Sempre ouvimos falar que temos que pensar no amanhã, no planeta que vamos deixar para nossos filhos e netos, que devemos consumir menos e melhor, e diversas outras frases que aparecem em programas jornalísticos e redes sociais mais impactantes, mas e se falarmos que o "Amanhã Chegou" e já está um pouco tarde para tentarmos ficar pensando e já passou da hora de agir? Pois bem, o documentário que estreou na última quinta-feira no programa Projeta as Sete do Cinemark, é um exemplar bem impactante para vermos muito do que anda acontecendo, sugestões de sustentabilidade e capitalismo consciente como citam os diversos entrevistados, e que num modelo bem dinâmico e cheio de boas imagens, consegue conscientizar o público e ver muito de onde estamos errando, enfiando o dedo na ferida de consumidores excessivos, e que mesmo muitos nem fazendo nada, ou melhor, achando que apenas separando o lixo está ajudando, poderia e deve, fazer muito mais pelo planeta para que o mundo não acabe tão brevemente. Diria que não é perfeito, pois é algo muito rápido para um filme, que entrega informações demais de uma vez, e que talvez numa série mais alongada ficaria mais produtivo, mas ao menos cutuca o público para que pesquise um pouco mais, e quem sabe mude seus conceitos.
Durante muitas décadas, sonho e consumo material foram duas coisas que sempre andaram juntas. Por mais que esta associação de pensamento ainda seja perpetuada na sociedade, hoje tenta-se desmitificar a ideia de que dinheiro sempre será poder. Enquanto a escolha do consumidor leva órgãos governamentais a destruírem culturas nativas e o meio ambiente, algumas instituições tentam fazer diferente.
Como costumo falar, é difícil vir falar sobre documentários, pois é um estilo que a melhor forma de conversar sobre é debatendo em grupo, questionando atitudes, e colocando geralmente algum especialista da questão para falar um pouco mais sobre o tema. Porém tenho de pontuar ao menos o quesito técnico aqui, e nesse sentido, posso falar que o primeiro trabalho de direção da jornalista Renata Simões foi bem primoroso no conceito de pesquisa, para conseguir levantar depoimentos dos quatro cantos do país, com muita subjetividade e consciência do que estava entregando, de modo que seu filme flui tranquilamente, e faz o principal, que é nos colocar para pensar sobre como agimos com as situações mostradas no longa, pois não posso dizer que determinado pensador/entrevistado ali está 100% com a razão, mas posso ir atrás, pesquisar e notar até que ponto posso atingir a minha sustentabilidade e ajudar para que o mundo ao redor do meu consumo seja melhorado, e sendo assim o filme tem grande acerto. Porém como disse no começo, é um tema imenso, que certamente não é possível ser entregue em apenas 90 minutos, então minha proposta para a jornalista caso algum dia converse com ela, seria pegar o material completo (que certamente deve ter centenas de horas gravadas) e criar muitos programas mais curtos, sem tanta aceleração de ideias, para que aí sim cada tema fosse bem mais discutido, pois no longa vamos ouvindo um, daí vem outro, e outro, falando geralmente sobre o mesmo questionamento, mas com relevâncias diferenciadas, aí o cérebro entra em parafuso. Ou seja, não digo que tenha sido errado a forma que fez, mas digo que poderiam ter montado um pouco diferente para que a proposta não parecesse desesperada (embora, como diz o próprio nome do filme, o amanhã chegou, e agora já temos de agir de forma desesperada!).
Enfim, volto a frisar que o longa está repleto de bons depoimentos, com imagens bem captadas e uma montagem bem interessante, que certamente vai conscientizar muitos (ao menos espero, e com certeza também a diretora também), mas que por ser tão rápido acaba pecando em não se aprofundar tanto no tema, embora a ótima dinâmica seja favorável para não nos cansarmos do longa. Ou seja, recomendo ele com certeza, mas espero ver em breve um desenvolvimento maior do filme, e com certeza mais atitudes sustentáveis ao meu redor ao menos. Bem é isso pessoal, encerro aqui essa semana cinematográfica, e volto na próxima quinta com mais textos, então abraços e até logo mais.
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