Estamos acostumados a ver uma tonelada de filmes de guerra nos cinemas, e geralmente temos diversas explosões e mortes, mas é mais raro entregarem longas com conceitos estratégicos para vermos grandes batalhas e sermos agraciados com quase uma gigantesca batalha-naval real entre dois países que se odeiam imensamente como é o caso EUA e Rússia. E sendo assim, o resultado de "Fúria em Alto Mar" é algo bem divertido e tenso de acompanhar, com personagens fazendo suas tradicionais patriotadas, mas principalmente jogando com suas armas e experiências para evitar uma Terceira Guerra Mundial, criando vértices bem interessantes de ver, mas também tendo claro as tradicionais paias que estamos acostumados, como russos falando inglês entre eles, navios e submarinos fazendo rotas mirabolantes, e claro bombas que explodem tudo ao seu redor e apenas balançam um pouco os navios, mas apesar desses detalhes, volto a frisar que temos um filme bem interessante e agradável de ver, que consegue entreter do começo ao fim sem cansar em nenhum momento, nem ter momentos de respiro, o que é muito agradável em longas desse estilo.
A sinopse mostra que o presidente da Rússia foi sequestrado num golpe militar, o que estremece as relações entre Estados Unidos e Rússia, tanto que até se cogita um ataque nuclear, o que poderia dar início a Terceira Guerra Mundial. Para tentar contornar a situação, um militar russo tem de unir forças com a Marinha americana para resgatar o presidente e pôr fim à essa crise.
Nunca havia visto nenhum longa do diretor Donovan Marsh, mas posso dizer que seu trabalho aqui me deixou curioso para ver seus outros trabalhos, pois saber dominar um bom longa de guerra é algo que poucos diretores conseguem, e ele trabalhou tudo de uma maneira bem estratégica, criando posturas em cada eixo, encontrando bem o cenário dentro das diversas patentes, e moldando o resultado para que o filme fluísse sem necessitar muitas explicações, criando cada momento como algo que valesse ser visto em detalhes, ou seja, foi de uma criatividade bem encaixada e certamente conseguiu traduzir bem o que foi escrito no livro de Don Keith e George Wallace, "Firing Point", pois dificilmente um roteirista conseguiria criar sozinho tantos detalhes de uma guerra bem moldada, e totalmente estratégica como o longa acabou nos entregando. Ou seja, o roteiro embasado no livro é algo impactante, que ao cair nas mãos de um bom diretor acabou ficando mais interessante ainda de ver, mesmo com as diversas coisas irreais como citei no começo, mas que claro, acabaram sendo colocadas para dar um realce na trama.
Sobre as atuações chega a ser quase algo para nos confundir a grande quantidade de personagens na trama, e como a marinha possui diversos tipos de patentes nem temos como ficar conectados a todos, de modo que acabamos focando somente nos protagonistas, e todos foram bem interessantes no que fizeram em cena. E para começar é claro que temos de falar de Gerard Butler que sempre entrega bons personagens, e sua interpretação de Joe Glass foi icônica mais pela paciência e precisão nos atos, indo completamente na contramão do que seria comum de ver, mas acabou que agradou e acertou em cheio no mar. No mar também tivemos o capitão russo Andropov, brilhantemente bem interpretado por Michael Nyqvist que já conhecemos bem de outros filmes, e aqui ele trabalhou bem os olhares, foi correto no estilo e chamou a responsabilidade para si com atos bem minimalistas, o que acabou sendo de um luxo só. No quartel general americano, tivemos bons momentos tanto de Common com seu John Fisk centrado e completamente disposto para receber boas opiniões, quanto de Gary Oldman como Charles Donnegan que se mostrou um bom ministro de defesa, mas completamente desesperado, algo diferente do tradicional de Oldman, e claro ainda tivemos algumas boas cenas de Linda Cardellini como Jayne, um estilo de espiã que é bem aceita no meio. Pelo lado do exército de terra americano, tivemos bons atos de Toby Stephens com seu Beaman e também boas sacadas com Zane Holtz como Martinelli, mas ambos foram mais conectados do que forçados, e poderiam até ter mais cenas para mostrar serviço. E para fechar do lado de terra russo, tivemos uma atuação meio estranha de Alexander Diachenko como o presidente Zacharin, que foi dócil demais para um presidente russo, e já seu ministro de defesa completamente insano interpretado por Michael Gor foi até divertido de acompanhar, pois sempre com olhos bem arregalados parecia estar possuído por vingança.
No conceito cênico certamente esse é um dos longas que gostaria de ver o making off, pois não sei até que ponto a marinha americana e a marinha russa cedeu suas embarcações/locações para filmagens, mas tanto os navios quanto submarinos pareceram bem realistas com detalhes técnicos bem colocados e interessantes de ver, mostrando um armamento de altíssimo nível para ambos os lados, prontos para começar uma guerra nuclear sem limites, mas claro que dentro do submarino é notável que tudo foi gravado em estúdio, com muita cenografia para dar relances bem moldados e agradar na medida com o resultado entregue. Ou seja, diria que exageraram muito em alguns momentos, mas de certo modo o conceito da equipe de arte foi entregue com primor. A fotografia exagerou muito nas cenas do fundo do mar, e é notável a alta computação gráfica a todo momento, que junto de explosões e iluminações bem falsas mostrando um mar quase límpido a milhares de pés da superfície, o resultado acaba soando estranho de ver em alguns momentos, mas nas cenas fora da água tivemos bons tons escolhidos para camuflagem, e o encontro acaba funcionando de modo completo.
Enfim, é um filme que consegue prender a atenção e agradar pela boa técnica de estratégia empregada durante todos os atos, mas que por forçar a barra um pouco acaba até saindo de eixo em alguns atos, mas nada que atrapalhe a diversão, e sendo assim acabo recomendando o filme para quem gosta desse estilo, mas vá sem esperar muito, pois está bem longe de ser um longa para entrar para a memória. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, pois ainda tenho muitas estreias para conferir, então abraços e até logo mais.
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