Quando assistimos em 2015, "Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros" a nostalgia bateu na porta sem dó, fazendo com que remetêssemos nossa infância vendo "Jurassic Park" e todos aqueles dinossauros imensos passeando num mega parque tecnológico cheio de referências e tudo mais, então quando anunciaram a sequência já nos empolgamos para ver o que havia virado da ilha após a destruição do parque, como sobreviveram os dinossauros agora sem jaulas, vivendo em um habitat livre, pois bem aí eis que começaram a surgir os trailers de "Jurassic World - Reino Ameaçado" e não vimos bem o que desejávamos tanto, que iriam seguir por uma outra linha, mas tudo bem, o que queríamos mesmo eram os bichões mandando ver, então se isso seria usado, já estava valendo. Pois bem, o que posso adiantar logo de cara é que devido à tecnologia 3D, juntamente com cada vez melhores renderizações das computações, as texturas dos dinossauros estão incríveis num nível tão forte que impressiona demais, de modo que em alguns momentos (dois para ser exato), ficaríamos bem preocupados se não soubesse da ficção de poder encontrar algum dino fugido da telona do cinema no estacionamento do shopping, ou seja, a qualidade está realmente boa. Porém colocaram tantas confusões e cenas de ação, que esqueceram de uma história mais plausível, o que diferencia plenamente do primeiro longa, e a maior decepção é que praticamente o filme inteiro está no trailer, tendo um ou dois momentos novos e seus desenvolvimentos, sem apresentar nada de incrível realmente, ou seja, faltou muito para termos uma história forte. Mas é o que costuma acontecer quando anunciam ser uma trilogia, com um filme ótimo, um de miolo apenas para segurar a trama e explicar algum acontecimento, e o fechamento, que esperaremos ser com chave de ouro, então vamos aguardar. Mas não desanimem de ver esse, pois temos ótimos momentos bem bacanas que causam tensão e cheio de ação para conferir.
A sinopse nos conta que três anos se passaram desde que os dinossauros destruíram o parque Jurassic World. Os que restaram agora vivem abandonados e lutam para sobreviver. A situação dos animais piora quando um vulcão está prestes a entrar em erupção. É quando Owen e Claire planejam uma operação de resgate para evitar uma nova extinção dos répteis. Mas essa tarefa pode causar graves consequências para a humanidade.
É engraçado como uma mudança de direção faz toda a diferença, pois enquanto Collin Trevorrow fez um primeiro filme divertido e gostoso de acompanhar, que mesmo com mortes fortes passava com naturalidade, aqui J.A. Bayona, que costuma fazer mais filmes dramáticos e de terror, acabou imprimindo uma trama mais densa, forte, cheia de tensão que causa um impacto bem interessante no público durante toda a exibição, fazendo com que as mortes sejam sofridas e diretas, sem muita aventura para passar, com personagens "humanos" querendo o mal sem precedentes, e com muitos animais mais "humanos" que tentam se salvar, ou seja, um filme cheio de contrapontos, que poderia ter rendido um filme incrível caso quisessem construir uma história mais envolvente, pois até temos muita coisa para ser trabalhada, tivemos personagens dos longas originais aparecendo, e muita ideologia sendo passada, mas o que ficará marcado são apenas as cenas de correria e matança, pois o filme deixa claro que isso é o que importa logo de cara.
Dentro das interpretações, diria que daria um Oscar para cada dinossauro, pelos ótimos olhares, trejeitos e dinâmicas que criaram, mas como eles não concorrem, vamos falar um pouco de cada um dos humanos que participaram do filme deles. Para começar Chris Pratt volta com seu Owen praticamente no mesmo ponto que iniciou o filme anterior, fazendo mesmos trejeitos, salvando os dinos e as moças indefesas, só que agora martelando um chalé após se separar da protagonista do primeiro filme ao invés de estar martelando sua moto também após uma noitada ruim com a protagonista, ou seja, deem um martelo para ele que é melhor que uma arma, e casem logo eles. Bryce Dallas Howard mudou o visual nesse meio tempo e sua Claire parece até mais nova do que no primeiro filme, e agora virou uma ativista pró-dinos, e seus trejeitos apaixonados pelos bichões são muito meigos e agradam bem, mas continua com o mesmo tom artificial do primeiro filme, ao menos agora usa botas ao invés de saltos para correr. Justice Smith e Daniella Pineda foram bem divertidos com seus papeis de Franklin e Zia, e serviram bem para isso, para dar um tom levemente cômico para a trama e nada mais, pois de resto apareceram em cenas jogadas e ficaram andando para lá e para cá, o rapaz ainda deu uns gritos exagerados que poderiam ser minimizados. Rafe Spall teoricamente virou um novo tipo de vilão com seu Eli Mills, soando bacana num primeiro momento, mas seus olhares e trejeitos entregaram rapidamente suas intenções, e o ator até foi bem, tirando seu desespero no leilão, que aí ficou estranho demais. Ted Levine fez um militar durão cheio de expressões, querendo montar seu belo colar e ficar bem rico após sua missão, mas apenas fez caras fortes com seu Wheatley não indo muito longe no teor da trama. A jovem Isabella Sermon até trabalhou bem com olhares desesperados, muito choro e caras assustadas para com sua Maisie, mas nada que impressione realmente, tirando suas desenvolturas nos telhados do casarão. Dentre a turma das antigas, temos BD Wong já em seu quinto filme da franquia (já tem direito a placa no memorial do longa!) com seu Dr. Wu, e como bem vemos, como ele que cria os dinos geneticamente modificados, irá ficar até o 10º filme, e após não surgir no longa anterior, temos a volta de Jeff Goldblum agora envelhecido com seu Malcolm depondo num tribunal, e talvez no longa seguinte tenha alguma importância mais forte do que apenas ficar falando. Dentre os demais, a maioria só serviu de comida para os dinos, e nada mais.
