da TV que sempre tem chances de dar uma reviravolta com alguma piada bem encaixada, no cinema essa mesma piada precisa ou ser desenvolvida durante a trama, ou colocada diretamente em gags/esquetes prontas para determinado momento, e aqui ela até tentou com algumas leves sacadas, mas o filme não aceitou bem a proposta, acabando que ao tentar algo diferenciado, o resultado seguinte acabava engolindo e já voltando para o marasmo completo que o filme acaba sendo. Felizmente um ponto bem positivo para o longa é que ele tem ritmo, e é bem curto, e assim sendo acabamos não nos cansando com o que é apresentado, mas vindo dela e de um dos grandes nomes do roteiro nacional L.G. Bayão, o filme passa bem despercebido, e não empolga em momento algum, aparentando faltar (usando analogia da própria trama) tempero/sal para dar um sabor melhor ao resultado final.
Sobre as atuações, basicamente temos de falar apenas de Thalita Carauta que fazendo dois personagens (tendo apenas uma dublê de corpo para as cenas que aparecem as duas juntas) até conseguiu trabalhar bem duas personalidades, uma mais sofrida de família que rala muito para conseguir ter seu teto, pagar suas contas e cuidar do filho, e outra mais despojada, pronta para tudo e cheia de trejeitos, porém por ser um filme de comédia, e ela ser uma comediante de profissão, acabou forçando demais e atuando de menos, não trabalhando cada ato como merecia ser feito por uma protagonista, e assim sendo sua Suryellen acaba sendo um personagem comum na trama, sem muito desenvolvimento, mas que faz bem o papel, ou seja, a famosa síndrome do ator que só faz coadjuvantes, mas quando ganha um papel principal não corresponde como poderia, ou seja, não digo que seja uma atriz ruim, muito pelo contrário, fez bem seus papéis, mas não surpreendeu como poderia. Como cantor Latino já não é algo impressionante, então falar de sua atuação como Chicão é ser repetitivo demais, e por mais que tenha se esforçado com bons trejeitos, era alguém perdido em cena fazendo cover dele mesmo. Os demais praticamente todos fazem participações, alguns aparecendo um pouco mais, outros menos, mas nada que surpreenda ou chame atenção para valer destacar positivamente, muito pelo contrário, alguns fazendo até eles mesmos como o júri do programa culinário, foi algo que sequer valesse as boas cenas.
Como disse no começo, a produção do longa foi tão bem pensada que certamente deu muito trabalho para a equipe de arte, contando com muita comida sendo feita para funcionar visualmente, locações simples, mas bem elaboradas para chamar a atenção e dar contexto para cada momento, e principalmente bons figurinos e figurantes para compor cada cena do longa, de modo que o filme mesmo falhando na comicidade acabe ficando bonito cenicamente, o que é uma pena, pois se acertassem a mão no restante, o resultado seria incrível de ver na tela. Como é uma diretora de TV, Cininha colocou uma equipe de fotografia muito focada em não dar profundidade, criando um ambiente quase de tom claro demais, e essa falta de mistura de quente/frio que faz dar fome, ou faz rir, ou até mesmo cria climas na trama, foi um dos pontos que certamente podem ter falhado e ajudado o resultado final.
Enfim, volto a falar que não é um filme ruim, não temos atuações ruins, só é fraco de conteúdo por não atingir nenhum dos muitos vértices que acabou mostrando na tela, e sendo assim, muitos que irão ao cinema conferir o longa vai sair da mesma forma que entrou na sala: sem saber o que viu, se foi uma comédia, um drama, uma série, ou nada mesmo. Portanto essa acaba sendo minha recomendação, se for ao cinema ver o longa baixe todas as expectativas para rir de algo, e curta o que for entregue de uma maneira bem simples, mas caso queira pular esse longa nacional (o que é uma tristeza para o grande momento que estamos tendo com ótimos exemplares de filmes), pode pular tranquilamente. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas ainda falta conferir a grande estreia da semana, que com horários legendados meio fora do padrão acabei deixando para ver no fim de semana, então abraços e até breve com mais um texto.
sábado, 30 de setembro de 2017
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
LEGO Ninjago: O Filme em 3D (The LEGO Ninjago Movie)
Se existe um gênero que não gosto de reclamar, pois sempre agrada seja pelas belas imagens, por todo o trabalho que dá fazer, ou pelas belas mensagens que deixa para a família e/ou crianças, é a tal da animação, afinal é raro um trabalho desses acabar sendo jogado fora com tanta tecnologia envolvida, mas claro que para um longa funcionar, a animação necessita ter bons elementos também, e principalmente uma história que prenda a atenção dos pequenos e/ou dos adultos que forem conferir, pois se tudo for jogado na tela acaba sendo apenas algo bizarro. Dito isso, algumas mensagens de "LEGO Ninjago: O Filme" até soam interessantes, mas o filme é tão monótono, ruim, cansativo, sem um rumo determinante que por bem pouco não dormi na sessão que fui conferir, de modo que me segurei para não cair no sono e conseguir ver tudo para depois argumentar que realmente o que foi entregue não deva ser recomendado para ninguém, afinal temos uma mistura de diversos enredos de outros filmes, que sem desenvolvimento nenhum acaba soando confuso e sem classe para empolgar sequer alguma criança que brinque todos os dias com os personagens, ou seja, uma bomba imensa, que só vale a diversão bem rápida nos momentos iniciais com o jornal "Bom Dia Ninjago" e nada mais, além claro de não ter sequer uma cena que funcione o 3D (aliás tirei os óculos em mais da metade do filme para que não ficasse tão escuro, e me fizesse dormir! E nem sequer borrões tiveram na projeção). Portanto, dispensável num limite altíssimo!
O filme nos apresenta os jovens adolescentes Lloyd, Nya, Cole, Jay, Zane e Kai que dividem as tarefas escolares com o alter-ego como super-heróis ninja, sempre prontos a proteger a cidade de Ninjago dos ataques feitos pelo megavilão Garmadon. Só que Lloyd é também filho de Garmadon e, em meio às constantes batalhas com o pai, demonstra uma profunda mágoa por ter sido abandonado ainda bebê.
Posso dizer facilmente qual foi o maior erro do filme, querer manter a essência dos anteriores, de zoar algo ou algum estilo, no caso aqui filmes de ninja, mas querer produzir mais do que um filme junto, pois não faz nem oito meses que "LEGO Batman" estreou, ou seja, sabemos que animações levam anos para serem produzidas, estudadas, desenvolvidas de modo que se encaixe a ideia principal, as boas piadas/sacadas, e principalmente os efeitos junto com os personagens, e aqui fizeram praticamente tudo nas coxas, de tal maneira que temos tantas viradas cênicas que chega a ser difícil assimilar o rumo do filme, e se ao menos fosse um ritmo mais agitado até que tudo bem, mas tudo é lentíssimo, e acaba cansando qualquer um que se disponha a conferir o trabalho de três diretores novatos. Ou seja, com situações dispensáveis, o resultado acaba mais bagunçado do que tudo, tendo até bons momentos iniciais, mas tudo vai desabando tão rápido que ao final nem sabemos mais o que estamos vendo na telona.
Chega a ser difícil falar dos personagens, pois acaba sendo uma mistura de "Star Wars" com "Power Rangers" juntamente com "Capitão Planeta" e mais diversos outros elementos, que acabamos não criando quase que nenhuma simpatia por eles, e junte isso a falta de carisma dos protagonistas para que o resultado seja torcemos para os trejeitos bobos do vilão Garmadon e claro para o gato godzila que sai destruindo tudo. Ou seja, quando torcemos mais pelos vilões em um filme de animação é algo preocupante, pois mostra que não tentaram trabalhar bem os mocinhos para agradar em algo, seja na comicidade, na lealdade ou até mesmo na força, e assim sendo certamente amanhã já nem lembrarei qual o nome de cada ninja! Detalhe, nem mesmo os momentos iniciais com os humanos Jackie Chan e Kaan Guldur agradaram em nada, parecendo até artificial demais colocar aquilo no longa.
O visual da trama feito com os famosos bloquinhos de LEGO é bem legal, pois tudo se monta e desmonta com uma facilidade incrível, além de encaixar uma boa dinâmica na cidade e trabalhar vários estilos visuais num único longa, porém o apelo visual é tão grande, que acabamos não sabendo para onde ou o que olhar, e isso diferente do que acontece em um filme que vai adequando os elementos para realçar algo, aqui acaba servindo para despistar erros e estragar ainda mais a bagunça completa, ou seja, volto a falar que a melhor sacada foi a entrada do gato, e ponto. Sobre o 3D nem deveria falar disso, afinal o longa que poderia ter ousado com pecinhas voando para todo lado, tiros, ou qualquer coisa interessante, ou ao menos uma profundidade bem trabalhada sequer teve duas cenas com algo que merecesse ficar de óculos na sessão (sim, fiquei mais da metade do filme sem óculos e nem um borrão na tela teve!), ou seja, desperdício completo de tecnologia.
Enfim, um filme fraco que até poderia ser mais interessante e que certamente divertiria bem a criançada, afinal muitos gostam de ninjas, lutas e afins, e aqui a bagunça foi apenas jogada na tela sem quase nada de história, além de ser muito lento. Ou seja, não consigo recomendar para ninguém esse filme, mesmo que tenha alguns pontos positivos (os caracteres foram traduzidos e aparecendo na tela é bem legal, e o jornal matinal também ficou bem divertido no começo, talvez mais cenas dele ajudaria bastante). Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais uma das estreias da semana, então abraços e até breve.
PS: Acho que estou sendo até bonzinho demais com a nota, mas realmente tiveram alguns lances divertidos no começo que valem a nota.
O filme nos apresenta os jovens adolescentes Lloyd, Nya, Cole, Jay, Zane e Kai que dividem as tarefas escolares com o alter-ego como super-heróis ninja, sempre prontos a proteger a cidade de Ninjago dos ataques feitos pelo megavilão Garmadon. Só que Lloyd é também filho de Garmadon e, em meio às constantes batalhas com o pai, demonstra uma profunda mágoa por ter sido abandonado ainda bebê.
Posso dizer facilmente qual foi o maior erro do filme, querer manter a essência dos anteriores, de zoar algo ou algum estilo, no caso aqui filmes de ninja, mas querer produzir mais do que um filme junto, pois não faz nem oito meses que "LEGO Batman" estreou, ou seja, sabemos que animações levam anos para serem produzidas, estudadas, desenvolvidas de modo que se encaixe a ideia principal, as boas piadas/sacadas, e principalmente os efeitos junto com os personagens, e aqui fizeram praticamente tudo nas coxas, de tal maneira que temos tantas viradas cênicas que chega a ser difícil assimilar o rumo do filme, e se ao menos fosse um ritmo mais agitado até que tudo bem, mas tudo é lentíssimo, e acaba cansando qualquer um que se disponha a conferir o trabalho de três diretores novatos. Ou seja, com situações dispensáveis, o resultado acaba mais bagunçado do que tudo, tendo até bons momentos iniciais, mas tudo vai desabando tão rápido que ao final nem sabemos mais o que estamos vendo na telona.
Chega a ser difícil falar dos personagens, pois acaba sendo uma mistura de "Star Wars" com "Power Rangers" juntamente com "Capitão Planeta" e mais diversos outros elementos, que acabamos não criando quase que nenhuma simpatia por eles, e junte isso a falta de carisma dos protagonistas para que o resultado seja torcemos para os trejeitos bobos do vilão Garmadon e claro para o gato godzila que sai destruindo tudo. Ou seja, quando torcemos mais pelos vilões em um filme de animação é algo preocupante, pois mostra que não tentaram trabalhar bem os mocinhos para agradar em algo, seja na comicidade, na lealdade ou até mesmo na força, e assim sendo certamente amanhã já nem lembrarei qual o nome de cada ninja! Detalhe, nem mesmo os momentos iniciais com os humanos Jackie Chan e Kaan Guldur agradaram em nada, parecendo até artificial demais colocar aquilo no longa.
O visual da trama feito com os famosos bloquinhos de LEGO é bem legal, pois tudo se monta e desmonta com uma facilidade incrível, além de encaixar uma boa dinâmica na cidade e trabalhar vários estilos visuais num único longa, porém o apelo visual é tão grande, que acabamos não sabendo para onde ou o que olhar, e isso diferente do que acontece em um filme que vai adequando os elementos para realçar algo, aqui acaba servindo para despistar erros e estragar ainda mais a bagunça completa, ou seja, volto a falar que a melhor sacada foi a entrada do gato, e ponto. Sobre o 3D nem deveria falar disso, afinal o longa que poderia ter ousado com pecinhas voando para todo lado, tiros, ou qualquer coisa interessante, ou ao menos uma profundidade bem trabalhada sequer teve duas cenas com algo que merecesse ficar de óculos na sessão (sim, fiquei mais da metade do filme sem óculos e nem um borrão na tela teve!), ou seja, desperdício completo de tecnologia.
Enfim, um filme fraco que até poderia ser mais interessante e que certamente divertiria bem a criançada, afinal muitos gostam de ninjas, lutas e afins, e aqui a bagunça foi apenas jogada na tela sem quase nada de história, além de ser muito lento. Ou seja, não consigo recomendar para ninguém esse filme, mesmo que tenha alguns pontos positivos (os caracteres foram traduzidos e aparecendo na tela é bem legal, e o jornal matinal também ficou bem divertido no começo, talvez mais cenas dele ajudaria bastante). Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais uma das estreias da semana, então abraços e até breve.
PS: Acho que estou sendo até bonzinho demais com a nota, mas realmente tiveram alguns lances divertidos no começo que valem a nota.
sábado, 23 de setembro de 2017
Esta é a Sua Morte - O Show (This is Your Dead - The Show)
Praticamente todos sabem que na guerra pela audiência dos programas televisivos só falta matar alguém ao vivo para aparecer e ganhar o público, e já se fizeram realities de todos os estilos possíveis, então porque não criar algo diferenciado que misture "Criança Esperança" com "Jogos Mortais"? Se você é produtor de conteúdo televisivo, e possui um estilo mórbido fica a dica para conferir o longa "Esta é a Sua Morte - O Show" e analisar o que pode dar certo ou errado no seu canal!! Ao mesmo tempo que estou brincando com essa ideia, não duvido que muito em breve apareça algo realmente assim, pois a proposta estranha que o longa nos entrega é algo muito bem possível de acontecer, afinal como é dito no longa se a pessoa desejar se matar ao vivo e for de sua própria vontade, a emissora não está cometendo nenhum crime, mas claro que no Brasil, isso cairia em inúmeras leis e brechas para advogados fazerem a festa. Ou seja, é uma ideia bem válida, claro com muitas cenas de mortes exageradas e até gratuitas para um filme só (talvez pudessem ter feito algo a mais do que apenas o show, pois o filme em si de conteúdo é bem fraco!), mas tudo acaba sendo tão original que ficamos pensando realmente como nenhum outro longa e/ou programa real de TV (ao menos que me lembre!) tenha usado isso até hoje. Claro que muitos vão odiar a essência, mas o filme em si vai deixar boas lições de como aproveitar a vida, família e tudo mais, ao invés de pensar em se suicidar (mas caso vá, pelo menos ganhe algum dinheiro para os seus entes que ficarão sem você!).
O longa nos conta que as pessoas hoje se entretêm com a degradação dos outros diante das telas. Elas vibram com argumentos selvagens, lutas sangrentas e escândalos. E quando pensam que viram de tudo, o apresentador Adam Rogers ultrapassa os limites com “Esta é a sua morte”. Um reality show onde os participantes terminam com suas vidas por uma chance de ganhar dinheiro. Movido pelo desejo de chocar as pessoas e provocar mudanças sociais, ele fará tudo para conquistar a audiência. Mesmo sacrificando sua própria humanidade.
Talvez o maior problema da trama seja o diretor/ator Giancarlo Esposito entregar logo de cara os dois vértices de seu filme, e já matarmos qual será o final do longa. Pois ele até tentou algumas vertentes diferente e até poderia ter tido algumas leves osciladas como fez, trabalhando mais a personalidade/ego do protagonista, e até mesmo colocado mais sobre a vida dos desesperados do programa, mas optou por tudo ser simples e chocar apenas com algumas cenas de morte sem cortes na tela (o que fez com que seu longa ficasse com classificação 18 anos!). Ou seja, o diretor em seu segundo longa-metragem (orquestrando, pois se contar atuações tem mais de 150) trabalhou bem a ideia do roteiro, mas acabou não a desenvolvendo, o que acabou soando errado demais.
