É engraçado como existem gêneros que não pensam duas vezes em tentar agradar e/ou aumentar o número de seguidores/fãs do estilo, e um que é completamente voltado somente para fãs é o tal dos animes de ação, pois começam já com grandes brigas, apresentando os personagens numa velocidade imensa e na sequência tudo e qualquer coisa já é motivo para pancadaria. Claro que estou generalizando um pouco, e pode ser que o que me foi entregue em "Bungo Stray Dogs - Dead Apple" seja rápido assim por ser um acréscimo para a série de 24 episódios que teve em 2016, e como não assisti ela fiquei um pouco boiando na sala, mas embora o longa seja bem desenvolvido dentro da proposta, com muita ação do começo ao fim, talvez pudessem ter transformado a ideia em um longa mais palpável, com começo, meio e fim mais dentro dos 90 minutos, que certamente funcionaria mais para um público maior, mas como essa não era a ideia, conseguimos assistir, se divertir com as caras e bocas exageradas dos personagens, se empolgar com os poderes, mas como disse, se você não conhecer nada sobre a série talvez saia da sessão se perguntando se gostou ou entendeu tudo, e o resultado assim sendo não chega muito longe.
A sinopse nos conta que Atsushi Nakajima e Osamu Dazai são membros da Companhia de Detetives Armados, uma liga de gênios da literatura munidos de poderes especiais. Seu mais novo caso envolve investigar uma onda de suicídios que assola o mundo, onde todas as vítimas também possuem poderes especiais. A pedido de Ango Sakaguchi, a Agência sai em busca de pistas sobre uma misteriosa névoa que aparece nos locais dos incidentes, e sobre Tatsuhiko Shibusawa, um suspeito que se auto-intitula o Colecionador.
Diria que a direção de Takuya Igarashi foi bem moldada no estilo, mantendo um tom escuro do começo ao fim para desenvolver a trama que envolve todo um misticismo entre personagens paranormais, a destruição de uma cidade, na sequência do país e consequentemente do mundo por um ser/névoa, e com isso o resultado mesmo quando cheio de efeitos explosivos dos poderes dos personagens, o diretor conseguiu imprimir um ar mais tenso, não ficando uma ação de aventura, mas sim algo que remetesse somente ao estilo escolhido, ou seja, um teor mais sério que mesmo com personagens que puxam uma comicidade pelas vozes gritantes, acaba sempre indo para o ar de vou acabar com o mundo, desejo tanto a morte e o suicídio e por aí vai.
Não vou falar individualmente de cada personagem, pois os nomes são bem difíceis, e certamente seria corrigido por algum fã, mas a ideologia das brigas dos personagens com seus poderes foi algo muito inteligente e acabamos vendo um desenvolvimento interessante por parte dos desenhistas, para ficar algo bonito, com a estética dos animes tradicionais, mas também economizando muito nos traços, pois ao termos cenas mais distantes, não desenvolveram olhos e texturas, deixando quase um tradicional rabisco apenas, com uma cara oval sem olhos, nem nada, o que soa até estranho num primeiro momento, mas depois que acostumamos, vamos vendo tudo e o resultado agrada. O personagem do tigremen foi bem icônico com o seu final, e não imaginaria um final forte bem colocado para o personagem, de modo que foi uma surpresa bacana de ver.
Enfim, sei que o texto ficou pequeno, mas volto a confessar que não sou muito adepto de filmes que você necessita conhecer algo previamente para entender o que é mostrado, e aqui esse foi quase que 100% em cima disso, mas ainda assim consegui gostar da finalização e recomendo ele para (e somente) aqueles que forem fãs do estilo, e principalmente se já tiverem assistido à série de 2016, pois aí com certeza o longa será uma grande diversão. O Festival de Ação Japonês volta no próximo dia 19/09 com "Tokio Ghoul" e 26/09 com "Bravestorm" e certamente irei esperar que sejam bem melhores. Fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais estreias, então abraços e até logo mais.
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