Que período chato da história da França e da Espanha foi esse mostrado em "Troca de Rainhas", aonde os herdeiros do trono com pouca idade acabam por assumir as coroas em meio a grandes doenças, mas nada fazem por impactar, de modo que o filme acaba soando tão cansativo sem grandes impactos que se a monarquia era esse porre realmente, faço as palavras de uma empregada da corte que o tédio pode ser a melhor das coisas por lá. O filme usa de muitos artifícios escritos para contar o desenrolar final, e também várias situações no miolo, afinal nada acaba rolando muito entre as crianças, e com isso a trama fica amarrada demais para empolgar, apenas situando o público na época, tendo grandiosos figurinos, e leves desenvolvidas dos atores, mas nem isso consegue ser agradável ao ponto de querermos realmente recomendar o filme.
Diria que faltou atitude para o diretor e roteirista Marc Dugain para que fizesse um filme mais impactante, e não apenas um miolo da história da monarquia francesa, pois sim tivemos anos bem fortes na história de Luis XV, mas seu começo infantil foi uma época bem reflexiva e monótona, junto da pequenina rainha, ou seja, talvez a escolha do período tenha sido ruim, mesmo com a tradição estranha de troca de rainhas, que poderia ter dado mais pano de conversa.
Dentro das atuações, realmente devemos dar destaque para os ares malucos que Lambert Wilson conseguiu transpassar com seu Philippe V, mas nada que fosse realmente chamativo como o ator costuma fazer em outros papéis. Temos de ser sinceros para com a revolta adolescente que Anamaria Vartolomei demonstrou como Louise Elisabeth, que foi boa, mas nada realmente impressionante para o papel, de modo que quando realmente ia emplacar acabou sua parte no filme. Igor Van Dessel fez bons ares expressivos como Luis XV, mostrando bons trejeitos, mas sem muita atitude. E para finalizar tenho de falar da graça da pequenina Juliane Lepoureau que entregou olhares e virtudes tão bem colocadas na tela para com sua Anna Maria que acabamos nos apaixonando por ela até mais do que o rei.
No conceito visual, assim como todo filme de época envolvendo monarquias, temos um luxo cênico, com figurinos pomposos, cenografias riquíssimas, e claro, as horrendas perucas que até hoje não me conformo de isso ser uma tradição, pois é muito feio de ver, mas isso é um detalhe pessoal, e tirando esse detalhe posso dizer que a equipe de arte foi bem condizente na estrutura do longa criando boas cenas para que ao menos isso o filme tivesse de bom. A fotografia trabalhou com tons bem coloridos como era de costume na época, brincando com as diversas camadas do Reino, e sempre usando e abusando da iluminação de velas, as sombras ficaram bem densas para criar as devidas tensões que o longa pedia.
Enfim, costumo dizer que filmes de época costumam empolgar logo de cara, ou acabam enrolando até o final, e infelizmente esse foi um desses exemplares, de modo que mesmo sendo bem bonito cenicamente não posso recomendar ele para outras pessoas, pois ele é somente isso, um longa para vermos as cenografias e figurinos da época e nada mais. Mas vamos agora conferir outro longa do Festival Varilux para quem sabe melhorar o dia, então abraços e até logo mais.
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