Sobre as atuações, chega a ser engraçado a divisão de cenas, pois praticamente todos os protagonistas possuem o mesmo tempo de tela, não sendo algo que vamos só ver Josh Duhamel com seu Adam Rogers fazendo suas caronas cênicas, que até mostram um pouco como alguns apresentadores passam a dominar seus programas, esquecendo que a direção/produção poderia fazer algo (coisa bem comum de vermos nos programas de auditório nacionais!), e sendo assim o resultado dele até é bem eloquente. Da mesma forma o diretor também entra em cena com seu Mason, mostrando uma grande realidade dos pais mais humildes que querem dar tudo de melhor para os filhos, mas quando a idade bate numa porta, os empregos saem pela outra da casa, e claro que como ator ele saiu muito melhor do que como diretor, trabalhando uma expressão triste, mas muito bem colocada em cena, que agrada até o fim, mesmo sabendo qual fim ele irá entregar. As mulheres da trama foram tão bem colocadas que se tivessem mais oportunidade até passariam a frente dos dois protagonistas, começando por Fanke Jensen como a diretora do canal Ilana, que claro está disposta a tudo para obter audiência, e sem pensar duas vezes a atriz também botou a cara para jogo e interpretou com força o que sempre vê nos seus diretores. Logo na sequência temos a produtora do programa Sylvia, que Caitlin FitzGerald trabalhou bem no estilo e mostrou que essa raça é daquela que não deve ser provocada, pois parece bobinha, mas dá mole para poder se safar facilmente. E claro para finalizar a irmã do apresentador que Sarah Callies trabalhou de uma maneira dócil, mas completamente maluca quando entra nas suas cenas problemáticas, de modo que acaba divergindo opiniões e agradando quando quer.
Dentro do contexto cênico, a equipe de arte trabalhou muito bem tanto para criar o visual do programa, com um auditório todo bem trabalhado (mostrando inclusive as preocupações para se montar um programa de auditório, como deve estar as câmeras e tudo mais), quanto para criar as diversas sub-histórias com muito charme e claro a preparação bem explicada do motivo das mortes, e com isso tivemos algo simples, mas muito bem feito, mostrando produção sem gastos, mas com qualidade. A fotografia brincou com luzes de diversas formas para criar tensão tanto nos espectadores do filme, quanto nos espectadores do programa, e isso é algo que poucas vezes vemos e funciona.
Enfim, é um filme que poderia ser monstruosamente melhor, pois tem uma essência violenta, porém com grandes lições para se pensar, mas que acabou focando mais em coisas subliminares que acaba não empolgando tanto quanto poderia. Está bem longe de ter ficado ruim, pois as cenas de mortes são gratuitas, mas muito bem feitas, o estilo de programa também funciona bem, mas acabaram polemizando demais com o estilo do apresentador, da produtora e da diretora, quase criando exageros de relacionamentos (o que viraria quase uma novela) que acaba apagando o resto de bom da trama. Portanto se você primeiro tem mais de 18 anos e gosta desse estilo, o filme até vai te segurar na poltrona e acabará agradando de leve, mas se você prefere algo realmente mais pesado (ou mais leve) esse não é a melhor opção para o fim de semana, pois contém falhas graves na história. Bem é isso pessoal, encerro aqui essa semana cinematográfica, mas volto na próxima quinta com mais estreias, então abraços e até logo mais.
O longa nos conta que as pessoas hoje se entretêm com a degradação dos outros diante das telas. Elas vibram com argumentos selvagens, lutas sangrentas e escândalos. E quando pensam que viram de tudo, o apresentador Adam Rogers ultrapassa os limites com “Esta é a sua morte”. Um reality show onde os participantes terminam com suas vidas por uma chance de ganhar dinheiro. Movido pelo desejo de chocar as pessoas e provocar mudanças sociais, ele fará tudo para conquistar a audiência. Mesmo sacrificando sua própria humanidade.
Talvez o maior problema da trama seja o diretor/ator Giancarlo Esposito entregar logo de cara os dois vértices de seu filme, e já matarmos qual será o final do longa. Pois ele até tentou algumas vertentes diferente e até poderia ter tido algumas leves osciladas como fez, trabalhando mais a personalidade/ego do protagonista, e até mesmo colocado mais sobre a vida dos desesperados do programa, mas optou por tudo ser simples e chocar apenas com algumas cenas de morte sem cortes na tela (o que fez com que seu longa ficasse com classificação 18 anos!). Ou seja, o diretor em seu segundo longa-metragem (orquestrando, pois se contar atuações tem mais de 150) trabalhou bem a ideia do roteiro, mas acabou não a desenvolvendo, o que acabou soando errado demais.
Sobre as atuações, chega a ser engraçado a divisão de cenas, pois praticamente todos os protagonistas possuem o mesmo tempo de tela, não sendo algo que vamos só ver Josh Duhamel com seu Adam Rogers fazendo suas caronas cênicas, que até mostram um pouco como alguns apresentadores passam a dominar seus programas, esquecendo que a direção/produção poderia fazer algo (coisa bem comum de vermos nos programas de auditório nacionais!), e sendo assim o resultado dele até é bem eloquente. Da mesma forma o diretor também entra em cena com seu Mason, mostrando uma grande realidade dos pais mais humildes que querem dar tudo de melhor para os filhos, mas quando a idade bate numa porta, os empregos saem pela outra da casa, e claro que como ator ele saiu muito melhor do que como diretor, trabalhando uma expressão triste, mas muito bem colocada em cena, que agrada até o fim, mesmo sabendo qual fim ele irá entregar. As mulheres da trama foram tão bem colocadas que se tivessem mais oportunidade até passariam a frente dos dois protagonistas, começando por Fanke Jensen como a diretora do canal Ilana, que claro está disposta a tudo para obter audiência, e sem pensar duas vezes a atriz também botou a cara para jogo e interpretou com força o que sempre vê nos seus diretores. Logo na sequência temos a produtora do programa Sylvia, que Caitlin FitzGerald trabalhou bem no estilo e mostrou que essa raça é daquela que não deve ser provocada, pois parece bobinha, mas dá mole para poder se safar facilmente. E claro para finalizar a irmã do apresentador que Sarah Callies trabalhou de uma maneira dócil, mas completamente maluca quando entra nas suas cenas problemáticas, de modo que acaba divergindo opiniões e agradando quando quer.
Dentro do contexto cênico, a equipe de arte trabalhou muito bem tanto para criar o visual do programa, com um auditório todo bem trabalhado (mostrando inclusive as preocupações para se montar um programa de auditório, como deve estar as câmeras e tudo mais), quanto para criar as diversas sub-histórias com muito charme e claro a preparação bem explicada do motivo das mortes, e com isso tivemos algo simples, mas muito bem feito, mostrando produção sem gastos, mas com qualidade. A fotografia brincou com luzes de diversas formas para criar tensão tanto nos espectadores do filme, quanto nos espectadores do programa, e isso é algo que poucas vezes vemos e funciona.
Enfim, é um filme que poderia ser monstruosamente melhor, pois tem uma essência violenta, porém com grandes lições para se pensar, mas que acabou focando mais em coisas subliminares que acaba não empolgando tanto quanto poderia. Está bem longe de ter ficado ruim, pois as cenas de mortes são gratuitas, mas muito bem feitas, o estilo de programa também funciona bem, mas acabaram polemizando demais com o estilo do apresentador, da produtora e da diretora, quase criando exageros de relacionamentos (o que viraria quase uma novela) que acaba apagando o resto de bom da trama. Portanto se você primeiro tem mais de 18 anos e gosta desse estilo, o filme até vai te segurar na poltrona e acabará agradando de leve, mas se você prefere algo realmente mais pesado (ou mais leve) esse não é a melhor opção para o fim de semana, pois contém falhas graves na história. Bem é isso pessoal, encerro aqui essa semana cinematográfica, mas volto na próxima quinta com mais estreias, então abraços e até logo mais.
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
O Assassino - O Primeiro Alvo (American Assassin)
Sempre que falamos sobre filmes de espionagem que envolvam bombas roubadas e muita ação para todo lado, sabemos que a fluidez das cenas acabam dependendo quase que 100% da determinação dos protagonistas e de uma direção que se permita entregar cada ato melhor que o outro para envolver o público, e "O Assassino - Primeiro Alvo" infelizmente não consegue essa façanha, de modo que tudo acontece tão superficialmente que ficamos apenas esperando o ato seguinte com a certeza do que irá praticamente ocorrer. E sendo assim o que vemos são sim boas cenas de ação e luta, aonde os protagonistas até soam interessantes, mas nada que impressione por técnica ou pela história em si, valendo apenas mesmo a grandiosa cena no meio do mar e nada mais.
A sinopse do longa nos conta que devastado pela morte da noiva diante de seus olhos em um atentado terrorista, Mitch Rapp dedica-se incansavelmente à vingança, o que chama a atenção da CIA. Recrutado, o descontrolado rapaz é enviado para o rígido treinamento de Stan Hurley, veterano militar que prepara assassinos secretos de atuação internacional e tem sérias ressalvas à avaliação psicológica de Mitch.
A direção de Michael Cuesta até se mostrou segura dos atos e criou bons vértices, principalmente por colocar alguns ângulos mais amplos, mostrando que não usou muita computação gráfica, optando por uma realidade cênica mais abrangente, e com isso se a história fosse melhorzinha teríamos um filme mais empolgante e menos didático, de modo que tudo parece ocorrer artificialmente e sem muito sal para causar tensão e/ou nervosismo com os protagonistas. Claro que muitos espiões/agentes são frios ao extremo, mas aqui o exagero passa dos limites e tudo acaba mais cansando do que empolgando na telona
Sobre as atuações, o ponto mais bacana é ver que Dylan O'Brien melhorou bem após seu grande acidente nas gravações de "Maze Runner" e já está bem disposto para grandes filmes, tanto que aqui ele mostrou trejeitos bem mais adultos (afinal já está bem mais velho) com seu Mitch e um carisma mais neutro e interessante de ver, saindo do galã juvenil que fazia tradicionalmente, ou seja, está mais impactante para corresponder aos papéis mais forte que lhe irão entregar, e que certamente sairá melhor a cada vez, pois aqui já demonstrou algo bem mais profissional e de grande chamariz, mesmo que tenha soado um pouco antipático demais. Michael Keaton quando quer ser durão e com força cênica sabe bem os trejeitos que deve entregar, e aqui embora seu Hurley seja interessante, ele acabou pecando em ares jogados demais para que gostássemos do seu papel. Taylor Kitsch até fez bons olhares como o vilão Fantasma da trama, mas acabou aparecendo bem menos do que deveria e com isso acaba ficando falho demais para empolgar também, de modo que poderia ter batido mais em cena. Os demais personagens da trama até tentaram aparecer um pouco mais, mas a maioria é quase tão jogado quanto os protagonistas, valendo ter leves destaques com as duas mulheres da trama, Sanaa Latam como Irene, o nome forte da CIA, e Shiva Negar como Anikka, mas mais pelas suas boas cenas de luta.
Quanto ao visual da trama, gastaram demais passeando por diversos países para tentar criar uma base mais envolvente, e o resultado acabou ficando mais desgastado ainda, pois até foi trabalhado um pouco as diversas culturas que vemos atualmente botando pessoas contra pessoas, pessoas contra países, e até trabalhou-se bem alguns objetos cênicos para dar um leve enfeite para cada ato, mas nada que fosse impressionante de ver, mostrando que a equipe de arte gastou sem usar qualidade cênica, e isso infelizmente é um erro monstruoso, destaque apenas para as cenas de realidade virtual para treinamento (algo literalmente chocante!!), para as cenas da praia no início, e para os momentos de tortura (que chegam a doer na gente!). A fotografia usou o básico, colocando leves nuances, mas usando principalmente muita iluminação natural, e infelizmente nesse estilo de filme é preciso ousar um pouco mais para criar tensão, colocando tons escuros em mais cenas, botando cores quentes nas cenas de briga para causar furor no público e até mesmo sabendo dosar os atos com coisas falsas, pois senão o público acaba ficando indiferente como a produção também acaba entregando algo indiferente. Destaque mais positivo na questão técnica para os ótimos efeitos da grandiosa cena final, pois ali embora tenham usado muita computação gráfica, ficou algo realmente impressionante que nem nos filmes de catástrofes conseguiram fazer algo tão impactante.
Enfim, é um filme mediano que poderia empolgar muito mais, mas está bem longe de ser algo ruim, até agradando em algumas boas cenas de luta, apenas esperava que por ser um filme de ação/espionagem tivesse mais de ambas as coisas, e não a facilidade que tudo acaba acontecendo. Portanto, se você gosta do estilo, mas prefere filmes mais lights do que aqueles pesadões aonde parece que você sai cansado da sessão com tanta ação, esse é o seu número, senão pode deixar ele como uma boa segunda opção caso não tenha nada melhor para ver. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas hoje ainda confiro outro longa, então volto em breve com mais um texto, por enquanto fiquem com meus abraços e até logo mais.
A sinopse do longa nos conta que devastado pela morte da noiva diante de seus olhos em um atentado terrorista, Mitch Rapp dedica-se incansavelmente à vingança, o que chama a atenção da CIA. Recrutado, o descontrolado rapaz é enviado para o rígido treinamento de Stan Hurley, veterano militar que prepara assassinos secretos de atuação internacional e tem sérias ressalvas à avaliação psicológica de Mitch.
A direção de Michael Cuesta até se mostrou segura dos atos e criou bons vértices, principalmente por colocar alguns ângulos mais amplos, mostrando que não usou muita computação gráfica, optando por uma realidade cênica mais abrangente, e com isso se a história fosse melhorzinha teríamos um filme mais empolgante e menos didático, de modo que tudo parece ocorrer artificialmente e sem muito sal para causar tensão e/ou nervosismo com os protagonistas. Claro que muitos espiões/agentes são frios ao extremo, mas aqui o exagero passa dos limites e tudo acaba mais cansando do que empolgando na telona
Sobre as atuações, o ponto mais bacana é ver que Dylan O'Brien melhorou bem após seu grande acidente nas gravações de "Maze Runner" e já está bem disposto para grandes filmes, tanto que aqui ele mostrou trejeitos bem mais adultos (afinal já está bem mais velho) com seu Mitch e um carisma mais neutro e interessante de ver, saindo do galã juvenil que fazia tradicionalmente, ou seja, está mais impactante para corresponder aos papéis mais forte que lhe irão entregar, e que certamente sairá melhor a cada vez, pois aqui já demonstrou algo bem mais profissional e de grande chamariz, mesmo que tenha soado um pouco antipático demais. Michael Keaton quando quer ser durão e com força cênica sabe bem os trejeitos que deve entregar, e aqui embora seu Hurley seja interessante, ele acabou pecando em ares jogados demais para que gostássemos do seu papel. Taylor Kitsch até fez bons olhares como o vilão Fantasma da trama, mas acabou aparecendo bem menos do que deveria e com isso acaba ficando falho demais para empolgar também, de modo que poderia ter batido mais em cena. Os demais personagens da trama até tentaram aparecer um pouco mais, mas a maioria é quase tão jogado quanto os protagonistas, valendo ter leves destaques com as duas mulheres da trama, Sanaa Latam como Irene, o nome forte da CIA, e Shiva Negar como Anikka, mas mais pelas suas boas cenas de luta.
Quanto ao visual da trama, gastaram demais passeando por diversos países para tentar criar uma base mais envolvente, e o resultado acabou ficando mais desgastado ainda, pois até foi trabalhado um pouco as diversas culturas que vemos atualmente botando pessoas contra pessoas, pessoas contra países, e até trabalhou-se bem alguns objetos cênicos para dar um leve enfeite para cada ato, mas nada que fosse impressionante de ver, mostrando que a equipe de arte gastou sem usar qualidade cênica, e isso infelizmente é um erro monstruoso, destaque apenas para as cenas de realidade virtual para treinamento (algo literalmente chocante!!), para as cenas da praia no início, e para os momentos de tortura (que chegam a doer na gente!). A fotografia usou o básico, colocando leves nuances, mas usando principalmente muita iluminação natural, e infelizmente nesse estilo de filme é preciso ousar um pouco mais para criar tensão, colocando tons escuros em mais cenas, botando cores quentes nas cenas de briga para causar furor no público e até mesmo sabendo dosar os atos com coisas falsas, pois senão o público acaba ficando indiferente como a produção também acaba entregando algo indiferente. Destaque mais positivo na questão técnica para os ótimos efeitos da grandiosa cena final, pois ali embora tenham usado muita computação gráfica, ficou algo realmente impressionante que nem nos filmes de catástrofes conseguiram fazer algo tão impactante.
