Certa vez disse que o grande propósito de um bom filme de terror é causar medo nas pessoas, arrepiar, e claro até trabalhar a tensão de uma forma não de adrenalina, mas sim de temor por algo, de forma que saiamos da sessão no cinema pensando no que vimos, para chegar no estacionamento e caçar o carro com medo de tudo ao redor, mas para que isso funcione, um filme deve ter um enredo bem coeso para que funcione, e claro, a história deve ser sombria também, mas aí vem alguns malucos e acham que podem dar sustos grátis no estilo de carrinhos de parque, aonde a ideia é algo tão absurdo que mesmo se fosse bem feita não pegaria, e com situações tão jogadas que acabamos mais rindo do que ficando com medo do que acontece, ou seja, fazem um filme absurdo e ruim, o qual podemos chamar de "Medo Viral", que até poderia ter fluído para algo mais convincente, pois hoje no mundo moderno em que vivemos, os jovens vivem grudados em celulares, com mais e mais aplicativos, mas aí recair sobre uma entidade que usa energia para se materializar nos maiores medos de cada pessoa, e matá-las de medo (sim, não tem nenhuma facada, tiro, pedra na cabeça - a pessoa morre chocada de medo no longa!!) foi apelação demais, e o resultado ficou próximo do pior nível possível.
A sinopse nos conta que um grupo de amigos baixa um aplicativo “tipo Siri” que, no início, parece uma maneira inofensiva de receber direções ou recomendações de restaurantes. Mas a natureza sinistra do aplicativo logo se revela. O app não só conhece os medos mais profundos e sombrios de cada pessoa, mas é capaz de manifestar esses medos no mundo real para literalmente assustar os jovens até a morte.
Chega a ser até engraçado ler que os diretores Abel e Burlee Vang se inspiraram na lenda do Slender Man (que terá um filme já na próxima semana estreando!) para a criação do personagem principal do longa, pois é bizarro a forma meio que de palhaço que aparece, todos os medos soaram bobos demais, além de exageros caricatos que não conseguem se estruturar, ou seja, ficou parecendo um filme feito na correria para ser entregue antes que o outro (mas nem podemos dizer que é isso, pois tecnicamente o longa foi lançado lá fora em 2016, só aparecendo por aqui agora, e certamente nem estavam pensando em fazer um filme do Slender naquela época!), aonde não temos uma história que envolva ninguém, e certamente ao verem isso, acabaram fazendo com que o filme ficasse somente de sustos gratuitos, daqueles que pegam o público desprevenido, mas que de nada servem além disso, ou seja, um trabalho de diretores de primeira viagem realmente, mas que pela falta de uma história mais coesa, nem um diretor de grande porte conseguiria salvar a trama.
Sobre as interpretações, fico até com dó dos atores, pois mesmo o melhor ator do mundo se pegasse um roteiro desse ficaria sem palavras para se expressar no longa, e aqui como ainda acabaram escolhendo um elenco bem singelo, o resultado então foi algo que chega a ser difícil destacar alguém. Saxon Sharbino precisa urgentemente fazer um curso de choro, pois aqui não sabíamos se ela estava rindo ou chorando nas suas cenas mais dramáticas, e caras de susto então nem dá para falar, de modo que sua Alice soou bem fraca para ser a protagonista da trama. Mitchell Edwards também tentou aparecer um pouco mais como o inteligente programador Cody, mas suas sacadas ficaram meio jogadas, e em certos momentos até pensamos nele como o criador do aplicativo (o que seria algo bem interessante de dar uma quebra), mas quando parte para os sustos e desesperos, além de sacadas extremamente racistas, o resultado do seu personagem fica ruim demais para agradar. Quanto aos demais, a maioria foi quase figurante, mesmo estando junto com os demais, ao menos foi divertido ver os medos de cada um, com Victory Van Tuyl com sua Haley e um urso medonho (que foi a cena mais cômica do longa - aonde ri demais do ursinho voando!), Carson Boatman com seu Gavin todo atlético e charmoso, mas que morre de medo de palhaços, e Brandon Soo Hoo entregando um Dan que tem medo de uma mulher japonesa estranha e bizarra. Ou seja, um desastre no conceito das atuações.
No conceito cênico, as casas até ficaram interessantes, mas ou esse povo é extremamente econômico, ou apenas quiseram fazer um filme de terror clichê sem luzes, pois nenhuma casa tinha uma iluminação decente de lâmpadas, tudo apagado, ou seja, sem noção alguma para um filme. Além de que, fizeram maquiagens muito fajutas com ares bem amadores, que não conseguiram entregar nada para o público, quanto mais ficar com medo de algo. Como falo algo da fotografia se acabei de dizer que nem acender luzes direito fizeram? Melhor nem comentar, os tons escuros, com destaques apenas para as cores do aplicativo celular que mudavam de acordo com o temperamento da entidade.
Enfim, é daqueles filmes que nem sabemos o real motivo de aparecer por aqui, pois se estreou há mais de dois anos lá fora, o que veio fazer aqui depois de tanto tempo, fora que tudo parece um amontoado de clichês, com ares de sátira e absurdos técnicos impressionantes, ou seja, fraquíssimo. Portanto só veja se você realmente não tiver mais nada para conferir e quiser gastar dinheiro, do contrário, fuja ou reveja outro filme, pois certamente será bem melhor. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, e amanhã confiro a última estreia da semana, então abraços e até breve.
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