Bem, se você nunca pensou em adotar uma criança e/ou um adolescente do sistema diria que esse não é bem um filme que você deva conferir, pois pode ser que você mude de ideia depois de conferir "De Repente Uma Família", que consegue comover, emocionar e divertir em todos os sentidos com boas conectividades entre os protagonistas, senso de humor bem jogado sem ser apelativo, e claro bem colocadas situações para envolver o público com uma história até que simples, mas que foi bem trabalhada em se desenvolver de maneira ampla, usando claro uma história real (que é mostrada a foto da família no começo dos créditos) e ousando pela sintonia dos personagens para mostrar grupos de adoção, e claro a vida de uma família sendo formada da maneira mais bagunçada possível, ou seja, um longa bacana de conferir, que entrega o que se propõe com louvor, pois na sala é visto altas risadas e muita gente emocionada também, o que com certeza era o determinado por quem fez o filme.
A sinopse nos conta que quando Pete e Ellie decidem começar uma família, eles começam a explorar o mundo da adoção. Ao conhecer três irmãos, incluindo uma adolescente rebelde de 15 anos, eles se veem indo de nenhuma criança à três do dia para noite. Agora, Pete e Ellie precisam tentar aprender as dificuldades da paternidade para conseguir formar uma família.
Contando a sua real história, o diretor Sean Anders conseguiu trabalhar o roteiro de como foi seu propósito de adoção, e claro dar uma incrementada para que o longa ficasse mais divertido e bem dinâmico, mas soube ponderar bem os atos para que a história fluísse, pois é bem difícil notar as situações que caberiam como fictícias dentre as diversas loucuras, bem como também em alguns momentos saímos emocionando com o ar de que é legal montar uma família com base nisso. Claro que essa não foi bem a proposta do diretor, de mandar todo mundo para o centro de adoção e voltar com três crianças para casa como se fosse um mercado, mas sim mostrar as dificuldades, como ele diz em um making of, que teve no processo e na criação de seus filhos. Ou seja, tendo a base em sua vida, Sean soube pegar seu estilo cômico bem marcado de diversos filmes, e entregar uma obra completa, que fosse doce e emocionante na pegada familiar, mas que ousasse trabalhar as situações engraçadas que acontecem em famílias malucas, em centros de adoção com malucos e tudo mais, trabalhando até algumas piadas de humor negro (características de todos seus longas) para apimentar um pouco a ideia, e com isso o longa funciona como deve ser e agrada a todos.
Sobre as atuações tenho que dizer logo de cara que todos foram extremamente carismáticos com seus personagens, e mesmo que alguns tenham menos destaque do que outros, compartilharam boas situações para que o filme fluísse bem e tivesse um ótimo resultado. Para começar Mark Wahlberg deve estar com muita vontade que seus filhos fossem para os cinemas ver seus longas, pois está fazendo quase que um ou dois longas familiares por ano, e aqui seu Pete entrega praticamente tudo o que já vimos nos demais que fez, mas sempre sendo coeso na entrega do personagem acabamos entrando no seu carisma, e emocionando com suas situações bem dinâmicas e resolvidas da melhor forma, que claro como produtor do longa soube trabalhar para agradar mais e se vender. Rose Byrne é uma atriz bem versátil, e que não anda recusando nenhum tipo de longa para fazer, de modo que já a vimos em 4 longas só nesse ano (dois nesse mês!), e aqui com sua Ellie, ela entrega uma boa dose maternal e parceira para cada um dos atos, de modo que vamos entendendo ela aos poucos e gostando do que faz, mas em determinados momentos soou um pouco exagerada. Dentre as crianças, todas deram bons tons para o longa, seja gritando, chorando, sendo bobo, ou até irritante em alguns pontos, de modo que tanto Gustavo Quiroz com seu Juan, quanto Juliana Gamiz com sua Lita, e Isabela Moner com sua Lizzy foram bem colocados, tendo Isabela entregue um pouco mais de interação, superando desafios e mostrando que vai chamar muita atenção nos filmes que está para vir como protagonista, inclusive botando a voz para jogo cantando a música dos créditos. Dentre os demais, a diversão ficou bem colocada na dupla de assistentes sociais vividas por Octavia Spencer e Tig Notaro, que entregaram boa perspicácia nas cenas, e muita dinâmica para mostrar como se deve ser profissional em meio a um grupo de malucos que desejam adotar.
No conceito cênico, o longa praticamente brinca com os programas mais vistos atualmente na TV a cabo, de pessoas que compram casas para reformar, destroem tudo e ganham altos lucros na venda depois, mostrando o casal reformando e usando desse artifício também para mostrar a cura da raiva entre outros problemas, e juntando isso, tivemos boas cenas em diversas locações, como parque de diversões, sorveterias, lojas, centros de adoções, juizados de família, e claro casas e acampamentos, aonde muitos elementos cênicos foram utilizados para criar os problemas, e isso tudo mostrou que a equipe de arte teve um grande trabalho para que uma produção razoavelmente simples tivesse o efeito correto de vários meses em família, o que funcionou. A fotografia também não se prendeu a simplicidade, e trabalhou muitos tons coloridos para que o filme ficasse mais divertido, e usando de luzes de contraste baixando apenas um pouco do tom forte, conseguiu dramatizar as cenas mais tensas, deixando ainda a trama bem tênue, ou seja, um grande trabalho mostrado.
Enfim, o longa está longe de ser perfeito, pois trabalhou com muita oscilação na temperatura de humores, e também acabou usando de muitos clichês no desenvolvimento, mas mesmo com pequenos defeitos o resultado é incrível de assistir, pois diverte bastante e emociona na medida certa, não necessitando fazer com que o público lave a sala para gostar do que verá na tela, ou seja, recomendo ele para todos que gostam de filmes leves, bem feitos e que possuem uma proposta boa na essência. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até logo mais.
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