É engraçado como algumas animações pegam elementos livremente de outras, trazem para si, e desenvolvem um roteiro completo em cima de tudo, e aqui com "Encantado" tivemos livres inspirações para Cinderela, Bela Adormecida e Branca de Neve, para que apenas ficassem em segundo plano para contar a história do Príncipe Encantado, e com leves devaneios criativos, o resultado até é interessante da história, mas trabalhando elementos bem previsíveis, e sem muita emoção, tivemos um filme morno de encantos realmente, além de que ousaram colocar boas canções para contar alguns momentos (o que é casualmente tradicional em animações), mas na dublagem arrumaram garotas que falharam consideravelmente na afinação por traduzirem algumas palavras meio que sem rimas, e chega a doer os ouvidos em diversos momentos, de modo que se alguém levar para Demi Lovato, Sia, Avril Lavigne, entre outras que dublam o original para ouvir a versão nacional é capaz que elas saiam correndo, pois ficou bem ruim o resultado musical. Ou seja, é um filme que as crianças mais novinhas até vão gostar, mas que quem puder, tente ver a versão original, que mesmo sem conferir ela, tenho certeza absoluta que estará melhor.
A sinopse nos conta que quando criança, o príncipe Felipe Encantado foi alvo da bruxa Morgana, que aplicou nele um feitiço que faz com que todas as mulheres por ele se apaixonem assim que o vêem. Com isso, ele não apenas salva como se torna noivo de três princesas em apuros: Branca de Neve, Cinderela e a Bela Adormecida. O feitiço apenas será quebrado quando o príncipe encontrar o amor verdadeiro, algo bastante difícil diante de tamanha adoração. Precisando cumprir um desafio em três etapas, ele encontra apoio na ladra Leonora Quinonez, que está imune ao seu galanteio e se traveste de homem para ajudá-lo.
Não posso dizer que a direção de Ross Venokur em cima de uma ideia até que inovadora pelo ponto de colocar um personagem que sempre apareceu em quase todas as histórias infantis ter agora o seu protagonismo, mas ele pecou principalmente em exagerar de um formato exageradamente tradicional, indo para o lado de regras para se tornar algo, com desafios e tudo mais, enquanto poderia ter criado algo mais desenvolvido dentro da história, mas tirando isso, e a alta previsibilidade, que desde o trailer já era notável com quem o protagonista ficaria, o resultado soa até interessante e agrada de certa forma.
Como os personagens não são do estúdio, tiveram de dar umas modificadas nos desenhos das princesas, mas nada que assustasse afinal com animação é bem tranquilo deixar os traços diferentes sem exagerar, mas nos personagens secundários o resultado foi algo bem estranho de ver como no pai da Bela Adormecida, na fada madrinha da Cinderela e no anão estranho da Branca de Neve, mas como as três já eram personagens secundárias, apenas tendo seu momento de abertura inicial mais envolvente, até ficamos tranquilos em relação a isso. Agora falando dos protagonistas, deram até um tom interessante para a ladra Leonora Quinonez, com muita astúcia, força e desenvolvimento colocando o girl power na moda (embora o papel de uma ladra seja algo meio fora de eixo para crianças!), e aqui o maior erro foi na escolha da voz de Larissa Manoela para a versão nacional, pois a personagem pedia uma voz mais encorpada que emocionasse, e principalmente nas canções acabou destoando demais, ou seja, poderiam ter melhorado isso facilmente com uma dubladora profissional. Quanto do protagonista, diria que Felipe Encantado é meio pastelão e bobo, mas que conseguiu caber perfeitamente dentro da proposta da trama, mas também não acredito que a voz de Leonardo Cidade tenha sido a melhor escolha, pois talvez uma voz mais grossa caísse melhor.
Quanto da modelagem dos personagens e dos ambientes diria que foram simples até demais, e que poderiam ter ousado um pouco mais para que os personagens tivessem uma tridimensionalidade, pois em momento algum tivemos sequer um efeito 3D para estarmos usando os óculos, e nem profundidade cênica para que o longa tivesse um formato mais real foi pensado, ou seja, quem for conferir o longa economize e vá em 2D, pois não irá perder nada. Das cenas mais coloridas e divertidas pelo cenário vale a pena destacar a tribo de mulheres gigantes, pois ali foi notado um trabalho diferenciado ao menos no conceito, mas a cena é tão rápida que nem temos muito o que falar.
O longa possui muitas canções na essência, principalmente por originalmente ser interpretado por cantoras, mas que na versão nacional ficaram fora de base, cheias de gritos e desafinações, o que incomoda demais, mas no final dos créditos ao menos pude escutar a versão de Trophy Boy e achei gostosinha de ouvir.
Enfim, é uma animação simples demais se almejava atingir um público infantil maior, pois a história vai fazer bom grado somente para os bem pequenos, e até mais para o público feminino, pois os garotinhos que estavam na sessão acabaram levantando e ficando passeando pela sala, pois não tem nada que os prenda, e sendo assim, recomendo ele somente para garotinhas bem pequenas que vão se divertir com as maluquices das princesas, e nada mais. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um texto, então abraços e até logo mais.
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