É engraçado como o mundo dos filmes baseados em mangás e animes consegue ser completamente diferente do que estamos acostumados a ver normalmente nos cinemas, pois sempre criam alegorias, efeitos e até histórias que poderíamos imaginar num filme fantasioso comum, mas tudo soa tão forte, impactante, que necessite de confrontos, que acabamos adentrando em tantas peculiaridades que ou você embarca de vez, ou acaba cansando do que está sendo mostrado. No filme anterior do Festival de Ação Japonês, confesso que raspei de dormir por não entender quase nada do que estava acontecendo, afinal o longa era parte contínua de algo seriado, mas hoje com "Tokyo Ghoul", que é uma adaptação de um famoso mangá, agora em live-action, o resultado já foi completamente diferente, e embora bem maluco, consegue empolgar bastante com uma história bizarra sobre um rapaz humano que transplantado os órgãos do bicho que tentou lhe comer, vira um bicho também, e passa a ajudar outros a sobreviverem de uma agência que os caça, ou seja, uma loucura total, com efeitos mais loucos ainda, lutas estranhas, mas que na junção completa fica interessante de ver, e até lembra uma mistura de "O Predador" com "X-Men" e até um pouco de "Crepúsculo" (acho que viajei demais!), e quem gosta de um pouco de cada coisa dessa talvez goste do que é mostrado na tela também.
A sinopse nos conta que durante um encontro, o tímido Kaneki Ken é atacado pela menina com que saiu mas ele consegue fugir. Não demora muito tempo para Ken perceber que ele também se tornará uma carniçal, criatura que se alimenta de carne humana. Enquanto está aprendendo a viver com essa nova condição, ele começa a ser caçado pela divisão Ghoul da polícia.
Nem vou entrar na famosa briga de se os fãs vão gostar ou não, pois a sala até estava razoavelmente com bastante público, mas não vi nenhuma emoção, aplausos ou qualquer atitude que expressasse algo incrível para com o filme, mas também não vi ninguém reclamando ao sair da sessão, ou seja, as pessoas conferiram o filme de uma forma como veriam qualquer outro longa comum, e sendo assim, o trabalho do diretor Kentarô Hagiwara pode ser descrito como uma trama bem moldada que conseguiu entregar uma história completa, pois vemos um filme com começo, meio e fim, que até assusta um pouco pela duração de quase duas horas (algo incomum em filmes desse estilo), mas que consegue passar toda a essência da trama, mesmo que os personagens tenham atitudes bem estranhas em cada momento. Como já falei também, não conheço a fundo histórias e mitologias asiáticas, mas aqui vemos algo que certamente bem fantasioso funciona como qualquer outro longa de ficção, apenas poderiam ter trabalhado melhor os atores para não se expressarem tão exagerados, e também entregassem mais personalidade para que pudéssemos torcer para algum, pois não consigo enxergar nem que os "monstros" estão fazendo seu papel de trabalhar bonitinho no café, comer um humano aqui, outro acolá como fazemos com os animais normalmente, ou se torcia para a agência que caça os bichos, mas só tem paspalhos estranhos e bizarros, ou seja, tivemos uma bagunça tanto nas atuações, quanto nos personagens, e acredito, que nos mangás isso deva ser bem mais montado e interessante.
Como disse, as atuações foram bem fracas de personalidade para cada personagem realmente, e a dublagem nacional conseguiu deixar ainda mais estranho tudo, apesar que ouvir japonês não é algo muito fácil, pois eles acabam sendo expressivos demais nas falas, e talvez o longa legendado ficasse ainda mais estranho (como podemos ver no trailer legendado abaixo), ou seja, diria que os personagens em geral foram bem entregues, tiveram uma moldagem incorporada e bem explicada de quem é quem no mundo deles ali, mas talvez um desenvolvimento maior apenas nos protagonistas agradaria até mais.
Um dos maiores defeitos da trama ficou a cargo da equipe visual, pois como dependeu demais dos efeitos especiais/visuais, a trama teve tanto furo de continuidade que assusta, com cenas seguidas de minutos começando de dia, ficando de noite logo em seguida (tipo embaixo de uma ponte), voltamos pra cima com mais dia, e de repente tudo está de noite, ou seja, poderiam ter melhorado isso, mas tirando esse detalhe de continuísmo, os personagens tiveram figurinos bem interessantes, poderes fortes, lutas bem colocadas, e locações até bem encaixadas para parecer algo quase de videogame, ou seja, boas escolhas cênicas para que os elementos cênicos tivessem até bons destaques.
Enfim, é um filme que prende mesmo sendo bem estranho, e que passa bem longe de ser algo primoroso, e que alguns vão gostar mais pela essência, outros conferirão pelos mangás, e alguns vão apenas começar vendo tanta loucura e sairão correndo, mas que como costumo dizer, se conseguiu passar uma história completa dentro do tamanho proposto, no caso aqui 115 minutos, o resultado já se faz por valer, então fica a dica para quem gosta do gênero conferir. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas já volto amanhã com mais textos das estreias da semana, então abraços e até logo mais.
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