Como o próprio pôster já nos diz, todo labirinto tem seu fim, e todo filme deve saber a forma certa de encerrar sua trama, pois alguns que quebraram seus livros finais em dois não tiveram grande feitio errando em determinados pontos, alongando em outros e o resultado todos conhecemos, e aqui embora tivéssemos um segundo filme bem enrolado, cheio de personagens sendo apresentados sem muita utilidade, e a tradicional enrolação de filme-do-meio, "Maze Runner - A Cura Mortal" veio com uma duração bem longa (142 minutos), mas que foram bem utilizados cada momento para mostrar tudo o que se necessitava saber, com muita adrenalina em diversas cenas, e principalmente, um grande desfecho para que a história não necessitasse nem mais nem menos para ficar interessante. Confesso que até esperava um pouco mais, pois saí eufórico do primeiro longa, querendo logo a continuação, daí veio o segundo filme e brochou um pouco, mas ao menos deixou a ânsia para que o último viesse com tudo. Claro que recomendo muito se você não lembra de detalhes dos anteriores que assista novamente, pois não temos tempo para explicações, flashbacks e tudo mais, entregando sequência atrás de sequência e revelações acontecendo sem parar, mas dá para dosar tudo e sair feliz com o que verá na telona. Um dos maiores defeitos, que para isso aplaudo séries que gravam todos os filmes de uma vez, é que aqui os protagonistas cresceram e envelheceram demais, parecendo que se passaram anos, e não meses de preparação para o ataque, ficando notável principalmente as cenas que foram gravadas antes e depois do acidente no set, afinal os garotos agora já são homens com caronas, mas isso é detalhe técnico, então só quem botar grande reparo vai reclamar, pois quanto da história, o resultado é bem válido. Outro detalhe que vou falar mais para baixo é do 3D, pois se no segundo filme já foi enfeite que tinha até muita coisa para sair da tela, nesse é algo quase que nulo, valendo ver numa tela imensa apenas pela qualidade da imagem e das grandes cenas de ação. Portanto, é um filmão, literalmente que vai agradar aos fãs, e quem gosta de uma boa ação nas telonas do cinema, tendo principalmente um grandioso final para a trilogia.
No final épico da saga Maze Runner, Thomas lidera seu grupo de Clareanos em fuga em sua missão final e mais perigosa até então. Para salvar seus amigos, eles devem invadir a lendária Última Cidade, um labirinto controlado pela CRUEL que pode vir a ser o labirinto mais mortal de todos. Qualquer um que o complete vivo, receberá respostas às perguntas que os Clareanos têm feito desde que chegaram ao labirinto.
Não lembro se já disse isso alguma vez, mas um diretor estreante ter o culhão de se manter à frente do cargo durante toda a trilogia é algo que poucos fizeram, e Wes Ball não só se manteve, como o filme de 2014 foi sua estreia a frente de um projeto de longa metragem, ou seja, o diretor cresceu construindo toda a concepção dos livros que o roteirista T.S. Nowlin também fez em sua estreia e se manteve até o último episódio, ou seja, um real trabalho de equipe que levou muitos tiros de fãs reclamando de detalhes, de críticos reclamando de excessos, mas que não teve dúvidas e que durante esses 4 anos (quase dois parados por conta do acidente) conseguiram entregar 386 minutos de pura ação, com boa história envolvente, muitos personagens bem (alguns mal encaixados, outros perfeitos), com grandes revelações e principalmente algo que não fizesse o público se cansar, criando dinâmicas prontas tanto para os fãs dos livros, quanto para quem goste de uma trama de aventura com bastante ação, ou seja, uma saga completa. Claro que por ser sua estreia e não ter feito outros trabalhos como diretor, Ball cometeu diversos deslizes comuns nessa sua saga completa, como por exemplo dar muita ênfase em determinado personagem desnecessário, ou trabalhar a ação espaçada demais de timings mais lentos, e principalmente não ousar com grandiosas mudanças que poderiam ser feitas para que tudo se encaixasse realmente melhor como um filme, mas são detalhes mais técnicos do que algo que realmente atrapalhasse a desenvoltura da trama, e sendo assim, o que vimos hoje no fechamento dessa bela trama foi algo que vamos lembrar por um bom tempo, e quem sabe vamos até querer ver os três seguidos algum dia, para que todos os detalhes sejam bem conectados e o resultado fique ainda melhor, ou seja, foi uma boa estreia realmente e iremos aguardar o que lhe será dado agora com o fim da série.
