Só tenho uma coisa para falar logo de cara sobre o documentário "O Fantástico Patinho Feio": que roteiro de ficção fantástico!!! O produtor que ver esse documentário e não sentir a vontade imensa de correr até todas as pessoas envolvidas para conseguir o direito de criar um longa de ficção de primeiríssima linha envolvendo toda essa história, não sabe o que viu nos cinemas, pois a história em si é maluca, mas moldada de uma forma bem carismática, com diversos entrevistados praticamente contando a mesma história quase que em um jogral com um brilho nos olhos mesmo após mais de 40 anos é algo lindo de se ver, o único adendo para transformar isso numa ficção é a grana, pois certamente iria muito dinheiro para criar toda a época com muitos carros, recriar uma cidade que praticamente já foi mudada por inteiro, e tudo mais. Então o jeito é assistir ao documentário e imaginar todas as cenas, pois é completamente imaginário a forma que cada um vai passando como tudo ocorreu, com público, os envolvidos, os amigos e tudo mais, fazendo com que a trama servisse até mais do que um arquivo, mas um afloramento de ideias maravilhoso que empolga e agrada. Agora sendo o crítico chato, embora a forma visual imaginativa nos permeia, a forma de documentar tudo acaba sendo um pouco enfadonha e cansativa, de tal maneira, que por falta de mais imagens de arquivo, o filme fosse falado demais, e assim sendo como documentário o resultado cansa mais do que agrada, mas ainda assim para quem nunca ouviu falar da história, vale a conferida.
A sinopse nos conta que nos anos 1960, quatro jovens de Brasília decidiram construir um carro para competir na segunda maior corrida do país, os 500 km de Brasília. Pilotando contra outros 33 veículos, a maioria de grandes marcas internacionais, eles largaram em último lugar, mas conseguiram terminar a corrida na segunda posição, quase vencendo a corrida.
O diretor Denilson Félix mostra em seu primeiro longa, o quanto ficou aficionado pela história quando viu os criadores do carro, e consequentemente da oficina Camber, na festa de 30 anos da oficina, e realmente tenho de concordar com ele, que era mais do que necessário tirar essa história de uma festa para ser contada nos cinemas para que todos vissem a maluquice que foi todo esse processo interessantíssimo, ou seja, ele acabou levando mais pelo brilho que enxergou e que certamente pensou na dificuldade de criar isso como ficção, pois todos sabemos bem o quão difícil é retratar época com carros e cidades. O diretor foi sábio em montar seu documentário praticamente pedindo para que cada um contasse toda a história completa, e depois ele interligou cada um contando pedaços, formando a história toda, e isso é algo inteligente, mas deveras cansativo, pois ele poderia ter arrumado mais material de algum lugar para que seu filme não ficasse apenas conversado, ou senão montado algum estilo de debate/discussão para que tudo fosse contra-argumentado, e aí sim ter mais dinâmica no desenvolvimento, mas volto a frisar que como algo para quem não viveu essa época o resultado funciona.
Quanto aos entrevistados, como disse no começo é notável o brilho no olhar de cada um para falar do milagre que foi um carro construído por quatro jovens em uma oficina improvisada virar o segundo colocado numa das maiores corridas do país na época do estouro das fábricas de carros no Brasil, e tanto os quatro jovens (que já não são mais jovens), quanto pilotos da época, jornalistas e amigos acabam falando com gosto sobre tudo o que viram naquele dia, sobre como eram os pegas, e tudo mais, fazendo a história fluir muito bem, e assim sendo, o resultado ao menos surpreende, mesmo que canse demais por soar muito repetitivo no que todos contam da história.
Enfim, é um longa que poderia ter um desenvolvimento melhor, que talvez pudessem ter criado algumas cenas fictícias no meio para dar uma dramatizada mais bacana, ou que conseguissem mais materiais da época para formatar melhor a trama, mas que ainda assim do jeito que foi feito vale a conferida para quem é fã de esportes/corridas, e quem sabe, torcermos para algum maluco maior que os quatro jovens, surja, e faça essa trama virar uma ficção de primeira linha. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até logo mais.
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