Falar de filmes de origem de personagens sempre é algo que não é bem fácil, ainda mais quando já tivemos jogos, filmes e tudo mais que possa ser derivado de um produto. Pois bem, nos atendo ao novo lançamento "Tomb Raider - A Origem" o que posso dizer logo de cara, é que joguei muito o game no final dos anos 90, é que era bem interessante o trabalho de ir decifrando enigmas, e aqui essa essência foi mostrada no miolo, mas deixou um começo exagerado demais (e bem desnecessário para mostrar a rebeldia da garota, em querer não ser rica), e que ao final mostrou mais algo forçado de ação, aonde precisaram forçar a amizade para finalizar tudo rapidamente e colocando a protagonista para pular muito em coisas absurdas, ou seja, é um filme que vale pela pegada em si, mas que funcionou mais como apresentação do que como realmente uma aventura cheia de nuances daquelas que vamos lembrar durante muito tempo. Não digo que tenha sido algo em vão, muito menos um filme ruim, pois as cenas investigativas e de aventura foram bem dinâmicas, com a protagonista botando o corpo pra jogo (pelo que se fala nos bastidores, sem usar dublê, ou seja, mostrando ser casca grossa mesmo), e que até funcionou bem no 3D de perspectiva pelos bons ângulos escolhidos de filmagem, mas que poderia ser muito mais caso quisessem, e evitassem deixar os grandes confrontos para uma continuação.
A sinopse completa nos conta que Lara Croft é a independente filha de um excêntrico aventureiro que desapareceu quando ela mal tinha chegado à adolescência. Agora, uma jovem de 21 anos sem nenhum foco ou propósito na vida, Lara faz entregas de bicicleta nas caóticas ruas de Londres, ganhando apenas o suficiente para pagar o aluguel, e cursa a faculdade, raramente conseguindo ir às aulas. Determinada a forjar seu próprio caminho, ela se recusa a tomar as rédeas do império global de seu pai com a mesma convicção com que rejeita a ideia de que ele realmente se foi. Aconselhada a enfrentar os fatos e seguir em frente depois de sete anos sem seu pai, Lara busca resolver o misterioso quebra-cabeças de sua morte, mesmo que nem ela consiga entender a sua motivação.
Contrariando os pedidos finais de seu progenitor, ela deixa tudo para trás em busca do último destino em que ele foi visto: um lendário túmulo em uma mítica ilha possivelmente localizada ao longo da costa do Japão. Mas sua missão não será fácil, já que a jornada para a ilha será traiçoeira. De repente, os riscos não podem ficar mais altos para Lara, que – contra todas as probabilidades e armada apenas com sua mente afiada, fé cega e espírito naturalmente obstinado – deve aprender a ultrapassar seus limites enquanto viaja para o desconhecido. Se sobreviver aos perigos dessa aventura, ela pode enfim encontrar um propósito para sua vida e tornar-se digna do nome Tomb Raider.
Entrando no quesito dito na sinopse, faltou uma explicação para o nome "Tomb Raider", ao menos não lembro de ninguém ter dito isso na projeção inteira, aparecendo apenas o nome no título do filme, ou seja, talvez pudessem ter trabalhado um pouco mais esse detalhe no roteiro. Porém tirando esse detalhe, o diretor norueguês Roar Uthaug trabalhou bem o sentido de aventura, ousando principalmente na velocidade das câmeras, na dinâmica cênica e nas diversas cenas de ação, mas faltou para ele a perspectiva de um roteiro mais trabalhado, que contasse realmente a história da protagonista, e talvez seus inimigos, não necessitando os mais de 20 minutos com sua saga de entregadora, não necessitando tanto as voltas no tempo, e por aí vai. Claro que muitos vão culpar os roteiristas por esse defeito, mas o diretor já que ousou tanto em tudo, poderia ter colocado mais força no contexto, e não ter deixado tanto pano para uma continuação.
O elenco principal é bem montado principalmente por deixar que os atores fizessem em cena suas melhores facetas, afinal como disse acima o roteiro não é muito desenvolvido, ou seja, a criatividade dos atores acabou dando o ar correto que os personagens necessitavam, e por bem pouco a trama não desandou. Alicia Vikander soube ser a Lara Croft mais atual, com uma pegada aventureira bem desenvolvida, e principalmente ao não utilizar dublês conseguiu ajudar o diretor para que o filme tivesse boas cenas de ação, ou seja, a atriz foi impactante, e esperamos que se houver realmente uma continuação, que coloquem um bom diretor e roteirista para que ela mostre também seu poder de impacto em diálogos, que sabemos que faz muito bem. Walton Goggins é o tradicional vilão de jogos de ação, daqueles que fala demais, mata a sangue frio, mas que é muito fraco de conteúdo, de modo que nem se contassem toda sua história a trama ganharia mais vida com seu Mathias Vogel, ou seja, fez o que estava ao seu alcance com o personagem, mas não expressou uma faceta interpretativa que pudesse chamar atenção. O mesmo podemos dizer de Dominic West como Richard Croft, que usou uma peruca imensa e trabalhou até que de forma honrosa seu personagem nas cenas do passado, mas que ficou mais próximo de um mendigo louco na segunda metade que um arqueólogo que realmente quisesse defender seu achado, ou seja, falhou demais. Dos demais temos de pontuar os bons semblantes de Daniel Wu como Lu Ren, que acabou se saindo melhor do que a encomenda nas cenas mais de impacto, e claro as garotas Emily Carey e Maisy de Freitas que deram personalidade nas cenas de Lara jovem e bem criança.
No conceito visual é fato que o longa trabalhou muito cenas computadorizadas, e é notável cada momento "irreal", mas como a dinâmica foi bem pontuada com muita ação, o resultado visual acaba agradando mais do que atrapalhando, ou seja, tivemos um filme com personalidade, aonde a cenografia até foi bem utilizada, principalmente dentro da tumba aonde aí sim vemos a tradição dos jogos que a franquia foi baseada, com mistérios, elementos cênicos elaborados e muitos desafios, que certamente poderiam estar presentes desde o começo que aí sim agradaria demais aos fãs. A fotografia trabalhou com cores mais fortes para ajudar na ação, e não falhar tanto nos efeitos, e isso foi imprescindível para a conversão para 3D, que ao usar muitas cenas beirando precipícios, e pulos para todo lado, o efeito acaba funcionando numa profundidade bem bacana, e até tendo um ou dois momentos de elementos saindo da tela, mas nada que impressione demais, mas como estamos falando de um filme de ação que a história é fraca, é melhor que você veja o filme com a tecnologia para reclamar menos.
Enfim, é um filme que passa o tempo, mas que funciona como algo bem introdutório, e que se não fizerem logo uma continuação para engatar a saga e talvez transformar a franquia em algo rentável, é capaz que o público se esqueça desse filme. Sendo assim, recomendo ele mais para quem gosta de boa ação, e que seja fã dos jogos, pois do resto não é nada que vá impressionar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até breve.
2 comentários:
Olá Fernando! Concordo! Se não tiver nada para fazer é uma boa pedida. Historinha até boa, prende. já o 3D... um lixo total. abraços!
Pois é Mauro, serve pra perder um tempinho numa tarde... rsss... eu gostei de uma ou outra cena em 3D, mas mais pela textura e profundidade... e só... abraços!
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