Muitas vezes falamos que sequências geralmente destroem a qualidade dos filmes e acabam ficando jogadas ao vento sem conseguir manter a essência original, mas alguns longas conseguem a façanha de resolver os diversos problemas que o primeiro filme teve e acabam funcionando até mais, agradando e divertindo, e o principal, usando a essência mostrada no primeiro filme. E hoje posso dizer que "Goosebumps 2 - Halloween Assombrado" é um desses exemplares, pois conseguiu ser imensamente mais divertido, ter uma história mais coerente, diversos efeitos bem interessantes, e ainda por cima consegue dar uns sustinhos de leve no melhor estilo de terror feito para crianças/adolescentes, e o principal, não necessitar de Jack Black como protagonista como o autor dos livros. Diria que o longa sem a necessidade de explanar os livros, mas sim como uma história de Halloween que sai das rédeas quando um boneco decide dar vida à todas decorações, conseguiu funcionar criando vértices que o público mais se conecta, pois não necessitando de algo mais fechado, como é o caso aqui, a trama foi sendo desenvolvida e o público foi se conectando, o que mais diferenciou do primeiro filme, que era algo mais fechado em cima dos diversos livros. Claro que ainda temos muitas referências, temos o vizinho que conhece todas as histórias, temos o personagem do autor aparecendo bem rapidamente, mas tudo solto acabou sendo bem bacana, e como já havia dito no texto do outro filme, dar liberdade para o boneco Slappy foi a melhor coisa que puderam fazer aqui.
O longa nos situa em Wardenclyffe, Estados Unidos, às vésperas do Halloween. Sonny e Sam são grandes amigos, que encontram um livro incompleto guardado dentro de um baú, em uma casa abandonada. Ao abri-lo, eles despertam o boneco Slappy, que surge inesperadamente. Criação do autor R.L. Stine, ele usa os jovens e ainda a irmã de Sonny, Sarah, para criar sua própria família de monstros.
O teor foi bem mudado também pela troca de diretor e dos roteiristas, pois se antes tínhamos diretores e roteiristas mais conhecidos, agora nas mãos de nomes menores, esses procuraram dar vértices mais icônicos e próprios do terror realmente para quem sabe ganhar fama e virem com mais longas do estilo, e dessa forma Ari Sandel já foi bem e provavelmente além de ter entregue um longa bem marcado, deve dirigir em breve o filme de "Monster High", ou seja, já entrou para o filão de longas de terror para jovens, e digo que seu acerto foi bem marcado, pois se no primeiro tínhamos exageros de ângulos para pegar o público desprevenido, aqui o diretor foi mais coerente para marcar cada situação com desenvoltura, criando as situações sozinhas, e entregando para os personagens, e claro, para toda movimentação desenfreada de monstros os efeitos de muita dinâmica com criatividade e sintonia que fizessem o público querer ver mais e mais, ou seja, dá até para acreditar numa franquia de filmes com outros livros, já que o final deu a entender isso, mas como a série da Netflix tem feito sucesso também, vai depender realmente da bilheteria.
Agora um ponto que certamente precisava ser melhorado é a questão das escolhas dos atores, pois no primeiro já não tivemos algo primoroso, mas ao menos todos ali tentavam fazer algo e se assustavam com o que apareciam, enquanto aqui a maioria parece tão feliz com tudo o que está ocorrendo, que até mesmo os figurantes que estão correndo para lá e para cá, parecem estar brincando na telona, e aí diria que foi o maior erro do filme. Madison Iseman fez uma Sarah completamente forçada, que até tenta parecer conectada com o irmão, mas só faz caras e bocas, e mesmo na sua cena mais impactante ao final, pareceu estar perdida com relação de onde deveria olhar, ou seja, faltou uma direção melhor, e uma atitude melhor ainda. Jeremy Ray Taylor é o exemplo claro de que estava muito feliz com o papel, de modo que seu Sonny parecia estar brincando em cena, e fazendo apenas alguns olhares dispersos, o que não agradou muito, mas ao menos entramos na alegria do garoto e acabamos felizes junto com ele. Caleel Harris deu um tom mais jogado para seu Sam, mas nada que realmente parecesse bem conectado, mas ao menos mostrou desespero nas cenas em que foi atacado. Avery Lee Jones deu bons movimentos para o boneco Slappy, enquanto Mick Wingert deu um tom bem adequado de voz para que o personagem além de macabro soasse realmente como um psicopata maluco, e isso acabou dando um ar bem interessante para a trama. Quanto aos demais, a maioria foi bem figurante mesmo, e até mesmo a mãe dos jovens interpretada por Wendi McLendon-Covey conseguiu fazer caras e bocas bem toscas para seus momentos.
No conceito cênico temos que realmente parabenizar a equipe de arte, pois fizeram monstros bem trabalhados, casas decoradas de Halloween no melhor estilo possível, e boas locações para criar o vértice de terror, de modo que se quisessem transformar o filme de uma franquia infantil para um terror monstruoso, estava bem fácil era só substituir as crianças por jovens, e os docinhos e monstros apenas sobrevoando, que comessem pedaços das pessoas, e pronto o longa mudaria completamente, ou seja, como a base do filme é de terror, a equipe soube dosar os ambientes para funcionar bem, e acertaram. O tom escuro é clichê para longas de terror, mas aqui souberam misturar com personagens bem coloridos, e o resultado acabou soando gostoso de ver, sem cansar, nem ficar bobo demais, o que é de um grande agrado.
Enfim, é um filme que diverte bastante e que funciona também dentro da proposta de um terror para adolescentes e crianças, pois não irá traumatizar ninguém com o que é mostrado na telona, e consegue assustar e divertir ao mesmo tempo. Diria que poderiam ter pegado mais pesado para algum dos lados para que o tom funcionasse um pouco mais, mas como disse no começo, a ideia da franquia é assim, e não poderiam ter fugido muito disso, ou seja, quem gosta desse tom mais sombrio, mas que vai se divertir mais do que assustar, pode ir conferir tranquilo que certamente irá sair bem feliz com o resultado. Bem é isso pessoal, fica assim sendo minha dica, e volto amanhã com mais uma estreia dessa semana, então abraços e até logo mais.
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