Enfim, é um filme mediano que poderia empolgar muito mais, mas está bem longe de ser algo ruim, até agradando em algumas boas cenas de luta, apenas esperava que por ser um filme de ação/espionagem tivesse mais de ambas as coisas, e não a facilidade que tudo acaba acontecendo. Portanto, se você gosta do estilo, mas prefere filmes mais lights do que aqueles pesadões aonde parece que você sai cansado da sessão com tanta ação, esse é o seu número, senão pode deixar ele como uma boa segunda opção caso não tenha nada melhor para ver. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas hoje ainda confiro outro longa, então volto em breve com mais um texto, por enquanto fiquem com meus abraços e até logo mais.
Mãe! (Mother!)
É interessante como alguns filmes abstratos conseguem fazer com que nossa mente exploda e fiquemos naquela dúvida incessante para saber se somente nós teremos a mesma concepção do que vimos, se gostamos realmente do que vimos, e até mesmo como um diretor consegue explorar tanta maluquice em um único filme para que no final a mística completa seja até mais simples do que poderíamos imaginar! E se tem um diretor capaz de fazer algo desse estilo e acertar a mão é Darren Aronofsky, pois praticamente todo filme seu nos permeia com algo que ficamos perplexos com o resultado final e sempre sobra discussão para todo lado, seja por adorar ou odiar suas produções, e claro que com "Mãe!" não seria diferente, já que desde os primeiros teasers, sinopses, imagens e tudo mais ninguém sequer imaginou do que se tratava a obra, tiveram inúmeros palpites (ainda não lembro de ter visto nenhum igual ao meu!) e com isso podemos dizer que a obra complexa chega atingindo um cunho maior do que se imagina, pois ao final da sessão veremos os apaixonados que chegaram a alguma conclusão e vão elogiar o filme, os confusos se entenderam algo e talvez xingue ou goste do filme, e a grande maioria que irá assistir ao longa pensando que verá um suspense de nível macabro, não entenderá nada o que passa na tela e com toda certeza irão falar mal pra todos os cantos da obra. Ou seja, algo polêmico para se discutir, que vou tentar não colocar spoilers da minha humilde opinião do que se trata a obra (quem quiser saber a minha real, mande mensagem que respondo!), mas me colocaria no segundo grupo, dos que ficaram confusos, mas que gostaram do resultado final, embora seja algo muito abstrato para meu gosto de cinema.
A sinopse nos conta que um casal vive em um imenso casarão no campo. Enquanto a jovem esposa (Jennifer Lawrence) passa os dias restaurando o lugar, afetado por um incêndio no passado, o marido mais velho (Javier Bardem) tenta desesperadamente recuperar a inspiração para voltar a escrever os poemas que o tornaram famoso. Os dias pacíficos se transformam com a chegada de uma série de visitantes que se impõem à rotina do casal e escondem suas verdadeiras intenções.
O bacana de obras complexas é que se pode imaginar qualquer coisa e chegar a vários lugares que sua mente permear, e isso é algo que ao mesmo tempo acaba sendo bonito de ver, mas também que aflora minha raiva por alguns diretores não expressarem sua opinião de seu próprio longa. Porém, felizmente aqui, embora a trama seja cheia de metáforas e abstrações malucas, Darren Aronofsky meio que implicitamente coloca sua opinião e consegue trabalhar as diversas situações de seu filme, criando claro uma bagunça completa no segundo ato que chegamos a pensar que rumo iria virar com tantos figurantes em cena, mas ao entrar no último ato, a mesma bagunça consegue ter um lirismo tão interessante que ao mesmo tempo que choca consegue revelar coisas demais, e assim sendo o filme muda completamente toda a opinião que vinha seguindo, para algo mais fechado e bem colocado. Talvez não fossem necessárias tantas cenas com câmeras na mão, fazendo alguns planos sequenciais horríveis com quebras de eixo, mas o resultado do desespero ajuda a compôr o momento de tensão da protagonista, e acaba funcionando.
Sobre as atuações, chega a ser desesperador acompanhar Jennifer Lawrence como protagonista, de modo que começa quase sem expressões marcantes, mas vai incorporando os atos/situações e posso estar errado, mas acho que a veremos novamente nas listas de indicações com o que fez aqui, pois deu seu sangue em cena com muita incorporação chamando demais a atenção em tudo o que fez. Javier Barden costuma entregar personagens mais chamativos, seja pela bizarrice ou por algo mais icônico que acaba fazendo, e aqui seu estilo até chega a chamar atenção, mas é forçado demais para conseguir atingir o ponto máximo que o personagem poderia alcançar, ficando mais estranho as expressões que faz do que tudo. Michelle Pfeifer fez o que sabe fazer melhor: ser arrogante em cena, de modo que sua personagem já entra causando em cena, e só vai aumentando a raiva que o público fica dela (ri muito do pessoal na minha frente que já queria bater nela na primeira cena dela!), de modo que acaba sendo um ótimo acerto de personagem. Ed Harris soou estranho inicialmente, mas também acaba acertando a expressividade com o andar de cena, de modo que logo com a aparição dos filhos acaba ficando muito bom. Prefiro não pontuar a atuação dos dois filhos, pois praticamente foi apenas uma cena de briga e gritaria entre Brian Gleeson e Domhnall Gleeson, com leve destaque para Domhnall por poder aparecer um pouco mais. Quanto do restante, apenas figurações com muita expressividade, mas nada que fosse chamativo em entonações.
Um fato que o diretor gosta muito de explorar em seus filmes é a cenografia ao redor de um espaço bem pequeno, e aqui embora por fora a casa pareça uma mansão imensa, são poucos e apertados os cômodos por onde a trama acontece, virando um grande acumulado de gente nas cenas finais que passam a fazer parte da cenografia também com muitos elementos cênicos para serem analisados e cada um demonstrando mais e mais toda a essência da trama, de modo que vamos vendo detalhes por onde quer que os protagonistas estejam, e certamente (como quase todo filme de Aronofsky) a trama completa funciona bem para ser analisada em grandes discussões, e só um estudo completo dos objetos cênicos já dá para criar diversas ideias sobre a trama. O filme usou muitos tons escuros para criar uma certa tensão no ar, mas também ousou trabalhar com algumas cores alegres e tons pasteis para representar alguns momentos, o que soou até estranho num certo ponto, mas que pode se refletir para esperança de algo da protagonista, mas para analisar mais a fundo isso seria necessário pontuar spoilers, então vamos parar por aqui.
Enfim, é um filme interessante, mas que foi feito somente para quem gosta do estilo longas que fazem pensar, e principalmente para aqueles que forem ao cinema com a cabeça bem aberta para isso, pois a trama vai de certo modo ofender algumas ideologias, vai trazer diversas discussões, e claro, vai confundir muita gente, de modo que como disse no início nem sei se gostei tanto da trama, mas que ao ir escrevendo aqui passei até a refletir e gostar mais de cada ponto da trama. Sei que talvez numa revisão a nota mudaria completamente, pois já chegando na sala com uma ideia formatada que tive ao final da sessão, veria um longa completamente diferente, mas como costumo dizer, o que vale é minha primeira opinião sobre qualquer trama, então deixo essa recomendação para quem for conferir, pois se você não for realmente fã desse estilo de filme, irá sair reclamando de tudo. Portanto fica a dica, e eu fico por aqui no texto, voltando amanhã com mais um texto, então abraços e até mais pessoal.
A sinopse nos conta que um casal vive em um imenso casarão no campo. Enquanto a jovem esposa (Jennifer Lawrence) passa os dias restaurando o lugar, afetado por um incêndio no passado, o marido mais velho (Javier Bardem) tenta desesperadamente recuperar a inspiração para voltar a escrever os poemas que o tornaram famoso. Os dias pacíficos se transformam com a chegada de uma série de visitantes que se impõem à rotina do casal e escondem suas verdadeiras intenções.
O bacana de obras complexas é que se pode imaginar qualquer coisa e chegar a vários lugares que sua mente permear, e isso é algo que ao mesmo tempo acaba sendo bonito de ver, mas também que aflora minha raiva por alguns diretores não expressarem sua opinião de seu próprio longa. Porém, felizmente aqui, embora a trama seja cheia de metáforas e abstrações malucas, Darren Aronofsky meio que implicitamente coloca sua opinião e consegue trabalhar as diversas situações de seu filme, criando claro uma bagunça completa no segundo ato que chegamos a pensar que rumo iria virar com tantos figurantes em cena, mas ao entrar no último ato, a mesma bagunça consegue ter um lirismo tão interessante que ao mesmo tempo que choca consegue revelar coisas demais, e assim sendo o filme muda completamente toda a opinião que vinha seguindo, para algo mais fechado e bem colocado. Talvez não fossem necessárias tantas cenas com câmeras na mão, fazendo alguns planos sequenciais horríveis com quebras de eixo, mas o resultado do desespero ajuda a compôr o momento de tensão da protagonista, e acaba funcionando.
Sobre as atuações, chega a ser desesperador acompanhar Jennifer Lawrence como protagonista, de modo que começa quase sem expressões marcantes, mas vai incorporando os atos/situações e posso estar errado, mas acho que a veremos novamente nas listas de indicações com o que fez aqui, pois deu seu sangue em cena com muita incorporação chamando demais a atenção em tudo o que fez. Javier Barden costuma entregar personagens mais chamativos, seja pela bizarrice ou por algo mais icônico que acaba fazendo, e aqui seu estilo até chega a chamar atenção, mas é forçado demais para conseguir atingir o ponto máximo que o personagem poderia alcançar, ficando mais estranho as expressões que faz do que tudo. Michelle Pfeifer fez o que sabe fazer melhor: ser arrogante em cena, de modo que sua personagem já entra causando em cena, e só vai aumentando a raiva que o público fica dela (ri muito do pessoal na minha frente que já queria bater nela na primeira cena dela!), de modo que acaba sendo um ótimo acerto de personagem. Ed Harris soou estranho inicialmente, mas também acaba acertando a expressividade com o andar de cena, de modo que logo com a aparição dos filhos acaba ficando muito bom. Prefiro não pontuar a atuação dos dois filhos, pois praticamente foi apenas uma cena de briga e gritaria entre Brian Gleeson e Domhnall Gleeson, com leve destaque para Domhnall por poder aparecer um pouco mais. Quanto do restante, apenas figurações com muita expressividade, mas nada que fosse chamativo em entonações.
Um fato que o diretor gosta muito de explorar em seus filmes é a cenografia ao redor de um espaço bem pequeno, e aqui embora por fora a casa pareça uma mansão imensa, são poucos e apertados os cômodos por onde a trama acontece, virando um grande acumulado de gente nas cenas finais que passam a fazer parte da cenografia também com muitos elementos cênicos para serem analisados e cada um demonstrando mais e mais toda a essência da trama, de modo que vamos vendo detalhes por onde quer que os protagonistas estejam, e certamente (como quase todo filme de Aronofsky) a trama completa funciona bem para ser analisada em grandes discussões, e só um estudo completo dos objetos cênicos já dá para criar diversas ideias sobre a trama. O filme usou muitos tons escuros para criar uma certa tensão no ar, mas também ousou trabalhar com algumas cores alegres e tons pasteis para representar alguns momentos, o que soou até estranho num certo ponto, mas que pode se refletir para esperança de algo da protagonista, mas para analisar mais a fundo isso seria necessário pontuar spoilers, então vamos parar por aqui.
Enfim, é um filme interessante, mas que foi feito somente para quem gosta do estilo longas que fazem pensar, e principalmente para aqueles que forem ao cinema com a cabeça bem aberta para isso, pois a trama vai de certo modo ofender algumas ideologias, vai trazer diversas discussões, e claro, vai confundir muita gente, de modo que como disse no início nem sei se gostei tanto da trama, mas que ao ir escrevendo aqui passei até a refletir e gostar mais de cada ponto da trama. Sei que talvez numa revisão a nota mudaria completamente, pois já chegando na sala com uma ideia formatada que tive ao final da sessão, veria um longa completamente diferente, mas como costumo dizer, o que vale é minha primeira opinião sobre qualquer trama, então deixo essa recomendação para quem for conferir, pois se você não for realmente fã desse estilo de filme, irá sair reclamando de tudo. Portanto fica a dica, e eu fico por aqui no texto, voltando amanhã com mais um texto, então abraços e até mais pessoal.
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
O Sequestro (Kidnap)
É raro que um filme de ação/suspense não prenda a atenção do espectador do começo ao fim, causando muita tensão e desespero no público com alguma busca incessante de algo/alguém, mas acertar a mão para que não fique repetindo cenas, nem acabe exagerado e absurdo em algo que bem poucos conseguem para que seu longa seja classificado como perfeito realmente. Infelizmente, "O Sequestro" é desses exemplares que não conseguem atingir o ápice, pois se alonga demais com tantos enfeites (cheguei a perder as contas de quantas vezes a cena do velocímetro aparece na tela), acaba tendo situações toscas em relação tanto aos vilões (as duas cenas finais é algo que nem o mais amador dos sequestradores faria e aconteceria!) quanto à protagonista com super fúria nos olhos a ponto de cometer praticamente destruir diversos carros na autopista (com possíveis mortes), mas na hora que não é ela que vai matar alguém, joga o carro para salvar a garota e quase se mata. Ou seja, continuo afirmando que o longa cria muita tensão, nos vemos desesperados torcendo para que ela consiga seu objetivo o quanto antes, mas falha demais para passar em branco os erros, e sendo assim vá ao cinema preparado para relevar muita coisa, senão a chance de odiar tudo é bem alta.
O longa nos mostra que Karla Dyson trabalha como garçonete em uma lanchonete e tem a vida voltada para a criação do filho, o pequeno Frankie. Um dia, ao atender o telefone em um parque, ela descobre que o garoto simplesmente desapareceu. Ao vê-lo sendo colocado dentro de um carro, Karla parte em se encalço em uma busca desesperada, perseguindo os sequestradores em seu próprio automóvel.
Olha, se eu ficar só enumerando erros desse longa, acho que não precisaria nem escrever meu texto e ainda daria diversas páginas, mas vamos deixar isso de lado, pois senão não teremos texto, e aqui tenho de pontuar mais os detalhes do que os erros em si, e com isso vamos começar falando pelo trabalho do diretor espanhol Luis Prieto que embora não tenha muito poder de síntese para entregar algo mais enxuto (se bem que se cortar tudo o que foi desnecessário ficaria no máximo com uns 50 minutos) conseguiu criar bem a tensão, e ousou bastante nas escolhas de ângulos para que seu filme ficasse bem dinâmico, e claro que com isso o filme prendeu bem, fez com que xingássemos em diversos momentos com as situações, e sendo assim podemos dizer que sua parte foi feita, porém poderiam ter facilmente trabalhado melhor o roteiro para que a história não fosse tão repetitiva, e claro criasse mais momentos dentro do caso, não necessitando forçar a barra, e aí sim o longa empolgaria com tanta tensão que sairíamos travados da sala.
Falar sobre as atuações é bem fácil, pois o filme é 95% somente com Halle Berry (que por acaso é também a produtora do filme!), e ela como sempre perfeita de expressões consegue criar dinâmicas com olhares expressivos, ir incorporando a situação durante todo o filme para fazer com que torcêssemos por ela, e sendo assim seu acerto embora exagerado é muito bem feito e agrada demais. Dentre os demais atores e personagens o resultado já não foi tão bom, pois acabaram soando estranhos, caricatos e principalmente falhando nas concepções completamente, de modo que Chris McGinn e Lew Temple soaram mais falsos do que corretos com o que fizeram.
