Já disse isso diversas vezes, e não canso de repetir, pois sempre é muito engraçado ir ao cinema conferir um longa sem nenhuma expectativa e mudar completamente o cenário que muitos estão somente metralhando o filme, de tal maneira, que mesmo com diversos defeitos no roteiro, na condução da história, em efeitos e tudo mais, "Venom" acaba sendo uma história até que bacana para se divertir, com boas lutas, boas perseguições, um personagem com um humor bem peculiar, e que atuado por um ator disposto a dar uma boa continuidade para o personagem acabou resultando em um filme que passa bem longe de ser ruim. Claro que muitos fãs esperavam ver muito mais na telona, queriam alguma mísera aparição do Aranha (spoiler, nos último pós-créditos aparece outro Aranha, que não era o esperado!), mas como um filme de origem (diria até semi-origem, pois não mostra nada do planeta dos simbiontes, nem sua origem mais a fundo só pegando já a queda da nave de expedição com os aliens dentro), o longa acaba sendo bem coerente, e não chega a cansar como poderia, pois temos bons momentos inseridos em alguns digamos estranhos. Ou seja, para quem gosta de um bom longa divertido de ação, sem um super-herói propriamente dito, vai gostar do que verá, mas que poderia ter uma participação maior do vilão mesmo (pasmem, é um filme de um vilão que contém outro vilão contra ele!!!), e talvez até mais lutas para que o primeiro ato não ficasse tão morno.
O longa nos situa em São Francisco, Estados Unidos, aonde Eddie Brock é um jornalista investigativo, que tem um quadro próprio em uma emissora local. Um dia, ele é escalado para entrevistar Carlton Drake, o criador da Fundação Vida, que tem investido bastante em missões espaciais de forma a encontrar possíveis usos medicinais para a humanidade. Após acessar um documento sigiloso enviado à sua namorada, a advogada Anne Weying, Brock descobre que Drake tem feito experimentos científicos em humanos. Ele resolve denunciar esta situação durante a entrevista, o que faz com que seja demitido. Seis meses depois, o ainda desempregado Brock é procurado pela dra. Dora Skirth com uma denúncia: Drake estaria usando simbiontes alienígenas em testes com humanos, muitos deles mortos como cobaias.
O diretor Ruben Fleischer não é daqueles que sabemos ter uma carreira sensacional nos cinemas, focando mais em séries, mas tem "Zumbilândia" ao seu favor como um grande filme bem dirigido, e aqui praticamente ele mostra de cara a falta de uma mão mais agressiva na condução de um longa de ação com vilões/anti-heróis, pois a trama mesmo não sendo um terror, possui um mote sombrio, um personagem que come cabeças, e praticamente um alien que deseja destruir o planeta, ou seja, necessitaria uma coragem maior para que o filme ficasse impactante, mas não, ele deixa o longa com um tom tão leve e divertido, que tirando dois momentos (um de perseguição excelente no miolo, e outro de luta no final), a trama parece um encontro de compadres discutindo, passeando, conversando e tudo mais. Ou seja, o diretor poderia ter tido mais atitude, e feito do roteiro uma trama de origem bem mais tensa e forte para que aí sim ele mesmo sendo um simbionte "meio bonzinho" partisse para ignorância de modo que o público ficaria impressionado com tudo e já pensasse na sua veia de vilão contra o Homem-Aranha, que poderia ocorrer num segundo ou terceiro filme (pois aqui, na primeira cena pós-crédito já é introduzido um próximo vilão do personagem - bem interessante feito por Woody Harrelson). Dessa forma, diria que o longa é frouxe de atitudes mesmo, sendo divertido e gostoso de acompanhar, principalmente a segunda metade, mas que como muitos esperavam mais do longa, a crítica internacional está só descendo a lenha no longa, e não é para tanto, pois consegue agradar razoavelmente.
