Sinceramente fico pensando como uma mulher pode conseguir ser barriga de aluguel para amigos ou conhecidos, pois se desconectar da criança para uma mãe é algo bem complexo! Usando essa base mais para o final, "O Poder de Diane" trabalha também com a sedução, o carisma entre as pessoas, e usando um teor dramático bem colocado acaba conseguindo passar sua mensagem, e embora os dramas franceses ousem um pouco mais no miolo, e finalizem de maneira não tão comum e agradável, o resultado da trama acaba não incomodando tanto, de forma a fazer com que o público se conecte bem ao romance da protagonista, e também sua saga com a gestação.
A trama nos conta que Diane é uma jovem mulher perdida na vida. Entre uma festa e outra, ela decide servir como a barriga de aluguel para Thomas e Jacques, um casal de amigos muito próximo. Durante a gestação, ela se muda para a casa dos avós no campo e conhece Fabrizio, um eletricista local. Enquanto ela se prepara para dar a luz, os dois iniciam um romance improvável.
Embora tenha mexido com um tema antigo, mas que tem voltado a ser comum, o diretor e roteirista Fabien Gorgeart não quis florear, e nem entrar tanto na discussão que seu longa poderia ter, de forma que o filme acaba fluindo, sendo satisfatório, mas não entra em conflito com a dramaticidade que o tema possui, de modo que acaba faltando ousadia e dinâmica para que o longa encaixe. Não digo que o resultado geral é ruim, mas ele ficou bem em cima do muro de dar sua opinião se achava correto o lado da garota em dar o bebê para os amigos, ou se acreditava no namorado da moça que opinava que mães não conseguem se desapegar, e isso, embora o final seja tocante acaba ficando falho demais, fazendo com que o longa não decola como poderia.
É engraçado como analisamos atrizes dramáticas em longas com um apelo mais forte, mas que não conseguem atingir um ápice, e é exatamente o que acaba acontecendo com Clotilde Hesme que entrega uma Diane bem displicente e que nos leva para o final que o longa mostra, mas acaba faltando dizer o motivo dela ser a atriz escolhida sendo bem mediana no que acaba fazendo. Fabrizio Rongione fez bem seu papel como Fabrizio, mas também surge meio que do nada em um flerte banal, se envolve com a protagonista, mas ao manter seu ego não entrega uma personificação forte, a qual o ator poderia ter sido mais duro. O casal Thomas e Jacques, interpretados por Thomas Suire e Gregory Montel, foram até que bem sucintos na personificação desse mundo atual, e fizeram boas expressões para mostrar preocupações com a gravidez, um teor forte para seu futuro filho, e tudo mais, mas aparecem tão pouco que quase não conseguimos nos conectar a eles, então, poderiam ter sido ainda mais impactantes nas suas poucas cenas.
A cenografia ficou um pouco estranha, pois não temos um motivo cênico para uma casa no meio de uma floresta, e com isso, os detalhes visuais são apenas para dar um destaque cênico e bonito para a protagonista, de modo que a única coisa importante e marcante seja a música e o CD dado no começo da trama, pois de resto, São meros enfeites. A fotografia até brincou um pouco com tons mais escuros para criar um clima, mas nada demais tirando a bela cena do pôster.
Enfim, é um filme simples e bem feito, mas que poderia ter sido bem mais impactante e contundente caso o diretor maio tivesse ficado tão em cima do muro. Não diria que recomendo ele, mas também não digo que foi o pior drama que já vi. Bem fico por aqui agora, mas vamos lá para o próximo filme do Festival, então abraços e até logo mais.
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