O Brasil tem acertado bem nas produções em diversos estilos, porém ainda falta trabalhar melhor os longas para os pequeninos, pois geralmente temos vistos muitos filmes praticamente televisivos frutos de séries dos canais infantis, que acabam surgindo quase como um episódio mais alongado, de forma a servir apenas para os fãs se divertirem com o que já veem na TV e nada mais. E aqui tivemos exatamente isso em "Detetives do Prédio Azul 2 - O Mistério Italiano", tendo leves momentos mais luxuosos nas locações italianas, trabalhando bons efeitos, mas com uma história bem fraquinha de ação, que não consegue sequer fazer com que empolguemos com algo na tela. Ou seja, até temos um filme que vai levar diversas crianças que já conhecem a série, mas diferente do que vi ao final do primeiro longa com muitos pequeninos saindo empolgados, dançando e tudo mais, aqui saíram da sala esboçando cansaço e sem muita cantoria, e assim sendo digo que infelizmente passou bem longe de conseguir o resultado esperado.
A trama nos conta que desta vez, os Detetives do Prédio Azul são desafiados a atravessar um oceano para concluir uma investigação e salvar um grupo de crianças enganadas por dois bruxos disfarçados de produtores de um concurso musical. Seguindo pistas, Pippo, Sol e Bento encaram uma viagem de vassoura até a Itália, onde, não por acaso, também acontece o maior evento de magia do mundo – a Expo-Bruxo. Com a missão de salvar a implicante feiticeira Berenice e as outras crianças enganadas por Máximo e Mínima Buongusto, o trio é ajudado por Nonno Giuseppe, o avô italiano de Pippo. A bordo do tuk-tuk do avô, Pippo e seus amigos prometem desvendar mais um mistério e provar que para os Detetives do Prédio Azul nada acaba em pizza.
Acredito que o maior erro da produção tenha sido a troca da direção de André Pellenz que é super-experiente em longas por Vivianne Jundi que só teve novelas e séries no seu currículo (inclusive dirigindo alguns episódios da série), pois se no primeiro filme tivemos alguns momentos com mais cara de filme, aqui o longa ficou preso em alguns atos não fluindo em nada, tendo raros espaços espirituosos (como o momento em que Pippo canta com muita suavidade dentro da cabine), mas de forma alguma conseguindo um momento que pudéssemos ver seu trabalho ser desenvolvido, ou que brotasse alguma cena inspiradora e/ou divertida para que o público vibrasse. Ou seja, se não fosse pelas boas atitudes dos pequenos atores, que por já terem anos de série, e o filme anterior para saber como entregar seus personagens, tenho certeza que o longa conseguiria ficar ainda pior.
Sobre as atuações, o trio de jovens conseguiu chamar a atenção novamente, entregando bons momentos nas suas cenas, mas nada que surpreendesse realmente pela falta de algo além para investigarem, mas ao menos pudemos ver Pedro Heriques Motta, Leticia Braga e Anderson Lima se esforçando para fazer as cenas de seus Pippo, Sol e Bento mais coesas, tendo claro bem mais destaque para o personagem de Pedro, afinal ele é o italiano do grupo, e como a trama se passa na Itália, lhe deram essa oportunidade, e o jovem não desperdiçou. Nicole Orsini entrou bem no grupo, mas foi muito de nariz empinado se achando "a" atriz, e tendo uma ou outra cena diferenciada acabou ficando em segundo plano. Diogo Vilella e Fabiana Karla tentaram chamar a atenção para si com seus Máximo e Mínima, mas acabaram soando exagerados demais, e talvez um pouco mais de vilania agradaria mais e daria um tom melhor tanto para os personagens, quanto para o filme em si. Antonio Pedro também poderia ter tido uma participação melhor como Nonno, mas deixaram ele paspalhão demais nas cenas que foi colocado, e isso desanimou um pouco. Quanto aos demais, é melhor nem comentar, pois tivemos bruxos pagando mico demais para perder tempo falando, então vamos parar por aqui.
Diria que o conceito visual da produção foi a salvação para o longa não ser algo esquecível, pois tivemos castelos bem moldados, uma vila bem elaborada com símbolos interessantes no telhado, elementos cênicos criativos, e até personagens congelados para servirem de objetos cênicos também, e junto disso tudo ainda tivemos boas cenas com efeitos especiais de magia para o contexto do longa funcionar bem colocado, ou seja, a equipe de arte acabou resolvendo muitos dos problemas do longa, e o acerto é visto na telona.
Enfim, diria que o longa possui muitos defeitos, principalmente para quem não for fã da série, mas mesmo quem for fã é capaz de sair bem decepcionado com um longa que falta empolgação, magia, e principalmente o mote do grupo: que é investigação dos detetives, parecendo ser algo apenas jogado nas telonas para gastar o orçamento que sobrou das bilheterias do primeiro filme. E sendo assim, de forma alguma recomendo o longa para ninguém, mas os pais que forem forçados pelos filhos a irem no cinema, se preparem para algo bem ruim. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, nessa semana bem curta, mas volto na próxima quinta com mais estreias, então abraços e até breve (se eu não tiver surtado por ficar tanto tempo sem ir ao cinema!).
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