domingo, 17 de setembro de 2017

Em Defesa de Cristo (The Case For Christ)

Teve uma grande onda de filmes religiosos nos últimos anos, mas haviam dado uma parada, e eis que parece que devem voltar com corda toda pelos próximos meses, e para começar bem nada melhor do que mostrar a história biográfica de um jornalista criminal ateu que nos anos 80 resolveu investigar a ressurreição de Cristo, e com isso acabou escrevendo o livro que hoje é usado como base (além da bíblia) para diversas religiões cristãs, esse livro foi chamado "Em Defesa De Cristo", e assim como o nome do longa acabou bem desenvolvido, mas alongado e até um pouco forçado demais como acabam ocorrendo nos longas desse estilo, e embora seja feito para um público bem específico consegue agradar e funcionar como cinema de época com bons figurinos, formatado de maneira interessante e trabalhando bem a tese tanto do livro quanto do longa biográfico para agradar. Não posso dizer que foi o melhor exemplar do estilo, pois faltou o ato de arrepiar como já ocorreu em outras produções do gênero, mas funciona, e é isso o que importa quando vamos conferir uma produção na telona.

A sinopse do filme nos conta que Lee Strobel é um jornalista durão que está exatamente onde queria na sua carreira: no topo. Após ganhar um prêmio por um relatório investigativo, ele foi promovido no Chicago Tribune. Em casa, a situação é diferente. Leslie, sua esposa, começou a ter fé em Cristo, indo contra suas crenças, já que é um ateu declarado. Para salvar seu casamento, Lee utiliza sua experiência jornalística e legal para iniciar uma busca a fim de contestar as reivindicações do Cristianismo. Perseguindo a maior história da sua carreira, ele se defronta com resultados inesperados que podem mudar o que ele acreditar ser a verdade.

É interessante de ver essas obras religiosas, pois geralmente já vamos com a cabeça formada do que iremos ver, e geralmente conseguem surpreender (seja para bem ou para mal), e aqui o diretor Jon Gunn nos entrega praticamente da mesma forma que fez em "Você Acredita?" uma obra moldada para que seja agradável de acompanhar a conversão de alguém cético, e com isso colocar suas ideias no plano maior. Claro que aqui ele uniu algo que pouco estamos acostumados a ver em longas do gênero, que é o estilo de época, pois geralmente trabalham com situações mais atuais e com bandas atuais para ganhar um resultado mais expressivo, porém para retratar uma biografia a ousadia foi boa, embora tenham exagerado talvez com parcerias (não aguentava mais ver Chicago Tribune na tela, foi no mínimo umas 5x!!) e com leituras dos mesmos trechos da bíblia, mas souberam ao menos incorporar bem para que o filme fluísse agradável e contasse uma história bonita. Talvez um pouco menos de exageros entregaria um longa mais enxuto e interessante.

Vou fazer uma análise breve dos protagonistas pelos atos em si, não pelas expressividades da voz, afinal como costumo dizer, devem achar que o pessoal religioso não sabe ler nada além da bíblia, pois todos os filmes religiosos só vêm com opção dublada. E sendo assim, outro grande problema da produção que quase pôs tudo a perder foram as interpretações amplas demais dos protagonistas, que não pareciam estar no mesmo filme, de modo que Mike Vogel até trabalhou bem seu Lee, mas em diversos momentos parecia desgovernado com olhares vagando por toda a cena ao invés de apenas para uma câmera, e diversas vezes o ator fluiu pouco para que seu momento entregasse algo a mais, segurando até o ritmo da trama, mas ao final quando já acostumamos com seus trejeitos, o resultado até  foi satisfatório. Erika Chistensen ficou forçada demais para com sua Leslie, não colocando expressão nos seus momentos e parecendo sempre executando apenas o que lhe era pedido, de modo que chega a dar pena de diversos momentos seus. L. Scott Caldwell apareceu pouco com sua Alfie, mas trabalhou bem os olhares e comoveu com os depoimentos de sua fé, e isso agrada nesse estilo de filme. Quanto aos demais, a maioria se saiu bem dentro dos argumentos para que o protagonista juntasse todas as suas provas.

No conceito visual a trama mostrou um bom preparo da equipe de arte, tanto para arrumar boas locações que representasse o estilo dos anos 80 (e se já é difícil em um filme normal, imagina para um longa com temática religiosa!!), colocar carros típicos muito bem escolhidos, figurinos e cabelos condizentes com a época e claro trabalhar com muitos elementos cênicos, afinal como um longa investigativo tudo teve de servir como provas, ou seja, um trabalho minucioso bem feito que acaba agradando bem, mas volto a frisar, não era necessário aparecer tanto a fachada do jornal! A fotografia não quis ousar, e como todo bom filme de época colocou um tom amarelado e foi feliz com isso, não utilizando quase nenhum contraste, mas dosando bem os momentos mais densos.

Enfim, é um filme bem feito que passa a sua mensagem, mas poderia ter feito o público se arrepiar mais com a ideia toda, e sendo assim não irá converter ninguém a nenhuma religião, portanto podendo ser assistido sem medo por todos, claro que como é de praxe nesse estilo, muita coisa acaba soando forçada para algum lado, e isso pode incomodar muita gente que entrar na sessão sem saber do que se trata (acho difícil, mas sempre ocorre!), e para quem gosta ao final do longa tem o clipe da música tema do filme cantada por Aline Barros, usando inclusive carros e cenários do longa. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais um texto, então abraços e até logo mais.

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