Dentro do contexto cênico por se tratar de uma perseguição quase do começo ao fim, quase podemos também classificar o longa como um road-movie, afinal passeamos pelas paisagens alagadas da Louisiana, mostrando suas pistas no meio de grandes pântanos, e com isso até acaba criando uma leve identidade, porém o começo do longa teve uma cena completamente deslocada para mostrar o trabalho da protagonista, que em nada importou para a trama, sendo apenas um gasto extra para a direção de arte, antes disso tivemos uma abertura com muitas cenas de bebês também enrolando, que claro foi comprado os vídeos (pelo menos espero, senão foram mais gastos ainda para filmar) e para fechar fizeram diversas fotos still para colocar junto com os créditos, ou seja, mais cenografia usada, e assim sendo a equipe de arte precisou mostrar um pouco do seu trabalho para convencer, afinal só usaram mesmo alguns carros batendo, capotando e sendo destruídos (claro que em número muito menor que franquias imensas!!) e o resultado para isso nem foi tão grandioso. Quanto da fotografia, como a maioria das cenas se passa dentro do carro, até souberam dinamizar bem para que não ficasse exageradamente escuro, e tudo passasse uma fluidez bem colocada, de modo que acaba funcionando de forma bem real tanto de dia quanto de noite. Apenas um adendo da direção de arte, também trabalharam bem na composição da casa dos sequestradores, e talvez ali pudesse ter até mais cenas para dar o tempo de um longa realmente, causando uma grande tensão e mostrando um bom trabalho.
Enfim, é um filme que agrada o público em geral que gosta de longas de tensão e perseguições, porém como acabei citando muitos defeitos, e nem enumerei metade dos que acabei vendo, o resultado ao menos para mim ficou muito abaixo do que esperava, mesmo me deixando nervoso pela situação em si, ou seja, o longa fica bem no meio de agradar pela tensão e desagradar pelos erros, e sendo assim minha nota vai ser bem fácil de ser dada. Portanto fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, afinal o que não falta (graças aos deuses do cinema, tem vindo uma boa quantidade para o interior) são filmes para conferir, então abraços e até breve.
O longa nos mostra que Karla Dyson trabalha como garçonete em uma lanchonete e tem a vida voltada para a criação do filho, o pequeno Frankie. Um dia, ao atender o telefone em um parque, ela descobre que o garoto simplesmente desapareceu. Ao vê-lo sendo colocado dentro de um carro, Karla parte em se encalço em uma busca desesperada, perseguindo os sequestradores em seu próprio automóvel.
Olha, se eu ficar só enumerando erros desse longa, acho que não precisaria nem escrever meu texto e ainda daria diversas páginas, mas vamos deixar isso de lado, pois senão não teremos texto, e aqui tenho de pontuar mais os detalhes do que os erros em si, e com isso vamos começar falando pelo trabalho do diretor espanhol Luis Prieto que embora não tenha muito poder de síntese para entregar algo mais enxuto (se bem que se cortar tudo o que foi desnecessário ficaria no máximo com uns 50 minutos) conseguiu criar bem a tensão, e ousou bastante nas escolhas de ângulos para que seu filme ficasse bem dinâmico, e claro que com isso o filme prendeu bem, fez com que xingássemos em diversos momentos com as situações, e sendo assim podemos dizer que sua parte foi feita, porém poderiam ter facilmente trabalhado melhor o roteiro para que a história não fosse tão repetitiva, e claro criasse mais momentos dentro do caso, não necessitando forçar a barra, e aí sim o longa empolgaria com tanta tensão que sairíamos travados da sala.
Falar sobre as atuações é bem fácil, pois o filme é 95% somente com Halle Berry (que por acaso é também a produtora do filme!), e ela como sempre perfeita de expressões consegue criar dinâmicas com olhares expressivos, ir incorporando a situação durante todo o filme para fazer com que torcêssemos por ela, e sendo assim seu acerto embora exagerado é muito bem feito e agrada demais. Dentre os demais atores e personagens o resultado já não foi tão bom, pois acabaram soando estranhos, caricatos e principalmente falhando nas concepções completamente, de modo que Chris McGinn e Lew Temple soaram mais falsos do que corretos com o que fizeram.
Dentro do contexto cênico por se tratar de uma perseguição quase do começo ao fim, quase podemos também classificar o longa como um road-movie, afinal passeamos pelas paisagens alagadas da Louisiana, mostrando suas pistas no meio de grandes pântanos, e com isso até acaba criando uma leve identidade, porém o começo do longa teve uma cena completamente deslocada para mostrar o trabalho da protagonista, que em nada importou para a trama, sendo apenas um gasto extra para a direção de arte, antes disso tivemos uma abertura com muitas cenas de bebês também enrolando, que claro foi comprado os vídeos (pelo menos espero, senão foram mais gastos ainda para filmar) e para fechar fizeram diversas fotos still para colocar junto com os créditos, ou seja, mais cenografia usada, e assim sendo a equipe de arte precisou mostrar um pouco do seu trabalho para convencer, afinal só usaram mesmo alguns carros batendo, capotando e sendo destruídos (claro que em número muito menor que franquias imensas!!) e o resultado para isso nem foi tão grandioso. Quanto da fotografia, como a maioria das cenas se passa dentro do carro, até souberam dinamizar bem para que não ficasse exageradamente escuro, e tudo passasse uma fluidez bem colocada, de modo que acaba funcionando de forma bem real tanto de dia quanto de noite. Apenas um adendo da direção de arte, também trabalharam bem na composição da casa dos sequestradores, e talvez ali pudesse ter até mais cenas para dar o tempo de um longa realmente, causando uma grande tensão e mostrando um bom trabalho.
Enfim, é um filme que agrada o público em geral que gosta de longas de tensão e perseguições, porém como acabei citando muitos defeitos, e nem enumerei metade dos que acabei vendo, o resultado ao menos para mim ficou muito abaixo do que esperava, mesmo me deixando nervoso pela situação em si, ou seja, o longa fica bem no meio de agradar pela tensão e desagradar pelos erros, e sendo assim minha nota vai ser bem fácil de ser dada. Portanto fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, afinal o que não falta (graças aos deuses do cinema, tem vindo uma boa quantidade para o interior) são filmes para conferir, então abraços e até breve.
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Divórcio
Sempre gosto de começar os textos de comédias apontando o fato principal do estilo, e que é a maior obrigação de longas do gênero: fazer o público rir. Então se um filme entrega esse fator já garante 50% da nota do Coelho, e aí a partir desse ponto podemos começar a falar do restante. Digo isso, pois sempre vemos muitos longas que são classificados como comédia, mas apenas diverte o público e acaba mais enrolando o espectador do que fazendo com que ele ria e saia da sessão com prazer do que acabou de ver, e hoje posso confessar que estava com medo do que o longa nacional, "Divórcio" poderia entregar, pois o trailer parecia deveras forçado, e felizmente foi uma grata surpresa o resultado final apresentado hoje, pois o filme ficou bem característico (vemos muito do que ocorre no interior quase que diariamente, com pessoas/empresários fúteis, festas aonde quase todos se conhecem, e por aí vai entre outros exemplos), não exagera em clichês nem em cenas forçadas para o humor, fazendo com que o público se divirta e ria muito durante praticamente todo o longa, e principalmente, consegue ser uma produção grandiosa cheia de bons momentos que acaba não cansando, e mais ainda, foge bastante do tradicional novelesco das comédias nacionais! Ou seja, um pacote completo que funciona do começo ao fim, e se quiser tem bala na agulha ainda para continuações com o desfecho apresentado.
A sinopse nos conta que o casal Noeli e Júlio levava uma vida humilde, até que os dois ficam ricos depois de criar um molho de tomate que virou sucesso nacional. Com o passar dos anos os dois vão se distanciando e um incidente é a gota d'água para a separação. Enquanto vão em busca do melhor advogado para defender o patrimônio, os dois se envolvem num processo de divórcio complicado.
Estamos tão acostumados com comédias novelescas que quando surge algo diferenciado ficamos até surpresos, e aqui o roteiro de Paulo Cursino embasado no argumento do produtor LG Tubaldini Jr. é tão bem pontuado, com nuances que não ficam devendo em nada para as grandes comédias americanas, trabalhando (claro que com devidos exageros artísticos para aumentar a comicidade) muito bem trejeitos e situações do interior paulista que a cada novo ato vamos reconhecendo cada momento (e quem for da região, conhecendo também os lugares), de modo que vamos nos conectando aos personagens e até torcendo para cada um de certa forma, mas claro que como estamos em uma comédia queremos rir, então torcemos pro pior para cada lado, pois fica mais divertido ver isso. Além desse ótimo detalhamento da história, a composição foi muito bem orquestrada pelo diretor Pedro Amorim, que conseguiu ter um primeiro ato agitado, um segundo divertidíssimo, e um terceiro mais calmo para dar o fechamento coerente e tradicional, de modo que o filme fluiu e agradou mesmo que com pequenos defeitos, ou seja, mostrou que sabe fazer uma comédia com padrões altos, sem precisar recair para o estilo de novelas, com muitos personagens, e/ou esquetes cômicas para cada ator/comediante, e sendo assim seu filme diverte sozinho, e embora tenha forçado um pouco nos sotaques no início (característica mais da origem de fazendas dos protagonistas, mas que hoje nem tanto é visto pela cidade) com o andar da trama fica mais leve e coerente, pontuando na medida certa.
Outro medo muito evidente era o de ver dois atores não usuais de comédia (embora Camila venha aparecendo bastante em longas do estilo) que fizessem o público rir sem forçar, ainda mais que convenhamos Murilo Benício é daqueles atores que praticamente vemos um filme seu já sabendo as expressões que vai fazer, ou seja, tudo poderia dar errado aqui, e muito pelo contrário, pois o acerto, embora tenha leves gags exageradas como tombos desnecessários, risadas e outros detalhes que ficaram evidentes para chamar atenção, é muito bem feito por todos do elenco. Para começar Murilo Benício entregou um Júlio bobo, mas disposto a tudo, e com muita dinâmica de olhares e funcionalidades bem encaixadas para que seu personagem fosse diferenciado acabou encontrando um estilo próprio e divertido de ver, de modo que vemos muitos Júlios espalhados pelo Brasil afora, que sobem na vida e só lembram do amor após perder tudo, ou seja, funcionou bem. Camila Morgado (que é muito mais linda pessoalmente do que no vídeo!) trabalhou muito bem, empunhou armas com maestria e se aventurou para entregar uma Noeli de várias nuances, conseguindo chamar atenção sem cair do salto (ou melhor, caindo algumas vezes!) de tal maneira que é até difícil torcer para alguém em um divórcio, mas sua mira na cena final poderia estar mais acertada, pois foi perfeita no longa! Dentre os muitos coadjuvantes temos de falar com toda certeza que todos se enquadraram muito bem nos seus devidos papeis, conseguindo não atrapalhar a frente dos protagonistas e ainda adicionar muito para a produção, e desde Thelmo Fernandes com seu Milton (aquele amigo que apoia o outro, mas foge de uma confusão), passando pelos advogados completamente malucos e tradicionais de divórcios interpretados com maestria por André Mattos e Angela Dip, até chegarmos nas participações bem colocadas de Paulinho Serra, Robson Nunes e Luciana Paes, ou seja, um elenco de peso que agradou bastante.
Sobre o contexto visual, para quem é do interior tudo irá funcionar bem, e certamente irá se conectar com praticamente tudo, o que talvez não funcione nas capitais por não estarem tão acostumados com o estilo, mas certamente a produção junto com a direção de arte foi precisa nas escolhas de locações, trabalhando cada ato com muitos elementos cênicos para dar uma representatividade maior e conforme o crescente da trama ia fluindo foram mostrando mais e mais momentos bem colocados que foram bem pesquisados na região para chamar atenção, construindo um longa complexo, com muitos (e bons) efeitos especiais para que além de uma boa comédia a trama encaixasse bem no gênero de ação, e com isso o resultado acabou indo além do tradicional, mostrando bem o gasto do orçamento completamente usado na tela. Por ser um longa com muita ação e poucos momentos com cenas paradas, a fotografia foi mais ampla, sem trabalhar tons medianos, deixando sempre que a ótima luz natural da região sobressaísse e deixasse a comicidade num nível maior, de modo que até temos alguns leves momentos de conflito, mas que com o andar da fotografia acabam passando bem despercebidos.
Enfim, fui realmente preparado para reclamar de muitas coisas, pois não foi um trailer que acabou me conquistando, aparentando ser forçado do começo ao fim, mas que acabou me surpreendendo tanto, funcionando tanto na comicidade quanto na produção em si, que mais do que recomendo a trama para todos que gostem de uma boa comédia com ação, que certamente irá fazer o público rir na maior parte do tempo, e sendo assim como disse no começo, entregando com perfeição o que se exige de um longa do estilo. Portanto fica a dica para conferir a partir da próxima quinta (21/09) nos cinemas de todo o Brasil. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas já volto amanhã com o texto de mais uma pré, afinal essa semana vem bem recheada de estreias, então abraços e até logo mais.
PS: Como disse, funcionou bem a comicidade já teve metade da nota, uma produção na medida mais alguns coelhos, bom roteiro mais um coelho, boa atuação mais um, porém alguns momentos forçados fizeram com que não ficasse com a nota máxima, mas me fez rir muito, e valeu demais a diversão, ficando com essa soma de nota.
A sinopse nos conta que o casal Noeli e Júlio levava uma vida humilde, até que os dois ficam ricos depois de criar um molho de tomate que virou sucesso nacional. Com o passar dos anos os dois vão se distanciando e um incidente é a gota d'água para a separação. Enquanto vão em busca do melhor advogado para defender o patrimônio, os dois se envolvem num processo de divórcio complicado.
Estamos tão acostumados com comédias novelescas que quando surge algo diferenciado ficamos até surpresos, e aqui o roteiro de Paulo Cursino embasado no argumento do produtor LG Tubaldini Jr. é tão bem pontuado, com nuances que não ficam devendo em nada para as grandes comédias americanas, trabalhando (claro que com devidos exageros artísticos para aumentar a comicidade) muito bem trejeitos e situações do interior paulista que a cada novo ato vamos reconhecendo cada momento (e quem for da região, conhecendo também os lugares), de modo que vamos nos conectando aos personagens e até torcendo para cada um de certa forma, mas claro que como estamos em uma comédia queremos rir, então torcemos pro pior para cada lado, pois fica mais divertido ver isso. Além desse ótimo detalhamento da história, a composição foi muito bem orquestrada pelo diretor Pedro Amorim, que conseguiu ter um primeiro ato agitado, um segundo divertidíssimo, e um terceiro mais calmo para dar o fechamento coerente e tradicional, de modo que o filme fluiu e agradou mesmo que com pequenos defeitos, ou seja, mostrou que sabe fazer uma comédia com padrões altos, sem precisar recair para o estilo de novelas, com muitos personagens, e/ou esquetes cômicas para cada ator/comediante, e sendo assim seu filme diverte sozinho, e embora tenha forçado um pouco nos sotaques no início (característica mais da origem de fazendas dos protagonistas, mas que hoje nem tanto é visto pela cidade) com o andar da trama fica mais leve e coerente, pontuando na medida certa.
Outro medo muito evidente era o de ver dois atores não usuais de comédia (embora Camila venha aparecendo bastante em longas do estilo) que fizessem o público rir sem forçar, ainda mais que convenhamos Murilo Benício é daqueles atores que praticamente vemos um filme seu já sabendo as expressões que vai fazer, ou seja, tudo poderia dar errado aqui, e muito pelo contrário, pois o acerto, embora tenha leves gags exageradas como tombos desnecessários, risadas e outros detalhes que ficaram evidentes para chamar atenção, é muito bem feito por todos do elenco. Para começar Murilo Benício entregou um Júlio bobo, mas disposto a tudo, e com muita dinâmica de olhares e funcionalidades bem encaixadas para que seu personagem fosse diferenciado acabou encontrando um estilo próprio e divertido de ver, de modo que vemos muitos Júlios espalhados pelo Brasil afora, que sobem na vida e só lembram do amor após perder tudo, ou seja, funcionou bem. Camila Morgado (que é muito mais linda pessoalmente do que no vídeo!) trabalhou muito bem, empunhou armas com maestria e se aventurou para entregar uma Noeli de várias nuances, conseguindo chamar atenção sem cair do salto (ou melhor, caindo algumas vezes!) de tal maneira que é até difícil torcer para alguém em um divórcio, mas sua mira na cena final poderia estar mais acertada, pois foi perfeita no longa! Dentre os muitos coadjuvantes temos de falar com toda certeza que todos se enquadraram muito bem nos seus devidos papeis, conseguindo não atrapalhar a frente dos protagonistas e ainda adicionar muito para a produção, e desde Thelmo Fernandes com seu Milton (aquele amigo que apoia o outro, mas foge de uma confusão), passando pelos advogados completamente malucos e tradicionais de divórcios interpretados com maestria por André Mattos e Angela Dip, até chegarmos nas participações bem colocadas de Paulinho Serra, Robson Nunes e Luciana Paes, ou seja, um elenco de peso que agradou bastante.
