Tem um estilo que diria ser o mais arriscado do cinema, e você deve achar que é o de ação, que os atores se jogam de prédios ou carros em velocidade, mas com toda certeza não chega nem aos pés das animações mistas de pessoas com animais em computação gráfica, pois dependem de tantos fatores para acertar a mão, que só um diretor muito coeso, com equipamentos de primeiríssima linha, e principalmente um elenco disposto a não se perder consegue conquistar o público com carisma dos personagens, com uma boa história e ainda divertir com boas situações. E ultimamente não andávamos tendo muita sorte com esse estilo, pois os erros eram inúmeros em cada uma das produções que surgia, pois bem, hoje pudemos sair da sessão do parente "Pedro Coelho" com muita felicidade, pois os erros principais evaporaram, os personagens são hiper carismáticos, o protagonista é extremamente sacana e disposto a altas confusões, mas também consegue fazer com que o público se apaixone por ele, a dublagem nacional bateu um bolão e conseguiu captar a essência da trama sem ficar inventando firulas, as músicas dubladas combinaram perfeitamente com o momento, e o design/modelagem dos personagens ficou tão bom que parecem realmente animais falantes em cena, ou seja, uma delícia de conferir, com uma história que soube dosar bem os rumos tanto para as crianças quanto para os mais velhos, e que funciona dentro da proposta, o que é bem raro de vermos em animações. Portanto pode ir para o cinema sem culpa de levar os pequeninos, que o acerto vai divertir a todos, felizmente!
O filme nos apresenta Pedro Coelho, o adorado personagem de histórias infantis, que chega às telas de cinema em uma irreverente e contemporânea comédia cheia de atitude, mostrando a eterna disputa entre Pedro e o Sr. Severino pelo tesouro de vegetais que está enterrado em seu jardim proibido, e que fica ainda mais intensa quando ambos passam a brigar pela atenção da vizinha bondosa e amante dos animais.
A grande sacada do diretor Will Gluck foi trabalhar a história bem ritmada, com boas canções, mas não forçando para que os protagonistas cantassem, ou contassem a história, mas sim os passarinhos, ou então os personagens secundários narrando, o que fez com que o filme fluísse e divertisse sem precisar virar um musical, e aliado a isso ele fez o que mais se pede (ou melhor eu peço) em todos os longas de animação: carisma nos personagens principais e histórias que consigam comover todos na sessão, não sendo um filme infantil bobo que os pais vão levar os filhos e enquanto os pequenos se divertem, eles dormem, ou então um filme cativante que os pais choram e se emocionam, enquanto os pequenos se desesperam para fugir e ir embora logo da sala escura, ou seja, aqui Gluck junto com Rob Lieber pegaram o famoso livro que já arrebatou milhões de cópia mundo afora e escreveram algo realmente voltado para o cinema, que funcionasse para a família em geral, e que com o acerto de detalhes na composição cênica ficasse perfeito para divertir e emocionar a todos. Claro que há erros, afinal trabalhar com animação e pessoas juntas em cena é algo que não tem como não errar, pois muitas vezes os personagens reais se perdem para onde olhar para dar bom link com a animação (exemplo aqui quando os Coelhos vão na loja de brinquedos, e ali ninguém sabe direito onde eles estão ficando bem estranho), mas tirando esse detalhe que ocorre bem no final, com apenas dois protagonistas de carne e osso, e eles sempre trabalhando com os personagens no chão com uma distância bem colocada, o resultado até fica bem próximo do real, que chega a assustar por parecer tanto com coelhos de verdade.
Ou seja, já que entrei no quesito da modelagem, temos de pontuar outro grande acerto da produção, que foi trabalhar os animais no melhor estilo de "Zootopia", usando roupas e passeando para todo lado, convivendo como um ambiente separado dos humanos, e com isso não se necessitou muito realismo e puderam abusar de objetos, de festas e tudo mais, o que acabou ficando bem bacana, e talvez numa continuação caso haja, poderiam até brincar mais com isso. Entrando no fator carisma dos personagens, a família Coelho é uma graça (tinha de ter esse sobrenome né!!!) e todos ali corresponderam cada expectativa e desenvolveram muita sintonia para com o filme, desde Pedro com sua desenvoltura, senso de aventura e também um ar bem sacana e cheio de ousadia, passando pelas trigêmeas Flocos, Flux e Rabo-De-Algodão, cada uma com sua característica determinante que vemos realmente em gêmeos, e até mesmo o primo gordo consegue ter dinâmica nas diversas cenas como seu braço direito, ou seja, todos os pequeninos ficaram demais. Quanto os adultos, posso dizer que as expressões faciais de Domhnall Gleeson e Rose Byrne foram bem colocadas como Thomaz Severino e Bea, sempre bem colocados em cena e incorporados com cada momento, de modo que acabaram tendo um carisma correto para a personalidade de seus personagens, não vou dizer que as vozes me agradaram muito na dublagem, mas ao menos não ficou falso demais. E falando em vozes da dublagem, poderiam ter arrumado outro dublador pro galo, pois a voz do Burro do Shrek é marcante demais, e ele sempre será um burro, e não um galo.
No conceito visual, além da modelagem bem feita quase realista que falei, também tenho de pontuar que arrumaram uma locação bem charmosa, com uma boa plantação rica em diversidade, com casas rústicas mas bem interessantes, e além disso colocaram pinturas desenhadas para remeter os desenhos que já tiveram a mesma história, ou seja, um pacote visual completo que funcionou bastante. A fotografia praticamente deixou o tom no nível mais forte para divertir e criar trejeitos sempre alegres, com cores bem vivas e chamativas que sempre contrastavam bem com os personagens, e até brincaram com o primo, falando que marrom em cima de marrom não combinava, ou seja, grandes sacadas.
Claro que uma boa animação tem de ter ritmo e boas canções, e aqui a escolha foi na medida certa para divertir e encaixar cada ato com a dinâmica que precisava, e claro que não ia deixar vocês sem o link para ouvir todas. Mas peraí Coelho, você viu o filme dublado e não vai falar do grupo Rouge, então vamos lá, a volta das garotas está com tudo, dublando os passarinhos cantores do filme, e com isso nada menos que duas canções foram divulgadas e tiveram até clipe com os personagens, pois agradaram bastante, e deixo aqui as duas canções para serem ouvidas também.
Bem é isso pessoal, não esperava realmente que o longa me cativasse tanto e agradasse, pois já tive experiências bem desastrosas com animações que misturadas com humanos acabavam ficando estranhas, e aqui o acerto foi tamanho juntando carisma e tudo mais que mais do que recomendo para todos os pais levarem os pequenos aos cinemas e se divertirem bastante com todas as grandes sacadas. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais uma estreia, então abraços e até logo mais.
2 comentários:
Curti o filmes, apesar de um contexto clichê! tem um boa história, ótimos personagens Pedro Coelho é um animal rebelde que apronta todas no quintal e até dentro da casa do Mr. McGregor (Domhnall Gleeson), com quem trava uma dura batalha pelo carinho da amante de animais Bea (Rose Byrne). ...só não gostei do ego do Pedro, não incentiva muito bem as crianças!
Olá Tanya... pois é o ego do Pedro é meio fora de base para longas voltados para um público infantil... mas por incrível que pareça no livro também é dessa forma, então acho que não quiseram dar uma relevada... mas poderiam com certeza!! Abraços!
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