Chega a ser irônico ver Tom Hardy novamente como um vilão, pois após o excelente Bane, esperávamos ver ele novamente raivoso, cheio de personalidade e com um ímpeto maior na telona, e seu Eddie acaba ficando levemente forte quando está incorporado por Venom, e nas cenas como humano comum é quase um personagem que em qualquer outro filme nem notaríamos, ou seja, também faltou atitude para o ator empolgar um pouco mais, mas também não foi algo que seja desapontador de ver. Agora Michelle Williams certamente não desejava estar no longa, e é nítida suas expressões bem mortas para sua Anne, chegando ao ponto de vermos olhares dispersos e falas tão jogadas, que mesmo nas cenas que o casal ainda não tinha brigado já víamos um ar cansado, que só é levemente melhorado nas cenas após o hospital, mas aí já é tarde demais para aparecer. Riz Ahmed também é daqueles que não sabemos o que esperar, pois o ator paquistanês oscila demais seus personagens, e aqui ele tem momentos levemente apáticos para um dono de uma corporação, que necessitava mostrar ambição, e principalmente virar um vilão mais forte e impactante, ou seja, faltou muito para seu Drake. Jenny Slate também entregou uma apática pesquisadora, que mais parecia estar com medo de tudo do que fazendo um filme realmente com sua Dora, ou seja, um desastre. Para ser sincero, quem foi o melhor em cena foi Reid Scott com seu Dan, e certamente poderiam ter investido um pouco mais nele, pois suas cenas embora jogadas na tela, foram bem expressivas e agradaram bastante, mas como é quase um personagem terciário, não teve como ele salvar nada. Scott Haze também foi bem com seu Treece, mas poderia ter brigado um pouco mais com o personagem, e termos cenas mais reais de luta, pois ele pareceu até ser mais duro de morrer que o próprio simbionte, ou seja, sabemos que tudo é falso em filmes, mas exigimos um pouco de veracidade também. Como de praxe, em todo filme da Marvel, nosso querido Stan Lee dá o ar da graça bem no finalzinho, mas nada que impressione muito, ou seja, apenas o oi tradicional.
No conceito visual, a trama não teve tantos detalhes para nos impressionar, apenas uma boa fantasia/computação gráfica para as cenas que o simbionte aparece seja em sua forma normal, ou já como um parasita nas pessoas, boas cenas com carros de ação destruindo tudo, muitos tiros, e claro mais um pouco de computação para as lutas, tendo alguns prédios imponentes para chamar a atenção, como a emissora e a Fundação Vida cheia de laboratórios bem tecnológicos, e claro um foguete bem chamativo, mas é bem notável a grande quantidade de efeitos computacionais, então o longa na maior parte soa bem falso visualmente, e só diverte por não ligarmos tanto para isso, mas se ficar olhando a fundo, é erro que não acaba mais de tão bizarro que acabaram empregando alguns elementos. Embora o longa tenha personagens escuros, e se passe a noite na maior parte do tempo, não tivemos um filme quase apagado, de modo que vemos detalhes de cada cena, tudo puxa para o lado cômico, e como disse no começo acabou até faltando tensão em muitas cenas, de modo que poderiam ter feito algo mais sombrio, que agradaria mais. Quanto do 3D, diria que é 99% inútil, tirando a cena de perseguição que ficou bacana os drones voando para todo lado, mais como perspectiva do que saindo para fora da tela realmente, e na cena de luta entre os dois protagonistas que vemos alguns detalhes a mais, mas nada que você necessite de forma alguma ver na tecnologia.
Enfim, é um filme bacana, divertido e que pela origem que conhecemos um pouco do personagem, poderiam ter ido muito além, mas que de certa forma não incomoda como poderia. Diria que aqueles que forem ver sem nenhuma expectativa, sairão com toda certeza da sala bem felizes com o que viram, mas aqueles que forem esperando algo, a chance de reclamar de qualquer agulha é altíssima. Recomendo ele mais como uma alternativa de ação bacana para quem gosta do estilo, e nada mais. E é isso, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com a última estreia dessa semana bem curta, então abraços e até logo mais.
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