É bem fácil e rápido falar de "Meu Querido Filho", pois temos algo extremamente cansativo para mostrar que nem sempre, mas muitos pais desejam ver um espelho nos filhos, querendo ver seus sonhos, suas vontades, aquilo que nunca conseguiu estampado na cara dos jovens, botando pressões fortes na cabeça de alguns que até os levam a ter grandiosas enxaquecas, e isso é dito não com essas palavras, mas com essas intenções por um personagem bem secundário em um hotel para o protagonista, e basicamente essa é a retratação que temos no longa, pois o velho Riadh é extremamente chato, e sem muito a entregar acaba enrolando o longa de tal maneira a cansar o espectador, e claro fazer com que entendamos a vontade do garoto, e por consequência do diretor, de mostrar exatamente o contrário do que vemos nos filmes atuais, que é de ao invés de vermos pessoas fugindo da Síria, vermos indo em direção ao terrorismo, mas é palpável ver isso no longa, pois quem conferir irá ter essa mesma vontade em prol de acabar logo com o filme que parece interminável. Diria que até tem alguns bons momentos, mas encheram tanta linguiça para se ter um resultado mais intrínseco de tentar mostrar a preocupação dos pais para com o filho, que o longa acaba indo para algo inesperado e que a sinopse sequer passou a ideia, mostrando os problemas familiares da pressão em cima do filho, do drama de se aposentar e não saber o que fazer da vida, das relações amorosas após anos de nada, e por aí vai, mas poderiam ter apontado um norte e chegado a algo bem melhor, que com toda certeza não seria a escolha que fizeram.
A sinopse nos diz que Riadh está prestes a se aposentar como motorista no porto de Túnis. Com Nazli, ele forma um casal unido em torno de seu único filho, Sami. As repetidas enxaquecas dele preocupam seus pais e no momento em que Riadh acha que seu filho está melhor, ele desaparece.
Ainda não consigo entender o diretor e roteirista Mohamed Ben Attia, pois certamente o longa poderia ser desenvolvido de muitas outras maneiras melhores do que a escolhida, e como essa foi a forma escolhida, ao menos poderia ter desenvolvido sua trama de uma maneira rápida e sutil sem que ficasse tão cansativo, mas acabou enrolando tanto o andar com um personagem ruim, colocando inflexões a cada virada de página do seu roteiro, que posso dizer se nenhum remorso que seu longa de 104 minutos aparenta ter ao menos uns 208 inacabáveis e chatos minutos, que só não fiquei olhando no celular quanto tempo havia passado para não atrapalhar os demais, pois não vemos envolvimento do personagem principal, nem nas cenas que demonstra depressão por não ter o que fazer após se aposentar, ou seja, poderiam ter entregue algo muito melhor.
Sobre as atuações, já falei muito do cansativo Mohamed Dhriff com seu Riadh, e por incrível que pareça culpo o ator por faltar com a expressividade, pois certamente o diretor desejava mostrar mais o drama que muitos sofrem após se aposentar por não ter o que fazer, e aqui a busca pelo filho "fugitivo" acaba sendo uma aventura ao menos para ele, como também vemos ao final sua nova aventura, mas poderia ter entregue mais personalidade e dinâmica para com seu personagem, para que de uma forma carismática conseguisse entregar algo a mais, mas ele fez o básico, e como costumo dizer, o básico cansa. O jovem Zakaria Ben Ayyed até tinha trejeitos e um certo carisma para entregar para seu Sami, mas o diretor optou por não trabalhar tanto o personagem, e seu sumiço foi algo que nem foi desenvolvido suficientemente, ou seja, o ator apareceu em tão poucas cenas que não temos como se conectar à ele, embora certamente agradaria bem mais saber mais sobre sua vida, ambições, e até motivos (além do pai chato) de ir para um lugar cheio de terrorismo. Mouna Mejri fez o que toda mãe faz com sua Nazli, mas também soou apática em sua fuga da realidade (e claro do marido chato), de modo que poderiam ter trabalhado um pouco mais sua personalidade. Dentre os demais, temos apenas um leve destaque para os momentos descontraídos do protagonista com a amiga Sameh vivida por Imen Cherif, de modo que aparenta apenas uma fuga do diretor para os rumos da trama para que o filme não se cansasse tanto, e a atriz ao menos saiu-se muito bem disposta para todas as cenas.
No contexto cênico a trama trabalhou um pouco com a simplicidade da família em um apartamento bem cheio de detalhes para representar a vida dos protagonistas, mas não ousou quase nada na enxaqueca do rapaz, tendo apenas uma cena envolvendo isso, e quem tem sabe que não seria algo curado tão rapidamente, na sequência tivemos cenas interessantes do protagonista viajando por cidades turcas até chegar quase à Síria (e até tendo um leve sonho de estar por lá - é bacana a mudança de cor do longa no sonho para representar isso, e o filme ao menos aqui foi bem coerente), ou seja, até tentaram criar um mini-road-movie dentro da trama, mas nada que impressione. A fotografia pesou um pouco em tons mais neutros puxados para o escuro para dar uma dramaticidade ao longa, mas isso certamente também auxiliou para que o longa ficasse bem cansativo e sem dinâmica, ou seja, poderiam ter trabalhado um pouco mais de tonalidades fortes, como é o caso do sonho, para que o filme tivesse uma ação melhor.
Enfim, é um filme que cansa mais do que agrada, e que certamente só quem estiver muito disposto conseguirá gostar de algo dele, talvez vendo mais pelo lado dos problemas pessoais do protagonista que está passando por diversas mudanças em sua vida, e desejava ao menos que seu filho fosse para um rumo melhor, mas para chegar nessa conclusão tem de penar muito para aguentar a lentidão do longa, e sendo assim não tenho como recomendar ele. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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