Se você tem menos de 30 anos provavelmente não sabe o que é ficar tenso e rir quase que na mesma proporção em um único filme, mas a partir dessa semana poderá conferir "O Predador" e descobrir como um filme violentíssimo, de um bichão esquisito que praticamente mata por esporte (ou melhor será "explicado" seu motivo no longa), mas que sempre trabalhando alívios cômicos encaixados com tanta naturalidade na trama, juntamente com cenas bizarras de tiros para todo lado, saltos em naves em movimento, acabam resultando em algo tão gostoso de acompanhar, que mesmo rindo das bobagens, e se chocando com as violentas mortes, certamente você sairá feliz da sessão com o que viu. Ou seja, a galera das antigas que estava saudosa por filmes desse estilo irá vibrar e rir muito a cada cena de morte, e os mais novos poderão experimentar como eram bizarros e ao mesmo tempo bons os longas malucos dos anos 90. Certamente o 3D foi feito apenas para vender ingresso mais caro, pois nada temos que surpreenda, mas como filme, o longa vale muito a conferida.
O longa nos mostra que uma perseguição entre naves alienígenas traz à Terra um novo predador, que acaba sendo capturado por humanos. Antes disso, ele tem seu capacete e bracelete roubados por Quinn McKenna, um atirador de elite que estava em missão no local onde a nave caiu. A bióloga Casey Brackett é então chamada para examinar o ser recém-descoberto, mas ele logo consegue escapar do laboratório em que é mantido cativeiro. Ao tentar recapturá-lo Casey encontra McKenna, que está em um ônibus repleto de ex-militares com problemas. Juntos, eles buscam um meio de sobreviver e, ao mesmo tempo, proteger o pequeno Rory, filho de McKenna, que está com os artefatos alienígenas pegos pelo pai.
Ao mesmo tempo que o diretor Shane Black fez uma homenagem aos longas originais de 1987, 1990 e 2010 (e até mesmo os com o Alien em 2004 e 2007), ele conseguiu trabalhar entregando um quase reboot da franquia, e ainda por cima dar um ar de continuação dos originais, trabalhando em algo mais evoluído com diversas conexões, ou seja, ele não apenas trouxe a ideia de volta a tona, como brincou com tudo auxiliado é claro por muito mais tecnologia, para que os bichões feios não ficassem tão horrendos e ainda tivessem mais conexões com o mundo atual, ou seja, a trama mesmo sendo "fraca" de conteúdo e reviravoltas, conseguiu trabalhar tão bem todo o formato da trama, que desde as situações de lutas cheias de violência gratuita que tanto gostamos, passando pelas boas cenas de piadas icônicas (sem dúvida as do ônibus com os malucos, depois eles na casa do protagonista, ou até mesmo na festa foram de rachar o bico de tanto rir), e até mesmo nas mais carinhosas com os cachorros e com o garotinho e sua "deficiência", mostraram uma eficiência de escolhas do diretor que acabou entregando algo que embora seja abaixo do formato original, nos remete aos bons momentos que tivemos vendo os originais, e com isso acabamos nos divertindo demais e saindo completamente satisfeitos com o que o diretor fez, torcendo até para que faça continuações.
Sobre as interpretações, temos de ser sinceros que os coadjuvantes conseguem certamente chamar muito mais atenção do que os protagonistas, e isso se deve pelas partes cômicas serem tão bem encaixadas na trama, que o grupo 2 é daqueles que até torceríamos por um filme prequel daqueles bem malucos que só seria risada em cima de risada, mas como isso não é possível, só iremos nos lembrar de Thomas Jane com seu Baxley, Keegan-Michael Key com seu Coyle, Augusto Aguilera com seu Neetles como um trio muito louco, que juntamente com Trevante Rhodes entregando um Nebraska cheio de personalidade, botaram a loucura de lado (juntamente com suas armas) e saíram botando os bichões pra correr, ou seja, foram incríveis. Agora indo para o protagonista Boyd Holbrook com seu Quinn McKenna, podemos dizer que ele conseguiu (ou melhor, a equipe de maquiagem conseguiu) aparentar bem mais velho, como um atirador experiente e que cheio de personalidade de impacto acabou tendo uma boa dinâmica de interação com todos, funcionando bem como elo, e não deixando que suas cenas ficassem vazias, mas certamente um ator mais icônico, ou talvez alguém mais velho e com ares mais rudes conseguiria cravar as cenas com um pouco mais de realismo e menos firulas, mas nada que tenha atrapalhado demais. Olivia Munn praticamente caiu na trama com sua Casey, sendo tipo a cota feminina que o longa precisava para não ficar sem nenhuma "heroína" na trama, de modo que faltou personalidade para a bióloga que corre e atira como profissional, pois ela não mostrou nada que funcionasse como um grande motivo para estar ali. Jacob Tremblay é daqueles que já falei tanto que torço, que fica difícil ver um filme seu e não elogiar, de tal maneira que embora aparente um personagem bobo, de uma criança num filme de predadores, cheios de tiros e tudo mais, o jovem ainda tem capacidades de puxar frases bem colocadas com olhares ainda melhores fazendo com que seu Rory funcione e fique incrível, ou seja, ainda falarei muito dele com toda certeza. Sterling K. Brown veio como um agente do governo marrento, mas que com muita atitude acabou entregando boas cenas, mas poderia ter sido mais impactante nos momentos finais para que mostrasse ainda mais sua força. E para finalizar, não vemos sua cara real, mas o dublê de profissão Brian A. Prince entregou um Predador ágil, cheio de desenvoltura e claro cheio de força para arrancar pedaços quase como se tivesse dando um peteleco com dois dedos, ou seja, embora dependesse muito da computação, o ator foi muito bem colocado em cena.