Sobre o contexto visual, para quem é do interior tudo irá funcionar bem, e certamente irá se conectar com praticamente tudo, o que talvez não funcione nas capitais por não estarem tão acostumados com o estilo, mas certamente a produção junto com a direção de arte foi precisa nas escolhas de locações, trabalhando cada ato com muitos elementos cênicos para dar uma representatividade maior e conforme o crescente da trama ia fluindo foram mostrando mais e mais momentos bem colocados que foram bem pesquisados na região para chamar atenção, construindo um longa complexo, com muitos (e bons) efeitos especiais para que além de uma boa comédia a trama encaixasse bem no gênero de ação, e com isso o resultado acabou indo além do tradicional, mostrando bem o gasto do orçamento completamente usado na tela. Por ser um longa com muita ação e poucos momentos com cenas paradas, a fotografia foi mais ampla, sem trabalhar tons medianos, deixando sempre que a ótima luz natural da região sobressaísse e deixasse a comicidade num nível maior, de modo que até temos alguns leves momentos de conflito, mas que com o andar da fotografia acabam passando bem despercebidos.
Enfim, fui realmente preparado para reclamar de muitas coisas, pois não foi um trailer que acabou me conquistando, aparentando ser forçado do começo ao fim, mas que acabou me surpreendendo tanto, funcionando tanto na comicidade quanto na produção em si, que mais do que recomendo a trama para todos que gostem de uma boa comédia com ação, que certamente irá fazer o público rir na maior parte do tempo, e sendo assim como disse no começo, entregando com perfeição o que se exige de um longa do estilo. Portanto fica a dica para conferir a partir da próxima quinta (21/09) nos cinemas de todo o Brasil. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas já volto amanhã com o texto de mais uma pré, afinal essa semana vem bem recheada de estreias, então abraços e até logo mais.
PS: Como disse, funcionou bem a comicidade já teve metade da nota, uma produção na medida mais alguns coelhos, bom roteiro mais um coelho, boa atuação mais um, porém alguns momentos forçados fizeram com que não ficasse com a nota máxima, mas me fez rir muito, e valeu demais a diversão, ficando com essa soma de nota.
terça-feira, 19 de setembro de 2017
Amityville: O Despertar (Amityville: The Awakening)
Já vimos tantos filmes baseados na história da cidade de Amityville que quando falam de um novo filme já ficamos com três pés atrás e um saco de pedras para atirar, e quando o mesmo longa sofre tantos adiamentos então é certeza de vir fria por aí. Pois bem, se você ri com adiamentos, esse acho (não pesquisei a fundo) que foi o maior de todos, pois "Amityville: O Despertar" estava previsto para ser lançado em 27 de janeiro de 2012, ou seja, quase 6 anos atrás, e com isso muitos já nem acreditavam que realmente apareceria algo nos cinemas, mas veio, e o resultado não diria ser algo desastroso, mas está bem longe de ser algo perfeito, pois brinca com os remakes, continuações e afins, possui cenas bizarras, e até mesmo acaba criando situações estranhas com personagens estranhos (confesso que chega a ser tenso olhar para o vegetal que é o irmão gêmeo da protagonista). Ou seja, uma bagunça completa que até pega o público desprevenido em diversos momentos, assustando e arrepiando em alguns trechos, mas é tão bobo dentro da história, com tudo sendo necessário falar para acontecer (o garoto avisa do horário, avisa o que vai acontecer, avisa aonde ela deve ir, na conversa com a mãe é falado tudo, ou seja, filme quase feito com audiodescrição) que acaba até incomodando, de tal maneira que é raro eu olhar as horas no celular, e num filme de apenas 85 minutos acabei olhando 3 vezes. Sendo assim, não vou dizer que é o pior filme que já vi, pois funciona para dar umas assustadas, mas é fraco demais para entrar no hall de filmes de terror que merecem ser vistos e recomendados.
O longa nos conta que Belle se muda com seus irmãos e sua mãe, Joan, para uma nova casa. Mas, quando coisas estranhas começam a acontecer, Belle suspeita que sua mãe esteja escondendo algo importante, e logo percebe que eles estão morando na infame casa de Amityville.
Não posso dizer que sou um conhecedor do trabalho do diretor Franck Khalfoun, mas certamente seu estilo predileto é o de terror, com 5 obras já lançadas (das quais não me lembro de ter visto nenhuma!), aqui ele até ousou bastante, afinal criar uma história "do zero", apenas se baseando no que viu no longa original e em outros textos feitos, e assim conseguiu trabalhar de certa maneira com muita coerência, embora tenha entregue um filme frouxo de situações, já que mesmo utilizando dos artifícios tradicionais de terrores bem fracos (sustos grátis, escuro e câmera invertida para aparecer do nada, entre outros) não conseguiu manter a tensão necessária para prender o público na ideia do longa novo criado por ele nem a maneira clássica do original, obrigando como disse no começo que algum personagem fique o tempo inteiro nos falando o que vai acontecer, e assim enrolando o filme demais (e olha que só temos 85 minutos). Ou seja, o diretor e roteirista tentou ousar, mas acabou mais bagunçando com uma ideia maluca e abstrata demais do que colocando um filme de terror que valesse a pena mesmo ser visto.
Sobre as atuações todos sabemos bem que Jennifer Jason Leigh é uma tremenda atriz, mas aqui sua Joan parece deslocada até sabermos seu segredo, e aí sim nem dá mais muito tempo para apreciarmos, já que o filme está quase acabando, e sendo assim o resultado acaba soando estranho para alguém que costuma protagonizar tudo e aqui vira quase uma figurante. Bella Thorne transformou sua Belle em algo estranho, pois ao mesmo tempo fazendo uma teen rebelde, ela também é muito culpada do que aconteceu ali com seu irmão, ficando algo no meio do caminho sem decisão de se ia usar roupas dark ou se ia ser mais comum, além de a forma que contou o acidente acabou sendo tão tosca que logo em seguida não ficamos com dó nem dela, nem dele, ou seja, uma atriz perdida no papel. Cameron Monaghan vem estourando em "Gothan", mas aqui acabou ficando estranho demais como um paciente destruído mais da metade do longa na cama, e mais para o fim virando o vilão amaldiçoado acabou ficando bizarro, ou seja, até tentou no fim mostrar uma interpretação bem colocada, mas não conseguiu atingir quase nada. Dos demais, todos tentaram um pouco fazer algo, mas foi difícil, de modo que vale apenas dar um leve destaque para a garotinha Mckenna Grace com sua Juliet assustada na cena do armário, pois os jovens amigos são bizarros para falar algo.
Já vi filmes de terror falharem mais no conceito visual, e aqui embora simples demais na essência, a produção de Jason Blum é sempre tão precisa que o resultado em si acaba agradando, tendo uma quantidade suficiente de elementos cênicos para causar medo/susto e funcionar ao menos para que o filme tenha uma essência visual bacana de ver, e sendo assim temos uma casa mal-assombrada bem característica, afinal já vimos tantos filmes que usaram ela que já até conhecemos, mas chega a ser engraçado o tanto que chove nessa cidade, tendo raios todas as noites!!! A fotografia foi feita de modo tradicional de longas de terror, ou seja, pouquíssima iluminação para pegar o espectador desprevenido e alguns contrastes e sombras para dar o tom, e assim o acerto sempre é correto ao menos. Agora no conceito dos efeitos especiais/maquiagem poderiam ter caprichado um pouco mais, pois ficou evidente muitos defeitos técnicos (que até tentaram cortar, pois certamente o filme tinha mais tempo de duração) e assim alguns resultados soaram estranhos na telona.
Enfim, é um filme fraco demais, mas que funciona para quem gosta de tomar uns sustos, nada que vá assombrar sua mente e fazer você sair preocupado da sessão para achar seu carro no estacionamento, mas vai entreter quem gosta do estilo mais jogado de terror. Claro que quem é apaixonado por um bom terror mesmo, com nuances mais técnicas vai achar um absurdo cada momento errado da trama, e para esses garanto que passem bem longe dos cinemas, mas o restante da galera vai curtir o resultado (e falar muito dentro da sessão - ô povo que fala em filmes de terror!). Bem é isso pessoal, encerro aqui essa semana cinematográfica com as estreias que vieram para o interior, mas como a próxima vem bem recheada novamente, já começo amanhã com algumas prés, e claro os textos delas, então abraços e até breve.
O longa nos conta que Belle se muda com seus irmãos e sua mãe, Joan, para uma nova casa. Mas, quando coisas estranhas começam a acontecer, Belle suspeita que sua mãe esteja escondendo algo importante, e logo percebe que eles estão morando na infame casa de Amityville.
Não posso dizer que sou um conhecedor do trabalho do diretor Franck Khalfoun, mas certamente seu estilo predileto é o de terror, com 5 obras já lançadas (das quais não me lembro de ter visto nenhuma!), aqui ele até ousou bastante, afinal criar uma história "do zero", apenas se baseando no que viu no longa original e em outros textos feitos, e assim conseguiu trabalhar de certa maneira com muita coerência, embora tenha entregue um filme frouxo de situações, já que mesmo utilizando dos artifícios tradicionais de terrores bem fracos (sustos grátis, escuro e câmera invertida para aparecer do nada, entre outros) não conseguiu manter a tensão necessária para prender o público na ideia do longa novo criado por ele nem a maneira clássica do original, obrigando como disse no começo que algum personagem fique o tempo inteiro nos falando o que vai acontecer, e assim enrolando o filme demais (e olha que só temos 85 minutos). Ou seja, o diretor e roteirista tentou ousar, mas acabou mais bagunçando com uma ideia maluca e abstrata demais do que colocando um filme de terror que valesse a pena mesmo ser visto.
Sobre as atuações todos sabemos bem que Jennifer Jason Leigh é uma tremenda atriz, mas aqui sua Joan parece deslocada até sabermos seu segredo, e aí sim nem dá mais muito tempo para apreciarmos, já que o filme está quase acabando, e sendo assim o resultado acaba soando estranho para alguém que costuma protagonizar tudo e aqui vira quase uma figurante. Bella Thorne transformou sua Belle em algo estranho, pois ao mesmo tempo fazendo uma teen rebelde, ela também é muito culpada do que aconteceu ali com seu irmão, ficando algo no meio do caminho sem decisão de se ia usar roupas dark ou se ia ser mais comum, além de a forma que contou o acidente acabou sendo tão tosca que logo em seguida não ficamos com dó nem dela, nem dele, ou seja, uma atriz perdida no papel. Cameron Monaghan vem estourando em "Gothan", mas aqui acabou ficando estranho demais como um paciente destruído mais da metade do longa na cama, e mais para o fim virando o vilão amaldiçoado acabou ficando bizarro, ou seja, até tentou no fim mostrar uma interpretação bem colocada, mas não conseguiu atingir quase nada. Dos demais, todos tentaram um pouco fazer algo, mas foi difícil, de modo que vale apenas dar um leve destaque para a garotinha Mckenna Grace com sua Juliet assustada na cena do armário, pois os jovens amigos são bizarros para falar algo.
Já vi filmes de terror falharem mais no conceito visual, e aqui embora simples demais na essência, a produção de Jason Blum é sempre tão precisa que o resultado em si acaba agradando, tendo uma quantidade suficiente de elementos cênicos para causar medo/susto e funcionar ao menos para que o filme tenha uma essência visual bacana de ver, e sendo assim temos uma casa mal-assombrada bem característica, afinal já vimos tantos filmes que usaram ela que já até conhecemos, mas chega a ser engraçado o tanto que chove nessa cidade, tendo raios todas as noites!!! A fotografia foi feita de modo tradicional de longas de terror, ou seja, pouquíssima iluminação para pegar o espectador desprevenido e alguns contrastes e sombras para dar o tom, e assim o acerto sempre é correto ao menos. Agora no conceito dos efeitos especiais/maquiagem poderiam ter caprichado um pouco mais, pois ficou evidente muitos defeitos técnicos (que até tentaram cortar, pois certamente o filme tinha mais tempo de duração) e assim alguns resultados soaram estranhos na telona.
Enfim, é um filme fraco demais, mas que funciona para quem gosta de tomar uns sustos, nada que vá assombrar sua mente e fazer você sair preocupado da sessão para achar seu carro no estacionamento, mas vai entreter quem gosta do estilo mais jogado de terror. Claro que quem é apaixonado por um bom terror mesmo, com nuances mais técnicas vai achar um absurdo cada momento errado da trama, e para esses garanto que passem bem longe dos cinemas, mas o restante da galera vai curtir o resultado (e falar muito dentro da sessão - ô povo que fala em filmes de terror!). Bem é isso pessoal, encerro aqui essa semana cinematográfica com as estreias que vieram para o interior, mas como a próxima vem bem recheada novamente, já começo amanhã com algumas prés, e claro os textos delas, então abraços e até breve.
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
As Duas Irenes
Um dos maiores defeitos de diversos filmes (não apenas nacionais, para já ser mais efetivo) é o fato de um diretor/roteirista acreditar no potencial de um argumento e na hora de roteirizar acaba vendo que não irá conseguir dar o tamanho de um longa-metragem para exibir nos cinemas, aí o que acabam fazendo: enchendo de enfeites os diversos momentos para que acabe entregando algo ao menos satisfatório. Dito isso, a história de "As Duas Irenes" é bem bonita, trabalha bem a descoberta da sexualidade pelas garotas de 13 anos (algo talvez desnecessário na trama, mas que acabou sendo colocado para encher!), mas principalmente o mote é a descoberta da outra família do pai, de sua meia-irmã de mesmo nome, os gostos da família e talvez até desvendar o motivo do pai ter duas famílias, seja pela boa comida, pela mulher melhor, ou qualquer outro detalhe, mas isso facilmente, mesmo com muito drama acabaria resolvido em 20-30 minutos, o que seria classificado como média metragem. Ou seja, o mote do filme é interessantíssimo, e a história funciona bem com ele, mas ao enfeitar demais, deixaram para resolver tudo no último minuto, e o que fazem? Acabam o filme na resolução, falhando com tudo e quase brochando o público com o resultado, não que a atitude feita pelas garotas não seja o melhor desfecho possível, mas talvez isso como clímax seria muito melhor e teríamos muito mais cenas para acontecer, dentro do próprio mote, mas não, finalizaram, e todos foram embora da sala desanimados com o final, quiçá com as demais enrolações, ao invés de sair vibrando com mais um ótimo longa nacional que certamente poderia ser esse.
A sinopse nos conta que Irene é a filha do meio de uma família tradicional do interior, que um dia descobre que o pai tem uma filha fora do casamento, também chamada Irene e da mesma idade que ela. Revoltada com a descoberta, Irene passa a se aproximar de sua meio-irmã e da mãe dela, sem revelar sua identidade. É o início de uma cumplicidade entre elas, que passa também pela descoberta da sexualidade.
Não vou falar que a culpa seja integral do diretor e roteirista Fábio Meira em sua estreia de longas-metragens, pois isso é algo muito comum de acontecer, mas claro que poderia ter subjetivado muitos momentos, e até acelerado o ponto de clímax para que seu filme não ficasse dependente apenas das descobertas de Irene em relação ao seu corpo e suas vontades, mas sim o caos familiar tomar conta depois da grandiosa revelação, e com isso, o filme sim fluiria mais. Agora se ele achou que poderia fazer um segundo filme somente com isso, aí já foi presunção demais de capacidade, pois volto a frisar, o meio do seu filme foi no final, e ali sim muita coisa poderia ocorrer. Como bem sabemos já tivemos muitos exemplares com esse desenvolvimento do que ocorre após a descoberta de uma traição, mas com o contexto do longa, com a boa pegada de época e interior, são raríssimos, isso se tiver, e daria um excelente encerramento de mote todo o desenvolvimento a partir dali. Mas tirando esse detalhe, vemos que seu estilo de ângulos, escolhas de pontos de curva e até mesmo de condução da trama foram bem evidentes e colocam uma serenidade no olhar tanto dele, quanto do espectador, não causando estranheza nem cansando quem conferir a trama, e isso sim é um grande acerto.
