É engraçado que gostam de fazer reboot de tudo o que possa ser feito, mas o que fazer quando uma das histórias bíblicas mais conhecidas já não tem mais como ser contada de outra forma? Vamos olhar pelos olhos dos animais que estiveram envolvidos, simples! E assim, eis que "A Estrela de Belém" vem apresentar o nascimento de Jesus e o primeiro Natal de uma maneira bem singela, gostosa e divertida, com animais bem colocados, que sem abusar da inocência, nem da inteligência das pessoas consegue trabalhar agradando tanto os pequeninos (que acabam torcendo para alguns bichos inusitados!!) quanto os mais velhos que vão até se emocionar com alguns momentos. Ou seja, um filme que é datado, sendo sempre exibido nessa época do ano, mas que certamente muitos assistirão a trama muitas vezes com as crianças, pois ficou muito gracioso e inteligente, com uma alegria fora do comum para uma animação "bíblica".
A sinopse nos conta que um pequeno, porém bravo, asno chamado Bo, anseia por uma vida melhor. Um dia ele encontra a coragem de se libertar, e junto de seus novos amigos começa uma jornada. Agora eles seguem uma estrela e acabam se tornando heróis acidentais na maior história já contada, o primeiro Natal.
Depois de ter seu curta-metragem animado em stop-motion indicado ao Oscar, o diretor Timothy Reckart encarou um desafio e tanto com esse novo longa, pois além de mudar de estilo, ele agora encarou algo que muitos filmes já mostraram e o ar de novidade principalmente em animações é algo que conta muito. Porém felizmente o acerto em trabalhar com animais foi muito bem incorporado, e principalmente fez com que a trama funcionasse de uma maneira simples e bem feita, que não mostrou nem muita ousadia e texturas, mas também não pecou com traços falhos, e assim sendo o resultado que o diretor acabou entregando foi algo que a história em si se conta sozinha, e que acaba virando mais uma aventura dos personagens do que uma tensão bíblica como poderia ser contada, e isso já mostra um acerto de não forçar a barra para que o longa ficasse correto, mas também não debochasse de algo já tão conhecido. Ou seja, ele fez um filme animado que funcionasse para toda a família e agradasse diversas gerações sem deixar de ser sincero com a crença na história original.
Sobre os personagens é difícil não se conectar com cada um, desde burrinho carismático (quase um cachorro de tão fofo) Bo, passando pelo pombo Davi com suas loucuras, a ovelha Ruth e sua dinâmica agitada e os camelos Deborah, Ciro e Felix cada um com um trejeito e estilo diferenciado, e até mesmo os "vilões" da trama, os cachorros conseguem ser bem colocados, divertindo de uma maneira icônica. Quanto os personagens humanos, todos foram bem trabalhados com estilo próprio e tiveram características simples, para que a história se mantivesse fiel, colocando muita humanidade e destreza na forma de condução para com Maria e José, além de todos outros personagens que já ouvimos tanto falar. Quanto ao desenho deles, tivemos texturas mais retas, mas ainda assim conseguiram agradar visualmente, e claro que a dublagem ficou bem bacana, senão esse Coelho aqui já estaria reclamando muito, funcionando tanto as piadas, quanto a simbologia do ato natalino em si.
Como já falei das texturas, o que posso dizer do conteúdo visual é que a trama trabalhou bem as cores de cada personagem para que cada um pudesse ter o destaque em camadas, e assim o público mais jovem pudesse se conectar com eles, funcionando bem de forma agradável e sem muitos exageros cênicos, ou seja, simples e eficaz.
Uma coisa que talvez mudaria, foi a forma musical da trama, que mesmo contando com muitas músicas novas e bem colocadas, as quais você pode ouvir aqui, acaba entrando em momentos espaçados, quase que forçando o público a ouvir elas, e não se integrando a trama, mas isso é algo particular que talvez na versão original tenha funcionado com legendas, mas só saberemos o dia que vermos legendado, o que não deve ocorrer tão cedo. Não digo que tenha ficado algo ruim, só não ficou perfeito como poderia.
Enfim, é uma animação muito gostosa e bonita que recomendo para todos. Felizmente não inventaram de trazer ela em 3D, pois aparentemente não temos nada que pudesse ser destacado de tela, e com isso seria apenas gasto de dinheiro em vão para o público, mas o que vale aqui é a essência e a bela mensagem que a trama conseguiu passar dentro da história completa, além da mensagem tradicional do Natal. Portanto fica a dica para levar os pequeninos, e também para os adultos curtirem uma nova versão do nascimento de Jesus. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje já meio que adiantado, afinal esse foi apenas pré-estreia da próxima semana, mas na quinta volto com mais filmes, então abraços e até lá.
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