Se você gosta de rir de situações bobas, certamente já riu de algum filme de Johnny English, seja o primeiro de 2003, ou o segundo de 2011, ou pode ainda tentar a sorte no novo lançado agora, chamado "Johnny English 3.0", numa alusão brincando com o lance de ser o terceiro filme e também às tecnologias colocadas para o espião utilizar, mas que ele não gosta muito por ser old school. Digo tentar a sorte, pois particularmente não é o estilo de comédia que me faz rir, e apenas ri de alguns momentos bem toscos, que de tão ruins acabam sendo engraçados, mas na mesma sessão que fui, algumas pessoas riram o longa inteiro apenas com as caras bobas de Rowan Atkinson, e suas trapalhadas, nem prestando atenção se o contexto do filme importava, ou seja, temos um filme meio bobo, aonde o personagem é engraçado, mas que praticamente repete tudo o que já aconteceu nos outros dois longas, apenas mudando o vilão e as trapalhadas que acabam resultando na forma que o protagonista consegue encerrar o caso. Ou seja, temos um filme até que bem trabalhado, com caras e bocas engraçadas, mas que falha numa história de investigação como era de se esperar, e que aconteceu nos outros filmes da franquia, mas certamente ainda tem o público que gosta de Rowan por suas caretas de Mr. Bean.
Em sua nova aventura, Johnny English é a última salvação do serviço secreto quando um ataque cibernético revela as identidades de todos os agentes do país. Tirado de sua aposentadoria, ele volta à ativa com a missão de achar o hacker por trás do ataque. Com poucas habilidades e métodos analógicos, Johnny English precisa superar os desafios do mundo tecnológico para fazer da missão um sucesso.
Talvez um dos maiores problemas do filme tenha sido o grande formato de esquetes, parecendo que colocaram vários momentos soltos na trama para que assim como outros longas cômicos, as melhores piadas já estando presentes no trailer precisariam apenas encaixar tudo. Não digo que o longa não tenha um roteiro com uma história até bem moldada, mas ficou tudo acontecendo ao redor de forma bem simples, e de repente lá estava o protagonista fazendo suas caretas e micagens, não se preocupando muito com um contexto maior, claro que muitos vão ao cinema ver a trama por conta dele, e nem ligam para o restante, mas a responsabilidade de criar algo maior ficou a cargo do estreante no cinema David Kerr, que após muitas minisséries e filmes para TV resolveu entregar algo maior no cinema e acabou falhando um pouco no conteúdo, pois vemos sua mão presente em bons ângulos, vemos cenas com grandes projeções alongadas, mas faltou apenas entregar um algo a mais, e/ou criar cenas fortes para que seu filme funcionasse como poderia.
Quanto das atuações, o estilo de Rowan Atkinson já é algo bem divertido de ver, e se a grande sacada de seu Mr. Bean é fazer graça sem falar, apenas fazendo caras bobas e movimentações engraçadas, seu Johnny English já é daqueles que fala bobeiras sem nexo e inclui todo o restante do pacote, o que acaba perdendo um pouco a graça, embora ainda divirta, e aqui ele não fez nada de novo durante a execução da missão, mas talvez se tivesse ficado com a ideia do treinamento de jovens agentes, certamente ali daria um caldo bem mais divertido e interessante (fica a dica para os produtores e roteiristas!). Emma Thompson entregou uma Primeira Ministra exagerada, cheia de manias e que força a barra para aparecer, de modo que poderiam ter trabalhado um pouco mais a personagem para não ser algo dispensável na trama. Ben Miller caiu bem novamente na personalidade de seu Bough, que acabou não aparecendo no segundo longa, mas que foi indispensável no primeiro filme, e aqui como grande parceiro de English, ele trouxe um tom interessante e acabou agradando pela boa conexão com as piadas. Olga Kurylenko também foi interessante para o papel da espiã Ophelia, mas que ficou bem em segundo plano na trama, resolvendo aparecer e resolver tudo somente em dois momentos, o que não é legal de ver. E claro o vilão tecnológico Jason, interpretado por Jake Lacy até poderia ter feito mais maldades, mas é um personagem meio fraco para um longa de espião, ficando somente atrás de um celular e nada mais, falhando no que poderia ser algo impressionante, mas ao menos fez bons trejeitos do estilo que o personagem pedia.
O conceito visual foi bem bacana de ver até entrar em jogo a cena do submarino com o navio, aí foi a cena que mais ri de tão ruim que ficou a computação gráfica, parecendo desenho animado, mas tirando esse detalhe montaram boas cenas com realidade virtual, carrões correndo em pistas bacanas, restaurantes e até um QG bem interessante para reunião, mas nada que impressione como um filme de espionagem mereceria ter, caindo mais para a comicidade mesmo, de modo que a equipe de arte até tentou se esforçar um pouco, mas sem muitas firulas como já teve nos demais, tendo um ou outro aparato tecnológico interessante. A fotografia ficou no meio termo para que as piadas não ficassem forçadas demais, mas sem dúvida a melhor cena que funcionou também pelo ar de discoteca foi a de Rowan dançando sem parar, e ali brincaram bastante com diversos tons, mas nas demais sempre o cinza neutro dominou.
Enfim, é um filme bem bobo, que quem gosta desse estilo até irá rir bastante, mas que passa longe de ter qualquer qualidade de roteiro e/ou direção, parecendo ser um episódio alongado de um Mr. Bean com falas, aonde as besteiras cênicas acabam recaindo para momentos desconexos. Diria que é pouca coisa mais trabalhado que seu antecessor, mas ainda assim não agrada. Fica assim sendo minha recomendação, para que só vá conferir se você realmente adorar rir de bobeiras cênicas, do contrário, fuja. Bem é isso pessoal, encerro aqui essa semana cinematográfica bem recheada, e volto na próxima sexta com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...