Costumo dizer que se uma comédia faz rir ela já cumpriu com pelo menos 50% do seu objetivo, e se você gosta de piadas ácidas sobre relacionamentos entre mães e filhas, certamente vai se divertir bastante com o estilo de "Perfeita é a Mãe 2" mesmo que para isso a equipe tenha necessitado apelar do começo ao fim, dando uma leve pausa no segundo ato para dramatizar/polemizar a situação e ter uma quebra de ritmo para poder finalizar a trama, porém ainda assim soa divertido e consegue encerrar bem. Não digo que seja a melhor comédia do ano, pois também costumo dizer que forçar a barra para que o público dê risada é o argumento de ator que não é humorista, e sendo assim, poderiam ter sido mais originais em alguns momentos sem apelação que ainda assim conseguiriam divertir o público. Ou seja, é um filme bem tosco, que acaba ficando engraçado em boas cenas, mas que acabou usando da mesma fórmula do primeiro filme, porém apelando um pouco mais, e com isso até divertindo mais.
O longa nos conta que sobrecarregadas pelas exigências natalinas, Amy, Kiki e Carla são surpreendidas por inesperadas visitas de suas respectivas mães dias antes do 25 de dezembro. Cada qual à sua maneira, Ruth, Sandy e Isis abalam emocionalmente as herdeiras e deixam a naturalmente estressante época ainda mais difícil, induzindo novos atos de rebeldia por parte das imperfeitas mamães.
Após fazerem um bom dinheiro com o primeiro filme era bem certeiro que os diretores e roteiristas Jon Lucas e Scott Moore iriam fazer uma continuação, pois gastar 20 milhões e arrecadar 179 milhões é investimento que praticamente todo filme deseja ter, porém se no primeiro filme a ideologia da perfeição era algo que funcionava dentro do conceito (escola -> amigas -> professores -> coordenadores), com o lance familiar acabaram trabalhando um pouco forçado, pois se mostrar para aqueles que não lhe conhecem realmente é fácil, mas as relações (mães -> filhas) são bem mais difíceis de criar comparações de perfeição, e com isso precisaram abusar da boa vontade do público para rir com situações corriqueiras que até vemos acontecer de certa maneira, mas poderiam ter ido mais leve. Não digo que o roteiro foi errôneo, apenas digo que o conceito ficou deslocado demais, e com isso temos alguns moldes prontos para rir que sequer pensaríamos em ver num longa, como várias minutos de cena num parque de trampolins, uma conversa altíssima numa missa sem ninguém mandar ao menos um shiuuuu, entre outros exageros, mas como falei no começo, o resultado de divertir o público foi atingido, então como sempre faço ao menos metade da nota já foi garantida aí, pois digo que ri muito em muitas partes, e acredito que quem gosta de um bom besteirol irá rir mais ainda.
No conceito interpretativo, todas foram bem expressivas, mas como não temos nenhuma humorista realmente na trama, as atrizes se esforçaram para forçar a barra com situações cômicas para divertir, e isso é notável de cara. Mila Kunis já foi muito melhor, inclusive no primeiro filme, pois aqui sua Amy parece mais perdida em cena do que disposta a criar o atrito com sua mãe, sempre com frases bem curtas e pouca dinâmica, o que acaba soando simples demais, mas como anda pegando tão poucos papeis, ou melhora logo para voltar a ser forte como era, ou logo esquecem dela. Christine Baranski veio para ser a perfeição completa na trama com sua Ruth, e chega a ser tão absurdo todos os seus momentos, com presentes caros, esbanjando dinheiro para festas incríveis, e tudo mais, que ficamos pensando "que raios essa velha faz", mas seus carões junto de ótimas interpretações de seus textos ficaram incríveis. Assim como no primeiro filme, Kristen Bell é a mais boba e a que mais diverte dentro das situações que sua Kiki se envolve com sua mãe ou com qualquer outra coisa, e essa ingenuidade é o que mais faz rir, pois assim como ela, sua mãe Sandy vivida por Cheryl Hines é mais absurda ainda que ela nas bizarrices. Kathryn Hahn continuou bem desbocada e até consegue chamar muita atenção com isso, mas seus momentos mais calmos acabaram divertindo bastante também, só achei um pouco estranho sugerir Susan Sarandon como sua mãe, uma aventureira completamente louca que não combinou nem um pouco, embora soe divertida. Dos homens na trama praticamente nenhum tentou se destacar, nem Peter Gallagher com seu marido capacho de Ruth, nem Jay Hernandez como o namorado perfeito de Amy, tendo somente para alivio da mulherada Justin Hartle como um Papai Noel Stripper, ou seja, sem muita expressão apenas para se mostrar.
A equipe de arte certamente gastou bem mais aqui do que no primeiro filme, afinal fizeram diversas decorações monstruosas, foram para shoppings, bares, parques de trampolins, e com isso o filme ficou mais dinâmico e bem colocado, criando diversas situações e encaixando tudo na medida certa para a diversão. A fotografia foi singela, com uma paleta de cores até bem trabalhada com cores vivas, nuances em neon, mas sem muitas sombras e trabalhando o foco sempre nas protagonistas, o resultado acabou linear demais.
Enfim, é um filme que vai fazer você rir, seja por ver muitas semelhanças com familiares, ou apenas pelas tosquices que acabam ocorrendo, de modo que acaba divertindo, mas certamente poderia ter seguido melhor como foi o primeiro longa sem precisar apelar exageradamente. Mas como sei que muitos gostam de filmes cômicos apelativos, recomendo esse com certeza, pois volto a frisar que ri muito, e como muitos sabem, esse não é meu estilo de comédia. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...