Tem um estilo de filmes de terror que quando achamos que está para sumir surge como uma entidade paranormal, e se bem trabalhado consegue acertar, digo isso, pois foi feita tanta propaganda online de "Verdade ou Desafio" que confesso que estava com muito medo não de algo assustador no longa, mas sim que fosse uma tremenda bomba adolescente. Daí eis que claro fui conferir, e já comecei a ficar com mais pulga na orelha ao entrar na sala uma quantidade imensa de adolescentes (que imaginei não terem conseguido ingresso para "Guerra Infinita" e resolveram conferir o terror!), e o medo aumentou ainda mais que fossem ficar de papinho e de celulares ligados, mas felizmente graças aos deuses do cinema, todos se conectaram à trama, e ficaram conferindo de boa, e digo de boa mesmo, pois o longa não assusta, não causa aqueles gritinhos de "olha ali", não pega ninguém desprevenido, e o melhor, possui uma essência aterrorizadora, do estilo de "Premonição", coloca atos de "O Chamado" e ainda brinca com entidades demoníacas, ou seja, o pacote completo para agradar e até divertir com as besteiras que acaba acontecendo. Claro que temos diversos absurdos técnicos, muito clichê do estilo que olha vai acontecer isso e acontece, diversos pontos inventivos, mas estamos falando de uma ficção, ou seja, podemos esperar de tudo, e o longa consegue o feito de entreter com um gênero que costuma causar tensão, ou seja, se não tivessem já divulgado que vão migrar para o lado das séries com a trama, poderíamos esperar no mínimo mais uns dois longas sequenciais da trama que ainda agradaria bastante.
A sinopse nos conta que Olivia e seu grupo de amigos de férias no México são convencidos a brincar de "Verdade ou Desafio", em um prédio em ruínas, pelo misterioso Carter. Ao passar a maldição para os recém-conhecidos, Carter alerta o grupo sobre os riscos e regras do jogo, mas não é levado a sério até que essa presença demoníaca começa a assombrar os participantes — encurralados em uma trama de chantagens e perigos que parece conduzi-los a uma única saída: a morte.
O nome do diretor inicialmente parece não remeter a nenhum grande filme, mas na primeira pesquisada já vem "Kick Ass 2", e pronto, posso parar por aqui e está descoberto o motivo de Jeff Wadlow ter mandado bem novamente, digo isso com muito primor, pois o estilo do longa é bem montado, a forma de condução funciona, e mesmo que tenha muita coisa óbvia que fãs de terror não gostam de ver, e o exagero computacional para fazer essas caras estranhas (que é até explicado o motivo pelo demônio ser "brincalhão"), o resultado final é o que vale, e como disse no início, o longa conseguiu prender adolescentes nas salas sem ficar com griteiro e celulares ligados, ou seja, um milagre completo. Claro que ele também pode ser responsabilizado por muitos fãs do gênero pela falta de um horror mais marcante, ou cenas mais chocantes no corte final, mas de certo modo funcionou para que o filme se popularizasse mais, ou seja, optaram pela bilheteria e isso vai causar um pouco de raiva no público que gosta de algo mais dark, mas nada que atrapalhe demais, é apenas um estilo diferente, pois certamente se quisessem poderiam ter feito com a história um terror daqueles de arrepiar e virar a cara a cada morte.
Sobre as atuações, diria que o grupo de jovens foi coeso nas expressões (tirando novamente a computação para esses sorrisos horrendos!) e diálogos incorporados de tal maneira que podemos até ficar com raiva de alguns personagens, e isso é bacana quando acontece, pois mostra que o ator se entregou para fazer gostarmos ou desgostarmos dele, e assim faz valer sua participação/morte. Lucy Hale andava meio sumida do cinema após "Pânico 4", e aqui a jovem soube usar olhares bem colocados e mostrar trejeitos de pânico, de romance e até de desespero, de modo que sua Olivia embora chatinha por alguns exageros acaba funcionando na trama. Violett Beane leva tanta porrada pelas verdades que sua Markie é obrigada a ouvir que chegamos a ficar com pena dela, e a atriz soube fazer caras bem emputecidas e outras de piedade para cada ato, e mesmo não sendo nada perfeito saiu-se bem na maior parte do tempo. Tyler Posey é o tradicional galã desse estilo de filme com seu Lucas, e chega a ser até bobo demais seus atos, mas o jovem não chega a atrapalhar em nada, e seus momentos de possessão foram os mais expressivos (talvez por não necessitar tanto de computação!). Dentre os demais tivemos bons momentos com claro o homossexual que tem de ser colocado nesse estilo de filme, e que Hayden Szeto fez bem sem ser forçado, mas mesmo com poucas cenas talvez o destaque de trejeitos bem colocados fique para Landon Liboiron com seu Carter que fez muito bem o personagem de reviravolta.
No conceito visual a equipe de arte trabalhou bem para criar boas cenas de mortes e não necessitar locações elaboradas, tirando claro a igreja aonde aconteceram os cultos e um trailer no México, além claro de gastarem na viagem real de todos os protagonistas para festinhas no México para se integrarem, conhecerem mais, criar um clima, e claro gravar a abertura do longa, de modo que funcionou bem, embora seja rápido demais, com janelas demais e que acaba ficando difícil até de ler e ver tudo o que mostram em 3 a 4 cenas juntas, e com isso, por ser algo simples, o resultado final de toda a obra acaba ficando interessante de ver, mas como disse, poderiam ter feito coisas mais chocantes, e gastarem mais sangue para o longa cair mesmo na classificação de terror, e isso é a maior falha do longa. A fotografia foi bem coerente, com tons escuros, mas sempre mostrando tudo, não deixando pontos negros para surgir algo do nada e assustar, ou seja, luzes e sombras em perfeita harmonia. No conceito da maquiagem, tivemos bons momentos, mas muitos estranhos também, o que mostra uma pequena bagunça no resultado entre computação e maquiagem real mesmo.
Enfim, é um filme que acabou me surpreendendo por não ser tão de terror, mas conter uma essência de terror bem trabalhada que fazia tempo que não acertavam, de modo que mesmo sendo adolescente demais vai acabar agradando quem gostar de longas de terror sem sustos, apenas com alguma ideologia bem trabalhada. O filme possui alguns furos que preferiram não deixar em aberto, exagerando em algumas explicações abusivas, mas que passam tranquilamente sem precisar reclamar muito. Ou seja, fui pronto para vir escrever atirando mil pedras, e vou acabar encerrando o texto recomendando o longa para que todos se divirtam com um terror não perfeito, mas que vale a conferida. Bem é isso, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais um texto, então abraços e até logo mais.
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