Praticamente todos sabem que na guerra pela audiência dos programas televisivos só falta matar alguém ao vivo para aparecer e ganhar o público, e já se fizeram realities de todos os estilos possíveis, então porque não criar algo diferenciado que misture "Criança Esperança" com "Jogos Mortais"? Se você é produtor de conteúdo televisivo, e possui um estilo mórbido fica a dica para conferir o longa "Esta é a Sua Morte - O Show" e analisar o que pode dar certo ou errado no seu canal!! Ao mesmo tempo que estou brincando com essa ideia, não duvido que muito em breve apareça algo realmente assim, pois a proposta estranha que o longa nos entrega é algo muito bem possível de acontecer, afinal como é dito no longa se a pessoa desejar se matar ao vivo e for de sua própria vontade, a emissora não está cometendo nenhum crime, mas claro que no Brasil, isso cairia em inúmeras leis e brechas para advogados fazerem a festa. Ou seja, é uma ideia bem válida, claro com muitas cenas de mortes exageradas e até gratuitas para um filme só (talvez pudessem ter feito algo a mais do que apenas o show, pois o filme em si de conteúdo é bem fraco!), mas tudo acaba sendo tão original que ficamos pensando realmente como nenhum outro longa e/ou programa real de TV (ao menos que me lembre!) tenha usado isso até hoje. Claro que muitos vão odiar a essência, mas o filme em si vai deixar boas lições de como aproveitar a vida, família e tudo mais, ao invés de pensar em se suicidar (mas caso vá, pelo menos ganhe algum dinheiro para os seus entes que ficarão sem você!).
O longa nos conta que as pessoas hoje se entretêm com a degradação dos outros diante das telas. Elas vibram com argumentos selvagens, lutas sangrentas e escândalos. E quando pensam que viram de tudo, o apresentador Adam Rogers ultrapassa os limites com “Esta é a sua morte”. Um reality show onde os participantes terminam com suas vidas por uma chance de ganhar dinheiro. Movido pelo desejo de chocar as pessoas e provocar mudanças sociais, ele fará tudo para conquistar a audiência. Mesmo sacrificando sua própria humanidade.
Talvez o maior problema da trama seja o diretor/ator Giancarlo Esposito entregar logo de cara os dois vértices de seu filme, e já matarmos qual será o final do longa. Pois ele até tentou algumas vertentes diferente e até poderia ter tido algumas leves osciladas como fez, trabalhando mais a personalidade/ego do protagonista, e até mesmo colocado mais sobre a vida dos desesperados do programa, mas optou por tudo ser simples e chocar apenas com algumas cenas de morte sem cortes na tela (o que fez com que seu longa ficasse com classificação 18 anos!). Ou seja, o diretor em seu segundo longa-metragem (orquestrando, pois se contar atuações tem mais de 150) trabalhou bem a ideia do roteiro, mas acabou não a desenvolvendo, o que acabou soando errado demais.
Sobre as atuações, chega a ser engraçado a divisão de cenas, pois praticamente todos os protagonistas possuem o mesmo tempo de tela, não sendo algo que vamos só ver Josh Duhamel com seu Adam Rogers fazendo suas caronas cênicas, que até mostram um pouco como alguns apresentadores passam a dominar seus programas, esquecendo que a direção/produção poderia fazer algo (coisa bem comum de vermos nos programas de auditório nacionais!), e sendo assim o resultado dele até é bem eloquente. Da mesma forma o diretor também entra em cena com seu Mason, mostrando uma grande realidade dos pais mais humildes que querem dar tudo de melhor para os filhos, mas quando a idade bate numa porta, os empregos saem pela outra da casa, e claro que como ator ele saiu muito melhor do que como diretor, trabalhando uma expressão triste, mas muito bem colocada em cena, que agrada até o fim, mesmo sabendo qual fim ele irá entregar. As mulheres da trama foram tão bem colocadas que se tivessem mais oportunidade até passariam a frente dos dois protagonistas, começando por Fanke Jensen como a diretora do canal Ilana, que claro está disposta a tudo para obter audiência, e sem pensar duas vezes a atriz também botou a cara para jogo e interpretou com força o que sempre vê nos seus diretores. Logo na sequência temos a produtora do programa Sylvia, que Caitlin FitzGerald trabalhou bem no estilo e mostrou que essa raça é daquela que não deve ser provocada, pois parece bobinha, mas dá mole para poder se safar facilmente. E claro para finalizar a irmã do apresentador que Sarah Callies trabalhou de uma maneira dócil, mas completamente maluca quando entra nas suas cenas problemáticas, de modo que acaba divergindo opiniões e agradando quando quer.
Dentro do contexto cênico, a equipe de arte trabalhou muito bem tanto para criar o visual do programa, com um auditório todo bem trabalhado (mostrando inclusive as preocupações para se montar um programa de auditório, como deve estar as câmeras e tudo mais), quanto para criar as diversas sub-histórias com muito charme e claro a preparação bem explicada do motivo das mortes, e com isso tivemos algo simples, mas muito bem feito, mostrando produção sem gastos, mas com qualidade. A fotografia brincou com luzes de diversas formas para criar tensão tanto nos espectadores do filme, quanto nos espectadores do programa, e isso é algo que poucas vezes vemos e funciona.
Enfim, é um filme que poderia ser monstruosamente melhor, pois tem uma essência violenta, porém com grandes lições para se pensar, mas que acabou focando mais em coisas subliminares que acaba não empolgando tanto quanto poderia. Está bem longe de ter ficado ruim, pois as cenas de mortes são gratuitas, mas muito bem feitas, o estilo de programa também funciona bem, mas acabaram polemizando demais com o estilo do apresentador, da produtora e da diretora, quase criando exageros de relacionamentos (o que viraria quase uma novela) que acaba apagando o resto de bom da trama. Portanto se você primeiro tem mais de 18 anos e gosta desse estilo, o filme até vai te segurar na poltrona e acabará agradando de leve, mas se você prefere algo realmente mais pesado (ou mais leve) esse não é a melhor opção para o fim de semana, pois contém falhas graves na história. Bem é isso pessoal, encerro aqui essa semana cinematográfica, mas volto na próxima quinta com mais estreias, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...