Apenas faça uma conta rápida, quatro filmes custaram 26 milhões, e até agora com o quarto capítulo apenas começando sua rotação mundial, os quatro mesmos filmes já renderam mais de 400 milhões!!! E tem gente que achava que por ter escrito no título "A Última Chave", esse seria o último capítulo de "Sobrenatural"!! Vá sonhando, pois desse modo vamos ter até o capítulo infinito! Dito isso, temos de falar logo de cara algo que está confundindo muita gente, achando que esse filme é um prequel que se passa antes dos demais, ignore isso que você leu em diversos sites, pois sim, conta a história de como Elise "ganhou" seus poderes de médium na infância, mas a história se passa entre o primeiro e o segundo filme e conta com algo que está bem na moda, que é o abuso feminino. Ou seja, apenas para dar uma situada na cronologia, mesmo que todos tenham elementos conectantes, e caso algum dia você queira assistir numa ordem bem conexa (3,1,4,2), de modo que no filme Elise cite o caso de Quinn Brenner que vimos no terceiro filme ("Sobrenatural - A Origem"), e dando um leve spoiler no final desse quarto vemos Elise falando ao telefone com a esposa de Josh (do primeiro filme "Sobrenatural") sobre seu filho Dalton (que precisa de ajuda no filme "Sobrenatural - Capítulo 2"), ou seja, uma bela de uma bagunça de datas, mas que tudo fica bem colocado. Tirando esse detalhe de onde posicionar o filme, que sempre nos deixam confusos, o resultado da trama aqui segue o mesmo problema do terceiro longa, a falta de peso de um diretor como James Wan (que fez o primeiro e o segundo filme), e mesmo usando o texto sagaz de Leigh Whannel (que também é protagonista da trama desde o começo), acabamos vendo uma boa história mas que não assusta como poderia, deixando apenas como tema um tom de terror, e abusando do escuro para criar uma tensão e pegar o público desprevenido em certos momentos. Ou seja, temos uma história boa, de peso, mas que faltou o nome certo para explodir ela!
Uma das muitas sinopses que vimos espalhadas por aí nos diz que uma série de assombrações e espíritos têm tirado a paz das pessoas. A única capaz de caçar esses espíritos e pôr um fim ao terror é a médium Elise, que usa suas habilidades para contatar os mortos. Seu próximo trabalho é bem pessoal, quando é chamada para encontrar um espírito na casa onde cresceu.
Claro que volto sempre a frisar que uma boa história nem sempre vai acabar virando um bom filme, pois depende de vários pontos, e o principal em um longa de terror é uma boa direção que consiga transmitir o terror, que faça o público sair temeroso com algo, e claro, que também faça muitos assustar, e infelizmente o diretor "novato" Adam Robitel fez um trabalho bem fraco em cima do texto de Leigh Whannel, criando poucas perspectivas, entregando por diversas vezes mais do mesmo, e assim fazendo com que algo que poderia até ter um rumo inesperado, pois como disse no começo se levarmos a fundo a ideia de abuso feminino, que a trama ousa apontar que vem acontecendo há muito tempo e que muitos nem se tocam, ficasse simplório e esquecível demais, ou seja, faltou atitude. Outro detalhe que falhou demais, foi o exagero do escuro, tanto que temos diversas cenas que não vemos sequer os protagonistas em cena, ou seja, colocar um tom escuro em um longa de terror é de praxe para criar tensão, mas grande é aquele diretor que sabe o tom escuro correto para que seu filme mostre tudo o que precisa mostrar, e não apenas sumir com tudo e aparecer do nada com algum barulho alto ou algum bicho estranho para assustar, ou seja, é melhor o próximo filme desse diretor vir bem melhor, senão a chance dele ser esquecível também é bem alta.