Sobre as interpretações, podemos dizer que todos evoluíram muito em trejeitos durante toda a série, crescendo tanto na forma de atuar quanto na amizade e química entre os protagonistas, de modo que realmente vemos a busca de cada um em ajudar cenicamente não apenas no contexto do roteiro, mas também em ajudar nos ganchos de diálogos de cada um, ou seja, formaram um grande time. Destaque claro para o protagonista da saga, que beirou morrer num grave acidente nas filmagens, Dylan O'Brien que trabalhou seu Thomas com muita velocidade, criando cada cena de ação como se dependesse realmente daquilo para ganhar seu cachê (claro que nos próximos filmes irá repensar 3x antes de fazer cenas perigosas ao invés de colocar um dublê!), mas seu crescimento foi o mais evidente tanto físico (é notável as cenas gravadas antes e depois do acidente!) quanto nos trejeitos e forma de entregar seu personagem, tanto que não vemos mais um fedelho como era chamado no primeiro filme e sim alguém que está brigando por algo, com boas dinâmicas nas falas e olhares, encaixando tudo da melhor forma possível. Thomas Brodie-Sangster também entregou um Newt mais coeso, preparado para chamar a responsabilidade nas cenas que precisou e encaixando grandes olhares de amizade para com o protagonista, criando um vínculo tão bem encaixado que vemos sua vontade de estar fazendo a cena, ou seja, algo que embora interprete um garoto (com seus 28 anos não aparentes), teve compostura de gente grande. A trama focou muito em Ki Hong Lee com seu Minho, e se teve um dos atores que envelheceu bem, estando com uma cara de até ser outro ator (praqueles que falam que todos orientais possuem a mesma cara!), mas a trama mostra o cansaço de seu Minho e o ator soube entregar bem o papel também. Não podemos dizer que Kaya Scodelario mesmo sendo a mais "famosa" dentre os atores, com grandes produções nesse meio do caminho saiu satisfeita com sua Teresa, pois embora aparecesse bastante na trama, parecia sempre estar aérea em pensamentos e com dinâmicas sempre abertas e não conclusivas, o que é um pouco ruim de se ver, mas de modo geral seu final foi bem interessante. Dentre os mais velhos, tivemos grandes momentos tanto de Aidan Gillen com seu Janson todo malvado e desesperado nas cenas finais, se mostrando um vilão do melhor calibre, quanto Patricia Clarkson com sua Ava, que embora esteja menos participativa que no longa anterior, ainda teve seus momentos chamativos. Outro grande destaque nem tanto pela atuação, mas sim pelos detalhes da maquiagem, ficou a cargo de Walton Goggins com seu Lawrence, mas sua aparição nem foi tão surpreendente quanto outro ator que vem no mesmo cenário, mas isso é melhor ser surpresa para quem for ver.
No conceito cênico, acho que será difícil outra saga trabalhar bem os elementos que essa nos entregou, que mesmo com alguns bichos e alegorias bem digitais e estranhas saindo do conceito comum, o resultado geral como grande produção ficou bem incrível de ser vista nos três filmes, e aqui o ápice é de um nível que jamais imaginaríamos com perseguição em cima de trem, cidades imensas sendo destruídas, laboratórios bem construídos, uma guerra iminente no meio da rua, projeções com carros e naves nas alturas, e muito mais, tendo quase nenhuma cena fixa em um único ambiente, criando movimentações sem parar e com muita certeza dando um trabalho imenso para a equipe de arte, que não só entregou uma trama complexa, como criou vértices para serem trabalhados em outros longas, já que em cinema tudo é bem aproveitado. A fotografia ousou e muito, pois como a maior parte do filme se passa a noite, temos iluminações coerentes sem ficar falso, tons distintos para cada momento de ação, sem falhar nas sombras e nos elementos gráficos, muito fogo, fumaça e luzes piscando para criar tensão, e claro ângulos velozes sem ter perda de imagem, ou seja, um trabalho minucioso. Como já disse no começo, infelizmente o 3D está bem fraquinho, que convertido na pós-produção acabou sendo quase inútil, e olha que temos muitas explosões, tiros e cenas com muita ambientação para que fosse trabalhado o efeito, mas como tudo acabou atrasando muito devido ao acidente, é capaz que não sobrou tempo para a equipe mexer nesses detalhes, mas não fez falta.
Enfim, volto a frisar que houve detalhes técnicos que possam pesar a mão, mas foi um grandioso fechamento de saga, com todo o direito que puderam fazer, criando algo bem maior do que era o projeto no começo, ou seja, fazendo uma franquia de ação que era algo simples e curioso apenas virar algo dinâmico, cheio de efeitos e claro como vimos desde o primeiro filme, muita correria! Recomendo ele mais para os fãs dos livros e da série, mas também quem gosta de uma boa ação vai acabar se entretendo com o resultado final aqui, e como disse no começo, recomendo ver todos os anteriores antes de ir para a sessão, pois é bem contínuo os acontecimentos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, afinal essa semana veio bem recheada, então abraços e até logo mais.
PS: Assim como dei uma nota maior do que deveria no segundo filme, aqui vou me ater aos problemas, e dar a mesma nota para a série toda, pois o contexto completo que importa, então diria que foi um 8+7+9=8 de média.
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