Bem, raspou a trave de não conseguir ver nos cinemas "Um Dia Para Viver", pois assim como o nome da produção, o longa já entrou em cartaz com os dias contados, só que ao invés de 24 horas de sobrevivência deram 1 semana para ele, e na correria do Festival, por pouco não deixei de ver essa obra de arte (momento ironia!) que só tem tiros, explosões, e algumas falas condizentes entre os protagonistas, mas que não revelam direito como é o funcionamento do Projeto Lazarus, não incorporam direito quem é a Montanha Vermelha, e muito menos as atitudes de cada um, aparecendo bem rapidamente alguns flashbacks jogados, e o restante é somente ação na telona. Daí vocês irão me falar: "mas Coelho, tem uma galera que curte filmes de ação sem história, inclusive você curte alguns!". Pois bem, mas aqui parece que o diretor que já foi diretor de dublês só quis colocar isso de forma jogada para vender a trama como uma sequência de filmes ou série, não se importando com um começo, meio e fim decente, ou seja, além de ser tudo corrido demais, faltou com a essência de criar uma trama, e sendo assim, o resultado até serve para divertir um pouco, mas passa longe de agradar realmente.
A trama nos conta que um assassino ganha uma segunda chance quando seu empregador o traz de volta à vida temporariamente, logo após ter sido morto no trabalho. Ele ganha então 24 horas para realizar sua missão e se redimir.
Em seu segundo filme, o diretor Brian Smrz, que é mais conhecido como diretor de dublês de diversos filmes, procurou criar algo que tivesse uma dinâmica de ação desenfreada com muitos tiros e que talvez trabalhasse com o tema de ressuscitação, algo que muito se fala em diversos bastidores e filmes, aonde abordam sempre como Projeto Lazarus (de modo que já tenho quase certeza que isso deve existir em algum canto realmente!), mas a falha aqui foi querer fazer um longa curto, e não desenvolver nem essa volta a vida, nem a missão anterior aonde ocorreram os problemas, nem desenvolver direito o que é mostrado no longa que é a tentativa de matar primeiro uma testemunha, e na sequência tentar salvar seu depoimento, ou seja, mudanças de vértice rápidas demais para um longa de 93 minutos, e com isso o resultado parece truncado e nem quem estiver disposto a somente ver tiros para todos os lados vai gostar do que é mostrado, até chegar nas cenas mais empolgantes que são as finais, ou seja, poderiam ter alongado pelo menos uns 25 minutos para que o longa ficasse de um bom tamanho, mas mostrasse tudo, e assim a direção ficaria de ação, mas efetiva com a história que desejavam mostrar. Mas, dando um leve spoiler, aparentemente na cena final deixaram a brecha para uma continuação, agora é ver se dará bilheteria para isso, ou se morrerá na praia realmente.
O mais assustador das atuações, é ver o quanto Ethan Hawke envelheceu, mas aí você vai conferir quantos anos o cara está, e vê que já está velho mesmo, mas aqui seu Travis até tentou ser pegador, trabalhou inicialmente com um ar mais sexy, mas suas melhores cenas são ao virar um tipo de zumbi estranho, tendo diversos momentos de contraindicação das drogas usadas, vendo vultos e fazendo trejeitos bem engraçados, ou seja, o ator acabou exagerando um pouco na personificação, mas saiu razoável ao menos. Paul Anderson conseguiu entregar um Jim interessante, que talvez até pudesse ter feito bem mais pela produção, pois soou forte como um vilão secundário, e trabalhou trejeitos para ser o principal, de forma que chamou atenção ao menos. Qing Xu foi ninja com sua Lin, entregando ótimas cenas de ação com uma desenvoltura incrível, mas seus trejeitos foram os que mais soaram falsos, aparentando estar jogada na trama. Liam Cunningham conseguiu chamar a atenção nas poucas cenas de seu Wetzler, sendo durão como o manda-chuva da organização, mas faltou um pouco mais de voz de comando, e suas cenas finais beiraram a piada pronta acuado demais. Dentre os demais, temos personagens jogados demais no longa, de modo que praticamente nenhum foi desenvolvido, tendo Rutger Hauer um pouco mais de cenas com seu Frank divertido e bem colocado, e uma importância razoável caso haja continuação para Nathalie Boltt como Dra. Helen, apavorada no meio dos tiroteios, mas de resto só figurações com algumas falas.
No conceito técnico, a equipe de arte foi bem requintada, criando um quartel general totalmente tecnológico para as cenas finais, trabalhou bem com as cenas de ação cheias de carros sendo destruídos no meio do tiroteio, arrumou armas de peso, e locações bem interessantes para os depoimentos e claro para as fugas, de modo que faz valer o longa pelo conteúdo de elementos. A fotografia brincou com tons marrons para dar um ar árido no meio da África, e abusou de muita iluminação ampla para que o filme ficasse dinâmico, mas ao entrar no QG, o tom esverdeado dominou quebrando um pouco a cadência, mas ainda assim agradou no geral.
Enfim, é um filme simples, que poderia ser mais alongado para mostrar e desenvolver mais as situações, mas longe de ser algo deprimente como já vimos outras obras do gênero, o resultado acaba sendo algo que dá para perder um tempo vendo na TV, e quem sabe rever depois caso façam uma continuação, e sendo assim, essa acaba sendo minha recomendação com ressalvas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais críticas, então abraços e até logo mais.
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