Bem.... ando vendo que nossos amigos franceses andam investindo bastante em outras áreas sem ser ótimas comédias dramáticas e dramas cômicos, floreando por áreas que possam chamar a atenção dos mais jovens como ficção científica e o terror, mas temos de pautar que a grande sacada da França são os ótimos roteiros, e esses estilos necessitam de produções milionárias e um desenvolvimento de ritmo que por vezes optam até por ter um péssimo roteiro, e isso para eles é algo que não pode ocorrer de forma alguma, e aí o que acontece? Uma tentativa de terror com zumbis que o protagonista fica somente em um prédio de poucos andares, andando de apartamento por apartamento, ficando maluco, tendo conversas filosofais, e vendo os zumbis do lado de fora andando para lá e para cá, ou seja, "A Noite Devorou O Mundo" não explica de onde veio a onda zumbi, não fala se o jovem vai ou não sobreviver sendo preguiçoso ao extremo, não floreia nada que uma história de terror deve realmente ter, ficando somente na parte filosófica e mental de possibilidades, de auto-conhecimento, e por aí vai, o que acaba literalmente cansando, e sendo o primeiro filme do Festival Varilux que olhei meu celular as horas... e por três vezes para ver se estava acabando o longa... e ainda por cima foi algo completamente fora do público do Festival, que enquanto todas as demais sessões tem tido uma alta quantidade de público, essa só teve 4 pessoas contando comigo, ou seja, um desastre e não por menos, pois o filme não atinge nada.
A sinopse nos conta que após uma noite de festa com muita bebida, Sam acorda completamente sozinho em seu apartamento. Ainda confuso ele descobre um terrível acontecimento: a cidade de Paris está tomada por zumbis famintos. Rapidamente ele começa a proteger o prédio em que vive e elabora estratégias para conseguir manter-se vivo em meio a catástrofe. No entanto, ele ainda não tem certeza se é o único sobrevivente neste cenário hostil.
Por ser sua estreia na direção de longas, certamente Dominique Rocher tentou ser o mais coeso com o orçamento e não quis abusar de muitas loucuras e/ou ao adaptar o livro de Pit Agarmen tentou captar demais a essência artística da história de desespero de um homem que estava no meio de uma festa imensa, dormiu e acordou com o mundo sendo devorado por zumbis desesperados. Não consigo enxergar uma ideia mais coesa para falar que o filme falhou muito ficando somente num único prédio passando pelos diversos apartamentos, sem ninguém para o jovem discutir (tirando o zumbi bacana preso no elevador!) e que por horas podemos até imaginar alguns momentos seus como devaneios, e ficar na dúvida de se o que acontece é real, mas a trama prende tanto o personagem que até ficamos intrigados com tudo, passamos a quase conhecer sua rotina e até se conectamos com sua situação, mas faltou algo mais forte para que o filme pegasse ritmo realmente, que o jovem saísse pelos telhados (como vimos no filme anterior da noite) caçando algo ou alguém, que descobrisse de onde vieram os zumbis e por aí vai, não apenas vivendo até acabar a comida dos 5 andares de apartamentos, ou seja, faltou muito.
Das atuações, basicamente só temos de falar do norueguês Anders Danielsen Lie e seu personagem Sam, pois o filme fica praticamente 90% com ele em tela, e o jovem comanda realmente o longa, assumindo a responsabilidade completa, trabalhando olhares, cortando o cabelo na faca (não é mostrado, mas fica tão ruim que certamente foi feito assim!), viajando na sua maluquice, tocando bateria e criando instrumentos com objetos, ouvindo suas fitas e tudo mais que dê para fazer em vários dias num único prédio cercado por zumbis, e não podemos falar que a falha do longa não decolar é sua, pois é notável sua intensão de impacto, seus trejeitos e tudo mais para chamar o longa para si, mas não empolga, e esse é o problema. Golshifteh Farahani aparece em algumas cenas com sua Sarah, e faz bem alguns olhares, alguns direcionamentos cênicos, mas é pouco para um longa de 100 minutos em que aparece por 10 a 20 no máximo. Dentre os demais temos de aplaudir a interpretação de Denis Lavant como o zumbi de elevador Alfred, que fez caras e bocas geniais, parecendo se comunicar realmente com o protagonista e entender mesmo com o cérebro estourado o que o personagem lhe transmitia, ou seja, se quisessem melhorar o filme só ficando no apartamento, que deixassem mais divagações com o zumbi que daria mais certo.
No conceito da produção, posso dizer que se preocuparam bastante com a cenografia, fazendo muita sujeira de sangue espalhada pelos apartamentos, zumbis com visuais destruídos e bem moldados na maquiagem, figurinos destroçados, apartamentos cheios de elementos para o protagonista utilizar, ou seja, uma composição cênica de primeira linha que se tivesse sido melhor aproveitada daria um filmaço. A fotografia brincou bem com os tons escuros para dar leves sustos, ousou brincar com alguns tons diferenciados nos sonhos, trabalhou técnicas de sombras com fogo e velas, ou seja, um trabalho bem feito, mas que não fluiu pela história.
Ou seja, um filme que tinha potencial, mas que não conseguiu sequer atingir um nível mais envolvente, faltando realmente desenvolver mais a história para que todo o restante agradasse e funcionasse realmente, pois produção bem moldada teve, elenco disposto e até uma ideia boa tinha, só faltou um ataque melhor na proposta para que o filme ficasse bom. E sendo assim, não dá para recomendar ele, e certamente nenhum outro filme irá tirar dele a posição do pior filme do Festival Varilux, que nem o trailer e ideia chamaram público para a sessão, então a bomba já havia sido cantada antes. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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