quinta-feira, 5 de abril de 2018

O Dia Mais Feliz Da Vida de Olli Mäki (Hymyilevä mies) (The Happiest Day in the Life of Olli Mäki)

É sempre interessante ver filmes esportivos, pois procuram mostrar a garra dos personagens, mas e quando falamos de como o esporte acaba influenciando a vida não indo no rumo que a pessoa deseja, também é algo que precisa ser debatido, e aqui em "O Dia Mais Feliz Da Vida de Olli Mäki", temos uma trama bem dosada, com nuances expressivas de cada um dos protagonistas, e que baseado em fatos reais acabou envolvendo o público de um modo simples, mas sem precisar fazer algo grandioso. Ou seja, temos um longa que foi trabalhado para mostrar que ao chegar no topo do esporte, o jogo/luta/competição acaba nem sempre sendo tão favorável para o esportista, mas sim duro por precisar ficar ao dispor de patrocinadores e empresários, o que acaba mais cansando o esportista e estragando sua vida, do que realmente fazendo com que ele cresça no meio, e isso só os grandes e fortes conseguem superar, o que aqui é mostrado de uma maneira bem sutil e interessante de ver.

A sinopse nos conta que no verão de 1962, Olli Mäki tem a chance de disputar o título mundial de boxe na categoria peso-pena. Em todos os lugares da Finlândia, das cidades do interior às luzes da cidade de Helsinque, as pessoas torcem para o seu sucesso. A única coisa que Mäki precisa fazer é perder peso e se concentrar. Mas há apenas um problema: Olli está perdidamente apaixonado por Raija.

É bacana vermos como o diretor Juho Kuosmanen procurou ser eficaz em mostrar o anseio por paz e simplicidade como a vontade do personagem principal, e ao ir trabalhando cada situação do roteiro sem muitas firulas, ele conseguiu passar tudo o que desejam de uma luta profissional de boxe, e tudo o que envolve nesse meio esportivo aonde antigamente os lutadores ganhavam pouquíssimo, mas todos ao redor esbanjavam gastos com muito dinheiro circulando. Mas a grande faceta mesmo do diretor foi não exagerar nos personagens, e mesmo que tenha usado diversas cenas desnecessárias na trama para enfatizar a vida que o personagem principal tinha e gostava de ter, ele foi singelo em todos os momentos a fim de que tudo soasse correto na proposta do personagem principal, e todos ao seu redor que estavam errados, o que talvez até realmente aconteça nesse mundo esportivo, mas que poderiam ter trabalhado um pouco mais para que o filme não ficasse num único fluxo.

Dentro do conceito das atuações, podemos dizer que tivemos boas expressividade por parte de todos os protagonistas, e desde a garota singela mas com um carisma no olhar de Raija, que foi interpretada por Oona Airola, passando pelo lutador que ao manter seu estilo simples de padeiro, mas que com garra busca seu grande feito, e que Jarkko Lahti entregou de uma forma bem sutil e gostosa de ver com seu Olli, e chegando até o empresário Elis que como alguém endividado e cheio de gana está querendo ganhar sua vida a partir de outra pessoa, e que Eero Milonoff fez com tanta personalidade, todos tiveram bons momentos para mostrar seu grande momento e ainda poder desenvolver atitudes para que soassem bem colocados, ou seja, um bom elenco principal que até teve muitas participações conectadas, que em alguns momentos até tentaram aparecer mais, mas felizmente o diretor foi coeso e conseguiu manter a história no pé correto, e ainda agraciar numa última cena a passagem dos verdadeiros Olli e Raija pelos fictícios.

O longa contou com uma ótima fotografia em P/B para não necessitar elaborar tanto em cenários e maquiagens, pois dessa forma a trama funcionou e ficou correta, além disso usou figurinos coesos, e até que foi bem engraçado ver uma luta ao ar livre, coisas que hoje não costumamos mais ver, ou seja, a equipe de arte embora tenha maquiado bem tudo com a fotografia, conseguiu ser simples e efetiva. Sou meio contra filmes serem em preto e branco sem a necessidade de algo maior, e aqui esse foi um exemplo que daria para ser colorido tranquilamente, mas acabou dando uma tonalidade bonita, e colocando uma marca de época meio que documental por ser um longa baseado em fatos reais, então dessa vez, esse recurso, passa.

Enfim, foi algo bacana de ver, simples e bem colocado dentro da proposta, mas que poderia ser bem melhor se encarado como algo mais empolgante como são as lutas hoje, e talvez até alfinetar mais o estilo dos empresários do esporte, pois ao ficar no meio do caminho o longa não atingiu nem um lado nem outro, soando apenas como um ar de um camponês disposto a largar tudo pelo amor. Bem é isso pessoal, deixo aqui minha recomendação para esse longa e já vou escrever do outro filme que conferi hoje, então abraços e até breve.

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