Sobre as atuações temos de pontuar que tanto Priscila Bittencourt quanto Isabela Torres foram bem expressivas e colocaram a responsabilidade do longa em suas mãos com suas interpretações, de modo que uma mais ingênua, outra mais madura com relação à vida e a sexualidade, transformaram suas Irenes em algo que facilmente em uma série maior chamaria até muita atenção do público, claro que volto a frisar que gostaria de ver mais o que elas fariam após o final da trama, mas se saíram bem dentro de seus diversos momentos, não forçando a barra para aparecer nem ser o que não eram. Marco Ricca tem um estilo próprio já bem interiorano que estamos acostumados a ver, de modo que seu Tonico não sai do eixo em nenhum momento, sendo o pai amoroso de ambas as garotas, e claro se vertendo bem para contornar os momentos ausentes e claro cansados de uma família após passar o dia com a outra, e assim sendo, vemos bons trejeitos e o acerto do ator no papel. Inês Peixoto entregou uma Neuza bem simples, de bons estilos como costureira e por ser da família secundária acabou aparecendo bem menos, mas foi efetiva nos seus momentos, e talvez pudesse até ter chamado mais a atenção, mas aí a história seria outra, e devo me ater a um detalhe, de que seu momento de choro ficou estranho, pois pareceu mal-explicado dentro do contexto completo, talvez com um corte errôneo. Susana Ribeiro também não se entregou muito com sua Mirinha, mas por estar sempre em cena, trabalhou mais olhares para com as filhas e fez certas dinâmicas cênicas mais fortes, talvez pudesse ter deslanchado mais ao saber da traição, pois aí sim o seu ar nervoso que demonstrou seria posto para jogo. Dos demais, a maioria apareceu menos ainda, então melhor deixar sem falar muito, mesmo que as garotinhas tenham ido bem no que fizeram também.
Dentro do contexto cênico, em momento algum a trama nos situa em que ano ou local estamos, tentando fazer da obra algo atemporal, mas é difícil enxergar isso com tantos elementos cênicos que pontuam uma época mais antiga do Brasil e bem no interior, com cinemas de rua que eram pagos com moedas, casebres antigos e até mesmo roupas e elementos cênicos bem trabalhados na antiguidade, ou seja, o filme acaba tendo seu tempo colocado e com isso o resultado visual acaba soando bonito, mas datado. Não que isso tenha atrapalhado em algo, mas o filme mesmo contendo um tema que sempre trará diversos problemas, a situação colocada acaba sendo fechada e talvez um pouco mais de dinâmica e até mais elementos agradassem mais. Sobre a fotografia, temos quase um tom único que ficou puxado para o sépia, mas que não chegou a envelhecer a trama, dando um ar de sertão bem condizente com a produção e pontuando bem todos os momentos mais dramatizados.
Enfim, um filme que foi bem apresentado, teve bons momentos, conseguiu prender a atenção sem cansar em momento algum, mas que soou mais alongado do que poderia, sendo que teria muito mais história para contar caso desejasse, e isso acabou sendo meio que uma decepção grandiosa. Se quisessem entregar como foi feito, certamente um curta-metragem resolveria maravilhosamente, mas se quisessem se aprofundar realmente daria um longa ou quiçá um média bem feitinho. Sendo assim até posso recomendar ele, mas com ressalvas demais, pois quem não for completamente apaixonado por longas mais artísticos certamente irá se revoltar com a finalização. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até breve.
A sinopse nos conta que Irene é a filha do meio de uma família tradicional do interior, que um dia descobre que o pai tem uma filha fora do casamento, também chamada Irene e da mesma idade que ela. Revoltada com a descoberta, Irene passa a se aproximar de sua meio-irmã e da mãe dela, sem revelar sua identidade. É o início de uma cumplicidade entre elas, que passa também pela descoberta da sexualidade.
Não vou falar que a culpa seja integral do diretor e roteirista Fábio Meira em sua estreia de longas-metragens, pois isso é algo muito comum de acontecer, mas claro que poderia ter subjetivado muitos momentos, e até acelerado o ponto de clímax para que seu filme não ficasse dependente apenas das descobertas de Irene em relação ao seu corpo e suas vontades, mas sim o caos familiar tomar conta depois da grandiosa revelação, e com isso, o filme sim fluiria mais. Agora se ele achou que poderia fazer um segundo filme somente com isso, aí já foi presunção demais de capacidade, pois volto a frisar, o meio do seu filme foi no final, e ali sim muita coisa poderia ocorrer. Como bem sabemos já tivemos muitos exemplares com esse desenvolvimento do que ocorre após a descoberta de uma traição, mas com o contexto do longa, com a boa pegada de época e interior, são raríssimos, isso se tiver, e daria um excelente encerramento de mote todo o desenvolvimento a partir dali. Mas tirando esse detalhe, vemos que seu estilo de ângulos, escolhas de pontos de curva e até mesmo de condução da trama foram bem evidentes e colocam uma serenidade no olhar tanto dele, quanto do espectador, não causando estranheza nem cansando quem conferir a trama, e isso sim é um grande acerto.
Sobre as atuações temos de pontuar que tanto Priscila Bittencourt quanto Isabela Torres foram bem expressivas e colocaram a responsabilidade do longa em suas mãos com suas interpretações, de modo que uma mais ingênua, outra mais madura com relação à vida e a sexualidade, transformaram suas Irenes em algo que facilmente em uma série maior chamaria até muita atenção do público, claro que volto a frisar que gostaria de ver mais o que elas fariam após o final da trama, mas se saíram bem dentro de seus diversos momentos, não forçando a barra para aparecer nem ser o que não eram. Marco Ricca tem um estilo próprio já bem interiorano que estamos acostumados a ver, de modo que seu Tonico não sai do eixo em nenhum momento, sendo o pai amoroso de ambas as garotas, e claro se vertendo bem para contornar os momentos ausentes e claro cansados de uma família após passar o dia com a outra, e assim sendo, vemos bons trejeitos e o acerto do ator no papel. Inês Peixoto entregou uma Neuza bem simples, de bons estilos como costureira e por ser da família secundária acabou aparecendo bem menos, mas foi efetiva nos seus momentos, e talvez pudesse até ter chamado mais a atenção, mas aí a história seria outra, e devo me ater a um detalhe, de que seu momento de choro ficou estranho, pois pareceu mal-explicado dentro do contexto completo, talvez com um corte errôneo. Susana Ribeiro também não se entregou muito com sua Mirinha, mas por estar sempre em cena, trabalhou mais olhares para com as filhas e fez certas dinâmicas cênicas mais fortes, talvez pudesse ter deslanchado mais ao saber da traição, pois aí sim o seu ar nervoso que demonstrou seria posto para jogo. Dos demais, a maioria apareceu menos ainda, então melhor deixar sem falar muito, mesmo que as garotinhas tenham ido bem no que fizeram também.
Dentro do contexto cênico, em momento algum a trama nos situa em que ano ou local estamos, tentando fazer da obra algo atemporal, mas é difícil enxergar isso com tantos elementos cênicos que pontuam uma época mais antiga do Brasil e bem no interior, com cinemas de rua que eram pagos com moedas, casebres antigos e até mesmo roupas e elementos cênicos bem trabalhados na antiguidade, ou seja, o filme acaba tendo seu tempo colocado e com isso o resultado visual acaba soando bonito, mas datado. Não que isso tenha atrapalhado em algo, mas o filme mesmo contendo um tema que sempre trará diversos problemas, a situação colocada acaba sendo fechada e talvez um pouco mais de dinâmica e até mais elementos agradassem mais. Sobre a fotografia, temos quase um tom único que ficou puxado para o sépia, mas que não chegou a envelhecer a trama, dando um ar de sertão bem condizente com a produção e pontuando bem todos os momentos mais dramatizados.
Enfim, um filme que foi bem apresentado, teve bons momentos, conseguiu prender a atenção sem cansar em momento algum, mas que soou mais alongado do que poderia, sendo que teria muito mais história para contar caso desejasse, e isso acabou sendo meio que uma decepção grandiosa. Se quisessem entregar como foi feito, certamente um curta-metragem resolveria maravilhosamente, mas se quisessem se aprofundar realmente daria um longa ou quiçá um média bem feitinho. Sendo assim até posso recomendar ele, mas com ressalvas demais, pois quem não for completamente apaixonado por longas mais artísticos certamente irá se revoltar com a finalização. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até breve.
domingo, 17 de setembro de 2017
Em Defesa de Cristo (The Case For Christ)
Teve uma grande onda de filmes religiosos nos últimos anos, mas haviam dado uma parada, e eis que parece que devem voltar com corda toda pelos próximos meses, e para começar bem nada melhor do que mostrar a história biográfica de um jornalista criminal ateu que nos anos 80 resolveu investigar a ressurreição de Cristo, e com isso acabou escrevendo o livro que hoje é usado como base (além da bíblia) para diversas religiões cristãs, esse livro foi chamado "Em Defesa De Cristo", e assim como o nome do longa acabou bem desenvolvido, mas alongado e até um pouco forçado demais como acabam ocorrendo nos longas desse estilo, e embora seja feito para um público bem específico consegue agradar e funcionar como cinema de época com bons figurinos, formatado de maneira interessante e trabalhando bem a tese tanto do livro quanto do longa biográfico para agradar. Não posso dizer que foi o melhor exemplar do estilo, pois faltou o ato de arrepiar como já ocorreu em outras produções do gênero, mas funciona, e é isso o que importa quando vamos conferir uma produção na telona.
A sinopse do filme nos conta que Lee Strobel é um jornalista durão que está exatamente onde queria na sua carreira: no topo. Após ganhar um prêmio por um relatório investigativo, ele foi promovido no Chicago Tribune. Em casa, a situação é diferente. Leslie, sua esposa, começou a ter fé em Cristo, indo contra suas crenças, já que é um ateu declarado. Para salvar seu casamento, Lee utiliza sua experiência jornalística e legal para iniciar uma busca a fim de contestar as reivindicações do Cristianismo. Perseguindo a maior história da sua carreira, ele se defronta com resultados inesperados que podem mudar o que ele acreditar ser a verdade.
É interessante de ver essas obras religiosas, pois geralmente já vamos com a cabeça formada do que iremos ver, e geralmente conseguem surpreender (seja para bem ou para mal), e aqui o diretor Jon Gunn nos entrega praticamente da mesma forma que fez em "Você Acredita?" uma obra moldada para que seja agradável de acompanhar a conversão de alguém cético, e com isso colocar suas ideias no plano maior. Claro que aqui ele uniu algo que pouco estamos acostumados a ver em longas do gênero, que é o estilo de época, pois geralmente trabalham com situações mais atuais e com bandas atuais para ganhar um resultado mais expressivo, porém para retratar uma biografia a ousadia foi boa, embora tenham exagerado talvez com parcerias (não aguentava mais ver Chicago Tribune na tela, foi no mínimo umas 5x!!) e com leituras dos mesmos trechos da bíblia, mas souberam ao menos incorporar bem para que o filme fluísse agradável e contasse uma história bonita. Talvez um pouco menos de exageros entregaria um longa mais enxuto e interessante.
Vou fazer uma análise breve dos protagonistas pelos atos em si, não pelas expressividades da voz, afinal como costumo dizer, devem achar que o pessoal religioso não sabe ler nada além da bíblia, pois todos os filmes religiosos só vêm com opção dublada. E sendo assim, outro grande problema da produção que quase pôs tudo a perder foram as interpretações amplas demais dos protagonistas, que não pareciam estar no mesmo filme, de modo que Mike Vogel até trabalhou bem seu Lee, mas em diversos momentos parecia desgovernado com olhares vagando por toda a cena ao invés de apenas para uma câmera, e diversas vezes o ator fluiu pouco para que seu momento entregasse algo a mais, segurando até o ritmo da trama, mas ao final quando já acostumamos com seus trejeitos, o resultado até foi satisfatório. Erika Chistensen ficou forçada demais para com sua Leslie, não colocando expressão nos seus momentos e parecendo sempre executando apenas o que lhe era pedido, de modo que chega a dar pena de diversos momentos seus. L. Scott Caldwell apareceu pouco com sua Alfie, mas trabalhou bem os olhares e comoveu com os depoimentos de sua fé, e isso agrada nesse estilo de filme. Quanto aos demais, a maioria se saiu bem dentro dos argumentos para que o protagonista juntasse todas as suas provas.
No conceito visual a trama mostrou um bom preparo da equipe de arte, tanto para arrumar boas locações que representasse o estilo dos anos 80 (e se já é difícil em um filme normal, imagina para um longa com temática religiosa!!), colocar carros típicos muito bem escolhidos, figurinos e cabelos condizentes com a época e claro trabalhar com muitos elementos cênicos, afinal como um longa investigativo tudo teve de servir como provas, ou seja, um trabalho minucioso bem feito que acaba agradando bem, mas volto a frisar, não era necessário aparecer tanto a fachada do jornal! A fotografia não quis ousar, e como todo bom filme de época colocou um tom amarelado e foi feliz com isso, não utilizando quase nenhum contraste, mas dosando bem os momentos mais densos.
Enfim, é um filme bem feito que passa a sua mensagem, mas poderia ter feito o público se arrepiar mais com a ideia toda, e sendo assim não irá converter ninguém a nenhuma religião, portanto podendo ser assistido sem medo por todos, claro que como é de praxe nesse estilo, muita coisa acaba soando forçada para algum lado, e isso pode incomodar muita gente que entrar na sessão sem saber do que se trata (acho difícil, mas sempre ocorre!), e para quem gosta ao final do longa tem o clipe da música tema do filme cantada por Aline Barros, usando inclusive carros e cenários do longa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais um texto, então abraços e até logo mais.
A sinopse do filme nos conta que Lee Strobel é um jornalista durão que está exatamente onde queria na sua carreira: no topo. Após ganhar um prêmio por um relatório investigativo, ele foi promovido no Chicago Tribune. Em casa, a situação é diferente. Leslie, sua esposa, começou a ter fé em Cristo, indo contra suas crenças, já que é um ateu declarado. Para salvar seu casamento, Lee utiliza sua experiência jornalística e legal para iniciar uma busca a fim de contestar as reivindicações do Cristianismo. Perseguindo a maior história da sua carreira, ele se defronta com resultados inesperados que podem mudar o que ele acreditar ser a verdade.
É interessante de ver essas obras religiosas, pois geralmente já vamos com a cabeça formada do que iremos ver, e geralmente conseguem surpreender (seja para bem ou para mal), e aqui o diretor Jon Gunn nos entrega praticamente da mesma forma que fez em "Você Acredita?" uma obra moldada para que seja agradável de acompanhar a conversão de alguém cético, e com isso colocar suas ideias no plano maior. Claro que aqui ele uniu algo que pouco estamos acostumados a ver em longas do gênero, que é o estilo de época, pois geralmente trabalham com situações mais atuais e com bandas atuais para ganhar um resultado mais expressivo, porém para retratar uma biografia a ousadia foi boa, embora tenham exagerado talvez com parcerias (não aguentava mais ver Chicago Tribune na tela, foi no mínimo umas 5x!!) e com leituras dos mesmos trechos da bíblia, mas souberam ao menos incorporar bem para que o filme fluísse agradável e contasse uma história bonita. Talvez um pouco menos de exageros entregaria um longa mais enxuto e interessante.
Vou fazer uma análise breve dos protagonistas pelos atos em si, não pelas expressividades da voz, afinal como costumo dizer, devem achar que o pessoal religioso não sabe ler nada além da bíblia, pois todos os filmes religiosos só vêm com opção dublada. E sendo assim, outro grande problema da produção que quase pôs tudo a perder foram as interpretações amplas demais dos protagonistas, que não pareciam estar no mesmo filme, de modo que Mike Vogel até trabalhou bem seu Lee, mas em diversos momentos parecia desgovernado com olhares vagando por toda a cena ao invés de apenas para uma câmera, e diversas vezes o ator fluiu pouco para que seu momento entregasse algo a mais, segurando até o ritmo da trama, mas ao final quando já acostumamos com seus trejeitos, o resultado até foi satisfatório. Erika Chistensen ficou forçada demais para com sua Leslie, não colocando expressão nos seus momentos e parecendo sempre executando apenas o que lhe era pedido, de modo que chega a dar pena de diversos momentos seus. L. Scott Caldwell apareceu pouco com sua Alfie, mas trabalhou bem os olhares e comoveu com os depoimentos de sua fé, e isso agrada nesse estilo de filme. Quanto aos demais, a maioria se saiu bem dentro dos argumentos para que o protagonista juntasse todas as suas provas.
