Embora a trama do filme "De Encontro Com a Vida" possa ser bem singela, a condução narrativa do filme alemão é tão bem feita que acabamos nos envolvendo com os personagens, nos emocionando claro com o final (afinal toda boa comédia dramática romantizada tem de ter um fechamento que emocione o público) e com o devido carisma de perseverança do personagem principal (que é baseado em fatos reais, ou seja, existiu um maluco como ele!) acabamos vendo que sempre reclamamos de barriga cheia, enquanto muitos estão dando seu máximo para conseguir o que querem, e aqui tudo ficou incrível de ver realmente.
O filme nos conta que Saliya ficou parcialmente cego quando adolescente. Apesar disso, não desistiu do seu sonho de trabalhar em um hotel de luxo. Sem contar a ninguém que mal vê, o rapaz consegue um estágio no hotel mais conceituado de Munique. No entanto, quando Saliya se apaixona por Laura, seu plano, cuidadosamente elaborado, começa a desmoronar.
Não lembro de ter visto nenhum outro filme do diretor Marc Rothermund, mas depois de ver a forma singela que conseguiu capturar uma trama que possivelmente muitos colocariam como um drama de superação, e aqui ele quase transformou numa comédia mais crua, certamente irei procurar ver outros longas dele. E digo isso sabendo que conseguir passar nos diversos testes de aptidão dentro de um hotel classe normal já é algo dificílimo, imagina em um hotel de luxo, aonde a pessoa precisa passar por diversos setores, nada fácil de imaginar, então incremente a ideia de não enxergar praticamente nada!! Ou seja, algo completamente maluco, que a história baseada num senhor hoje que realmente chama Saliya, que não tem o ar galanteador do protagonista, e que foi contado brilhantemente com muita doçura, mas também impacto nas cenas que precisaram mostrar a realidade que acaba acontecendo com quem mente muito. Diria que o diretor até dosou pouco o romance do jovem com a garota que nem está no poster, mas até que a essência romantizada da família ficou interessante de ver.
Quanto das atuações temos de pontuar que Kostja Ullmann foi tão bem encaixado no papel de Sali, tendo boas dinâmicas com o amigo de toda hora Max (brilhantemente interpretado por Jacob Matschenz), trabalhou bem as cenas românticas com um sorriso incrível junto de Laura (que Anna Maria Mühe poderia ter feito mais agradável!), teve uma conexão carinhosa com Hamid (muito bem colocado por Kida Khodr Ramadan) para que ele conseguisse seu objetivo e sendo assim o resultado completo do garoto só não foi melhor por algumas cenas ele ter abusado de trejeitos e exagerado em algumas cenas parecendo até estar enxergando mais do que poderia, ou seja, ficou um pouco falso nesse quesito. Quanto dos demais personagens, só temos de falar do estilo forte e exigente que Johann von Bülow deu para seu Kleinshmidt, que acabou sendo certeiro para que o filme tivesse toda a dramaticidade necessária.
A locação escolhida também foi de um luxo ímpar, agradando demais para que todos conhecessem os bastidores de um hotel de luxo, e ainda tivesse todos os obstáculos e objetos cênicos para que víssemos o sofrimento do personagem principal, e com essa forma visceral da equipe de arte, que claro escolheu bem o hotel para não necessitar criar praticamente nada, o resultado ficou incrível. A fotografia brincou bastante com borrões para nos mostrar a visão do protagonista, mas poderiam ter exagerado menos nessas cenas, pois já no começo sabemos como ele enxerga, não precisando frisar isso a todo momento.
Enfim, é um filme doce, mas bem impactante, que acerta na condução do personagem e mostra que com muita garra, um problema pode ser apenas um obstáculo a ser superado, e com isso a mensagem acaba sendo maravilhosa. Recomendo que todos vejam para enxergar essa mensagem, se divertir com as situações, e também se emocionar com a superação que foi essa história real. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas logo em seguida posto a sobre o outro filme visto hoje na Mostra Internacional, então abraços e até breve.
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