Alguns filmes são lançados já com a proposta de não serem levados à sério, e quem vai ao cinema sabendo disso, sem esperar muita coisa proveniente deles geralmente sai bem feliz com o resultado, e acaba se divertindo bastante, enquanto quem vai com muitas expectativas ao pote acaba num desânimo monstruoso. Felizmente posso me incluir no primeiro grupo que foi ao cinema sem esperar nada de "Rampage: Destruição Total", muito pelo contrário, fui pronto para atacar em nível máximo e preparado para um grandioso desastre nas telonas, e o resultado disso foi que o longa acabou me agradando bastante, pois é extremamente divertido nos momentos exatos preparados para isso, possui muita ação (claro que de um modo forçadíssimo para tudo!), e até um certo design de texturas muito bem colocado para com os bichões, de modo que acabamos curtindo o que vemos na tela. Claro que a apelação é monstruosa, com o protagonista fazendo coisas mirabolantes, levando diversos tiros e continuando a pular e tudo mais, mas era a proposta do filme, então para quem gosta, deve com certeza ir na maior sala possível, para que o barulho também seja máximo, e que junto de um 3D digamos razoavelmente bem feito, a diversão também funcione para você.
O longa nos mostra que o primatologista Davis Okoye é um homem solitário que tem uma amizade inabalável com George, um gorila extremamente inteligente que está sob os seus cuidados desde o seu nascimento. Porém, quando um experimento genético não autorizado dá errado, este primata gentil é transformado em uma criatura feroz e de tamanho descomunal. Para piorar as coisas, descobre-se que há outros animais que sofreram mutações similares. À medida que estes superpredadores atravessam os Estados Unidos, destruindo tudo em seu caminho, Okoye se une a uma geneticista desacreditada para desenvolver um antídoto, abrindo caminho em um campo de batalha em constante mutação, não só para impedir uma catástrofe mundial, mas também para salvar a temida criatura que já foi seu amigo.
Já disse algumas vezes que alguns diretores gostam de trabalhar com seus próprios artistas por alguns motivos, e o principal é saber dar comandos simples e esses executarem com perfeição e naturalidade, e aqui Brad Peyton que já dirigiu Dwayne Johnson duas outras vezes foi certeiro em sua escalação, pois como temos um longa quase 100% digital ("Terremoto: A Falha de San Andreas" diria que teve uns 70%) era necessário que o ator se conectasse bem com os personagens digitais e ainda tivesse carisma para as cenas com humanos e claro para grandes destruições, e sem dúvidas são raras as cenas que não vemos uma boa dinâmica entre todos os elos. Mas além dessa boa interação, outro ponto que preciso aplaudir é a trama não ter medo da censura, pois mesmo lançado como 14 anos, o diretor colocou diversas cenas violentíssimas sem quase corte de tal maneira que algumas chega a dar um certo estranhamento, mas o resultado além de impactar, mostra um certo realismo por parte do que aconteceria com monstrões comendo pedaços, claro que com o protagonista o bicho nem alcança ele, afinal ele é o The Rock! Ou seja, juntando boas cenas de ação com uma boa dose de violência, e muitas cenas divertidas com boas piadas também resultaram num longa completo, aonde claro não podemos acreditar em nada, e muito menos levar a sério o que estão mostrando. Como muitos podem me criticar, vou optar por não falar do jogo original de 1986, em que o filme foi baseado, pois tinha apenas 4 anos, e não me lembro de sequer ter jogado ele alguma vez nesses muitos anos, então não posso afirmar em nada nenhuma comparação do que funcionou ou não, e assim sendo vou preferir optar como um longa "original".