No conceito visual a trama mostrou um bom preparo da equipe de arte, tanto para arrumar boas locações que representasse o estilo dos anos 80 (e se já é difícil em um filme normal, imagina para um longa com temática religiosa!!), colocar carros típicos muito bem escolhidos, figurinos e cabelos condizentes com a época e claro trabalhar com muitos elementos cênicos, afinal como um longa investigativo tudo teve de servir como provas, ou seja, um trabalho minucioso bem feito que acaba agradando bem, mas volto a frisar, não era necessário aparecer tanto a fachada do jornal! A fotografia não quis ousar, e como todo bom filme de época colocou um tom amarelado e foi feliz com isso, não utilizando quase nenhum contraste, mas dosando bem os momentos mais densos.
Enfim, é um filme bem feito que passa a sua mensagem, mas poderia ter feito o público se arrepiar mais com a ideia toda, e sendo assim não irá converter ninguém a nenhuma religião, portanto podendo ser assistido sem medo por todos, claro que como é de praxe nesse estilo, muita coisa acaba soando forçada para algum lado, e isso pode incomodar muita gente que entrar na sessão sem saber do que se trata (acho difícil, mas sempre ocorre!), e para quem gosta ao final do longa tem o clipe da música tema do filme cantada por Aline Barros, usando inclusive carros e cenários do longa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais um texto, então abraços e até logo mais.
sábado, 16 de setembro de 2017
O Estranho Que Nós Amamos (The Beguiled)
Alguns filmes possuem uma essência tão fechada, com nuances densas que permeiam nossa mente de tal maneira que ficamos esperando demais por algo, e quando esse algo não acontece o resultado acaba indo pelo mesmo rumo, afundando e não chegando ao clímax que tanto poderia acontecer. Dito isso, "O Estranho Que Nós Amamos" é uma obra com muita força e consegue transmitir diversas sensações durante toda a projeção, mas demora demais para conseguir atingir um ápice e floreia demais algo que poderia ser bem mais duro, ou seja, há momentos para se explorar e dinamites para explodir do começo ao fim, mas sabe quando acendemos uma bombinha, jogamos ela no chão esperando estourar, e apenas apaga a chama sem barulho algum, é o mesmo sentimento. Ficando assim apenas um longa bonito, mas extremamente cansativo e que não consegue o objetivo principal que é fazer o público ou se chocar com toda a possibilidade, ou torcer logo para algum personagem, amornando o resultado completo. Vale mais pela ótima obra cênica de época e pela fotografia densa, mas a diretora mostrou que vai ser uma das principais diretoras mundiais em breve, com uma mão precisa, que só falta lapidar para derrubar o público de vez aos seus pés.
O longa nos situa nos Estados Unidos, no estado da Virginia, em 1864, três anos após o início da Guerra Civil. John McBurney é um cabo da União que, ferido em combate, é encontrado em um bosque pela jovem Amy. Ela o leva para a casa onde mora, um internato de mulheres gerenciado por Martha Farnsworth. Lá, elas decidem cuidá-lo para que, após se recuperar, seja entregue às autoridades. Só que, aos poucos, cada uma delas demonstra interesses e desejos pelo homem da casa, especialmente Edwina e Alicia.
Mesmo com os defeitos que apontei no começo, como a falta de algo mais evidente e a falta de esquentar mais a trama, afinal temos mulheres desesperadas por um homem, temos alguém maluco de guerra numa casa lotada de mulheres e temos uma tensão iminente ocorrendo, ou seja, pacote completo para que o filme exploda e isso acaba não ocorrendo, a diretora e roteirista dessa versão (já tivemos outro filme baseado no mesmo livro em 1971), Sofia Copolla, soube dosar cada momento e exigir de todos os protagonistas uma coerência dramática para que o filme fluísse direito e empolgasse com moderação, de modo que vemos toda a essência cênica completada em cada momento do filme, e a cada ato a percepção iminente de um grande atrito só vai num crescente, fazendo com que fiquemos esperando a ação e o momento certo para que tudo ocorra, aliás, a cena mais forte do trailer já fez com que o público esperasse algo pior, e infelizmente não ocorre como deveria, mesmo que a cena anterior do ato seja bem forte e marcante. Ou seja, Copolla é uma artista bem centrada e vai melhorando a cada novo filme seu, de modo que certamente em breve só ouviremos seu nome como a executora de filmes premiados.
Sobre as atuações, tivemos grandiosos momentos por parte de Nicole Kidman com sua Martha, trabalhando sempre de um modo sedutor e centrado na responsabilidade de seu internato, chamando a atenção precisa para cada ato sem pressionar nem correr com cada situação, mostrando que ainda tem muita bala na agulha para protagonizar personagens densos. Colin Farrel trabalhou o seu John como o nome do título original já diz: o sedutor, pois consegue com seu charme e lábia deixar todas da casa (o que é bem fácil, devido às circunstâncias) aos seus pés, mas talvez pudesse ter trabalhado mais para que isso não fosse tão rápido e jogado quase, de modo que não consegue atingir a perfeição de expressões que estamos acostumados a ver ele fazendo, e claro que seu melhor momento é o desespero que aí sim vemos ele detonando. Kirsten Dunst nos entregou uma Edwina durona demais, pois certamente ela se entregaria mais facilmente para o protagonista, e assim sendo pareceu uma falta de qualidade cênica da atriz para o papel, talvez algo mais aberto chamasse mais a atenção e criaria mais conflitos, mas suas cenas finais foram precisas e certeiras. Elle Fanning só aparece realmente no momento do caos com sua Alicia, pois nas demais cenas parece ser apenas mais uma ali no meio, embora desponte um pouco com seu humor forte, mas nada de muito aparente. Dentre as menores, claro que o destaque fica para Oona Laurence com sua Amy, pois a jovem atriz demonstrou carisma e agradou bastante com o que acabou fazendo, chamando até mesmo a responsabilidade para si em diversos atos, coisa que as mais velhas ficaram singelas apenas.
O conceito artístico foi impecável, com uma locação bem colocada no meio do conflito, aonde ouvimos ao longe os tiros da guerra, fumaça e neblina para todo lado dando contrastes precisos e incríveis para cada ato, roupas clássicas da época para moças de internato (e que vão ficando mais chiques conforme vão se apaixonando pelo estranho, usando até as de festa de gala para impressionar ele), objetos cênicos pontuais que vão trabalhando cada ato de modo sensato, ou seja, um resultado muito bom de pesquisa, que poderia ter sido incrível caso bem usado. A fotografia mostrou também um grande acerto com poucas luzes, mas precisando num visual artístico focado para chamar a atenção correta nos momentos certos, seja dando as nuances misturando fumaça com pouca luz solar dos bosques, seja as velas na casa para criar tensão, ou até mesmo nos momentos mais densos com quase nenhuma luz para contrastar e envolver, ou seja, um trabalho realmente perfeito.
Enfim, é um filme muito bonito e interessante de ver, que por bem pouco não foi perfeito, pois tinha tudo nas mãos para chamar a atenção e entregar com precisão algo que chocasse ao mesmo tempo que comovesse, mas mesmo com leves defeitos ainda é algo que vai fazer muitos gostarem do que verão. Ou seja, vale a conferida principalmente pela estética e pela boa direção, mas que vai fazer com que muitos cansem pelo ritmo alongado que foi entregue. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto amanhã com mais um longa que irei conferir hoje, então abraços e até logo mais.
O longa nos situa nos Estados Unidos, no estado da Virginia, em 1864, três anos após o início da Guerra Civil. John McBurney é um cabo da União que, ferido em combate, é encontrado em um bosque pela jovem Amy. Ela o leva para a casa onde mora, um internato de mulheres gerenciado por Martha Farnsworth. Lá, elas decidem cuidá-lo para que, após se recuperar, seja entregue às autoridades. Só que, aos poucos, cada uma delas demonstra interesses e desejos pelo homem da casa, especialmente Edwina e Alicia.
Mesmo com os defeitos que apontei no começo, como a falta de algo mais evidente e a falta de esquentar mais a trama, afinal temos mulheres desesperadas por um homem, temos alguém maluco de guerra numa casa lotada de mulheres e temos uma tensão iminente ocorrendo, ou seja, pacote completo para que o filme exploda e isso acaba não ocorrendo, a diretora e roteirista dessa versão (já tivemos outro filme baseado no mesmo livro em 1971), Sofia Copolla, soube dosar cada momento e exigir de todos os protagonistas uma coerência dramática para que o filme fluísse direito e empolgasse com moderação, de modo que vemos toda a essência cênica completada em cada momento do filme, e a cada ato a percepção iminente de um grande atrito só vai num crescente, fazendo com que fiquemos esperando a ação e o momento certo para que tudo ocorra, aliás, a cena mais forte do trailer já fez com que o público esperasse algo pior, e infelizmente não ocorre como deveria, mesmo que a cena anterior do ato seja bem forte e marcante. Ou seja, Copolla é uma artista bem centrada e vai melhorando a cada novo filme seu, de modo que certamente em breve só ouviremos seu nome como a executora de filmes premiados.
Sobre as atuações, tivemos grandiosos momentos por parte de Nicole Kidman com sua Martha, trabalhando sempre de um modo sedutor e centrado na responsabilidade de seu internato, chamando a atenção precisa para cada ato sem pressionar nem correr com cada situação, mostrando que ainda tem muita bala na agulha para protagonizar personagens densos. Colin Farrel trabalhou o seu John como o nome do título original já diz: o sedutor, pois consegue com seu charme e lábia deixar todas da casa (o que é bem fácil, devido às circunstâncias) aos seus pés, mas talvez pudesse ter trabalhado mais para que isso não fosse tão rápido e jogado quase, de modo que não consegue atingir a perfeição de expressões que estamos acostumados a ver ele fazendo, e claro que seu melhor momento é o desespero que aí sim vemos ele detonando. Kirsten Dunst nos entregou uma Edwina durona demais, pois certamente ela se entregaria mais facilmente para o protagonista, e assim sendo pareceu uma falta de qualidade cênica da atriz para o papel, talvez algo mais aberto chamasse mais a atenção e criaria mais conflitos, mas suas cenas finais foram precisas e certeiras. Elle Fanning só aparece realmente no momento do caos com sua Alicia, pois nas demais cenas parece ser apenas mais uma ali no meio, embora desponte um pouco com seu humor forte, mas nada de muito aparente. Dentre as menores, claro que o destaque fica para Oona Laurence com sua Amy, pois a jovem atriz demonstrou carisma e agradou bastante com o que acabou fazendo, chamando até mesmo a responsabilidade para si em diversos atos, coisa que as mais velhas ficaram singelas apenas.
O conceito artístico foi impecável, com uma locação bem colocada no meio do conflito, aonde ouvimos ao longe os tiros da guerra, fumaça e neblina para todo lado dando contrastes precisos e incríveis para cada ato, roupas clássicas da época para moças de internato (e que vão ficando mais chiques conforme vão se apaixonando pelo estranho, usando até as de festa de gala para impressionar ele), objetos cênicos pontuais que vão trabalhando cada ato de modo sensato, ou seja, um resultado muito bom de pesquisa, que poderia ter sido incrível caso bem usado. A fotografia mostrou também um grande acerto com poucas luzes, mas precisando num visual artístico focado para chamar a atenção correta nos momentos certos, seja dando as nuances misturando fumaça com pouca luz solar dos bosques, seja as velas na casa para criar tensão, ou até mesmo nos momentos mais densos com quase nenhuma luz para contrastar e envolver, ou seja, um trabalho realmente perfeito.
Enfim, é um filme muito bonito e interessante de ver, que por bem pouco não foi perfeito, pois tinha tudo nas mãos para chamar a atenção e entregar com precisão algo que chocasse ao mesmo tempo que comovesse, mas mesmo com leves defeitos ainda é algo que vai fazer muitos gostarem do que verão. Ou seja, vale a conferida principalmente pela estética e pela boa direção, mas que vai fazer com que muitos cansem pelo ritmo alongado que foi entregue. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto amanhã com mais um longa que irei conferir hoje, então abraços e até logo mais.
O Que Será de Nozes 2 em 3D (The Nut Job 2: Nutty by Nature)
Animações que envolvem animais sempre são fofas e divertidas, e em 2014 a parceria entre EUA, Canadá e Coréia do Sul acabou gastando pouco e rendendo muito com "O Que Será de Nozes", de modo que certamente geraria uma continuação, e cá estamos três anos após com algo que continua bem na sequência, sem explicar praticamente nada quem é quem no filme para quem não conferiu o anterior. Não digo que seja algo completamente necessário, pois os personagens conseguem se desenvolver sozinhos nessa trama, sem depender do que aconteceu no outro longa, mas seria bacana algumas lembranças maiores, e principalmente que o filme fosse mais divertido e envolvente para pegar uma fatia maior do público, afinal até corrigiram um pouco o erro do anterior, que era deveras infantil, agora com uma temática até mais educativa/ambiental, mas ainda está longe de ser como outros que focam em lições para as diversas idades, e junto de pegadas animadas acabam divertindo à todos que forem conferir, não somente ficando para os pequeninos. Ou seja, de modo geral agrada pela fofura dos personagens, mas poderia atingir muito mais caso quisessem, só não entendi a cena pós-crédito se seria prévia de um terceiro filme, ou alguma piada interna que não foi traduzida para a dublagem nacional.
O esquilo Max é louco por nozes e adora aprontar todas ao lado dos amigos. Mas essa turminha precisa deixar a diversão de lado quando o malvado prefeito de Oakton decide demolir o Liberty Park para construir um parque de diversões perigoso. Max e companhia então criam um plano para salvar o parque, que também é o lar dos animais.
O mais interessante na produção é observarmos que até em longas fora dos países tradicionais, quando mudam o diretor, o rumo de um filme fica completamente diferente em suas continuações, pois sem em 2014 com Peter Lepeniotis tínhamos algo mais corrido, cheio de apelações (peidos, arrotos e tudo mais), agora com Cal Brunker a trama procurou ter uma história mais desenvolvida e focada nos personagens principais, deixando que os demais apenas divertissem e fizessem sua bagunça, ou seja, um filme mais coeso. Com isso, mesmo prendendo os pequenos nas poltronas, não vemos nenhuma risada mais alta, nenhuma criança saindo empolgada da sessão e nem mesmo nós ficamos com algo muito feliz sem ser pela fofura dos personagens, de modo que a trama em si é melhor, mas faltou o que faz todos gostarem de uma animação, que é a diversão e empolgação com cenas malucas e absurdas.
Dos personagens antigos, Max (ou Surly na versão original) continua com suas trapalhadas, mas se fosse um ator em live-action diríamos que fez o filme contrariado e cansado, pois alguns de seus momentos parece estar tão apático e frio que ficamos pensando no que o esquilinho está pensando ali, e sendo assim faltou algo a mais para ele ser o divertido e maluco do primeiro longa. Andie também não foi eficaz em seus momentos, mas teve grandes sacadas nas tiradas às animações americanas aonde qualquer momento é bom para cantar, e aqui não temos quase nem músicas tocando ao redor. Os grandes momentos do filme ficaram a cargo da cachorrinha Pérola e do cachorro Frankie, que mesmo ficando em segundo plano na maior parte do filme, tiveram boas cenas divertidas e bem encaixadas. Os vilões da trama foram bem colocados também, tendo desde o prefeito desesperado por lucros (será que foi inspirado no Brasil???), a garotinha maníaca, os exterminadores de pragas, os jogadores de golfe e até mesmo num primeiro momento os ratos brancos e fofos da cidade, que mais para frente vão ser mais funcionais na trama, de modo que o líder Sr. Feng foi muito bacana de ver (e mais ainda no final que vemos Jackie Chan detonando na voz original com suas grandes expressões).
Quanto do visual tivemos boas cenas coloridas, com muitos elementos (aqui o parque de diversões usou de todo tipo de objetos em sua composição) e certamente foi algo mais sutil que desejaram atingir, pois faltou texturas nos personagens e nos elementos cênicos para agradar mais e termos algo mais "real" na trama, ou seja, por bem pouco não vemos quase uma animação desenhada melhorada. E sobre o 3D, nas três ou quatro cenas que utilizaram o recurso, foi bem empregado, principalmente nas cenas do parque de diversões com os estouros e com a montanha russa em perspectiva de primeira pessoa, mas do restante, quase nada tem profundidade ou ao menos deu forma tridimensional para os personagens.
