Muitos não sabem, mas a minha franquia predileta de filmes é "Jogos Mortais" (me julguem a vontade!), e mesmo que muitos apontem diversas falhas na maioria dos filmes, sempre acho algo positivo em todos, além claro da perfeição que é o primeiro longa da franquia lá de 2005!! E quando saiu a notícia de que estavam fazendo um novo filme (contrariando o título nacional do último filme - "O Final") vibrei demais criando a cada novo trailer e nova notícia sobre a trama de "Jigsaw" uma expectativa imensa, ou seja, fazendo exatamente o que recomendo que todos não façam com seus filmes favoritos. Mas convenhamos, esperamos muito por uma continuação decente para mostrar que o último filme não foi o último realmente. Dito isso, vamos falar somente desse novo longa, que como sempre digo, com muita expectativa, sempre será difícil fazer com que nos apaixonemos por melhor que seja o resultado, ou seja, o filme é bem interessante, consegue manter a essência tradicional da franquia, tem uma montagem precisa para confundir quem não conhece o estilo, mas peca em ter um miolo que roda demais sem chegar a lugar algum, o que sempre acabou acontecendo nas diversas continuações. Porém mesmo com falhas, o resultado final acaba sendo empolgante por principalmente ter conseguido funcionar como algo novo que usa das referências do passado, não necessitando ficar lembrando o público de tudo o que rolou nos demais filmes.
A sinopse nos conta que depois de uma série de assassinatos, todas as pistas estão sendo levadas a John Kramer, o assassino mais conhecido como Jigsaw. À medida que a investigação avança, os policiais se encontram perseguindo o fantasma de um homem morto há mais de uma década.
Sabemos que os nomes por trás do original de 2005 (Leigh Whannell e James Wan) só ficam agora na produção, deixando que outras mentes criativas escrevam a história e dirijam, mas aqui souberam ser certeiros na contratação, pois a dupla Michael e Peter Spierig já vem há alguns anos acertando a mão em produções de suspense sem precisar exagerar em sustos e sangue voando para todo lado, de modo que aqui fizeram uma produção mais contida no "torture terror" tradicional de outros filmes, criando uma vértice mais cuidadosa e investigativa, mas sempre mantendo a essência do original de que os envolvidos no jogo necessitam pagar por seus erros confessando tudo o que fizeram. Ou seja, a densidade dramática foi mantida, mas não precisou forçar para que o público se conectasse com o que desejavam mostrar, acertando na medida nas filmagens, sem gastar muito dinheiro na produção, e principalmente deixando que a edição fizesse o trabalho explicativo para todas as dúvidas dos espectadores, mas claro, não falando na cara do que se trata tudo (o que é o melhor da franquia!). Sendo assim, o resultado dos diretores foi bem acertado, mas certamente poderiam ter feito algo a mais, para que o miolo fosse mais desesperador, ao invés de ameno como acabou acontecendo.
Fizeram boas escolhas no elenco, procurando sempre colocar artistas mais desconhecidos para que não ficasse marcado de cara quem é quem, e esse acerto foi pontual aqui, mas ainda assim poderiam ter trabalhado mais com os protagonistas, pois alguns pareceram bem perdidos em cena. Das pessoas que estão participando do jogo dentro da fazenda, temos de dar bons destaques para a disposição de Laura Vandervoort com sua Anna, para o desespero de Paul Braunstein com seu Ryan no momento em que é pego pela armadilha, e alguns momentos poucos momentos de Mandela Van Peebles com seu Mitch, que por mais deslocado que tenha ficado, sua cena final é a mais forte do longa, e acabou ficando bem interessante. Já pelo lado policial/médico talvez o maior erro da trama tenha sido que os atores não acreditaram tanto nos seus roteiros, ficando levemente deslocados durante praticamente toda a trama, tendo sim o seu grande momento, mas poderiam certamente ter usado mais eles no fechamento, aparentando que o trio até voltará para uma continuação (será???), e sendo assim, já aviso que não é nenhum spoiler tudo o que falarei aqui, temos a mente doentia e aficionada por Jigsaw de Hannah Emily Anderson com sua El, temos o investigador mais rude que aparenta e sempre deixa o público em dúvida Callum Keith Rennie com seu Halloran, temos o policial descolado que já trabalhou na guerra, mas que aqui fica sempre dois passos atrás Clé Bennett com seu Keith, e temos o médico legista Logan que vivido aqui por Matt Pasmore deu um tom bem forte de personalidade, mas que poderia ser mais ávido em muitas cenas, ou seja, foi bem, mas não como poderia. E claro, temos de falar dele, presente ao menos em poucas cenas, mas em todos os oito filmes da série, o grande Tobin Bell com seu John Kramer, ou melhor, Jigsaw em carne e osso, que na hora que aparece já ficamos pedindo para nosso cérebro trabalhar a mil ou pelo menos que seja explicado como ele está em cena, mas sempre com um ar digno de grandiosidade e fazendo muito bem seu maior papel, tudo é bem montado e agrada demais o que faz, valendo prestar muita atenção em tudo o que dizem em todas as cenas.
Dentro do conceito visual, a trama trabalhou novas armadilhas, um cenário simples e efetivo quase todo se passando dentro de um celeiro, de um necrotério e de algumas casas dos protagonistas, mas nada que tivesse um luxo esplendoroso, mas a acertividade da trama ficou a cargo de brincarem junto da equipe de fotografia com os tons e iluminações (assim como ocorre em toda a franquia) para que cada momento criasse a tensão correta e não necessitasse assustar o espectador, mas sim fosse criado um suspense nítido, e claro que as mortes fossem convincentes (e até fortes de certo modo). Ou seja, um trabalho simples e efetivo da equipe de arte e fotografia.
Usando claro a trilha sonora original (principalmente nas cenas finais), deram novos acordes para alguns bons momentos, e conseguiram criar um ritmo bem cadenciado na maior parte do tempo, falhando um pouco no ritmo do miolo como já citei, mas nada que atrapalhasse o resultado final.
Enfim, é um bom filme, que para quem for fã da série, irá curtir demais cada momento, e irá colocar ele entre o top 4 da franquia, mas quem esperava ver algo a mais, ou algo diferente do tradicional das continuações, talvez fique um pouco decepcionado, pois segue exatamente da mesma fórmula e dos mesmos momentos de tensão, ou seja, poderiam ter sido mais criativos. Mas friso, que ainda assim vai empolgar demais quem gosta do estilo, e com certeza sempre irei recomendar a trama, até estar bem velhinho. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
PS: Sei que muitos vão reclamar da nota, mas não consigo dar menos.
2 comentários:
olá fernando! esse filme só foi lançado em 2D? Abraços.
Sim Mauro... e por incrível que pareça não ia ter espaço pro 3D, pois diferente do 6 e do 7 que tiveram coisas para escorrer e sair da tela, aqui faltou "melecas"!! Talvez na cena do celeiro que caem coisas do céu funcionaria, mas sei lá! Abraços!
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