Podemos dizer que o gênero que as continuações mais demoram para acontecer é a tal da animação, primeiro pelo processo demorado de desenvolvimento, e segundo para que possam criar algo inovador que realmente chame atenção do público para valer a pena realmente continuar algo. E eis que 7 anos se passaram desde que a briga entre azuis e vermelhos no mundo dos gnomos foi encerrada com um filme gostoso, bonitinho, mas que não definia bem o rumo de qual público desejava atingir com a versão animada da obra de Shakespeare, "Gnomeu e Julieta", e agora resolveram atacar outro clássico literário, inserindo Sherlock Gnomes no meio, aliás é melhor até falarmos no nome do filme em inglês, pois no Brasil lançado como "O Mistério do Jardim" acabou ficando algo meio estranho, já que praticamente nada ocorre no jardim!! Ora, ora, meu caro leitor que não é o Watson, mudamos os ares pelo menos, sai romance e entra aventura, e a sacada até funciona melhor, agradando visualmente mais os pequenos (que no original ficavam meio perdidos) e tendo uma história digamos mais divertidinha, embora ainda para os adultos o primeiro divirta bem. Ou seja, fizeram algo mais infantil para tentar agradar os pequenos, mas com uma história misteriosa adulta, e sendo assim, novamente a bagunça está feita, não agradando quase nenhum dos lados. Diria que é algo bem mediano, e inferior ao primeiro, mas que processa mais a diversão para as crianças.
O longa nos mostra que os adorados gnomos de jardim Gnomeu e Julieta estão de volta para uma aventura totalmente nova em Londres. Quando os dois chegam à capital inglesa com seus amigos e família, a maior preocupação da dupla é preparar seu novo jardim para a primavera. Porém, eles logo descobrem que alguém está raptando gnomos por toda a cidade. Quando Gnomeu e Julieta retornam para casa e descobrem que todos do seu jardim estão desaparecidos – existe somente um nome a recorrer…Sherlock Gnomes. O famoso detetive e protetor dos gnomos de jardim de Londres chega para investigar o caso, junto com seu inseparável companheiro Watson. O mistério levará todos a uma aventura exuberante, onde encontrarão muitos ornamentos novos e explorarão um lado desconhecido da cidade.
Se o primeiro filme não tinha tanto a necessidade de uma mensagem subliminar para os pequenos, aqui a todo momento vemos que não devemos desprezar as qualidades do amiguinho e sempre exaltar as qualidades, e isso vem com base na mudança da direção, ao assumir John Stevenson, mais conhecido pelo trabalho de direção no primeiro "Kung Fu Panda" e na direção de arte de grandes outros projetos da Dreamworks, e aqui ele adotou essa postura temática mais implícita e aliado a isso criou um mistério bem tradicional do estilo de Sherlock Holmes, com pistas espalhadas, explanações de pensamentos para decifrar os enigmas e tudo mais, mas faltou para ele brincar mais com os personagens do longa anterior, deixando praticamente todos presos em um lugar e até criando um ou outro elo, mas nada que chamasse a atenção, nem que criasse novos personagens chamativos, deixando tudo a cargo do casal protagonista e dos dois detetives contra o vilão, e duas gárgulas burras, ou seja, nada de espantoso, minimizando as possibilidades tanto de erro quanto de acerto, mas que aqui foram mais acertadas para criar um público alvo mais efetivo que são os pequeninos, embora ainda esteja bem longe de agradar como poderia.
Quanto do conceito estético e dos personagens, posso dizer que ao contrário do que costuma acontecer dos personagens animados cada vez terem formas mais reais, aqui houve um leve retrocesso deixando a trama mais parecida com desenho realmente, de modo que antes ouvíamos muito mais rangido de gesso, personagens quebrando a todo momento, e tudo mais, e aqui tudo funciona mais de forma animada mesmo. As grandes sacadas ficaram por conta da tecnologia sendo usada, como computadores, celulares, drones e tudo mais como objetos cênicos modernos para os personagens usarem e entregarem conceitos mais divertidos, e com isso brincarem com algumas ideias. O vilão possui uma mentalidade forte de destruição e um ego bem forte, coisa rara de vermos em animações, e com isso poderiam ter focado até mais nele para que o filme tivesse uma dinâmica maior. Do lado dos mocinhos, Gnomeu e Julieta são meros coadjuvantes no meio da treta entre Sherlock Gnomes e Watson, de modo que os detetives conseguiram um bom destaque e se o filme fosse até mais investigativo passando por lugares mais interessantes o filme seria incrível.
Já falei um pouco da textura que ficou bem longe do tradicional mais real que as tecnologias 3D têm mostrado, e se no primeiro isso foi muito bem usado para termos personagens quase passeando para fora da tela, aqui a tecnologia quase não é utilizada, com um ou dois momentos de envolvimento (se não me engano a melhorzinha é no esgoto), e depois mais nada, quase que dá até para passarmos o longa inteiro sem óculos, ou seja, podem ir ver 2D tranquilamente sem precisar gastar mais nada.
A sacada na parte musical, colocando a boneca Irene como Mary J. Blige foi excelente, e claro só adicionou uma ótima música na trilha musical, que claro, deixo o link aqui para todos ouvirem.
Enfim, é um filme bacaninha que passa o tempo, que não vai agradar muitas pessoas, mas que alguns pequenos irão se divertir. Gostaria de ver ele na versão original, pois o elenco de dublagem é só feras conhecidas, então deve dar um ar completamente diferente, não que tenha ficado ruim a dublagem nacional, apenas acredito que o longa deva soar bem diferente. Bem é isso, recomendo ele com muitas ressalvas, mas também está bem longe de ser algo ruim, fico por aqui hoje, mas amanhã confiro mais dois longas, então abraços e até breve.
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