Já reclamei algumas vezes de alguns estilos de documentários, por serem jornalísticos demais, mas quando uma obra gastronômica acaba virando um filme da melhor qualidade temos de elogiar com toda certeza, e aqui com "A Busca do Chef Ducasse" a sensação que temos durante toda a viagem de aprimoramento, de visitas à fornecedores, de visitas aos seus restaurantes e outros para conhecer sabores, e tudo mais, é a de plena satisfação, de sentir fome vendo tudo, mas também a satisfação de ver um chef renomado com suas buscas incansáveis por melhorias, por um mundo mais sustentável, por formar novos chefs e claro por novos sabores e experiências. Ou seja, até pode parecer um longa encomendado, mas o diretor soube trabalhar tão bem as imagens das viagens com Ducasse, e ir incorporando os momentos e situações, que embarcamos junto na viagem documental, é o resultado acaba incrível de conferir e por bem pouco não soou perfeito.
O longa nos situa que atualmente, Alain Ducasse é o chef e mentor de culinária mais famoso no mundo. Com 23 restaurantes, 18 estrelas Michelin, ele não para de criar locais novos, construir escolas, ultrapassar as fronteiras da profissão rumo a novos horizontes, a uma gastronomia mais humanista, engajada e responsável. Alain atravessa o mundo de forma incansável, pois acredita que a culinária é um universo infinito. Ele aceitou ser acompanhado em suas atividades, durante quase dois anos, nos abrindo, assim, as portas de seu mundo em constante evolução.
O diretor Gilles de Maistre foi bem colocado junto da proposta de fazer uma trama que mostrasse as qualidades do Chef, e tudo ao seu redor nessa busca, mas se posso citar uma falha seria a de não colocar contrapontos negativos, e mesmo no momento que aparece um chefe que foi demitido por ele, a situação é rapidamente cortada, e além disso, temos poucos depoimentos ao redor, ficando algo realmente ao redor mesmo de Ducasse, não que isso fosse algo ruim, mas seria talvez uma melhoria considerável para o longa ficar completo. A trama em si é bem envolvente e foi trabalhada na medida para não ficar nem muito corrida (afinal passam por inúmeros países, inclusive no Brasil para visitar o fornecedor de cacau dos restaurantes) nem acaba virando algo cansativo e chato de acompanhar, sendo assim um acerto considerável para a dinâmica escolhida do longa.
Com locações maravilhosas de diversos restaurantes, plantações e cidades, além claro das viagens de avião, trem e tudo mais, e das magníficas comidas que mais parecem cenográficas, e dão uma fome incrível, o resultado visual acabou ficando maravilhoso de conferir.
Enfim, é um longa bem gostoso de conferir, literalmente, mas que poderia ser menos a favor para não parecer comprado, e assim acabaria ficando até melhor. Sendo assim, recomendo ele para uma viagem gastronômica, que vale a pena para quem gosta do estilo. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas já vou para mais um longa agora fora do Festival, então abraços e até logo mais.
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