O estilo comédia familiar é algo que muitos gostam de conferir, pois mesmo que não faça você se mijar de rir, acaba sempre soando divertido e passando algumas boas lições de moral, e claro que se tiver uma boa dose de comicidade, o resultado acaba indo melhor ainda, pois acaba entretendo com boas situações também. É fácil falar que "Pai Em Dose Dupla 2" supera e muito o longa de 2016, pois quem quiser ler o texto, na época de apenas 3 coelhinhos para ele, e recomendei ver somente se passasse numa sessão da tarde de tão fraco que foi, mas felizmente além de superar, aqui a história soou mais convincente e bacana de ver, pois como bem conhecemos, muitos pais e filhos acabam fazendo coisas e mais coisas para aparecer e com isso o relacionamento acaba se desenvolvendo de forma estranha, e aqui ao trabalhar todo esse mote familiar, sem ficar jogado como foi no primeiro filme, acabamos tendo um resultado bacana e até gostoso de acompanhar. Claro que tivemos também muitos absurdos jogados de forma inútil na tela, e a maioria já até apareceu no trailer (será que acham que isso chamaria público? Pela quantidade de gente na pré-estreia paga hoje, acredito que sim!), mas diferente do que ocorreu no primeiro filme aonde isso só incomodava sem dar sentido à história, aqui ao menos funcionou para o rumo que desejavam tomar. Ou seja, com um ar leve e gostoso, bem no clima natalino que já sentimos ao chegar no shopping todo decorado para as vendas de fim de ano, a trama não vai ser um desastre completo e até vai divertir quem for esperando ver isso, e sendo assim, faz valer a sessão.
A sinopse nos conta que Brad e Dusty alcançaram o status impossível - amizade e co-parentabilidade. Tudo está indo bem até a chegada de Kurt, o pai machista de Dusty, e Don, o pai ultra-sensível de Brad, que chegam a tempo para o Natal. Oposto ao seu estilo progressivo de parentabilidade, Kurt promete tocar fogo na rotina desta família. À medida que as diferenças começam a aparecer, Brad e Dusty precisam trabalhar juntos para sobreviver ao Natal da família e provar que o estilo de pais modernos funciona.
É interessante ver quando um diretor evolui, pois se analisarmos suas obras anteriores, vamos vendo que ele pegou uma filme que fez grande sucesso e acabou estragando ("Quero Matar Meu Chefe 2"), depois fez o fraquíssimo primeiro "Pai Em Dose Dupla", e agora conseguiu enfim colocar situações boas que já havia colocado em outros roteiros seus (por exemplo, "A Ressaca", "Os Pinguins do Papai" e até mesmo em "Família do Bagulho"), e usando um pouco da boa essência de cada um desses filmes que citei, ele acabou criando algo simples, bem familiar sem apelos exagerados, e que consegue trabalhar as situações, não deixando apenas gags cômicas soltas para rirmos, irmos para outro lugar, e ficar algo perdido. Ou seja, ainda está anos luz de ser um diretor/roteirista que vamos desejar ver um filme seu, que vamos recomendar para todos irem rolar de tanto rir, mas que já conseguiu criar uma trama divertida ao menos, e soube dosar as aberrações para que seu filme não estragasse.
Sei que muitos vão discordar, mas não consigo ver muita graça nos protagonistas, pois mesmo Will Ferrell sendo comediante, parece que suas piadas são sempre as mesmas, e seu rosto fica esperando a piada, mas aqui esse seu estilo casa muito bem com a personalidade de Brad, e as situações bobas e bizarras que acaba se envolvendo resultam sempre em algo que já vamos esperando ocorrer, ou seja, um acerto considerável. Agora se no primeiro filme Mark Wahlberg mesmo se fazendo de machão ficou mais bem colocado com seu Dusty, aqui seu personagem aparenta ter entrado num clima bem abaixo do que esperamos ver ele fazendo, o que acaba ficando estranho, pois sabemos do seu potencial e ele vai colocando tanta serenidade no personagem que não condiz com o que é entregue, ou seja, algo bizarro de ver. Agora com certeza o alívio bem tramado, embora aparente não estar no mesmo filme, ficou a cargo de Mel Gibson como Kurt, que mesmo sendo um galanteador fica sempre rindo demais, parecendo estar abobado com algo, o que soa divertido, mas também um pouco perdido, talvez faltando determinar mais sua ação, pois a conexão histórica foi muito bem explicada, e sem dúvida alguma é a parte mais divertida da trama, ou seja, foi um bom acerto de inclusão, mas poderia ser ainda melhor. O mesmo podemos falar de John Lithgow, que incorporou bem seu personagem totalmente bobo Don, e conseguiu ir colocando a comicidade sempre em suas cenas, quase sendo um stand up de vida ambulante, o que para alguns vai ser bacana, mas para a maioria enjoa na terceira cena que faz a mesma situação, ou seja, também falha mais do que acerta. Quanto dos demais, temos boas cenas com a criançada, que dá mais boas lições do que os adultos, mostrando bebedeira infantil, primeiro amor, bullying e por aí vai, mas também temos de dar destaque para agora participando do filme inteiro, a modelo brasileira Alessandra Ambrosio, que no primeiro filme apenas surgiu na última cena, e aqui fez de sua Karen alguém fútil, mas interessante de se observar. Temos também um leve destaque para a participação de John Cena como Roger, e o fechamento com um personagem real marcante nos EUA, mas que aqui soou mais como piada pronta.
Dentro do conceito visual, a trama foi bem certeira em não ficar nas duas casas, indo para um resort de neve, com uma cabana tão incrementada que nem que quisessem arrumar um lugar mais chique não caberia tão bem na trama, tendo tudo para poder desenvolver bem a trama só no casarão, mas ainda tiveram rápidas passagens por um presépio vivo, uma montanha de esqui, uma pista de boliche (as melhores cenas cômicas do filme ocorrem aqui!!) e claro para complementar um cinema aonde temos várias lições bem colocadas, que agradam demais, aonde ocorrem as cenas dramáticas de fechamento bem colocadas, ou seja, a equipe de arte trabalhou bastante para que o filme ficasse bem condizente, e acabou acertando mais do que errando. A fotografia brincou bastante com o branco da neve, e deixou tons pasteis demais na concepção total da trama, o que diminuiu bem a comicidade que o longa poderia atingir, mas nada que fosse impressionante ao ponto de destruir tudo.
Enfim, é um filme bem feito e divertido, que não posso dizer ser a melhor coisa que já vi na vida, mas também foi algo bem mais satisfatório para curtir no fim de semana. Claro que não vou falar para todos saírem desesperados para conferir a trama, pois é algo bem de gosto que alguns vão gostar e outros odiar, pois acaba sendo algo mais singelo e familiar do que um filme de comédia realmente. Portanto se você gosta desse estilo mais leve, vá nas pré-estreias ou aguarde até o dia 23 quando o longa estreia realmente, e esse Coelho que vos digita fica por aqui até a próxima quarta quando estreia mais um grande blockbuster do ano, então abraços e até lá.
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