Já disse isso algumas vezes, e sempre caio no mesmo crime de assistir um filme alternativo e esperar que aconteça algo diferente do usual de mostrar o cotidiano de uma pessoa, suas atitudes, e enrolar durante toda a duração do filme sem levar a lugar algum, e com "Jovem Mulher" somos expostos a diversas situações de uma mulher que ao mesmo tempo que se mostra livre para fazer o que deseja, e faz, também não gosta de ser assim, ou seja, da mesma maneira que ela cansa disso, ela nos cansa também, de modo que um filme de 97 minutos acaba parecendo ter ao menos 3 horas, e não atinge lugar algum. Diria que o filme vale mais pela essência da protagonista do que pela história em si, e esse é o comum de vermos em longas desse estilo ou seja, filmes cansativos que não levam a nada.
A sinopse nos conta que sem dinheiro, dona apenas de um gato e com todas as portas batendo na sua cara, Paula retorna à Paris após uma longa ausência. Repentinamente abandonada pelo namorado, sua odisseia durante o dia e a noite está apenas começando: uma jornada para redescobrir a integridade de sua alma e sua independência. Ela só tem certeza de uma coisa: está determinada a recomeçar novamente e o fará com estilo e carisma.
Sempre digo que todos necessitam da oportunidade de ter seu primeiro longa-metragem, mas ao fazer isso recomendo que crie algo mais dinâmico num primeiro momento e depois de muito conceituado, faça seu longa alternativo cheio de nuances, pois a chance de errar é bem menor, pois geralmente encarar algo filosófico e cheio de propostas que ficam girando e não saindo do lugar é algo que cansa demais e quebra a todos, de tal maneira que dando uma leve analisada rápida no público da sessão de hoje, o que tínhamos eram muitas mulheres que certamente possuem um pensamento de vida independente e que achavam que veriam isso bem feito na telona, mas infelizmente a diretora Léonor Serraille apenas criou as situações, mostrando que a liberdade pode ser boa, mas se você não tem o espírito livre para ser livre acaba ficando mais presa e em dúvida do que quer, e nesse looping imenso, a trama ficou até que bem colocada, mas extremamente cansativa, pois acabou sendo simplório e sem dinâmica alguma para envolver o público, acabando praticamente de maneira nula e sem muita reflexão.
Sobre as atuações, o filme só vale pela loucura e ótimos trejeitos de Laetitia Dosch, pois ela criou uma Paula completamente maluca, que desde a primeira cena nem respira para falar e mostrar sua opinião, mas que também ao mesmo tempo que está atirando, está na dúvida do que está fazendo, e com isso o resultado brilha bastante com bons trejeitos e que se a história fosse melhor contada e tivesse um propósito maior acabaria agradando por demais. Dentre os demais, todos tentaram aparecer e ajudar a protagonista, mas com poucos destaques para chamar atenção e com isso o resultado acaba sendo um pouco falho.
No conceito artístico, foram efetivos em ter diversas locações, mas acabaram repetitivos demais, não tendo nenhuma locação para falar que a essência do longa estava ali, com um apartamento cubículo, uma loja de lingeries e algumas baladas, mas sempre a trama fechando ao redor da protagonista, não tendo nenhuma câmera mais aberta, nenhum momento que ressaltasse uma loucura maior, e até mesmo o gato (embora muito bonito) teve uma co-participação mais intimista, o que poderia valer a pena, ou seja, a equipe de arte até tentou mostrar serviço, porém falhou mais do que agradou.
Enfim, é um filme fraco, que até possuía uma ideia boa e que está bem na moda, mas que rodou demais e enrolou demais para chegar a lugar algum, e com isso mais cansou do que funcionou, o que é uma pena, pois certamente teria de tudo para agradar, e com isso, fazia muito tempo que um filme francês não me decepcionava tanto, e sendo assim não posso recomendar ele de forma alguma. Bem é isso pessoal, agora vou falar do outro longa que vi hoje, então abraços e até logo mais.
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