Se existe um estilo que tem sempre um padrão bem definido do que vamos ver, mudando apenas personagens e modos de impacto é o tal dos filmes de guerra, e felizmente quase sempre somos surpreendidos com algo que os diretores procuram fazer para que seu longa soe diferenciado e acabe chocando, e sendo assim, o resultado de "12 Heróis" é forte principalmente por ser algo que quase não foi noticiado por ser uma missão secreta, e ainda mais difícil de acreditar no impacto de soldados armados atacando a cavalo, ou seja, um filme que trabalharam bem as cenas, criaram um misto de filmes de guerra, colocaria até "Planeta Dos Macacos" na lista das referências, mas que pelo que foi dito, aconteceu realmente daquela forma, ou seja, impactante e muito bem feito, que mesmo com muito patriotismo americano envolvido (ainda não consigo acreditar o quanto os jovens desejam realmente correr para uma guerra!) consegue empolgar o público e trabalhar com sintonia do começo ao fim para que tudo soe completo.
O longa nos mostra que após os atentados de 11 de setembro de 2001, o capitão Mitch Nelson decide abandonar o posto de escritório recém-conquistado para retomar à ação. Ao lado de seu batalhão das Forças Especiais dos Estados Unidos, ele assume a responsabilidade se formar a primeira equipe a operar no Afeganistão após os ataques ao World Trade Center.
Em sua estreia nas telonas, o diretor Nicolai Fuglsig soube controlar o desespero para que seu filme decolasse logo de cara, deixando com que os personagens fluíssem bem pouco no início aparentando mostrar como é a separação das famílias antes de uma guerra, e depois já vai incrementando com sacadas cômicas bem leves para ir aos poucos chegando até a tensão real, e com isso o filme não nos atinge de cara, fazendo com que o ato mesmo de impacto só fosse sentido quase ao final, mas que com boas lições dos personagens principais, vemos até um certo didatismo para tentar nos mostrar não apenas o lado patriótico das guerras, mas um cerne mais bonito com a investida da opinião dos afegãos no confronto de guerra, e nas disputas entre os líderes do país. Claro que trabalhar com uma história real é algo que muitos diretores não gostam, pois fica difícil ser criativo dentro de tamanhas proporções, mas aqui a história real é tão cheia de ficções, que chega a ser difícil acreditar em cada ato mostrado, e com isso tiveram de dosar bem cada situação para que o entorno ficasse crível e o resultado empolgasse mais no conceito dramático do que no de ficarmos imaginando algo completamente "paia" nas situações, ou seja, o roteiro até foi bem encaixado, mas sem muitas firulas.
Dentro do conceito do elenco, foram exagerados em colocar Chris Hemsworth como Mitch Nelson, pois vemos nas fotos ao final do longa, que assim como o general afegão diz, o protagonista da história era alguém bem micho, e o "Thor" possui perfil de soldado durão realmente, ou seja, o ator até tentou ser mais galanteador do que um comandante, mas não conseguiu convencer como poderia na personalidade que pediam, mas ao menos fez bons trejeitos para realçar, e claro como previsto pela equipe de elenco, vai levar público para as salas. Michael Shannon é o típico ator que puxa o filme para si, e a cada cena de seu Hal, os olhos da tela se voltam pra ele, de modo que mereceria muito mais impacto no filme, e certamente daria um general de guerra bem impactante caso desejassem. Michael Peña e Trevante Rodhes foram os tradicionais pontos cômicos que necessitam colocar em filmes de guerra para dar o famoso alívio, e seus Diller e Milo são figuras muito boas que acabaram chamando atenção ao menos. Pela filmografia de Navid Negahban já vi muitos longas que apareceu, porém nunca havia notado as facetas que o ator consegue fazer, e aqui com seu Dostum, ele não só deu personalidade para o papel, como chamou a responsabilidade em diversos momentos que Hemsworth deixou aberto, ou seja, agiu bem para segurar a dramaticidade e agradou.
No conceito cênico, falar de longas de guerra é algo que digamos seja simples, pois temos de mostrar tudo destruído, tiros para todo lado, muitas armas, veículos de batalha e claro os figurinos tradicionais, porém aqui ao colocar cavalos em cena, sabemos o quanto é difícil, e dá muito trabalho, de modo que a equipe de arte precisou fazer muito milagre para que a trama não desandasse, e soube dosar bem cada cenário para que o contexto funcionasse também. A fotografia ficou praticamente toda puxada para o sépia afinal estamos no meio de um deserto, e seria exagerado brincar com outro tom, mas ao menos evitaram cenas exageradas noturnas para que o filme ficasse mais bonito visualmente.
Enfim, é um longa correto, que conseguiu chamar a atenção e até está tendo um público razoável, pois geralmente esse estilo é 8 ou 80, e acredito que aqui ao menos foram bem simpáticos em não exagerar em patriotismos (tirando o fato de o avião mal estar batendo nas torres e o cara já estar pedindo pra ir pra guerra), e minha única reclamação seria pelo excesso de escritos nas beiradas da tela, fazendo praticamente a contagem de dias (sei que isso é necessário pela promessa do protagonista, mas isso num livro fica condizente com as mudanças de capítulo, e num filme de 2 horas, acaba sendo mostrado a cada 5-10 minutos, o que acaba ficando chato). Portanto recomendo sim o longa, e acredito que muitos que gostam do estilo irão sair satisfeitos da sala, eu fico por aqui hoje, praticamente encerrando essa semana cinematográfica bem recheada, mas volto na terça com um mangá que será exibido nos cinemas, então abraços e até breve.
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