Pois bem após o original e mais duas sequências, muitos sempre se perguntavam, e como começou essa loucura toda, quem foi o doido que criou uma noite para que todos expurgassem sua raiva/ódio matando todos que visse pela frente, e principalmente aqueles que te atrapalharam em algo, e eis que os produtores/roteiristas ouviram o apelo e resolveram criar "A Primeira Noite De Crime", que basicamente usa o mesmo molde dos outros três filmes (ou melhor dois, pois o primeiro só ficou dentro da casa!), mas consegue contar bem como tudo começou, e o que parecia um leve experimento acabou saindo fora do controle ao cair nas mãos de pessoas incompetentes, ou seja, até dei um leve spoiler, mas a trama mostra bem um molde político do que anda acontecendo em nosso país e até no mundo atualmente, de modo que um viés de discórdia pode ocasionar dissidências tão fortes que fica difícil controlar, e claro que gera confrontos com as pessoas mais carentes, e claro, com aqueles que mandam nas comunidades. Ou seja, um longa de terror, que flui bem como drama politizado e que envolve com muita ação e tiros para todo lado, então se você gosta disso, esse é seu filme, caso contrário, a chance de reclamar e/ou ficar no celular incomodando os demais é alta demais, então evite.
A sinopse nos conta que quando um novo partido político, o New Founding Fathers of America, ascende, é anunciado um novo experimento social. São 12 horas sem lei, em que o governo incentiva as pessoas a perderem toda e qualquer inibição. A participação não é obrigatória, mas como estímulo, 5.000 dólares é dado para quem fica na cidade, e mais prêmios para quem participa.
Como é de praxe, sabemos que ao mudar a direção de uma franquia, muita coisa acaba se perdendo no caminho, e após James DeMonaco ter roteirizado e dirigido os três longas anteriores, aqui ele apenas criou o roteiro e entrou em campo toda a equipe de Gerard McMurray que até transformou o longa em um plano maior, que mesmo preso dentro de um pedaço dos EUA, levou muito mais confusão para as ruas, para um condomínio vertical e com atrocidades bem insanas de serem mostradas, mas que diferente do que costumávamos ver com pessoas aleatórias, aqui o par romântico praticamente dominou o longa, e por bem pouco não desandou todo o restante. Diria que faltou um pouco mais de atitude de Gerard para criar mais, e com isso ele se prendeu na fórmula e apenas esboçou um início de tudo nos mesmos moldes sem muita desenvoltura. Claro que aqui ele foi até mais politizado do que o último filme que era voltado para uma eleição, e com isso a trama tem um desenvolvimento que muitos vão olhar com outros olhos, mas certamente ele poderia ter ido ainda mais longe nesse exagero, que sairia do conforto e entregaria um daqueles filmes de arregalarmos os olhos do começo ao fim.
Uma faceta interessante da equipe de produção foi arrumar um elenco praticamente desconhecido das telonas para que o filme não remetesse a ninguém dos outros longas, e ao mesmo tempo que isso é interessante para não ficarmos tentando lembrar quem é quem, o resultado também acaba ficando mais dependente dos protagonistas que não são tão impactantes de expressões, ou seja, todos até se esforçaram para não fazer muita besteira na tela, mas também não foram muito longe no que fizeram. Y'lan Noel entregou seu Dimitri como um grande líder do tráfico, mas que ao demonstrar amor pela ex-namorada, vai pra cima de tudo e de todos, defendendo não apenas os seus, como também toda a comunidade que compra seus produtos, e o ator certamente se inspirou em muito do que se vê nas comunidades mundiais para incorporar alguém forte e coeso nas atitudes, mas poderia ser menos melado sua paixão platônica, afinal ele é o cara do longa, e não precisaria de tanta paixonite. Lex Scott Davis entregou sua Nya como aquelas humanitárias completamente contra os políticos, e conseguiu dar ares bem fortes de personalidade, de modo que sua melhor cena sem dúvida é a que vai tirar satisfações de D, e ali a atriz mostrou força e chamou a responsabilidade do longa para si, pena que não manteve. Joivan Wade até fez bem seu Isaiah, mas falhou na personalidade, e ficou apático demais na maior parte do longa, parecendo quase sumir, e isso não é bom para alguém do primeiro time do filme. Rotimi Paul ficou muito maluco para seu Esqueleto, e com uma maquiagem incrível, incorporada à sua loucura, fez do personagem alguém que merecia até mais tempo de tela. A dupla do governo interpretada pela sempre boa Marisa Tomei, e Patch Darragh foi coeso no que pretendiam mostrar, mas fizeram caras e bocas demais para atitudes de menos, e isso num filme de ação acaba ficando em segundo plano, e não resulta em nada.
Diria que a equipe de arte aqui foi a que mais ousou em fantasias para a trama, criando personagens incríveis, grandiosas festas com todos com roupas com elementos de LED, lentes tecnológicas bem elaboradas (que não tem nos demais filmes, sendo que esse se passa antes dos outros!!) que deram um tom esquisito, mas bem interessante para os olhares dos personagens e figurantes, e claro muitas armas de calibres altíssimos, com tiros explodindo paredes e fazendo tudo voar pelos ares, ou seja, a equipe de efeitos precisou trabalhar muito também, e juntamente criaram um filme visualmente impecável de elementos. A fotografia é claro que por ser um longa tecnicamente de terror foi bem escura, mas com tantos LEDs para todos os lados, tivemos um colorido até que bem detalhado, que acaba criando grandes vértices e chamando a atenção para onde a equipe desejou.
Enfim, é um filme que diverte quem gosta desse estilo, que trabalha bem o início da franquia, mas que não cria nada de muito novo, de tal maneira que parece mais uma sequência do que uma explicação melhorada de como tudo começou. Diria que funcionou bem pelo vértice politizado e pela atitude em si, mas que talvez nas mãos do diretor antigo, o resultado fosse bem melhor. Ou seja, recomendo ele com ressalvas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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