Um dos braços do terror/suspense que mais gostam de trabalhar é o da falta de ar embaixo d'água, e se unem a isso animais monstruosos marinhos como tubarões, o resultado quase sempre costuma ser de tirar o fôlego do público. Claro que para funcionar sempre é necessário um roteiro mais intenso desenvolvido e que os atores consigam transmitir as sensações que a trama pede, mas aí já é uma outra conversa que daí estaríamos tendo para falar de algo perfeito, o que não é o caso de "Medo Profundo" que até trabalha bem o suspense e as situações dentro da água, mas as personagens não convencem em momento algum e tudo acaba soando superficial demais para um filme que está tão nas profundezas do oceano, ou seja, até vai conseguir segurar a ideia, tirar o fôlego em algumas cenas, mas nada que minutos depois de conferir você esqueça ele.
A sinopse nos conta que de férias no México, duas irmãs estão prestes a passar pelos momentos de maior tensão em sua vida: presas em uma gaiola de tubarões a 47 metros de profundidade no oceano, eles terão que lutar contra o tempo para permanecerem vivas. Mas com apenas uma hora de oxigênio e com tubarões brancos rondando o local, as chances se tornam cada vez menores.
É bem interessante a proposta do longa, porém já vimos esse estilo de formas tão melhores que cada um que for conferir a trama irá sugerir uma ideia diferente para cada momento, e claro que assim foi como o diretor e roteirista Johannes Roberts (que por incrível que pareça já está produzindo a continuação desse filme), que trabalhou bem o que achava condizente, criando cada ato e até explicando para os leigos em mergulho (como me coloco também!) o que acontece com trocas de galões de oxigênio dentro das profundezas(algo bem novo para mim), que não pode subir rapidamente (essa já havia ouvido outras vezes), entre outras ideologias, porém esse não foi o grande problema da trama, mas sim a futilidade dos personagens e a forma que vão para a jaula, pois poderiam ter criado outras sintonias, alguns vértices mais palpáveis e por aí vai para que tudo ocorresse, que agradaria bem mais, mas como não podemos alterar, o que nos resta é reclamar assim como outros críticos tem colocado pela forma rasa de tratar o resultado, ou seja, poderiam inovar em tantas coisas boas que certamente a tensão criada, e a sacada de fechamento seria muito melhor empregada do que o que acabou acontecendo, e assim sendo muitos reclamariam bem menos do final aberto com o que ocorre, veremos se ele será mais conciso na ideia da continuação, e aí sim resolver tudo de uma forma melhor.
Posso dizer facilmente que embora o problema do roteiro não ser muito inspirador com as situações, o grande problema da trama fica a cargo da falta de força nas expressões das atrizes até as cenas ficarem realmente tensas, pois chega a dar desânimo suas cenas fora da água, e alguns diálogos beiraram o ridículo entre elas mesmo lá no fundo, ou seja, poderiam ter melhorado para que tudo fosse mais incrível. E sendo assim, não digo que seja grande culpa das atrizes, mas poderiam ter chamado mais a responsabilidade para elas e feito algo muito melhor. Sendo assim, só vou dizer que o melhor momento ficou a cargo da expressão final de Mandy Moore com sua Lisa, mas vou evitar falar mais para não termos spoilers.
Dentro do conceito visual, foram espertos em filmar dentro de tanques para que o realismo ficasse mais condizente, e com isso, as imagens foram bem intensas e não tão computadorizadas como aconteceria se usassem outro estilo. Claro que por estarmos num mar não temos tantos elementos cênicos, e com isso o mínimo teve de ser bem feito, e foram utilizadas muitas imagens com tubarões e peixes reais para não precisar criar nada em computador, o que nos deixa bem feliz por não termos coisas estranhas como geralmente acontece em filmes desse estilo, porém volto na polêmica da falta de atitude antes de ir para o mar, e aí o filme se perde com festas simples no México aonde parece só existir meia dúzia de pessoas, num barquinho miserável que nenhum maluco entraria para ver tubarões, e na falta de mais contexto para tudo o que vemos na tela, ou seja, a equipe de arte também não quis gastar muito, e com isso o filme ficou singelo demais fora da água. No contexto fotográfico foram bem espertos em usar quase nada de luz (afinal 47 metros abaixo da superfície a luz nem chega direito) e somente com alguns refletores e lanternas não precisaram trabalhar muitas coisas no fundo do tanque, e sendo assim, tudo ficou bem interessante para sermos surpreendidos com as aparições do nada dos tubarões.
Enfim, é um filme que poderia ser bem melhor, mas que funciona dentro da proposta a que se propôs, só poderia ter uma dinâmica melhor entre as protagonistas, diálogos mais condizentes e aí sim teríamos um longa incrível, que até mesmo o final diferenciado surpreenderia e agradaria a todos, veremos o que vão nos propor no segundo filme que se passará no Recife, ou seja, tubarões brasileiros atacando geral! Bem é isso pessoal, fico por aqui encerrando essa semana cinematográfica bem curta, mas volto na próxima quinta com mais estreias, então abraços e até breve.
4 comentários:
Parceiro, vi esse filme em 2016 kkkk que foi lançado agora pra cá.
Não é legal falar de cenas, concordo em não contar o filme mas, se tivesse terminado ali no resgate, consideraria um baita filme mas, mesmo assim, eu gostei.
Pois é Mauro, esse demorou anos pra ser lançado nos cinemas... estranho né... por isso que ao mesmo tempo que brigo com as distribuidoras por demorar tanto em alguns lançamentos, também sou meio contra quem vê na internet por ver muito antes que eu... rsss... mas acontece é normal... então vida que segue... num sei se seria legal acabar ali... ficaria comum, igual qualquer outro... o lance foi um choque realmente de mostrar o que foi falado minutos antes, então eu particularmente gostei desse final alternativo! Abraços!
Acredito que o final não ficaria comum mesmo, porque, a história não copia nenhum outro título. Mas eu também gostei. Filmaço! abraços.
Issae Mauro... vamos ver o que vai rolar no segundo né que ocorre no Brasil... aguardaremos... abraços!
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