Diria que "Os Últimos Jedi" consegue ser um filme empolgante dentro da saga "Star Wars", trabalha bem o conceito e junta com a nostalgia dos longas clássicos da saga, mas possui tanta coisa inútil e cansativa, que certamente no mínimo uns 30 minutos daria para ser removido dos longuíssimos 152 minutos apresentados, que aí sim teríamos ótimas dinâmicas, um começo bem trabalhado, um final com força e seria removido todo o período contemplativo que mais cansa do que mostra algo realmente. Não posso de forma alguma dizer que o que vi na telona me decepcionou, pois esperava um filme alongado e com muitas cenas necessárias para os fãs da saga, mas que para quem vai esperando ver apenas ação, lutas, naves, tiros e tudo mais, acaba beirando a chance de dormir no miolo da trama, e isso é algo que incomoda demais. Portanto, vá ao cinema, curta bastante tudo, leve algo para mastigar no miolo, e certamente ao chegar no final tudo acaba de forma bem bacana e empolgante, o que acaba valendo o resultado completo.
O filme dá continuidade ao longa de 2015, "O Despertar da Força", e a sinopse nos conta que após encontrar o mítico e recluso Luke Skywalker em uma ilha isolada, a jovem Rey busca entender o balanço da Força a partir dos ensinamentos do mestre jedi. Paralelamente, o Primeiro Império de Kylo Ren se reorganiza para enfrentar a Aliança Rebelde.
É interessante ver o trabalho que o diretor Rian Johnson fez para a trama, pois conseguiu entregar pontos que só os fãs vão amar, e ao mesmo tempo conseguiu deixar seu filme dinâmico (ao menos no início e no fim) para que o público tradicional que gosta da ação dos demais episódios, conhece parte das histórias e gosta de ver elementos lúdicos na telona ficasse impressionado e gostasse do que visse na tela, pois mesmo com muitos defeitos cansativos, elementos estranhos e tudo mais, é difícil ao sair da sala não ver todos com uma expressão de felicidade com o que viu, comentando um ou outro detalhe, o que não ocorre com longas cansativos que o público não consegue gostar de nada. Ou seja, mesmo que você não seja um fã desesperado da franquia, vai conseguir captar as ideias, ver quem é quem (mesmo com um vilão brotando do nada, e outro que já deu as caras no capítulo anterior, mas que lá foi mediano e aqui foi abaixo da média) e talvez até se interesse por conferir os demais longas da série (se já não viu em algum outro momento da vida). E sendo assim, o resultado de uma história bem contada acaba sendo visual, chamativa e possui elementos clássicos misturados com muita novidade para que a trama continue bem viva, afinal já estão falando que após o episódio IX em 2019 devam fazer mais uma nova trilogia, além dos derivados que já andam rolando entre um episódio e outro, ou seja, veremos muitas batalhas no espaço ainda!
Sobre as interpretações, vamos começar por mais uma vez destacando a boa interpretação e desempenho de John Boyega com seu Finn sempre disposto a lutar, colocando a cara a tapa para incorporar seus momentos, e que mesmo não tendo a maior parcela do filme ainda consegue chamar muita atenção. Junto com ele, tivemos boas cenas desesperadas de Oscar Isaac com seu Poe, praticamente continuando sua saga do primeiro filme, e trabalhando melhor a expressividade para não soar cansativo suas audácias. Ainda no time que jogou bem temos claro Carrie Fisher com sua Leia bem dosada, cheia de personalidade e mostrando que se não tivesse morrido iria ser a grandiosa protagonista do próximo filme, o que é uma pena. Daisy Ridley fez bem novamente sua Rey, seguindo a mesma linha do longa anterior, mas suas cenas junto de Luke são tão chatas e cansativas que dá vontade de falar corta logo isso, e põe essa menina para treinar seus poderes, que ficar dialogando não vai chegar a lugar algum, e com isso acabamos ficando mais irritados com ela, do que felizes com suas boas dinâmicas. Mark Hamill também voltou a entregar um Luke Skywalker bem trabalhado, com ideologias em mente, mas que dialoga demais e luta de menos, claro que também pela idade, mas mais do que faltar dinâmica de luta, talvez pudessem ter usado mais ele na forma questionativa do fim dos Jedis, alguma didática melhorada, e não apenas filosofia, tanto que suas cenas junto de Yoda e na luta final foram sensacionais, mas de resto foi cansativo em demasia. Agora dito os que foram bem vamos aos desastres, Andy Serkis pra variar um pouco veio com muita maquiagem, e ficamos pensando qual papel ele fez ao aparecer seu nome nos créditos, pois bem ele é Snoke, o vilão que surgiu do nada, afinal não me lembro de nem ser citado nos demais episódios, e que faz até alguns carões, mas nem lutar direito lutou para impressionar com algo ao menos. Ainda mostrando que o lado negro da Força estava bem feio, tivemos Domhnall Gleeson entregando um general que não manda praticamente em nada, apenas falando para atirar ou não, fazendo de seu Hux algo que muitos figurantes fizeram bem mais do que ele, ou seja, desperdício de bom ator. E para piorar precisaram tirar a camisa de Adam Driver para tentar fazer com que alguém gostasse de suas caras sem sal, sua falta de atitude e seu estilo fraco demais sem personalidade de seu Kylo Ren, ou seja, vão precisar de um vilão decente para acabar essa trilogia, senão a chance de fiasco no próximo longa será bem forte. Não pontuei muito por ser uma personagem meio que jogada, mas também ousada em questões expressivas, mas vale apontar a Rose de Kelly Marie Tran pela dinâmica bem feita em diversas cenas, mas também pelo estilo que deram para sua personagem, talvez podendo ser mais usada para empolgar mais, assim como o uso de Benicio Del Toro como DJ, que acabou fazendo bem seu estilo, mas que faltou explorar mais. E para finalizar a questão interpretativa, é claro que o melhor e maior destaque tem de ser para o BB-8 que dá um show de carisma como já havia feito no longa anterior, e aqui foi usado ao máximo para criar mais identidade, e claro agradar ao público.
