Se existe uma doença que vai sempre deixar o público triste nos cinemas, e na vida real, é o tal do câncer, ou como é chamado no longa "marshmallow", e é com essa proposta mais fantasiosa, quase cheia de efeitos "mágicos" que o longa "O Que De Verdade Importa" nos entrega uma trama simples, que tenta mostrar um dom de cura, como algo possível de existir, mas que permeia ao final com a grandiosa mensagem de que todos podem ser curadores, basta entregar amor aos doentes, tratando eles vem, levando-os para se divertirem com o que gostam, junto de seus familiares, com sorrisos, e certamente viverão melhores seus momentos, que podem ser poucos ou muitos, mas serão grandiosos quando bem tratados felizes, e não sendo tratados como doentes/quase mortos. E embora a sacada seja bonita, e o filme tenha uma proposta ainda maior, afinal 100% da renda do longa será doada para hospitais que tratam de câncer infantil, tenho de ser crítico e pontuar que ele possui muitos defeitos técnicos, que até raspam a trave de destruir a graciosidade da trama, mas quem relevar momentos bobinhos demais e entrar no clima, conseguirá curtir o resultado final, se emocionar, e claro, ajudar a causa.
A sinopse nos conta que Alec Bailey é um engenheiro frustrado que vive em Londres. Ele trabalha consertando eletrodomésticos, mas o dinheiro que ganha não é suficiente para pagar as suas contas. Tudo muda quando um tio distante aparece em sua vida com uma proposta irrecusável: pagar todas as dívidas de Alec desde que ele se mude para Nova Escócia, no Canadá, por um ano. Sem muitas alternativas, o jovem aceita o acordo e inicia uma nova fase em sua vida, agora em um novo país e prestes a conhecer mais sobre sua família e a si mesmo.
A direção de Paco Arango é digamos algo um pouco confusa, pois ele entrega em alguns momentos um filme cheio de nuances mágicas, logo na sequência ele já permeia momentos mais sérios, e depois ainda brinca com situações fictícias, mas que são sérias, ou seja, ele não consegue que seu filme fique dentro de um único patamar, mas de uma coisa ele consegue passar, que é a mensagem principal da trama, sobre a vida das crianças com câncer necessitam ser melhoradas, e assim sendo, ele que sempre foi voluntário em hospitais, e que já doou mais de meio milhão de sua produção anterior para o Hospital de Câncer de seu país, o México, agora veio para mostrar que pode ajudar outros hospitais dos países que seu filme está sendo lançado, e com isso sua obra mesmo errônea ganha um valor maior, e consegue soar bonita de se ver, mas claro, que para isso temos de relevar diversos momentos absurdos, diálogos bobinhos, e até quebras cênicas, porém como é um tema que mexe conosco, certamente muitos irão se emocionar, e assim sendo, o resultado final acaba sendo o que de verdade vai importar para o diretor.
Quanto das atuações, é muito intrigante ver Oliver Jackson-Cohen como Alec, e nem é pelo personagem em si, mas sim pelo seu carisma em cena, que aparentemente parecia que não iríamos gostar dele, depois ele passa a ser interessante, para ao final ser muito bem colocado, de modo que certamente a química com as demais garotas encaixou bem demais para que seu resultado empolgasse, mas ele poderia ter sido um pouco mais expressivo nas suas cenas, para não ser apenas um rostinho bonito nas telonas. Jonathan Price acabou sendo mais figurante do que deveria, pois, seu Raymond de certo modo é quem nos explica o dom do protagonista, mas ele fica sempre duro demais nas suas cenas, e isso não foi bom de ver. Camilla Luddington entregou uma Cecilia bem colocada, que enxergamos rapidamente seu final, e que acaba sendo bem desenvolvida, mas nada que impressione muito. Jorge Garcia também foi meio que jogado com seu Padre Malloy, e poderia ter ido além, mas sua cena de "morte" e sua cena explicativa de fé foram bem bacanas de ver. Agora sem dúvida alguma o grande destaque da trama vai para Kaitlyn Bernard com sua Abigail, pois a jovem deu um show de expressividade, entregou diálogos bem direcionados, e ainda por cima fez olhares incríveis de se emocionar com ela, ou seja, perfeita.
No conceito cênico, encontraram uma locação incrível, com o lago compondo a cenografia, e dando ares incríveis para todo o restante, a picape também foi bem icônica, e claro embora tudo seja bem simples, o resultado visual de torna agradável pela essência completa do abandono da cidade grande pelo campo, e claro que com efeitos modestos e até exagerados de tão novinhos, o formato acaba agradando e até poderia ter sido melhor usado, como o porão com as diferentes gerações de curadores, mas aí o foco mudaria. A fotografia também deveria ter ficado mais nas cenas externas que foram bem coloridas e agradam visualmente, mas como necessitavam de interiores para criar uma certa tensão, o resultado acabou um pouco estranho.
Enfim, como filme mesmo ele é simples demais, e acaba tendo defeitos que poderiam ser minimizados, mas volto a dizer que a proposta e a causa são tão boas que vale a pena conferir e sair feliz por ajudar ao menos, portanto quem puder vá, releve os erros, e ajude! Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas já vou conferir outro hoje, então abraços e até logo mais.
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