Não tenho o costume de falar muito sobre documentários pelo fato de ser um estilo que dificilmente chega aos cinemas do interior, e principalmente, pelo motivo simples de que documentários geralmente são formatados para um público bem específico, de modo que ou você tem um mínimo de interesse sobre o que é mostrado, ou diferente do que ocorre em uma ficção que algum momento pode lhe conquistar, aqui é raro de acontecer. E como costumo dizer trabalhar o elo religioso é algo que tem duas formas: o de convencer um público ou o de mostrar a sua verdade para o público, e aqui em "Hare Krishna! O Mantra, o Movimento e o Swami que começou tudo" temos até um bom modelo formatado tradicionalmente com inúmeras entrevistas, aonde cada um vai falando um pouco de como foi viver com o fundador do movimento, como era um bom transmissor de ideias, a paz e a determinação que demonstrava e tudo mais, mostrando a expansão da ideia por diversos países, os problemas que ocorreram e tudo mais, porém falta aquele detalhe que engrena uma trama e acaba entregando o algo a mais, que seria a possível conversão de mais pessoas para a ideia, ou que ao menos nos apaixonássemos pelo idealizador e sua paz, mas não ocorre, e pelo contrário, o longa acaba inicialmente cansando demais para empolgar no final, e quando acaba vemos tantas imagens atuais do movimento que serviriam para mostrar os rumos que tudo tomou que chega a dar pena da edição feita.
A sinopse nos conta que o fundador do movimento espiritual Hare Krishna, Srila Prabhupada chegou aos Estados Unidos em 1965 com 70 anos e praticamente nenhum dinheiro ou contatos. Morando em Nova Iorque, ele começou a dar palestras interpretando antigos sânscritos indianos na época do auge da contracultura, e os jovens hippies, inclusive George Harrison dos Beatles, rapidamente se juntaram. O swami foi um incansável promotor até sua morte em 1977, tendo viajado por todo o mundo para espalhar sua mensagem.
Diria que o trabalho de pesquisa foi bem desenvolvido e conseguiu mostrar o começo da trajetória de Prabhupada, e também através de muitos registros históricos mostrar alguns momentos marcantes do início do Hare Krishna, mas John Griesser fez algo tão monótono e com uma desenvoltura tão cansativa para tentar criar um ar sobre o protagonista que não atingiu o ápice em momento algum, muito pelo contrário, o ápice poderia ocorrer com qualquer uma das muitas cenas mostradas durante os créditos que mostra o que o movimento acabou virando atualmente, ou seja, focaram tanto o começo enrolando sem ir para lado algum que quando chegou no melhor ponto acabou o filme.
Ou seja, temos bons depoimentos, boas cenas históricas, vemos os momentos em que o Beatles colocou o movimento num nível maior ainda com George Harrison cantando o mantra, e tudo mais, mas diria que o diretor e roteirista foi omisso no momento maior, e com isso o resultado soou calmo demais para agradar um público maior. Não digo que o filme tenha sido em vão, pois temos momentos que até dá para curtir e conhecer um pouco, mas dos 90 minutos do longa, me vi olhando as horas umas três vezes nos primeiros 50 minutos, ou seja, conseguiu me cansar de tal maneira que não via a hora de chegar ao final, e isso é algo raríssimo de acontecer, ou seja, poderiam ter melhorado demais a desenvoltura que acabaria resultando em algo mais dinâmico e bacana de acompanhar.
Enfim, como disse está bem longe de ser algo desagradável ao ponto de não recomendar, pois vai ter o público-alvo que irá gostar do estilo, que já segue a religião e apenas deseja conhecer imagens dos primórdios, mas para quem apenas ouviu algum ensinamento, escutou o mantra e deseja saber mais, certamente deve haver filmes melhores para mostrar mais, já que aqui ficou muito imparcial e chato para falar em termos mais convincentes para um público maior. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com a minha opinião de outro documentário que apareceu na região, então abraços e até logo mais.
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