No conceito visual é fato que a saga é perfeccionista ao extremo, tendo muitos detalhes em cada nave, objetos cênicos sobrando para todo lado, planetas lotados de personagens diferenciados que nunca saberemos o que é aquilo, colocando bichinhos fofos e outros estranhos sempre para dar uma cadência na trama e agradar não só os fãs, muita dinâmica no espaço, e claro tiros coloridos para todo lado, fazendo com que a paleta de cores não ficasse tão singela, mas sim determinada para algo mais vivo e colorido. A fotografia trabalhou perspectivas de sombras para criar os momentos mais tensos, mas também elaborou junto com a arte muitas cores aonde estivesse para criar ambientes próprios, com tons próprios, como o marrom mais puxado para o dourado no planeta com cassino, o cinza esverdeado de pedras na ilha de Luke, o cristal esbranquiçado com chão vermelho sangue na batalha final com lobos de cristal incríveis, e por aí vai, entregando algo muito bonito de ver e ajudando claro para que a equipe de efeitos não necessitasse muita enganação. Quanto do 3D, sempre esperamos muito de filmes que se passam no espaço, pois o diretor pode brincar para frente e para trás dando muita imersão, e claro jogando coisas no público, e aqui até temos muitos momentos bons que usam a tecnologia, mas certamente esperávamos ver muito mais tiros para fora, além de pedras, mas não é nada que vá impressionar, nem também ser algo para reclamar tanto da falta.
Claro que tivemos também a trilha sonora clássica de John Williams, trabalhando o ritmo orquestrado característico e claro usando isso para dar o ritmo clássico da franquia.
Enfim, é um filme interessante que agrada no contexto geral, mas que poderia ser menor e mais cadenciado para que não soasse cansativo no miolo, além claro de que poderiam ter arrumado alguns vilões mais maus, afinal acostumamos com os clássicos Darth Vader, Darth Maul, e por aí vai, que faziam o povo ficar com ódio, raiva e tudo mais, enquanto esses atuais ficamos com raiva de não fazerem nada. Ou seja, é um filme que vai gerar opiniões bem diversas, que muitos fãs vão amar, outros vão apenas reclamar, mas que no geral muitos verão diversas vezes, afinal tem detalhes demais para se ver, e assim sendo irá fazer uma boa bilheteria. Recomendo ver claro pelo Universo completo ser bom, mas vá preparado para um dos miolos mais lentos da saga, que aí a chance de já estar preparado é melhor para não cansar tanto. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas amanhã estou de volta aos longas da Mostra Internacional, e claro ainda tenho outras estreias para conferir, então teremos muitos posts aparecendo no site nos próximos dias, fiquem por enquanto com meus abraços e até breve.
2 comentários:
É um maravilhoso filme, divertido e eu desfrutei muito. Adorei está história, por que além das cenas cheias de efeitos especiais, realmente teve um roteiro decente, elemento que nem todos os filmes deste gênero tem. Eu gostei a participação de Justin Theroux, ele é um ator multifacetado e talentoso, seu trabalho de dublagem também é excelente, em Lego Ninjago foi ótimo. É um dos filmes mais divertidos que já vi, e um dos melhores filmes de animação , gostei muito como se desenvolve a história, o roteiro é muito divertido para pequenos e grandes, em todo momento nos fazem rir. É um filme que sem importar o estado de animo em que você se encontre, irá lhe ajudar a relaxar um pouco.
Olá Antonia... realmente o longa possui uma boa história, mas esperava um pouco mais desenvolvimento (ao menos dos vilões), mas vale a diversão ao menos... obrigado pelo comentário!
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