O que acontece quando se junta um diretor de terrores sangrentos com um ator de ação com tiros para todos os lados em uma refilmagem de um clássico filme policial dos anos 70? Se você algum dia fez essa pergunta, a resposta foi lançada nos cinemas na última quinta feira como "Desejo de Matar", refilmagem do longa de 1974 estrelado por Charles Bronson, que agora recebeu um tom mais moderno, aonde a tecnologia dos celulares e das redes sociais proliferam ainda mais a discussão de se devem ou não se fazer justiça com as próprias mãos enquanto a polícia fica parada demorando para resolver um caso. Claro que a ideia principal é interessante para ser discutida, o longa vem cheio de ação para todos os lados (demora um pouco para engrenar, mas quando começa é tiro pra todo lado!), e o principal que veio da pegada clássica do diretor, que antes desse longa só havia feito terrores fortíssimos, ou seja, colocou muitas cenas fortes com impacto de primeira, fazendo com que a classificação indicativa fosse lá para o alto (+18 anos) e agradando quem gosta desse estilo sem precisar ficar apenas indicando as situações.
A sinopse nos conta que após ter sua casa invadida e a esposa assassinada por bandidos Paul (Bruce Willis) passa a acompanhar a polícia nas investigações para capturar os criminosos. Em poucos dias ele percebe que a polícia jamais encontrará os assassinos. Sem opções, ele terá que se aventurar por caminhos obscuros em uma jornada pessoal em busca de justiça.
Vendo as outras opções de atores que foram citadas para o diretor, certamente ele não teve dúvidas em contar com Bruce Willis, pois o longa é a cara do ator, que tem um ar sereno de bom moço quando quer, mas que também não perdoa nada que entre na sua frente, e dado isso, Eli Roth só precisou trabalhar com os produtores como faria para que seu longa chegasse perto do original que conta com cenas também bem pesadas para a época, mas que aqui ganhou um plus mais próximo do terror, mesmo que ainda utilize do estilo de ação policial, afinal vingança faz parte desse gênero. Ou seja, o estilo do diretor foi mantido e ele conseguiu ainda incorporar a ação dinâmica que lhe faltava em alguns títulos para que tudo ficasse bem colocado em cena, de modo que cada ato aqui é marcado quase como em uma série, mas que funciona bem como filme e agrada pela força que pode trabalhar, pois certamente um longa mais light acabaria cansando e não chegaria nem perto de ser lembrado.
Basicamente o filme inteiro é de Bruce Willis, que inicialmente com seu ar cordial e cheio de classe até estranhamos, de tal maneira que Paul parece o médico e marido perfeito, mas logo após o crime, o bicho pega e fica o tradicional Bruce que conhecemos, que deu bons trejeitos para o personagem, criou um carisma e que certamente caso desejem continuar a série fará bons momentos na telona com seu Anjo da Morte, mas aí precisarão elaborar um roteiro mais bem encaixado, pois a história para esse foi fechada. Dentre os demais personagens, a maioria aparece bem pouco e muito deslocada, desde os detetives interpretados por Dean Norris e Kimberly Elise que parecem somente se importar com comidas e bobagens ficando algo bobo demais, até o irmão do protagonista que conseguimos ver que possui alguns problemas, mas que acaba ficando bem superficial na trama com os trejeitos de Vincent D'Onofrio. Dentre os ladrões, deram um pouco mais de ênfase em Beau Knapp como Knox pelo gran finale das cenas de seu personagem, mas sem dúvida as mortes dos demais foram bem mais interessantes.
No conceito visual temos bons momentos com elementos cênicos precisos, a exibição de como é fácil arrumar uma arma de altíssimo porte por parte de qualquer um, conseguiram deixar a cidade de Chicago como um lugar perigosíssimo (não sei se é realmente assim, mas se for deixa algumas cidades brasileiras no chinelo!) e ao trabalhar bem as cenas de ação e as de mortes, a equipe artística procurou criar muita realidade forçada, de tal maneira que alguns elementos cênicos pareceram ter mais importância até que a história em si, o que mostra um apreço pelo orçamento da equipe, e assim o filme acaba até soando engraçado por alguns lances, mas nada que atrapalhe o resultado. A fotografia usou bons tons escuros brincando bastante com luzes de ruas, carros e sombras, o que deu um tom mais denso para a trama e acaba agradando bastante.
Enfim, é um filme que muitos vão adorar pela força de impacto e outros vão odiar pelo exagero, mas que certamente vai causar algo no público que for conferir, e como costumo dizer, isso é fazer cinema, pois se causou algo vai gerar conversas, que vai levar outros para conferir e assim vai. Não digo que seja o longa perfeito, muito pelo contrário tendo diversos furos, mas soa bacana pela proposta de um filme de ação e muitos tiros, e sendo assim quem gosta desse estilo pode ir conferir sem medo, que vai ficar bem contente com o resultado final. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto na segunda com alguns documentários que vieram para a cidade, então abraços e até breve.
4 comentários:
Refilmar um clássico desses, com esse péssimo ator, é uma humilhação com o mestre Charles Bronson. Horrível! Podem tentar refilmar 100000000000000 vezes que não chega nem perto do original. Bronson é mito, insubstituível , incomparável até hoje. A criatividade já está totalmente escassa. Que os levam a tentar ridicularizar o que de bom foi feito anos atrás, que será sempre único e insubstituível. (Minha opinião). Abraços!
Olá Mauro, cara, infelizmente o que mais veremos nos próximos anos são refilmagens, mas essa até que foi razoável, embora Bronson seja insubstituível! Abraços!
Refilmagens aconteceram mesmo , e fato! Mas o que precisam entender é que tem atores e filmes que não tem como refilmar, não tem como Siquer tenta copiar. Sinceramente... Se eu chegar aqui em casa e alguém tiver assistindo isso aqui, eu meto uma pedrada na televisão na hora! Sem rescentimento!!! Abraços.
Que rebeldia amigo Unknown... irá ficar ressentido depois tendo de comprar outra TV rsss... abraços!!!
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