Falar do conceito cênico de um longa idealizado lá trás por Steven Spielberg, e que aqui é o responsável pela produção, é o mesmo que falar que tentar explicar a beleza sem saber o que falar, pois o filme tem tantos elementos bem colocados, como a ilha sendo devastada pelo vulcão com imagens impressionantes e incríveis (os dinossauros que sobram é de doer o coração numa cena tão bela quanto forte), as diversas paisagens mesmo que tudo destruído do parque ainda aparecendo, um navio imenso abarrotado de caminhões e jaulas gigantes com os dinossauros presos, uma mansão incrível cheia de detalhes para que acontecesse um leilão cheio de força, e claro muitos símbolos para remeter à todos os demais filmes. Dinossauros computadorizados sim, mas cada vez mais reais de texturas, assustando realmente e causando um impacto incrível. Efeitos de primeira linha que junto da tecnologia 3D conseguiram dar forma para o longa (não diria que tem tantas cenas com expressividade na tecnologia como alguns gostam, com muitas coisas saindo para fora da tela, mas alguns dinos vem bem perto da telona e até parecem estar na sala do cinema), mas certamente a funcionalidade da filmagem em 3D ajudou na composição do ambiente, e isso já é um excelente recurso. Ou seja, uma arte primorosa, que junto de uma equipe de fotografia que soube brincar com tons bem escuros, raios e choques para todo lado para dar tons de impacto, nas cenas na ilha a lava e os pedaços de pedra voando deram um tom avermelhado bem bonito no meio de toda a fumaça, ou seja, o diretor criou uma tensão realmente desde a primeira cena, e manteve o tom até o fim.
Enfim, é um filme bem forte e interessante de ser acompanhado, que diverte mais pela essência e causa tensão e desespero em diversas cenas, mas que passou bem longe do delicioso primeiro filme dessa nova trilogia, e precisarão acertar bem o tom no próximo para consertar e chamar o público novamente, pois aqui houveram falhas de ritmo bem grandes (o miolo cansa!), e sendo o miolo da trilogia, poderiam ter trabalhado muito mais no texto para incorporar tudo o que desejavam realmente. Ainda recomendo ele com certeza, pois a ação e a tensão, juntamente com os ótimos dinossauros realmente impressionam e valem assistir ao filme, mas esperava bem mais de história ou pelo menos de aventura vindo de algo que em 2015 marcou uma renovação no estilo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas amanhã estou de volta com os últimos filmes da minha super maratona, então abraços e até lá.
PS: Estou dando um 8 mas merecia um 7,5... apenas arredondei para cima pelas boas cenas dos dinossauros, que se pararmos pra pensar foram muito mais humanos que os que foram interpretados por atores.
PS2: A cena pós-crédito é tão inútil e rápida, apenas mostrando onde os primeiros dinos chegam, e nada mais.
5 comentários:
ótima critica coelhão
Valeu Luis!! Abraços!
Olá Fernando! Tudo na boa?! cara... no cinema ficou bem legal de ver mas eu esperava mais. Agora, no BD 3D amigo... o 3D é totalmente nulo! nada com nada!!! Mesmo calibrando a tv você consegue ver tudo perfeito sem os óculos. Infelizmente deixou muitoooo a desejar. "Abraços!
Fala Mauro!! É o que costumo dizer pra vocês quando falam que determinado filme ficou bom o 3D em casa, outros não... cada mídia vai ser de uma forma, não tem como algo compactado ficar igual em todo lugar... por isso que vejo no cinema e só, parou ali a opinião! Mas que nem diz o povo, gosto, cada um tem o seu!! Abraços!
É...estou adotando também essa opinião. Geralmente eu compro BDS pq coleciono mas... tá osso viu. Abraços!
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...