Como é de praxe, Lin Shaye está muito bem no papel de Elise, criando pausas dramáticas bem expressivas, colocações corretas de sua personagem frente ao desconhecido, e mesmo nos momentos mais cômicos da trama, ela acabou acertando com sorrisos bem trabalhados, não soando perdida, ou seja, ainda é ela quem segura a onda do filme. Já disse isso outras vezes, e volto a frisar que Leigh Whannel é melhor roteirista do que diretor e ator, e se alguns de seus momentos soaram cômicos, sua cena final de "aproveitar" para dar em cima da mocinha, vai de encontro com algo que muitas mulheres têm brigado, e por pouco não estragou o miolo que tanto se falou sobre esse abuso, ou seja, podia ter ficado sem essa com seu Specs. A frase que Angus Sampson fala tantas vezes com seu Tucker revela exatamente o que ele e seu parceiro são: "ela é médium, nós somos médios", ou seja, de médio pra baixo a interpretação de ambos, funcionando como alívio cômico e nada mais. As demais garotas tiveram altos e baixos com olhares expressivos e algumas cenas bem encaixadas, mas faltou aquele detalhe de medo que gostamos de ver nas expressões, parecendo que todo mundo ali é altamente acostumado a ver fantasmas passeando pela casa, ou seja, poderiam bem mais, dando um leve destaque para Caitlin Gerard como Imogen. O grande Bruce Davison faz Christian aqui e até teve alguns bons momentos, mas nada que impressionasse, tendo destaque apenas na cena de reencontro de seu personagem com Elise, aonde demonstrou apatia e impacto cênico, mas faltou mais disso nas demais cenas para realmente impressionar.
Assim como nos demais filmes da franquia, o longa é bem econômico em relação à cenografia, tendo aqui uma casa com pouquíssimos móveis e detalhes, usando muita teia de aranha para criar um ar misterioso, e quando vamos para o outro lado dos espíritos a maquiagem fica a cargo de um ou dois personagens apenas para dar algum realce, ou seja, trabalham bem com o pouco, e o acerto acaba sendo bem encaixado. Não diria que foi o melhor uso, mas o filme poderia ter encaixado mais ainda com a ideia da prisão e juntado com o abuso que certamente daria altos papos nos meios de discussão. Como falei no começo, uma das grandes falhas do longa ficou a cargo da equipe de fotografia, que abusou demais de tons escuros bem fortes, e isso por bem pouco não estragou o longa por completo.
A trilha sonora de Joseph Bishara sempre encaixa bem com qualquer longa de terror, e aqui ele não abusou de ríspidos acordes para pegar o público desprevenido, criando algo mais complexo e bem trabalhado no contexto completo.
Enfim, diria que da franquia é o longa mais fraco de essência, mas o que trabalhou melhor as conexões, podendo dizer que fechou o ciclo, mesmo que para isso seja esquecível. Agora é esperar o que irão fazer para que a série continue, talvez ir para o final do segundo quando aparece uma nova entidade que não foi usada ainda, mas para isso teriam de abandonar o grande sucesso da trama que é Elise, ou seja, vai ser algo a ser bem pontuado. Mas falando desse ainda, posso dizer que recomendo ele somente para encaixar todas as pedras, conhecer mais como era Elise quando garotinha e completar tudo, mas de resto é uma pena que não seja um dos grandes nomes do terror que tanto esperávamos ver. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com a outra estreia da semana no interior, então abraços e até breve.
5 comentários:
Boa noite, Lucas! Creio que você tenha se equivocado na ordem cronológica dos filmes, pois a ordem deve ser entendida como 3,4,1,2. O espectador começa o 4 vendo Elise e os caçadores de fantasmas, parceria que começa no final do 3. sendo assim temos 3,4. Logo após vem o 1, onde acaba acontecendo algo trágico com Elise no final do filme e em seguida o 2 que é a continuação clara do 1, sendo assim temos 1,2. Por isso a ordem cronológica deve ser entendida com 3,4,1,2. Abraço!
Pedro Victor Santana
Fernando* :)
Bem interessante essa sua ordem Pedro... tentarei rever nela... a verdade é que todos possui uns detalhes no miolo que acabam confundindo, mas essa sua ideia foi a mais propícia que pensei também... nem lembro porque coloquei daquela forma no texto, mas na época devo ter tido algum insight... abraços!!
É um maravilhoso filme, divertido e eu desfrutei muito. Este filme é um dos melhores do gênero de terror que estreou. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia. Os filmes de terror evolucionaram com melhores efeitos visuais e tratam de se superar a eles mesmos. Eu gosto da atmosfera de suspense que geram, e em Sobrenatural: a última chave, acho que conseguem muito bem. O elenco é parte fundamental para que o filme de um medo terrível. É um dos melhores filmes de terror em 2018. O que eu mais gosto é o terror psicológico. Se ainda não viram, deveriam e se já viram, revivam o terror que sentiram. Depois de vê-la você ficara com algo de medo, poderão sentir que alguém os segue ou que algo vai aparecer.
Olá Antonia! Preciso rever para ver se sinto tudo isso que você falou, pois na época achei ele bem fraquinho... mas é o que costumo falar, cada filme precisa estar no clima realmente, e pode ser que na época eu não estava bem conectado... tentarei rever, abraços e obrigado por partilhar sua opinião conosco!!
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