O gênero de ação japonês já vive em nossa mente desde quando assistíamos na nossa infância Jaspion, Jiraya, depois fomos aprimorando para Power Rangers, e por aí vai, mas a idade foi passando e acabamos ficando meio longe desse estilo, mas por lá ele não morreu, e agora com "BraveStorm" que mistura duas séries dos anos 70 em um único longa (ou melhor, mais que um, afinal terá continuação!) o resultado é uma junção de muitos estilos, pois temos tiros laser para todos os lados que não acertam nenhum dos protagonistas, temos robozões imensos de luta, temos viagem no tempo, temos alienígenas estranhos, temos personagens com roupas robóticas lutando contra robôs, ou seja, tudo o que se possa imaginar num longa de ação japonês. E embora tenha um começo enrolado para explicar quem é quem, a trama deslancha nas lutas e até resulta em um filme razoável de acompanhar, mas que deixou pontas abertas para ser resolvido num segundo momento, e que poderia ser menos explicativo para agradar mais, mas ao menos funcionou como filme, tendo seu começo, meio e fim encontrado dentro de tanta loucura.
A trama nos mostra que no ano de 2050, os únicos humanos que ainda estão vivos são os cinco irmãos Kasuga, que planejam voltar no tempo e exterminar os invasores Killgis antes deles exterminarem as pessoas da Terra. Eles voltam para 2015, e, com a ajuda de um roboticista, eles constroem o robô gigante Barão Vermelho para lutar com o Barão Preto, dos invasores.
A sacada da trama foi montar algo bem colocado, e não errar na mistura dos estilos, pois sabemos bem a bagunça que pode dar nas famosas viagens no tempo se não forem bem orquestradas num molde bem coeso, e aqui conseguimos até torcer para que os garotos consigam derrotar o mal, que no caso são alienígenas estranhos que desejavam um planeta que já estava se matando sozinho pelo próprio povo (acho que escolheram perfeitamente!!). O diretor Junya Okabe é especialista nesse estilo, e por ter nascido em 65, certamente assistiu muito as duas séries ("Super Mask" e "Super Robot Red Baron") na sua infância, de modo que ficou tão marcado que agora resolveu escrever uma história só compondo ambas as séries e transformando numa história interessante envolvendo um super-herói viajante no tempo e robozões de briga, e volto a frisar que embora seja uma história bem maluca que demora a engrenar, o resultado visual nos remete bem a tudo o que vimos também em nossa infância, que queríamos fazer lutinhas de robôs, espadas e tudo mais, e essa conexão ainda funciona como algo que vale a pena ser explorado. Não digo que o resultado em si seja funcional, mas talvez se já tivesse montado algo até maior, mas já envolvendo os dois longas é capaz que o filme seria perfeito.
Posso estar sendo extremamente preconceituoso, mas as atuações dos japoneses são muito exageradas, e ainda colocam dubladores mais exagerados em cima, fazendo com que uma cena simples pareça a terceira guerra mundial pelos olhares arregalados durante a luta, juntamente com o griteiro que o dublador apronta, ou seja, algo que fica sempre muito forçado de ver. Diria que cada um conseguiu encontrar bem os moldes para seus personagens, mas longe de termos algo que impressione, ou que cada um conseguisse destacar-se sozinho, a trama funciona na composição de todos, tendo claro alguns momentos marcantes no início com o jovem lutador Ken, mostrando ser bem ágil e espirituoso, mostrando rapidamente sua amizade com Shu, mas o que acaba destacando nele como protagonista da trama toda é seu ego muito forte, que pode dar grandes conflitos na continuação ao estar junto da equipe, mas isso só mais para frente para sabermos, enquanto por aqui cabe a ele um leve destaque.
Uma coisa que sempre achei muito divertido em filmes desse estilo é ver prédios sendo destruídos pelos robôs gigantes, tiros e tudo mais, mostrando o quão bem feitas são as maquetes, mas claro que na nossa infância não sabíamos disso, e apenas ríamos falando que povo maluco é esse. Aqui o efeito ficou bem claro, e é notável ver tudo sendo quebrado com claras intenções do estilo, e com muita ambientação apocalíptica, os momentos mostrados de 2050 também ficaram bem interessantes de ver. Quanto das lutas de chão, os personagens poderiam ter usado alguns elementos mais convincentes para envolver mais, pois parecia um longa de baixíssimo orçamento, mas quando víamos os detalhes dos robôs, o contraponto aparecia, ou seja, um trabalho digamos bagunçado da equipe de arte. A fotografia brincou bem com os tons escuros, para mostrar um momento mais de guerra, e o resultado embora falte sangue nos personagens que apanham bastante, conseguiu funcionar para criar uma certa tensão.
Enfim, é um longa que chama a atenção, mas que cansa muito pelo ritmo lento de desenvolvimento, e com um excesso de falhas técnicas talvez precisará incorporar muito mais na continuação para que o filme funcione completamente. Diria que ele até agrada bem quem gosta do estilo, mas poderia ser imensamente melhor caso quisessem trabalhar melhor o ritmo e os efeitos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas já volto amanhã com mais estreias por aqui, então abraços e até logo mais.
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