Quanto das atuações, fica claro que Dwayne Johnson teve uma certa dificuldade em alguns momentos para se integrar com os personagens computadorizados, mas nem por isso deixou olhares perdidos e soube entregar a personalidade e carisma tradicionais de seus personagens também para Davis Okoye, e felizmente o diretor também mostrou um pouco de suas origens com imagens de flashback e também faladas por outro personagem, o que acabou criando um laço maior na trama, ou seja, além de conhecermos mais quem ele era, o ator foi dinâmico e fez tudo o que costumamos ver em todos os seus filmes, ele pegando armas pesadas, pulando para todos os lados e aqui nem muitos tiros fizeram ele parar, ou seja, quase um ser imortal. Naomie Harris foi bem colocada como Dra. Kate, mas soou desesperada demais e cheia de movimentações demais para a ideia original da personagem, parecendo quase que tinha levado um choque de 220V e iria fazer tudo o que lhe pedissem, não digo que isso seja errado, mas um contraponto para a dinâmica forte do outro protagonista seria bom e agradaria bastante também. Jeffrey Dean Morgan deu um ar bem cômico para seu personagem investigativo, criando quase um cowboy da lei, que acaba agradando dentro da proposta, mas que facilmente acaba soando falso para algo mais sério, ou seja, agradou pela personalidade, mas falhou pela intenção. A vilã interpretada por Malin Akerman só não foi mais artificial por falta de cenas, pois sua Claire destoava cenicamente até no visual, o que é algo bem estranho, e talvez precisasse de mais cenas de sua empresa para conhecermos mais e ficarmos com mais raiva dela torcendo por uma morte dolorosa, mas ao menos não bateram tanto na tecla de que fazia tudo para ficar rica e dominar o mundo. Dentre os demais personagens, muitos apareceram e depois sumiram, outros entraram na metade final, mas sem muito para destacar, valendo apenas os carões fortes feitos por Demetrius Grosse como Coronel Blake e no começo as cenas do outro brucutu interpretado por Joe Manganiello, que mereceria até mais cenas no longa.
No conceito visual tenho de falar muito bem mesmo das texturas dos monstros, pois embora o filme seja tosco, ao menos capricharam para que o mega gorila tivesse pelos bem movimentados nas cenas, o lobo tivesse espinhos em sua pelagem, e o jacaré fosse quase um monstro pré-histórico com uma carcaça impenetrável, e junto de uma cidade caindo em pedaços para todos os lados, muitos helicópteros e armas de guerra bem colocadas, o resultado cênico mostrou um apreço grande em gastar o orçamento sem dó. A fotografia trabalhou muito com tons marrons para realçar a destruição, e principalmente para dar um bom contraste com as cenas de floresta e depois com o branco do macacão, e com isso, o filme mesmo tendo cenas violentas, o sangue não acabou escorrendo tanto na tela dos cinemas. Sobre o 3D, a trama não é daquelas que nos dá dor de cabeça, pois usa cores mais neutras, mas nem por isso o diretor que é fã assumido da tecnologia deixou de lado cenas bem feitas pensando no uso da técnica, e com isso diversas cenas de prédios caindo acabam jogando pedras em direção ao público com uma boa poeira visual (que num 4DX deve ficar interessante!) e também nas cenas iniciais no espaço puderam brincar bastante com a gravidade fazendo com que detalhes ficassem flutuando, ou seja, não é um filme que vamos ter que ficar obrigatoriamente com os óculos na cara o tempo todo, mas que nas cenas aonde foi empregado a tecnologia, fizeram bom uso e acertaram.
Enfim, está bem longe de ser um filme perfeito, mas como ri bastante com diversas cenas, o macaco possui um senso de humor ótimo que vai fazer muita gente se divertir até mais que muitas comédias, as cenas de ação causam o devido impacto, e não economizaram em violência que todo filme trágico deve ter, tenho de pontuar que o longa vai valer a conferida de todos que gostem do estilo, mas claro que deixo bem claro as ressalvas de que vá preparado para ver muita coisa impossível e improvável de qualquer realidade, e assim sendo, o resultado vai ser agradável. Bem é isso, fico por aqui hoje, mas volto em breve com as demais estreias da semana, então abraços e até logo mais.
2 comentários:
Brother! 2 palavras para definir esse filme" simplesmente Fantástico!
"Abração"!
Acho que esperava outra coisa desse filme... mas foi bacana!! São os famosos gostos pessoais... rss Abraços!
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Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...