É engraçado quando falo que vou conferir um anime no cinema, e as pessoas olham estranhando, parecendo que vou ver sei lá algo proibido, mas hoje felizmente a sala estava tão repleta de crianças que não me senti um alienígena entrando sozinho para conferir nada mais do que um desenho com estética japonesa. E "Mary e a Flor da Feiticeira" nada mais é do que a volta da essência tradicional desses desenhos, da forma que vi em minha infância, com toda uma simbologia mágica, personagens briguentos, muitas cores, e principalmente uma boa história, ou seja, um longa completo que diverte e consegue passar uma boa sintonia para o público de qualquer idade, agradando com uma boa síntese aventureira de começo, meio e fim, sem forçar, nem ousar demais, o que acaba sendo delicioso de conferir, e claro, melhor que muitos desenhos bobos que acabam nos jogando atualmente nas telonas.
A sinopse nos mostra que Mary é uma agitada jovem japonesa, está prestes a ter sua vida alterada de maneira radical. Isso porque, depois de seguir dois estranhos gatos, ela acaba achando uma curiosa e desconhecida flor, que lhe concede extraordinários poderes mágicos. Logo em seguida, com a ajuda de um dos animais, ela encontra uma vassoura e, ao tocá-la, ela começa a voar. É aí que descobrirá que pode ter se tornado uma bruxa.
Se formos analisar a fundo, a história do filme de Hiromasa Yonebayashi é bem simples, porém eficaz ao mostrar a aventura da garotinha primeiro para voltar para casa, e depois para salvar o amigo, mas ela é bem contada, bem desenvolvida, e principalmente consegue segurar o público interessado nas magias apresentadas, na escola futurista, e até mesmo nos animaizinhos que passeiam pelo longa, fazendo com que os pequeninos ficassem até vidrados em tudo o que vai aparecendo na tela. Só diria que ele não foi tão efetivo no ritmo da trama, pois a segunda metade cansa bastante, e demora para ocorrer, mas ainda assim funciona bem para fechar tudo mantendo a essência criada no começo e ainda dando nuances de uma possível sequência caso os produtores desejarem.
Os personagens foram todos desenhados no melhor estilo dos animes, com olhos grandes, cabelos revoltados, e bem agitados com suas atitudes, de modo que acabamos nem recaindo tanto com a falta de carisma que acaba ocorrendo, mas Mary com toda sua astúcia consegue fazer com que sigamos seus instintos aventureiros, e embarcássemos em busca dos gatinhos até encontrar a flor, e ao chegar na escola de magia, tanto a diretora quanto o professor maluco (que lembra um pouco os personagens de Dragon Ball) acabam conseguindo se mostrar rapidamente como vilões só pelos olhares, e assim o filme acaba sendo bem moldado.
A graciosidade cênica é algo que não costuma ocorrer muito nesse estilo de filme, mas souberam criar bons locais, cheios de detalhes para que o imaginário do público fluísse, e dessa forma tanto a floresta com seu ar misterioso, mas cheio de elementos de aventura, quanto a escola cheia de salas diferenciadas com aulas das mais malucas possíveis, acabam resultando num visual bem trabalhado para realçar cada ato, e mesmo nos momentos mais simples a trama tem um desenvolvimento dentro do cenário, o que diferencia de alguns longas mais visuais que não entregam tanto.
Enfim, esperava algo mais estranho pelo nome, e felizmente fui surpreendido com um desenho bem bacana, que deve agradar a todos que conferirem, independentemente da idade, pois tem conteúdo e uma boa dose de carisma para agradar. Claro que está bem longe de ser um filme detalhado, cheio de cenas surpreendentes, e que tivesse algo para pensarmos, mas o resultado agrada e vale a conferida. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas já vou para mais uma sessão, então abraços e até logo mais.
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