É raro que um filme de ação/suspense não prenda a atenção do espectador do começo ao fim, causando muita tensão e desespero no público com alguma busca incessante de algo/alguém, mas acertar a mão para que não fique repetindo cenas, nem acabe exagerado e absurdo em algo que bem poucos conseguem para que seu longa seja classificado como perfeito realmente. Infelizmente, "O Sequestro" é desses exemplares que não conseguem atingir o ápice, pois se alonga demais com tantos enfeites (cheguei a perder as contas de quantas vezes a cena do velocímetro aparece na tela), acaba tendo situações toscas em relação tanto aos vilões (as duas cenas finais é algo que nem o mais amador dos sequestradores faria e aconteceria!) quanto à protagonista com super fúria nos olhos a ponto de cometer praticamente destruir diversos carros na autopista (com possíveis mortes), mas na hora que não é ela que vai matar alguém, joga o carro para salvar a garota e quase se mata. Ou seja, continuo afirmando que o longa cria muita tensão, nos vemos desesperados torcendo para que ela consiga seu objetivo o quanto antes, mas falha demais para passar em branco os erros, e sendo assim vá ao cinema preparado para relevar muita coisa, senão a chance de odiar tudo é bem alta.
O longa nos mostra que Karla Dyson trabalha como garçonete em uma lanchonete e tem a vida voltada para a criação do filho, o pequeno Frankie. Um dia, ao atender o telefone em um parque, ela descobre que o garoto simplesmente desapareceu. Ao vê-lo sendo colocado dentro de um carro, Karla parte em se encalço em uma busca desesperada, perseguindo os sequestradores em seu próprio automóvel.
Olha, se eu ficar só enumerando erros desse longa, acho que não precisaria nem escrever meu texto e ainda daria diversas páginas, mas vamos deixar isso de lado, pois senão não teremos texto, e aqui tenho de pontuar mais os detalhes do que os erros em si, e com isso vamos começar falando pelo trabalho do diretor espanhol Luis Prieto que embora não tenha muito poder de síntese para entregar algo mais enxuto (se bem que se cortar tudo o que foi desnecessário ficaria no máximo com uns 50 minutos) conseguiu criar bem a tensão, e ousou bastante nas escolhas de ângulos para que seu filme ficasse bem dinâmico, e claro que com isso o filme prendeu bem, fez com que xingássemos em diversos momentos com as situações, e sendo assim podemos dizer que sua parte foi feita, porém poderiam ter facilmente trabalhado melhor o roteiro para que a história não fosse tão repetitiva, e claro criasse mais momentos dentro do caso, não necessitando forçar a barra, e aí sim o longa empolgaria com tanta tensão que sairíamos travados da sala.
Falar sobre as atuações é bem fácil, pois o filme é 95% somente com Halle Berry (que por acaso é também a produtora do filme!), e ela como sempre perfeita de expressões consegue criar dinâmicas com olhares expressivos, ir incorporando a situação durante todo o filme para fazer com que torcêssemos por ela, e sendo assim seu acerto embora exagerado é muito bem feito e agrada demais. Dentre os demais atores e personagens o resultado já não foi tão bom, pois acabaram soando estranhos, caricatos e principalmente falhando nas concepções completamente, de modo que Chris McGinn e Lew Temple soaram mais falsos do que corretos com o que fizeram.
Dentro do contexto cênico por se tratar de uma perseguição quase do começo ao fim, quase podemos também classificar o longa como um road-movie, afinal passeamos pelas paisagens alagadas da Louisiana, mostrando suas pistas no meio de grandes pântanos, e com isso até acaba criando uma leve identidade, porém o começo do longa teve uma cena completamente deslocada para mostrar o trabalho da protagonista, que em nada importou para a trama, sendo apenas um gasto extra para a direção de arte, antes disso tivemos uma abertura com muitas cenas de bebês também enrolando, que claro foi comprado os vídeos (pelo menos espero, senão foram mais gastos ainda para filmar) e para fechar fizeram diversas fotos still para colocar junto com os créditos, ou seja, mais cenografia usada, e assim sendo a equipe de arte precisou mostrar um pouco do seu trabalho para convencer, afinal só usaram mesmo alguns carros batendo, capotando e sendo destruídos (claro que em número muito menor que franquias imensas!!) e o resultado para isso nem foi tão grandioso. Quanto da fotografia, como a maioria das cenas se passa dentro do carro, até souberam dinamizar bem para que não ficasse exageradamente escuro, e tudo passasse uma fluidez bem colocada, de modo que acaba funcionando de forma bem real tanto de dia quanto de noite. Apenas um adendo da direção de arte, também trabalharam bem na composição da casa dos sequestradores, e talvez ali pudesse ter até mais cenas para dar o tempo de um longa realmente, causando uma grande tensão e mostrando um bom trabalho.
Enfim, é um filme que agrada o público em geral que gosta de longas de tensão e perseguições, porém como acabei citando muitos defeitos, e nem enumerei metade dos que acabei vendo, o resultado ao menos para mim ficou muito abaixo do que esperava, mesmo me deixando nervoso pela situação em si, ou seja, o longa fica bem no meio de agradar pela tensão e desagradar pelos erros, e sendo assim minha nota vai ser bem fácil de ser dada. Portanto fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, afinal o que não falta (graças aos deuses do cinema, tem vindo uma boa quantidade para o interior) são filmes para conferir, então abraços e até breve.
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