O conceito visual do longa foi composto de muitas cenas escuras, mas que foram filmadas com muita tecnologia para que tudo aparecesse, ou seja, mesmo com os óculos escuros 3D, a trama consegue ser bem realçada e mostrar em detalhes toda a pompa das naves, os detalhes dos predadores, dos cachorrões alienígenas, das armas e claro de toda a selva e orgãos do governo aonde o longa se passa, entregando uma trama futurista, mas que se passa praticamente na época atual, com bons detalhes e cheio de elementos visuais bem colocados para que o longa funcionasse, tivesse a homenagem e boa colocação para com o original, e ainda revitalizasse a obra, ou seja, um trabalho primoroso da equipe de arte. Como disse, a fotografia foi muito esperta em criar luzes falsas de contraponto em praticamente todas as cenas, de modo que mesmo o filme se passando praticamente só a noite, e com muitas locações escuras, os tons foram realçados para que não sumisse nenhum personagem, nem detalhe que o diretor desejava mostrar, criando muitos bons ângulos e trabalhando sempre em plano funcional para cada cena, além claro do sangue verde dos bichões cheios de efeitos para que os tons ficassem fortes e bem visuais, além claro da equipe de maquiagem sendo auxiliada para que tivéssemos muito sangue nas diversas mortes dignas de bons longas de terror. Quanto do 3D do longa, diria que é algo praticamente inútil, não tendo quase nenhuma cena com algo de impacto nem de profundidade, e talvez a única utilidade mesmo da conversão tenha sido esse realce para que as cenas escuras não ficassem apagadas, ou seja, dá para economizar quem quiser (mas confesso que quem for na Imax vai vibrar com toda a potência sonora que o filme faz valer!).
Enfim, é um filme que quem desejar ver uma história mais impactante, que faça reflexões, ou até mesmo traga algum conceito novo para a arte cinematográfica sairá completamente decepcionado com o que verá, mas quem for disposto a curtir uma aventura cheia de diversão, violência e muito sangue, remetendo aos bons longas dos anos 90, certamente sairá da sessão vibrando completamente feliz com tudo o que foi mostrado na telona, dizendo em alto som ser talvez até um dos melhores da franquia, ou seja, um filme nostálgico que agrada muito quem gosta do estilo, e sendo assim essa acaba sendo minha recomendação. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
PS: Só não dou uma nota maior pela falta de um 3D melhor, e pelas diversas paias exageradas num nível fora da realidade (a dos personagens em cima de uma nave que atravessa portais à velocidade da luz, se segurando como se fosse num trenzinho de montanha russa foi para rir demais!)
2 comentários:
olá Fernando! cara... to muito afim de ver esse filme ainda não tive tempo mas irei ver. só passando mais uma dica amigo, ontem assisti 2 filmão em 3D. Um espetáculo visual de efeitos pra fora da tela, profundidade, imersão... tudo que queremos ver. Os filmes são The Shock Labyrinth de terror com uma história muito boa e outro de ação Sector 7 os 2 com baita 3D de primeira! abraços!
Olá Mauro, rapaz você anda vendo bastante filmes de fora hein!!! Que esses certamente nem devem aparecer por aqui nas telonas! Que bom que o pessoal de outros países tem valorizado o 3D como vocês gostam, pois em Hollywood já se fala em acabar, o que é uma pena!! Abraços!
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...