Eis que passaram 14 anos para vermos finalmente a continuação de "Os Incríveis", que praticamente fez o mundo das animações explodir para uma nova era, e todos estavam desesperados para saber quando viria o próximo, que rumos tomaria, se ainda seria uma grande aventura, e agora podemos falar que finalmente chegou "Os Incríveis 2", e felizmente supera as expectativas com muita aventura (alguns momentos calmos, mas não atrapalha), boas dinâmicas, um personagem mais do que cativante e incrível (o bebê Zezé!), um conceito de vilania com grandiosos motivos (bem explicado!) e principalmente para quem gosta, um 3D bem considerado nas cenas que possuem efeito (poderia ser bem mais se quisessem!). Ou seja, um filme completo que diverte bastante, que possui um formato bem desenvolvido dentro da trama proposta (da liberação da lei anti-heróis), que seguiu exatamente de onde parou, e que claro deixa rumos para mais uma continuação, e assim sendo, o resultado funciona bem, já está lotando as sessões de adultos curiosos (afinal quem era criança em 2004 hoje já está bem adulto) e que mesmo os pequenos vão conseguir curtir dentro da proposta um pouco mais séria (mas temos o bebê para infantilizar e divertir com cenas bobas incríveis!). Ou seja, vá ao cinema e se divirta!!
A sinopse nos conta que quando Helena Pêra é chamada para voltar a lutar contra o crime como a super-heroína Mulher-Elástica, cabe ao seu marido, Roberto, a tarefa de cuidar das crianças, especialmente o bebê Zezé. O que ele não esperava era que o caçula da família também tivesse superpoderes, que surgem sem qualquer controle.
Não tendo dado muito certo como diretor de filmes com humanos ("Tomorrowland" que embora eu goste, a maioria detesta, além de ter sido uma das piores bilheterias da Disney), eis que Brad Bird volta a direção com sua maior franquia, e claro que ele dosou estilos, colocou dinâmicas bem pontuadas, trabalhou expressões de personagens, de tal maneira que mesmo sendo uma animação, os traços são quase humanos nos trejeitos, e claro que fez cortes mais rápidos e precisos para oscilar entre a profissão da Mulher-Elástico com as tarefas domésticas de Roberto, numa interessante e atual amostragem de como andam as coisas no mundo moderno, aonde cada vez mais mulheres vão para o trabalho enquanto alguns homens assumem a casa. Além disso, soube ser saudoso na personalidade de Will com sua grande adoração pelos heróis, cantando todas as musiquinhas, e até brilhando seu olhar. Ou seja, além de uma história bem criada por Bird, ele soube captar a essência que o público desejava ver na telona, e embora a temática toda seja bem adulta (afinal ele sabe bem que mesmo sendo uma animação, aonde o público geral são crianças, aqui a maioria vai ser de marmanjos que viram em 2004 e tanto queriam ver a continuação), ele também criou muitos elos para que o filme funcionasse também para os pequenos, e assim sendo o resultado acaba agradando bem a todos.
Quanto dos personagens, já era esperado que o bebê Zezé fosse o destaque da produção, e temos muitas cenas com o pequenino fazendo gracejos, usando e abusando dos seus poderes, mas sem dúvida alguma, seu maior poder é a fofura e o carisma, pois não tem quem não saia apaixonado por ele do cinema, e sua melhor cena sem dúvida é a junto com Edna. Além disso, se o primeiro filme já houve um primor técnico, aqui os formatos foram incríveis, com todos tendo massas corporais bem colocadas e muita desenvoltura em detalhes, embora pudessem ainda melhorar bem mais, mas com isso, toda a família foi bem interessante com destaque para a barba malfeita de Roberto, suas olheiras, e detalhes musculares, ou seja, algo bem bacana de ver. Além da família surgiram muitos outros heróis estranhos, com poderes estranhos, e foram todos bem colocados, com alguns até tendo mais chance que outros de aparecer, e usando da dublagem nacional que abrasileirou muitas piadas, a diversão foi ouvir de Esguicho (dublado por Raul Gil) seu tradicional bordão, ou seja, teremos de ver a versão legendada para observar as piadas como ficaram. Gelado dessa vez teve uma participação bem maior do que no primeiro filme e agradou bastante em seus momentos também. A Mulher-Elástica teve um belo destaque no longa como protagonista maior, afinal o feminismo anda bem em pauta, e suas discussões com Evelyn renderão boas dinâmicas no mundo real. E falando em Evelyn, a personagem dublada por Flávia Alessandra teve uma ótima entonação bem maluca para o formato visual da personagem, que junto de seu marido na vida real, Otaviano Costa, mas aqui irmão na produção com seu Will o resultado foi bem interessante de ver. Também poderiam ter usado mais o personagem Ricardo, que aqui ficou muito cara e estilo do MIB, apagando a memória da geral.
O contexto visual da trama foi muito bem elaborado, com prédios tecnológicos, mansões cheias de detalhes, personagens com muitos movimentos com objetos cênicos espalhados para todo lado, e claro um navio incrível, além de tudo mais que a equipe preparou para surpreender a todos com muito envolvimento. Só poderiam ter trabalhado um pouco mais de texturas, afinal a Pixar sabe fazer isso com um primor técnico que poucos sabem, mas ficou bacana de ver. Quanto do 3D, logo antes de começar o filme é avisado que o longa contém cenas que podem causar danos às pessoas com epilepsia e em alguns lugares causou convulsões, e vos digo, é verdade, tem muitas cenas piscantes com luzes e cores fortes, que não me fez vomitar, mas me deu uma bela dor de cabeça de tão forte, mas ainda assim poderiam ter abusado mais de elementos saindo da tela, pois a galera mais fã desse estilo vai reclamar.
Enfim, não diria que ainda é melhor que o primeiro longa, mas com certeza é o filme que tanto queríamos ver, e que agrada por mesmo sendo uma continuação do primeiro longa, ter se atualizado tanto no mundo moderno, e agradado com bastante desenvoltura. Claro que possui muitos defeitos, alguns citei acima, mas outros seriam spoilers diretos, mas ainda assim vai fazer uma ótima bilheteria, e claro, vai divertir muito a todos que forem conferir. Friso que cheguem antes para ver o ótimo curta "Baô", que certamente vai brigar com muita pontuação o Oscar do ano que vem, e não possui nenhuma cena pós-crédito (apenas durante os créditos dá uma leve referência ao que poderíamos ver num terceiro filme). Bem é isso pessoal, recomendo ele com certeza tanto para adultos quanto para crianças, e volto amanhã com mais textos (e volto em breve com a opinião dele legendado, afinal quero ver as mudanças das piadas). Então abraços e até logo mais.
2 comentários:
Ótima análise crítica... realmente tudo o que foi dito por você se encaixou no filme... parabéns e continue assim... ��✌
Obrigado Eduardo, que bom que gostou!! Obrigado pelo comentário!!
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...