Enfim, é um filme bacana que até agrada mais que o primeiro pelo conteúdo, mas que poderia ser imensamente melhor se aliassem mais diversão e ritmo empolgante para com os personagens secundários para que o filme ficasse agradável para todas as idades. Portanto recomendo ele mais para os pequenos até 9-10 anos, pois acima disso talvez irá mais reclamar do que gostar do que verá, ainda que o filme seja interessante visualmente. Por enquanto é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, afinal veio uma boa quantidade de estreias, então abraços e até logo mais.
O esquilo Max é louco por nozes e adora aprontar todas ao lado dos amigos. Mas essa turminha precisa deixar a diversão de lado quando o malvado prefeito de Oakton decide demolir o Liberty Park para construir um parque de diversões perigoso. Max e companhia então criam um plano para salvar o parque, que também é o lar dos animais.
O mais interessante na produção é observarmos que até em longas fora dos países tradicionais, quando mudam o diretor, o rumo de um filme fica completamente diferente em suas continuações, pois sem em 2014 com Peter Lepeniotis tínhamos algo mais corrido, cheio de apelações (peidos, arrotos e tudo mais), agora com Cal Brunker a trama procurou ter uma história mais desenvolvida e focada nos personagens principais, deixando que os demais apenas divertissem e fizessem sua bagunça, ou seja, um filme mais coeso. Com isso, mesmo prendendo os pequenos nas poltronas, não vemos nenhuma risada mais alta, nenhuma criança saindo empolgada da sessão e nem mesmo nós ficamos com algo muito feliz sem ser pela fofura dos personagens, de modo que a trama em si é melhor, mas faltou o que faz todos gostarem de uma animação, que é a diversão e empolgação com cenas malucas e absurdas.
Dos personagens antigos, Max (ou Surly na versão original) continua com suas trapalhadas, mas se fosse um ator em live-action diríamos que fez o filme contrariado e cansado, pois alguns de seus momentos parece estar tão apático e frio que ficamos pensando no que o esquilinho está pensando ali, e sendo assim faltou algo a mais para ele ser o divertido e maluco do primeiro longa. Andie também não foi eficaz em seus momentos, mas teve grandes sacadas nas tiradas às animações americanas aonde qualquer momento é bom para cantar, e aqui não temos quase nem músicas tocando ao redor. Os grandes momentos do filme ficaram a cargo da cachorrinha Pérola e do cachorro Frankie, que mesmo ficando em segundo plano na maior parte do filme, tiveram boas cenas divertidas e bem encaixadas. Os vilões da trama foram bem colocados também, tendo desde o prefeito desesperado por lucros (será que foi inspirado no Brasil???), a garotinha maníaca, os exterminadores de pragas, os jogadores de golfe e até mesmo num primeiro momento os ratos brancos e fofos da cidade, que mais para frente vão ser mais funcionais na trama, de modo que o líder Sr. Feng foi muito bacana de ver (e mais ainda no final que vemos Jackie Chan detonando na voz original com suas grandes expressões).
Quanto do visual tivemos boas cenas coloridas, com muitos elementos (aqui o parque de diversões usou de todo tipo de objetos em sua composição) e certamente foi algo mais sutil que desejaram atingir, pois faltou texturas nos personagens e nos elementos cênicos para agradar mais e termos algo mais "real" na trama, ou seja, por bem pouco não vemos quase uma animação desenhada melhorada. E sobre o 3D, nas três ou quatro cenas que utilizaram o recurso, foi bem empregado, principalmente nas cenas do parque de diversões com os estouros e com a montanha russa em perspectiva de primeira pessoa, mas do restante, quase nada tem profundidade ou ao menos deu forma tridimensional para os personagens.
Enfim, é um filme bacana que até agrada mais que o primeiro pelo conteúdo, mas que poderia ser imensamente melhor se aliassem mais diversão e ritmo empolgante para com os personagens secundários para que o filme ficasse agradável para todas as idades. Portanto recomendo ele mais para os pequenos até 9-10 anos, pois acima disso talvez irá mais reclamar do que gostar do que verá, ainda que o filme seja interessante visualmente. Por enquanto é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, afinal veio uma boa quantidade de estreias, então abraços e até logo mais.
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
Feito Na América em Imax (American Made)
É engraçado como alguns longas baseados em fatos reais conseguem ser tão malucos e bizarros que ficamos pensando como alguém fez tudo aquilo (sei que muita coisa é inventada para dar algo a mais, mas aqui se percebe o nível que as coisas eram!). Digo isso, pois quem for conferir "Feito Na América" vai achar muita coisa ali ser impossível de ocorrer, e o tom sereno de como tudo foi ocorrendo é algo pior ainda de se imaginar, pois como dito no topo do pôster, Barry Seal trabalhou ao mesmo tempo para todos, "sem enganar" ninguém, e ganhando muito de todos os lados (claro que de Pablo Escobar os números giravam na mesma velocidade de seus aviões, enquanto do lado da CIA/Casa Branca vinham em pacotes bem menores, ou seja, porque não trabalhar para todos!!) o que certamente ninguém poderia pensar em fazer nos anos 70/80, pois é bem mostrado no filme, não tínhamos celular (no máximo pagers!) e se necessitava orelhões para falar com todos, bancos eram minúsculos para guardar tanta grana, e principalmente estava rolando grandes guerras pelo mundo, ou seja, a polícia marcava em cima, mas ainda assim, esse homem maluco fez, e melhor gravou tudo em diversas fitas cassete, para que mais para frente contassem sua história (o motivo de estar gravando, embora vamos descobrir bem para frente da história e não vale aqui um spoiler, é algo que hoje ainda muito usado, mas se não foi uma ideia de gênio para ser usada, pelo menos serviu para um fazerem um bom filme). Não digo que seja o melhor filme do estilo, aliás a história dele já foi contada em um outro longa de 1991, "A Vida Por Um Fio - Entre a Lei e o Crime", mas é tão divertido ver tudo o que ele fez que acabamos curtindo bastante o que vemos na telona, e claro que embora não tenha sido filmado em Imax, a conversão para a telona foi bem encorpada e agrada principalmente nas cenas de voo.
O longa nos mostra que nos anos 1980 o piloto Barry Seal decide se arriscar ao contrabandear drogas e armas para a CIA e também para o cartel de Medellín, na Colômbia, que conta como um dos líderes o traficante Pablo Escobar. É no aeroporto de Mena, no Arkansas, que Barry encontra o lugar ideal para realizar seus negócios ilícitos, facilitados por figurões do alto escalão como o então governador Bill Clinton.
O diretor Doug Liman costumeiramente faz filmes acelerados, cheios de ação, aonde quase não vemos narrações e histórias para serem contadas, mas aqui seu longa não chega a ser lento, mas possui tudo bem orquestrado, alguns leves recortes acelerados e dinâmicos, e com o protagonismo de Cruise, ficamos até perplexos de ver o ator gordinho e sem sair socando todo mundo, ou pulando de paraquedas em abismos (claro que dispensou os dublês/pilotos e comandou seus próprios voos), e sendo assim, inicialmente essa proposta parece até ousada e calma demais, mas vamos nos divertindo com cada ato, conhecendo as maluquices que o piloto fez durante sua vida bem cheia de riscos, e ao final já estamos tão bem colocados com a proposta que o diretor e o ator vem nos entregando que acaba sendo mais uma curtição completa bem historiada e menos dinâmica com ousadias e loucuras. Ou seja, cada ato histórico foi bem trabalhado e montado para que tudo parecesse o mais verossímil possível, e assim sendo o resultado funciona tanto de forma dramática como cômica, o que é bacana e gostoso de ver. Claro que poderia ser bem mais fantasioso/ficcional e menos narrado, mas aí sairia da proposta dos vídeos gravados pelo personagem original contando sua história.
Sobre as atuações, sei que muitos odeiam Tom Cruise pela forma exagerada que entrega seus personagens, e aqui seu Barry Seal é a estampa pura desse estilo que ele tanto gosta, pois é difícil pensar que alguém fez tudo o que é mostrado, mas Tom foi certeiro em não forçar a barra, ganhando peso para se parecer com o original sem precisar de enchimentos e não apelou para algo caricato, fazendo bem diversos momentos e agradando com sintonia e muita loucura, mas certamente conhecendo seu potencial poderia ter ido além. É engraçado que aparecem tantos personagens na produção, alguns com muitos momentos, mas o filme é tanto sobre o protagonista que acabamos nem nos conectando tanto com os demais, e sendo assim é fato que Domhnall Gleeson se saiu muito bem nos seus momentos de Schafer, Sarah Wright deu um certo drama para sua Lucy sem ser marcante nem ousada, e principalmente o trio Mauricio Mejía como Pablo Escobar, Benito Martinez como James Rangel e Alejandro Edda como Jorge Ochoa trabalharam perfeitamente como os traficantes mais divertidos do planeta, de modo que não temos erro, mas também nada relativamente chamativo para ficarmos grudados em seus personagens. Mas se temos de pontuar algo extremamente negativo, isso ficou a cargo de Caleb Landry Jones com seu JB, pois de cara sabemos que ele vai ser o erro da produção, da vida de Seal, e tudo mais, e suas caras e bocas exageradas ficaram demasiadamente forçadas para tentar causar, o que acabou sendo falho demais, e por bem pouco não atrapalhou toda a produção. Outros que foram fracos demais foram os policiais, que não fizeram nada para parecer que realmente desejavam pegar o personagem principal, todos soando sonsos demais.
Dentro do contexto cênico podemos dizer com toda certeza que tentaram muito recriar a época com figurinos, locações, e principalmente com objetos, mas certamente poderia ter ficado muito melhor alguns momentos e se não precisassem tanto do artifício da coloração amarelada que é algo já tradicional demais para dar contexto visual de época. Dito isso, arrumaram carros eloquentes do momento, muitos telefones públicos incríveis com suas fichas, pager(bip) algo que nem lembrava de ser bizarro o barulho, e claro muito (mas muitoooooooo mesmo) dinheiro, de modo que nem em filmes de assaltos a banco víamos tanto dinheiro espalhado em bolsas, em caixas e por todo lado, isso sem falar nos figurinos ridículos que esses anos mantinham (destaque bizarro para JB e os outros aviadores da equipe). Já falei do artifício usado na fotografia deixando o longa amarelado demais, mas souberam dosar bem alguns tons para que o filme não ficasse monótono, e com uma boa dinâmica de contrastes, deixando divertido os momentos certos, mas também criando clima para os momentos mais densos e dramáticos, a equipe de fotografia trabalhou para que cada cena fosse grandiosa, não economizando em ângulos e nem em câmeras para colocar sempre o público mais próximo do protagonista.
Enfim, é um filme gostoso, divertido e que passa bem rápido, mas que ficou um pouco documental/biográfico demais (e mesmo sabendo que muita coisa foi inventada para dar um charme a mais na produção), quase toda hora entrando a narração do protagonista na forma quase que uma delação, as diversas pequenas quebras com letreiros representando as fitas, acabaram cansando um pouco a rotina de algo que poderia ser mostrado integralmente. Ou seja, vale a diversão com toda certeza, mas que poderia ser muito mais, portanto quem gostar desse estilo pode ir conferir que não irá se decepcionar, mas quem gosta de algo menos forçado talvez se incomode um pouco. Bem é isso pessoal, esse foi apenas o primeiro dessa semana lotada de estreias, então abraços e até breve.
O longa nos mostra que nos anos 1980 o piloto Barry Seal decide se arriscar ao contrabandear drogas e armas para a CIA e também para o cartel de Medellín, na Colômbia, que conta como um dos líderes o traficante Pablo Escobar. É no aeroporto de Mena, no Arkansas, que Barry encontra o lugar ideal para realizar seus negócios ilícitos, facilitados por figurões do alto escalão como o então governador Bill Clinton.
O diretor Doug Liman costumeiramente faz filmes acelerados, cheios de ação, aonde quase não vemos narrações e histórias para serem contadas, mas aqui seu longa não chega a ser lento, mas possui tudo bem orquestrado, alguns leves recortes acelerados e dinâmicos, e com o protagonismo de Cruise, ficamos até perplexos de ver o ator gordinho e sem sair socando todo mundo, ou pulando de paraquedas em abismos (claro que dispensou os dublês/pilotos e comandou seus próprios voos), e sendo assim, inicialmente essa proposta parece até ousada e calma demais, mas vamos nos divertindo com cada ato, conhecendo as maluquices que o piloto fez durante sua vida bem cheia de riscos, e ao final já estamos tão bem colocados com a proposta que o diretor e o ator vem nos entregando que acaba sendo mais uma curtição completa bem historiada e menos dinâmica com ousadias e loucuras. Ou seja, cada ato histórico foi bem trabalhado e montado para que tudo parecesse o mais verossímil possível, e assim sendo o resultado funciona tanto de forma dramática como cômica, o que é bacana e gostoso de ver. Claro que poderia ser bem mais fantasioso/ficcional e menos narrado, mas aí sairia da proposta dos vídeos gravados pelo personagem original contando sua história.
Sobre as atuações, sei que muitos odeiam Tom Cruise pela forma exagerada que entrega seus personagens, e aqui seu Barry Seal é a estampa pura desse estilo que ele tanto gosta, pois é difícil pensar que alguém fez tudo o que é mostrado, mas Tom foi certeiro em não forçar a barra, ganhando peso para se parecer com o original sem precisar de enchimentos e não apelou para algo caricato, fazendo bem diversos momentos e agradando com sintonia e muita loucura, mas certamente conhecendo seu potencial poderia ter ido além. É engraçado que aparecem tantos personagens na produção, alguns com muitos momentos, mas o filme é tanto sobre o protagonista que acabamos nem nos conectando tanto com os demais, e sendo assim é fato que Domhnall Gleeson se saiu muito bem nos seus momentos de Schafer, Sarah Wright deu um certo drama para sua Lucy sem ser marcante nem ousada, e principalmente o trio Mauricio Mejía como Pablo Escobar, Benito Martinez como James Rangel e Alejandro Edda como Jorge Ochoa trabalharam perfeitamente como os traficantes mais divertidos do planeta, de modo que não temos erro, mas também nada relativamente chamativo para ficarmos grudados em seus personagens. Mas se temos de pontuar algo extremamente negativo, isso ficou a cargo de Caleb Landry Jones com seu JB, pois de cara sabemos que ele vai ser o erro da produção, da vida de Seal, e tudo mais, e suas caras e bocas exageradas ficaram demasiadamente forçadas para tentar causar, o que acabou sendo falho demais, e por bem pouco não atrapalhou toda a produção. Outros que foram fracos demais foram os policiais, que não fizeram nada para parecer que realmente desejavam pegar o personagem principal, todos soando sonsos demais.
Dentro do contexto cênico podemos dizer com toda certeza que tentaram muito recriar a época com figurinos, locações, e principalmente com objetos, mas certamente poderia ter ficado muito melhor alguns momentos e se não precisassem tanto do artifício da coloração amarelada que é algo já tradicional demais para dar contexto visual de época. Dito isso, arrumaram carros eloquentes do momento, muitos telefones públicos incríveis com suas fichas, pager(bip) algo que nem lembrava de ser bizarro o barulho, e claro muito (mas muitoooooooo mesmo) dinheiro, de modo que nem em filmes de assaltos a banco víamos tanto dinheiro espalhado em bolsas, em caixas e por todo lado, isso sem falar nos figurinos ridículos que esses anos mantinham (destaque bizarro para JB e os outros aviadores da equipe). Já falei do artifício usado na fotografia deixando o longa amarelado demais, mas souberam dosar bem alguns tons para que o filme não ficasse monótono, e com uma boa dinâmica de contrastes, deixando divertido os momentos certos, mas também criando clima para os momentos mais densos e dramáticos, a equipe de fotografia trabalhou para que cada cena fosse grandiosa, não economizando em ângulos e nem em câmeras para colocar sempre o público mais próximo do protagonista.
Enfim, é um filme gostoso, divertido e que passa bem rápido, mas que ficou um pouco documental/biográfico demais (e mesmo sabendo que muita coisa foi inventada para dar um charme a mais na produção), quase toda hora entrando a narração do protagonista na forma quase que uma delação, as diversas pequenas quebras com letreiros representando as fitas, acabaram cansando um pouco a rotina de algo que poderia ser mostrado integralmente. Ou seja, vale a diversão com toda certeza, mas que poderia ser muito mais, portanto quem gostar desse estilo pode ir conferir que não irá se decepcionar, mas quem gosta de algo menos forçado talvez se incomode um pouco. Bem é isso pessoal, esse foi apenas o primeiro dessa semana lotada de estreias, então abraços e até breve.