Já vimos tantos filmes baseados na história da cidade de Amityville que quando falam de um novo filme já ficamos com três pés atrás e um saco de pedras para atirar, e quando o mesmo longa sofre tantos adiamentos então é certeza de vir fria por aí. Pois bem, se você ri com adiamentos, esse acho (não pesquisei a fundo) que foi o maior de todos, pois "Amityville: O Despertar" estava previsto para ser lançado em 27 de janeiro de 2012, ou seja, quase 6 anos atrás, e com isso muitos já nem acreditavam que realmente apareceria algo nos cinemas, mas veio, e o resultado não diria ser algo desastroso, mas está bem longe de ser algo perfeito, pois brinca com os remakes, continuações e afins, possui cenas bizarras, e até mesmo acaba criando situações estranhas com personagens estranhos (confesso que chega a ser tenso olhar para o vegetal que é o irmão gêmeo da protagonista). Ou seja, uma bagunça completa que até pega o público desprevenido em diversos momentos, assustando e arrepiando em alguns trechos, mas é tão bobo dentro da história, com tudo sendo necessário falar para acontecer (o garoto avisa do horário, avisa o que vai acontecer, avisa aonde ela deve ir, na conversa com a mãe é falado tudo, ou seja, filme quase feito com audiodescrição) que acaba até incomodando, de tal maneira que é raro eu olhar as horas no celular, e num filme de apenas 85 minutos acabei olhando 3 vezes. Sendo assim, não vou dizer que é o pior filme que já vi, pois funciona para dar umas assustadas, mas é fraco demais para entrar no hall de filmes de terror que merecem ser vistos e recomendados.
O longa nos conta que Belle se muda com seus irmãos e sua mãe, Joan, para uma nova casa. Mas, quando coisas estranhas começam a acontecer, Belle suspeita que sua mãe esteja escondendo algo importante, e logo percebe que eles estão morando na infame casa de Amityville.
Não posso dizer que sou um conhecedor do trabalho do diretor Franck Khalfoun, mas certamente seu estilo predileto é o de terror, com 5 obras já lançadas (das quais não me lembro de ter visto nenhuma!), aqui ele até ousou bastante, afinal criar uma história "do zero", apenas se baseando no que viu no longa original e em outros textos feitos, e assim conseguiu trabalhar de certa maneira com muita coerência, embora tenha entregue um filme frouxo de situações, já que mesmo utilizando dos artifícios tradicionais de terrores bem fracos (sustos grátis, escuro e câmera invertida para aparecer do nada, entre outros) não conseguiu manter a tensão necessária para prender o público na ideia do longa novo criado por ele nem a maneira clássica do original, obrigando como disse no começo que algum personagem fique o tempo inteiro nos falando o que vai acontecer, e assim enrolando o filme demais (e olha que só temos 85 minutos). Ou seja, o diretor e roteirista tentou ousar, mas acabou mais bagunçando com uma ideia maluca e abstrata demais do que colocando um filme de terror que valesse a pena mesmo ser visto.
Sobre as atuações todos sabemos bem que Jennifer Jason Leigh é uma tremenda atriz, mas aqui sua Joan parece deslocada até sabermos seu segredo, e aí sim nem dá mais muito tempo para apreciarmos, já que o filme está quase acabando, e sendo assim o resultado acaba soando estranho para alguém que costuma protagonizar tudo e aqui vira quase uma figurante. Bella Thorne transformou sua Belle em algo estranho, pois ao mesmo tempo fazendo uma teen rebelde, ela também é muito culpada do que aconteceu ali com seu irmão, ficando algo no meio do caminho sem decisão de se ia usar roupas dark ou se ia ser mais comum, além de a forma que contou o acidente acabou sendo tão tosca que logo em seguida não ficamos com dó nem dela, nem dele, ou seja, uma atriz perdida no papel. Cameron Monaghan vem estourando em "Gothan", mas aqui acabou ficando estranho demais como um paciente destruído mais da metade do longa na cama, e mais para o fim virando o vilão amaldiçoado acabou ficando bizarro, ou seja, até tentou no fim mostrar uma interpretação bem colocada, mas não conseguiu atingir quase nada. Dos demais, todos tentaram um pouco fazer algo, mas foi difícil, de modo que vale apenas dar um leve destaque para a garotinha Mckenna Grace com sua Juliet assustada na cena do armário, pois os jovens amigos são bizarros para falar algo.
Já vi filmes de terror falharem mais no conceito visual, e aqui embora simples demais na essência, a produção de Jason Blum é sempre tão precisa que o resultado em si acaba agradando, tendo uma quantidade suficiente de elementos cênicos para causar medo/susto e funcionar ao menos para que o filme tenha uma essência visual bacana de ver, e sendo assim temos uma casa mal-assombrada bem característica, afinal já vimos tantos filmes que usaram ela que já até conhecemos, mas chega a ser engraçado o tanto que chove nessa cidade, tendo raios todas as noites!!! A fotografia foi feita de modo tradicional de longas de terror, ou seja, pouquíssima iluminação para pegar o espectador desprevenido e alguns contrastes e sombras para dar o tom, e assim o acerto sempre é correto ao menos. Agora no conceito dos efeitos especiais/maquiagem poderiam ter caprichado um pouco mais, pois ficou evidente muitos defeitos técnicos (que até tentaram cortar, pois certamente o filme tinha mais tempo de duração) e assim alguns resultados soaram estranhos na telona.
Enfim, é um filme fraco demais, mas que funciona para quem gosta de tomar uns sustos, nada que vá assombrar sua mente e fazer você sair preocupado da sessão para achar seu carro no estacionamento, mas vai entreter quem gosta do estilo mais jogado de terror. Claro que quem é apaixonado por um bom terror mesmo, com nuances mais técnicas vai achar um absurdo cada momento errado da trama, e para esses garanto que passem bem longe dos cinemas, mas o restante da galera vai curtir o resultado (e falar muito dentro da sessão - ô povo que fala em filmes de terror!). Bem é isso pessoal, encerro aqui essa semana cinematográfica com as estreias que vieram para o interior, mas como a próxima vem bem recheada novamente, já começo amanhã com algumas prés, e claro os textos delas, então abraços e até breve.
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