A sinopse nos conta que uma força misteriosa dizimou a população mundial. Para os sobreviventes, uma coisa é certa: quem a vê, morre. Na busca do último refúgio existente, Malorie e os dois filhos terão de descer um rio traiçoeiro. E a única chance de escaparem da morte é encarar a perigosíssima jornada de olhos vendados. Ao enfrentar o desconhecido, Malorie encontra amor, esperança e um novo começo a ser descoberto.
Não lembro de ter visto muitos filmes da carreira da diretora Susanne Bier, mas posso dizer que seu trabalho aqui foi algo bem colocado e muito interessante de ser conferido, pois além de ter uma história forte e bem desenvolvida a partir do livro de Josh Malerman, ela conseguiu trabalhar com uma boa montagem em praticamente dois vértices (passado aonde conhecemos o acontecimento logo após o início do apocalipse, e presente aonde vemos o trio tentando chegar no refúgio), mas mais do que trabalhar bem a essência que imaginei no primeiro parágrafo (e digo imaginar sem medo de errar, pois muitos outros irão ver o filme de uma forma completamente diferente!) ela conseguiu dirigir brilhantemente a protagonista e as duas crianças fazendo cenas malucas praticamente sem que vissem nada pelas vendas, tendo de descobrir tudo ao seu redor apenas com o tato, trombando em tudo, e fazendo a fobia do espectador crescer demais, para um final bom, mas que poderia ser muito melhor. Ou seja, a grande sacada da trama foi prender o espectador, pois certamente quem começar a ver a produção dificilmente irá parar sem ver o final (e isso é algo que as produções que vão direto para casa precisam fazer, pois com um controle na mão, a desistência é bem fácil!), e claro que como costumo dizer, é difícil agradar a todos, mas a mensagem principal de enxergar além para sobreviver, sem precisar realmente ver o que está na sua frente, acabou sendo bacana de passar (volto a frisar, eu enxerguei o longa assim, mas muitos poderão ver de outra forma, e os comentários abaixo estão abertos para discutirmos!).
Sobre as atuações, diria que o elenco da casa até conseguiu nos prender, entregar bons momentos, e causar a tensão necessária que a trama exigia, mas certamente o filme tem o peso mesmo nas cenas envolvendo Sandra Bullock e as crianças, pois vendada tudo pode acontecer, e o resultado surpreende, então falando mais de Bullock, primeiramente precisamos saber em qual formol ela dorme, pois não envelhece nunca, depois temos de pontuar o quanto sua Malorie é interessante de acompanhar, de tal forma que a atriz soube transpor a fobia desesperadora de sua personagem por conseguir sobreviver independente de tudo, sem claro se tornar uma babaca como ela mesmo julga, para o público vivenciar com ela o longa, e com isso seu resultado fica perfeito. Trevante Rhodes trouxe personalidade para seu Tom, foi dinâmico, envolvente, e teve ótimas cenas para agradar e emocionar. John Malkovich nos entregou um Douglas forte e duro de tal forma que ficamos irritados com o que vemos, e isso é muito bom, pois mostra que o ator ainda tem muita personalidade para mostrar como fazia nos seus longas mais antigos. Os jovens Vivien Lyra Blair e Julian Edwards como Garota e Garoto deram um show de graciosidade, foram corretos e impactaram como deveriam com seus olhares doces e apavorados, agradando do começo ao fim.
O visual da trama veio com o melhor do terror apocalíptico, entregando mortos pelo chão, pessoas se matando de formas fortes e impactantes, muita destruição, e claro ótimas cenas na floresta, trabalhando bem a cenografia para fazer parte do contexto, e agradando demais por não mostrar a tal criatura, pois certamente teríamos algo que incomodaria e não agradaria, pois de forma mística o resultado foi bem melhor de ser visto. Ou seja, a equipe foi bem coerente e agradou bastante com o que fez. A fotografia da trama teve uma densidade interessante de ser vista, conseguiu amarrar tudo com tons escuros, mas sem recair para o preto completo e nem forçar com exageros de efeitos, ou seja, algo simples, forte e bem armado para o público embarcar.
Enfim, é um longa que em uma semana já bateu 45 milhões de visualizações, e que certamente muitos ainda verão, pois é bem recomendado (tanto que fez até esse Coelho que só vê filmes no cinema partir para esse novo vértice!!), e que vai trazer sensações diferentes para cada um, tendo aqueles que irão amar, e também aqueles que irão odiar imensamente pelo final ser bem aberto para reflexões, mas que posso dizer que me agradou, e sendo assim peço que todos vejam, e comentem aqui para discutirmos mais sobre ele. Bem é isso, esse foi o primeiro de muitos que fiz na listinha para conferir nos próximos dias, então abraços e aguardem novos textos de filmes da Netflix, e também claro, das estreias dos cinemas.
4 comentários:
Vlw Fernando por nos ouvir e nos enriquecer com a sua visão crítica a respeito desses filmes tão falados. Vou assistir ainda a esse pra dps deixar meu ponto de vista mas gostaria de deixar meu pedido pela crítica do Roma q tem sido considerado por muitos críticos tradicionais um dos, se não o melhor filme do ano e um dos favoritos ao Oscar de melhor filme. Um grande abraço e agradeço desde já.
Então bora assistir, ando super ocupada, sem tempo de nada. Mas depois dessa crítica preciso assistir. Valeu Coelho!
Fala Heitor... agora irei falar bastante, já que resolvi atacar essa plataforma também, e como Janeiro costuma ser bem fraco de estreias, bora conferir tudo o que tiver... do Roma já está no ar a crítica... abraços!!
Manda ver Débora... acredito que você irá gostar bastante... depois volta aqui para comentar sobre o que achou.. abraços!!
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Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...